terça-feira, abril 30, 2013

Improvisation 28

Wassily Kandinsky

















sábado, abril 27, 2013

E numa história de amor...

"Porque - eu vos digo - temos olhos de ver e olhos de não ver, depende do estado do coração de cada um."

Jorge Amado
in "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - uma história de amor"

sexta-feira, abril 26, 2013

quarta-feira, abril 24, 2013

Pinturas

De manhã, sempre a correr, o despertador que não toca, ou toca mas só é devidamente reconhecido à quinta vez; o duche que o sono - de cara encostada ao azulejo - faz passar a banho; a roupa que não ficou escolhida do dia anterior e a moleza matinal a não descortinar conjugação de peças lógica, enfim... sempre a correr. Mas, apesar de tudo, uma pessoa faz questão de tirar cinco minutinhos para se engalanar minimamente e não aparecer no local de trabalho com a trunfa e a fronha de quem acabou de regressar de uma semana de campismo selvagem no meio das Desertas: um bocadinho de hidratante com cor para dar um ar mais "saudável", um toque de corrector ali, nas olheiras e onde mais for preciso, um retoque de blush e rímel acolá, e lá vai uma pessoa um bocadinho mais segura de si... a correr como se fugisse de um comboio desgovernado, a ameaçar velhinhas nas passadeiras com o ronco do acelerador, a encarar os "vermelhos" como "verde tinto"... mas lá chega... atrasada mas segura de si!

Até que uma pessoa vai almoçar a casa da progenitora... que entre uma garfada e outra pergunta: olha lá, tu até estás bem arranjadinha e tal mas... porque é que nunca te pintas?? Ficavas melhor...

"A sério... diz lá, tu tens problemas auditivos, não tens...?!"

Não me importo de assumir o papel de controladora, de revisora, de censor, de "Edite" ou "estrelinha"... mas... de mãe...? Mãe de um marmanjo com quarenta anos?? Estando, ainda por cima, vedada a possibilidade de lhe pregar dois pares de estalos?! Haja paciência!!!

terça-feira, abril 23, 2013

Esta tem o meu nome...


Arrumar as dores

Mudemos de casa; porque é preciso 
arrumar as dores de outra maneira, 
certificarmo-nos da existência do corpo 
em novos lençóis, voltar a ter ilusões, 
lugar propício para a curiosidade 
de alguns que nos fazem acreditar 
que a vida é um amplo anfiteatro 
para as mãos. 

Jorge Gomes Miranda

segunda-feira, abril 22, 2013

Diferenças





















Aos que persistem nos erros por medo de mudar mas dizem a si próprios que o fazem porque não são desistentes...

Aos que afirmam que chegaram ao seu limite quando, na verdade, tiveram medo de persistir e tentar ir mais além...

domingo, abril 21, 2013

Soltas numa noite de insónia

Hoje a lua está a meia haste. Eu sei porquê. Hoje ele enterrou a sua "menina". Ele tem noventa e quatro anos, ela tinha oitenta, e ele chorou como nunca nenhum homem parece ter chorado. "Perdi a minha menina", disse ele entre soluços de ferir qualquer coração, "devia ter sido eu, eu devia ter ido antes...". Mas não foi... mas creio que só por agora. Era ela que o agarrava à vida, era a ligação de profundo amor e amizade que tinham um pelo outro que o mantinha vivo, ao "meu Manuel de Oliveira", como ela costumava dizer. Hoje a lua está a meia haste porque ela morreu e ele começou a morrer. Porque o amor sempre se encontra e ele, a partir de hoje, começou a contagem decrescente para o dia em que se juntará a ela de novo. Porque a vida, seja em que mundo for, só lhe faz sentido assim.

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Fechou-se um pequeno ciclo, eu acho, com a adição do elo que faltava: porque elas também são "minhas" e era por isso mais do que justo - e, mesmo sem eu o ter consigo totalmente realizar de antemão, importante - que se juntassem a mim em pleno. No final do jantar que primou, como sempre, pelas confissões mais ou menos sérias acompanhadas de boas gargalhadas, a profunda certeza de que tenho a imensa sorte de estar rodeada, a toda a volta, por quem não desiste de mim, por quem sente para além do que decido mostrar, por quem acredita em mim, em quem sou, mesmo sem ver... e até vendo...

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Noite morna e confortável, de aniversário que se mostrou leve como não acontecia há algum tempo. Faltavas tu mas estavas lá, guiando as minhas palavras, os meus gestos, as minhas intenções, as minhas expressões, garantindo que, como sempre, mediarias o encontro. E não começaste só hoje, ando a sentir a tua mão sobre o meu ombro há vários dias, ando a ouvir a tua voz sussurrando-me as soluções. Resultou, eu acho. Para ambas.

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Às vezes esqueço-me de como é bom dormir abraçada pelo amor dos seres que povoam as minhas noites.

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O meu ano novo está quase aí...

quinta-feira, abril 18, 2013

Ausência

"Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais - um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos. Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói."

Nuno Júdice 

Frase do dia

"Quantas coisas perdemos por medo de perder. "

 Paulo Coelho

terça-feira, abril 16, 2013

O lago que é quase espelho...





















Litzlbergkeller, Attersee, 1915
Gustav Klimt

E não mais devolvo...


vou buscar-te ao fim da tarde, 
porque a noite só escurece contigo ao meu lado, 
porque a noite aprende por ti 
o caminho aberto das estrelas 

vou buscar-te ao fim da tarde, 
e verás como preparei a casa, 
como escolhi a música, 
como, enfim, espalhei os objectos mais impressionados contigo, 
os que ganharam vida 
por se interporem na espessura estreita 
que vai do meu ao teu coração 

e não mais devolvo, 
correndo todos os riscos de não amanhecer 
nunca numa loucura propositada por ti 

não mais te devolvo, 
ocuparás o mundo debaixo e sobre mim, 
e não haverá mais mundo sem que seja assim 

valter hugo mãe

sexta-feira, abril 12, 2013

Perfil

Ando a aprimorar um comportamento que, segundo me têm dito, se poderá configurar como bastante útil e que sempre considerei, em mim (pese embora com orgulho), deficiente: o cinismo. E tenho a dizer que, nos - ainda raros mas cada vez menos - momentos em que consigo controlar a espuma a sair da boca e a mola a ferver que faz saltar as palavras e as faíscas dos olhos, até não me ando a sair mal...

sexta-feira, abril 05, 2013

Recomeços


Piada

Em formação, afirma colega perante determinada explicação do formador:
- Ah, já percebi. Essas referências são os vossos "canónicos".

E digo eu:
- Gosto tanto disso na salada...!

......

Ninguém percebeu...

quarta-feira, abril 03, 2013

Porque diz que "Abril, águas mil"...


Prolegómenos

prolegómenos (grego prolegómenos, -méne, -menon, particípio presente passivo de prolego, escolher, preferir, predizer, dizer antes, proclamar) 
s. m. pl. 
1. Introdução circunstanciada que precede uma obra. 
2. Conjunto das noções preliminares de uma ciência. 


E pronto. Nada como uma palavrinha destas para começar o dia a cumprimentar pessoalmente a ignorância própria e a constatação da sua infinitude...

Porque também há quem a faça ficar...

Let Her Go
Passenger

Well you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know your love her when you let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
And you let her go

Staring at the bottom of your glass
Hoping one day you will make a dream last
The dreams come slow and goes so fast
You see her when you close your eyes
Maybe one day you will understand why
Everything you touch all it dies

But you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know your love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go

Staring at the ceiling in the dark
Same ol’ empty feeling in your heart
Love comes slow and it goes so fast
Well you see her when you fall asleep
But to never to touch and never to keep
Because you loved her to much
And you dive too deep

Well you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know your lov her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
And you let her go

Ooooo ooooo oooooo
And you let her go
Ooooooo ooooo ooooo
Well you let her go

Cause you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know your love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go

Cause you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know your love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go

And you let her go

Encontros

"Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam."

Paulo Coelho

segunda-feira, abril 01, 2013

Sinais

- Ele envia-lhe sinais. Não tem dado conta?


Não. Respondi que não. Mas agora, cada vez mais, os percebo em mim...