sexta-feira, março 31, 2017

Disto eu percebo uma coisa ou duas...

"A vida é igual a pilates: se está fácil, está errado."


in A Vida em Azul Cueca

terça-feira, março 28, 2017

Bye, bye também de BB

 



















E assim chegamos ao dia em que nos separamos... Mais um "fim", como destacou a progenitora. A ela disse que não exagerasse, era só um carro, um carro do qual já te terias desfeito se tivesse cabido a ti fazê-lo. Vinte e não sei quantos anos já é idade mais que suficiente para merecido descanso. Acho que a convenci. Mas a mim abriu-se alçapão de memória...

Lembro-me de o ter ido ver pela primeira vez contigo. Lembro-me de irmos ao stand que já não existe, levados pelo velhinho Citroen Visa vermelho. E lembro-me da arrogância do vendedor, a desvalorizar o Visa com vista a melhor negócio e eventual melhor comissão. Lembro-me de o deixares falar e falar e falar para no fim, quando ele, arrogante mais uma vez, te disse "então vamos lá assinar a papelada", responderes com um sorriso satisfeito e seguro "calma, meu caro amigo, eu só vim ver e saber quais as condições, ainda não me decidi a comprar nada, pelo menos aqui". Piscaste-me o olho e nesse dia eu aprendi como se lida com a arrogância. É deixá-la inchar. Quanto mais inchada, mais gozo dá a estocada final.

Lembro-me que foi nele que aprendi a conduzir. Sim, porque tinhas razão quando me dizias que as aulas de condução só ensinam a pôr a máquina em andamento. O resto aprende-se na vida real, no trânsito, na confusão, no dia-a-dia, sem instrutor ao lado para pressionar o travão.

Lembro-me que foi nele que nos levaste a todas  - acho que seriamos umas oito -, mascaradas até ao tutano, à festa de Carnaval que organizámos naquela discoteca de índole duvidosa alugada para esse dia (aluguer que não compreendia serviço de pessoal a não ser o do bar, bem entendido). Lembro-me da CL no banco de trás toda curvada por causa da sua comprida pena-enfeite-de-cabeça, parte integrante de indumentária dos anos 20. E lembro-me que essa curta viagem foi antecedida por uma tarde lá em casa dedicada a pôr toda a gente bem equipada de respectiva fatiota, o meu quarto feito camarim de teatro ou bastidor de desfile de moda - roupa, acessórios, pinturas espalhados por todo o lado -, a progenitora a alimentar-nos a tarte de maçã caseira e sumo e a colaborar como costureira-cabeleireira-maquilhadora e o que mais fosse preciso para garantir que aquelas oito amigas, de sempre e até hoje, saíssem das suas mãos impecáveis: o esfregão (sim, esfregão...) e as toneladas de laca no cabelo anos 40 da C., as frutas bem cosidas (com "s"...) e seguras da Carmen Miranda da A., os teus óculos antigos, quadrados e de lentes verdes, que pareciam ter sido guardados de propósito para que eu os pusesse naquele momento, a completar o visual anos 70 juntamente com os sapatos de madeira compensados de outra progenitora de outra de nós. Estarias calmamente na sala a ler o jornal não te envolvendo em nada disto, esperando apenas pelo momento em que fosses chamado a intervir como chauffeur das miúdas. O chinfrim que fizemos nessa curta viagem...

Lembro-me de as minhas amigas se referirem a ele como Brigitte Bardot ou simplesmente Brigitte... (e já viste que também tem no nome o ano anterior e o ano posterior ao do meu nascimento? De certeza que sim, muito primeiro que eu, eu diria que logo no momento em que o recebeste...)

Lembro-me da manta que exigias que o banco de trás apresentasse para permitir que o cão lá se pusesse à janela. E não me lembro mas acredito que esta cedência tenha levado meses e meses, se não anos, a ser conseguida, "era o que faltava, que disparate, é um animal, tem que ir no chão, agora à janela..!".

Lembro-me de, no banco ao meu lado e enquanto eu conduzia, me pores a ponderar a
relação espaço disponível/distância/velocidade...

Lembro-me de mo passares para a mão assim que cheguei a casa anunciando que tinha passado no exame de condução para irmos nele almoçar e comemorar no já extinto Caleidoscópio ali no Campo Grande. E lembro-me de te ver e crer confiante nas minhas capacidades enquanto a progenitora, no banco de trás, soltava "ais" a cada curva. 

Lembrei-me de tudo isto enquanto almoçava há bocado: "guizadinho de grão com enchidos". Pareceu-me boa ideia quando temperada com a fome mas fiquei-me enjoadamente a meio, o estômago e o fígado a pedir clemência. Até me admira estar a conseguir escrever. Tal qual cobra que engoliu boi, pasmo como consigo que o sangue aflua ao cérebro...

Até sempre, Brigitte. Foi bom, muito bom. E assim te guardo. Correcção: guardamos.

segunda-feira, março 27, 2017

Das preces

Talvez já tenha pedido demais. Talvez a minha quota de preces desesperadas tinha sido já excedida. Aceito. Agradeço. Foi-me concedida uma nova vida. Trocaria? Não. Definitivamente, não. E este talvez seja o único "não", de todos os "nãos", que me conforta em vez de me magoar - a mim, menina-mulher, de pêlo na venta, que se recusa à derrota sem antes se digladiar com ela, que acredita sempre que "sim", que refuta, contesta, nega, repele os "nãos" -... Aceito. Agradeço. Estou aqui. Agora é só comigo, aos deuses não posso pedir mais.

sexta-feira, março 24, 2017

quinta-feira, março 23, 2017

Lei de Murphy - 1, eu - 0

... e logo no dia em que a minha cara gritava noite mal dormida...

quinta-feira, março 16, 2017

Sailing boats



















Paul Klee

Quem sai aos seus...

Fiquei a saber há pouco tempo que, em determinadas instâncias a nível profissional, era conhecida como "a cabra da vírgula"...

Tenho que confessar que não desgosto... ;)

quarta-feira, março 15, 2017

Perfil

O estômago embrulhou-se. Tirou-me a fome, no lugar dela só um bolo indigesto. Tenho medo, as concretizações dos outros aterrorizam-me enquanto as minhas parecem nunca conseguir sair do papel. Tenho medo da dor da inveja que não quero sentir. Estou tão cansada de fracasso...

sexta-feira, março 10, 2017

Wishing upon a star...


De quando os "maus fígados" dormem connosco

Só hoje já seguiram três emails. Três. E ainda não são 11 da manhã. 

Um deles ponderado de ontem para hoje porque aprendi, muito e muito às minhas custas, que, por vezes, o sono e as horas que passam amaciam a rudeza da impulsividade e dotam-na de uma superioridade interessante. A tal "chapada" de luva branca. 

Os outros dois foram como tinham que ir: sem misericórdia. Porque há "chapadas" que têm que ser dadas de mão aberta, a doer.

Pronto. Já estou mais aliviada.

quinta-feira, março 09, 2017

Perfil

Eu, hoje, estou a "estalar". Eu, hoje, sinto-me no fio da navalha, a um passo... passo?!? milímetro!! de me saírem umas quantas pela boca fora. Os "maus fígados", hoje, estão ao rubro, inchados no seu limite. Eu hoje estou de me deixarem quieta porque a mordedura mais que provável será da família da cobra, não vai só doer, é capaz de envenenar, retesar até a mais indulgente das almas. Sinto cada palavrinha como lixa na minha santa paciência que, por si só, já de santa pouco tem. Eu, hoje, tenho que respirar fundo, tenho que inspirar até me doerem os alvéolos, tenho que me dotar de abstracção reforçada porque sinto, temo e sinto-me balão a roçar em alfinetes. Hoje não há sol que me valha. 

Considerem-se avisados. 

segunda-feira, março 06, 2017

Being caribbean in Brixton town...


Perfil

Nada como ir ali num instantinho passar um fim-de-semana a uma outra cidade europeia para abrir falência logo no início do mês...