quinta-feira, dezembro 28, 2017

Constatação #109

O Natal engana. O Natal ameaça cedo e dessa forma nos ilude fingindo-se imenso. O Natal parece nunca mais acabar até que chega de facto e finda-se, num mesmo sopro. O Natal engana-me. E é por isso que, invariavelmente, concluo que o saboreei de menos....

Está combinado: amanhã atiro-me às azevias, sonhos e rabanadas como se o Natal só voltasse para o ano.

quarta-feira, dezembro 27, 2017

Crónica natalícia

Vi-o chegar com alguma desatenção, de tão cheia que estava de acontecimentos e afazeres. Já não o vivo como antes mas a memória de alguns natais passados espicaçou-me - a prova que há assombrações benditas -  e enchi-me o que pude dele: luzes e a costumeira ronda pela cidade para as contemplar regada a vinho quente ou a ginginha; açúcar e canela em medida boa; o forno a testar variações de biscoitos; embrulhos mais ou menos bem conseguidos; os doces tradicionais, os que sempre se fizeram na família e os de tradições mais recentes, da minha geração, mas que já ninguém dispensa - "vais fazer o teu doce, não vais?"- (de forma inusitada, a receita teve o desplante de me desafiar quatro vezes e só um copo de vinho tragado no momento certo me impediu de a fazer voar pela janela fora). E ainda houve tempo para não deixar escapar o Miró. De mãos dadas, barrete de lã e vontade de não nos darmos por garantidos. Nem a nós, nem a nada. Debaixo da árvore jogou-se à sorte com a promessa de viagens a mares quentes e vista para palmeiras já no primeiro trimestre e a família reuniu-se e uniu-se, os mais velhos a requerer cuidados, os mais novos a encher a sala de risos, os homens e mulheres que agora estão ao leme a unir as duas pontas entre piadas e brindes. A seguir vem o novo ano, a seguir vêm os desejos. Não sei qual a carta que rege o meu signo em 2018 mas confesso que não me interessa. Se houve ensinamento dado pelo ano que agora termina foi o de que o futuro é, decididamente, sobrevalorizado.


quinta-feira, dezembro 21, 2017

Já ias dormir...

Admites em definitivo que "cabra da vírgula" é a alcunha que nasceu para ti quando, respondendo a um interessado nas tuas vendas no OLX, decides empregar os dois pontos numa frase pondo a hipótese que, do lado de lá, possam aprender, assim, a usá-los...

segunda-feira, dezembro 11, 2017

domingo, dezembro 10, 2017

Porque é uma das minhas, a ouvir em loop...




Nada ficou no lugar, eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo, eu quero acordar sua família...
Eu vou escrever no seu muro, e violentar o seu gosto
Eu quero roubar no seu jogo, eu já arranhei os seus discos...

Que é pra ver se você volta,
Que é pra ver se você vem,
Que é pra ver se você olha,
Pra mim...

Nada ficou no lugar ,eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma, queria falar sua língua...
Eu vou publicar os seus segredos, eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos, o resto da minha alegria...

Que é pra ver se você volta,
Que é pra ver se você vem,
Que é pra ver se você olha,
Pra mim... 

Mentiras

Adriana Calcanhoto

Exercitando #3 (em limpezas de arquivo...)

Penso que não houve ninguém que não te tivesse alertado: exageraste, continuavas a exagerar. Consumido pela dor que te trespassava a pele não olhaste a meios para me cobrar o que achavas que te devia: dor igual. Medias as palavras certificando-te que a tua escolha recaía sobre as mais afiadas, as que provocariam maior estrago. Formatavas o modo de maneira a que não me restassem dúvidas: eras agora um muro, qualquer tentativa da minha parte de o escalar e chegar a ti seria draconianamente repelida. Um dia, cansei-me: tu continuaste a exagerar - sozinho.

quinta-feira, novembro 16, 2017

sexta-feira, novembro 10, 2017

Perfil

Eu SOU o elefante no meio da sala...

terça-feira, novembro 07, 2017

Dos dias bons

Vai-se a ver perdi a prática, a elasticidade. Vai-se a ver os efeitos das drogas legais e prescritas alongam-se no espectro e as células que me regem as emoções não conseguiram escapar. Dou por mim a tentar encontrar razões, motivos, argumentos racionais - eu igual a mim própria - até que desisto e resolvo render-me às evidências. Mas chateia-me. Gostava dessa parte de mim.

Olho para trás, para os últimos tempos, não para os revistar mas para perceber se já é evidente que transformação operaram em mim. Não é a primeira vez na minha vida que me vejo a braços com a constatação de que sou pouco permeável aos embates. Costuma-se falar em acontecimentos que mudam a vida, a partir dos quais nunca mais nos vemos os mesmos, a partir dos quais se passa a assumir um "antes" e um "depois". Comigo, mesmo vítima de choque frontal, parece ser processo de passos lentos: os ventos de mudança provocam movimentos quase imperceptíveis, dir-se-ia que não me mexo, que não se conseguem impregnar em mim assim de repente. Vou assimilando e as transformações parecem ocorrer devagar, devagarinho, a uma velocidade de processamento muito minha, no fundo, aquela que eu autorizo que exista.

Hoje é um dia bom. E escrevo-o para o registar porque os dias bons parecem estar condenados a ver-se submergir na lama da guerra com os outros e raro se lhes é dado o devido valor.

E a resposta à pergunta "porquê eu?" só pode ser uma: e porque não?

Mas hoje é um dia bom.

segunda-feira, outubro 23, 2017

Frase do dia

“Monsters are real, and ghosts are real too, they live inside us, and sometimes they win.”
Stephen King

sexta-feira, outubro 06, 2017

Sim, fui menina para corrigir o acento em onze andares...


Constatação #108

Há algo de nauseante em, ignorando como irá ser a nossa vida, saber já como não será...

quinta-feira, setembro 21, 2017

Parágrafos ou "qual é a frase que melhor define a tua vida...?"

E disse-me "tome nota dos seus sonhos" mas eu ignorei. Ou melhor, adiei, fui adiando, agora não, talvez amanhã, até que me assumi que não me apetece. E ainda bem. Não creio que o meu caderninho preto tolerasse tal engorda das suas páginas. Porque tem sido uma constante: vívidos, marcantes, a cores, de formas concretas, detalhados. Acordo cansada e conseguindo apontar o dedo a caras, locais e circunstâncias; revejo saudades, revisito questões, até assumo missões a levar a cabo ao acordar. Vivo uma vida paralela, portanto...

E ouço "acho-te muito bem, estás óptima" e pergunto-me se devia estar "muito bem" e "óptima". Cada vez que me elogiam, intrigam-me, plantam dúvidas no meu sentir. Mas eles não sabem nem sonham que o meu sentir também sabe e sente que há-de haver um dia em que hei-de quebrar, em que a minha realidade, que até agora parece apenas levitar em torno da minha pessoa, se me há-de cair em cima e encharcar até aos ossos. Dá-me ideias que tenho estado demasiado ocupada a geri-la para a sentir...

E pergunto "há ironia maior?". Deve haver mas esta é das grandes. Anos e anos de deserto, alguns deles de uma sede quase mortal, e agora a vida acena e ri-se, de braço dado à oportunidade que eu não posso agarrar. Devem ir ao cinema... "Mas vai também", dizem-me, e eu rio-me mas sem vontade...

E exijo-me "não te deixes intimidar, agarra o momento pelos cornos e faz dele o que queres que seja". E eu sei que chegou a hora..

Whatever...


sexta-feira, setembro 15, 2017

domingo, setembro 10, 2017

Parabéns

























Estás comigo, eu sei que estás. Demorei a compreendê-lo, talvez o rejeitasse. Ou tudo ou nada, devia pensar. Mas a verdade é que estamos juntos. E sinto-o nas mais pequenas coisas. Senti-o no vento a bater-me na cara à medida que me voltava a atrever a pedalar, cada vez mais rápido. Foste tu que me ensinaste, lembras-te? Senti-me pequena outra vez mas livre, tão livre. Nos caminhos de terra, na poeira a levantar-se, no sabor a Verão. E contigo a segurar o selim... Senti-o no sol a aquecer-me e no cheiro dos pinheiros, senti-o no contacto com os bichos e nas tuas palavras a ecoar, as palavras que sei que dirias. Parabéns. Estamos juntos. E eu sou mais feliz assim.

terça-feira, agosto 22, 2017

De nada...!

"T., tenho que lhe dizer: é, sem duvida, a pessoa mais assertiva que temos aqui!"

segunda-feira, agosto 21, 2017

'Karma is a bitch' mas...

... talvez a minha justiça ainda tarde...

quinta-feira, agosto 17, 2017

Camuflagem

Não estou habituada a toda esta atenção. Como se, de uma hora para a outra, me tivesse tornado visível como nunca antes, quase luminosa, quase néon. Como se a Terra agora tivesse parado de girar permitindo que os olhos se fixem sem vertigens e me observem como se fosse a primeira vez. Silêncio. Respiração suspensa. Olhos perscrutantes que rodam sobre si mesmos em busca de entender o que agora vêem, em busca de adivinhar o que virá depois para melhor decidir o que dizer agora.

Valem-me os de sempre, aqueles cujos olhares me miram em família, desinteressados, para quem não sou novidade; aqueles para quem não brilho em particular porque sempre me conheceram na luz e na camuflagem; aqueles que comigo brilham e partilham no meu escuro. Valem-me esses porque desses o amor não é nem conveniente nem passageiro.

sexta-feira, agosto 11, 2017

Estado de alma

Talvez seja chegada a altura de não mais tentar adaptar os sonhos a mim e, sim, moldar-me eu a eles: aceitá-los como são, como me chegam, e viver o que eles querem que eu viva. Porque me começa a parecer que os sonhos são oriundos de república independente e a sua existência em momento algum depende dos nossos desejos, das nossas fantasias. Estão-nos destinados a ser sonhados. Mas à sua maneira. Talvez seja esse o tal grande segredo da felicidade...

terça-feira, agosto 08, 2017

terça-feira, julho 25, 2017

Irrealidades

Acho que eu própria esperava uma torrente de criatividade. Imaginava-me sempre de pena em punho, em ânsias de despejar para o papel as golfadas de sentimentos, numa tentativa de os capturar a todos antes que desaparecessem empurrados pelos que vinham a seguir. Imaginava-me a perder o fôlego, a ter que me agarrar à escrita para recuperar o equilíbrio, o sentido, a calma, para apaziguar a dor. Imaginava-me em produção desenfreada...

Não sei que me diga. Vejo-me dona de uma espécie de inconsciência que me assusta. Ao contrário do que já me foi usual em épocas de cheias e tormentas, sinto mas não me desmancho. E eu não me reconheço assim tão apaziguada. Dir-me-ão que é a fé, eu cá aposto no oposto e voto na incredulidade. Talvez porque nada pareça tão irreal como a morte em vida...

domingo, julho 23, 2017

Constatação #107

Decididamente, e por mais do que uma razão, estou bem mais para Dalila do que para Sansão.

terça-feira, julho 18, 2017

Oito

Maçã com mel... 

sexta-feira, julho 14, 2017

Perfil

Cumulativos...

sábado, julho 08, 2017

sexta-feira, julho 07, 2017

quinta-feira, julho 06, 2017

Parabéns...

Sim, parabéns. Por teres chegado até aqui inteira, talvez mais inteira do que alguma vez foste. Inteira com vazios, com buracos de alma, com malhas no teu tecido, sinónimos de saudades, e saudades são sempre sinónimo de algo que falta. Mas inteira. Inteira em quem és e em quem queres ainda vir a ser. Inteira de vontades e sonhos e ânsia de ir mais além e do muito que sentes que ainda tens para viver. Inteira de certezas, inteira por ti própria.

A vela apaga-se mas não será a última. Uma vela, um festejo. Uma vela por cada momento de amor que tens a sorte de viver nestes dias, que no teu caso nunca são só um. A vela apaga-se para que se acenda a sorte de mais um ano que começa.

Um dia vai agradecer, ouviste tu. Sim, acreditas cada vez mais... um dia vais agradecer e essa será a suprema conquista.

domingo, julho 02, 2017

Constatação #106

Há copos de vinho que me sabem a alma...

sexta-feira, junho 30, 2017

Se a vida te dá limões, junta-lhes tequilla. Ou gin... ou vodka... ou...

Parece coisa de pretenso guru motivacional, que agora está tanto na moda, mas há que reconhecer-lhe mérito (não aos "pretensos" mas aos princípios deste tipo de filosofia): a vida pode ser uma grande m****. Na maioria das vezes, até o é, de facto. Mas nós temos que a viver, não há saída... não será de responder ao fatalismo escolhendo saborear verdadeiramente o resto?

Se pensarmos bem, o mais fácil é deixar-nos afundar na dita ( errr... m****? Sim, m****) porque não requer qualquer tipo de esforço, basta fazer corpo mole e lá vamos nós. Difícil é nadar contra a corrente e tentar que a cabeça fique à tona. Dir-me-ão: isso é tudo muito bonito, uma linda alegoria,  ainda que por demais batida, mas nem sempre temos forças. Verdade. É a mais pura das verdades! E ninguém pode ser condenado por isso. A dor pesa. O sofrimento pesa. São pesos extra amarrados aos pés. Há dias, há fases, às vezes, há meses e anos em que levam a melhor: os pesos, a m**** da vida, a corrente de forças contrárias à nossa vontade, ao que nos faz feliz. É uma pena, é um desperdício de tempo que não volta mas é verdade e é humano e, talvez, até faça parte do caminho, não sei. Sei, sim, que devemos - a nós próprios, a mais ninguém -, quando encontramos um sopro de força cá dentro que nos dê um empurrão, tentar apanhar a onda, como podermos. Esqueçam-se do perfeccionismo, se só conseguirem encavalitar-se na prancha de joelhos ou agarrá-la com as mãos, que seja. Que seja! Não tem que ser bonito, não tem que ser vistoso, basta ser. Porque há vida para além da m****. Há dores no corpo mas também há beijos ternos de manhã que ajudam a aliviá-las. Há tardes sisudas e fracas de espírito mas também há Chopin ao piano que atravessa as paredes vindo da casa ao lado.  Há ordens para não sair e há amigos que, sendo assim, entram, carregados de almoço ou lanche pronto a ser consumido e que riem connosco na nossa clausura. Há medo mas há esperança e rezas de tio adorado mas já velhinho todas as noites. Há vómitos e cabeça a latejar mas há medalha de santa com o nosso nome trazida de propósito por amigo que considerávamos distante. Há amor, há amizade, há solidariedade, há carinho, há presença, há atenção, há família, de sangue e alargada e que se escolhe. E há dias sem dores. E sem má disposição. E com apetite. E em que o café nos volta a saber bem...

Revisitei há uns dias uma frase feita daquelas bonitas que inundam as redes sociais e que adornam perfis no campo dos motes de vida. Dizia qualquer como coisa: a vida é o que queremos que seja. Pois, às vezes não é. Uma parte, talvez bem maior do que gostaríamos de admitir, não é. Ainda apanhei a febre do empowerment no meu crescimento enquanto pessoa mas, talvez felizmente, tenha ido ainda a tempo de o saber finito, com limites. Temos sempre poder para tentar mudar a nossa vida. Sempre. Mas a nossa força também reside na aceitação do que não passa por nós decidir e, acima de tudo,  na capacidade de viver o melhor possível as entrelinhas, as entrelinhas que cosem os momentos uns aos outros e que os enfeitam, as entrelinhas que são, nem mais nem menos, a nossa expressão e a forma como decidimos viver tudo o que a vida nos impõe e todo o terreno que lá lhe vamos conseguindo conquistar.

quarta-feira, junho 28, 2017

sexta-feira, junho 09, 2017

Primeira pergunta num questionário sobre determinado exame médico...

... "Sente grande ansiedade por ir realizar este exame?"

Eerrr... não sentia,  não... obrigado...

quinta-feira, junho 01, 2017

Da minha avó...

'Bem me parecia... Ontem era já de noite e não consegui ver bem mas bem me parecia que tinha olhos de gata!'

Obrigado, avó, por teres arranjado forma de me fazer ouvir esta expressão tão tua e tão minha que nunca mais ninguém me tinha dito.

sexta-feira, maio 26, 2017

quinta-feira, maio 25, 2017

Perfil

Oscilo vertiginosamente entre cenários. Quando me sinto a afundar no tenebroso grito-me para cima e de um salto inebrio-me de optimismo. Mas este salto parece-me sempre grande demais, bom demais, irreal demais... e daí o vice-versa... Ainda não encontro o equilíbrio. A realidade poderá encontrar-se algures no meio...

segunda-feira, maio 22, 2017

The good life...


Da semana...

























"Na semana que passou, a energia do Arcano 16, a Torre, veio derrubar os nossos muros e deixar-nos perante as possibilidades que a destruição permite. Agora vem a carta seguinte, o Arcano Maior 17. A Luz-Guia da Estrela (ou das estrelas, no plural, como foi primitivamente também chamada) vem para iluminar a nossa semana, de dentro para fora, feita de inspiração e esperança." 

Energia para a Semana 21 – 28 Maio – XVII A ESTRELA

quinta-feira, maio 18, 2017

Porque vem a propósito... e de mais do que uma forma...


Perfil

Pergunto-me se é desconsciência, se é maturidade... talvez seja tão somente recusa...

quarta-feira, maio 17, 2017

Perfil

Sustendo...

segunda-feira, maio 15, 2017

Porque é, sem dúvida, a minha versão preferida... e sei que também seria a tua...


Do Sol em Saturno...

Vêm-me à cabeça as imagens dos tornados que, ciclicamente, assolam determinadas parte do mundo. Vem-me à cabeça o seu poder de destruição em forma de força centrípeta que suga para dentro de si tudo o que encontra pelo caminho. Pessoas, animais, objectos grandes e pequenos sem qualquer poder para lhe resistir, rodopiados em ventania, perdidos nos seus braços, atordoados nas suas voltas sem saber qual será o seu fim. Do meu tornado pessoal também não escapo. Cada vez que me sinto a conseguir pôr finalmente os pés do chão, sou de novo levada, sugada, manipulada, arremessada. Sem poder. Sem remédio. Obrigada a aceitar. 

"Vieste para morrer uma pessoa diferente daquela que nasceu. Esta tua existência servirá para que mudes, exigirá que mudes, que te transformes. Vieste para mudar e vais mudar. Porque mesmo que resistas, a vida vai-se pôr à tua frente e obrigar-te a isso. Não há como escapar. Por isso, não batas de frente, vai ser pior para ti. Aceita, assume, abraça."

segunda-feira, maio 08, 2017

sexta-feira, maio 05, 2017

Dos espantos

"Mas... mas... tia... como é que tu ainda consegues fazer a "roda"?!?"

(não fosse eu gostar tanto dela, levava-me uma lambada naquela cara... ainda!?... essa agora! miúda, tenho que te ensinar a ter noção do perigo...)

quarta-feira, maio 03, 2017

Carinha chapada! Em planta...

























"Olha, comprei-ta porque me fez lembrar o teu cabelo.  Chama-se, popularmente, "não te metas na minha vida". Não te preocupes, tem este ar fofinho mas é uma planta muito resistente!"

Definições


Jeté, (French jeté: “thrown”), ballet leap in which the weight of the dancer is transferred from one foot to the other.

Contusão muscular, lesão traumática aguda, sem corte, decorrente de trauma directo aos tecidos moles, e que provoca dor e edema. 


Agora é só fazer as contas...


................. 


- Ó T., desculpe lá mas pôr a perna em cima do módulo de gavetas... fica demasiado elevada, não?... consegue? 

- Claro! Então não havia de conseguir... eu faço jetés !!!!"

And how about...

... your dreams coming true... but not to you...?

terça-feira, maio 02, 2017

Wishful thinking

Bolo de aniversário mega duchess + chá drenante de ervas.

O segundo anula o primeiro, certo..?!

B e D

























"Ó tia, já viste que todos os bichos da tua casa ou são todos pretos ou têm algum preto no pêlo..?"

sexta-feira, abril 28, 2017

Pergunta

Quem és tu..?

quarta-feira, abril 26, 2017

segunda-feira, abril 24, 2017

quinta-feira, abril 20, 2017

Constatação #105

Existe uma certa liberdade na derrota...

Das portas fechadas


quarta-feira, abril 19, 2017

De mãos dadas

Foi há pouco tempo. Não sei que pernas me tinham levado ali nem tão pouco onde estava. Como é apanágio dos sonhos, há explicações que não dadas, deixam-se à dedução ou votam-se ao conformismo. Mas senti, sem dúvida, a tua mão no meu ombro. Era uma mão apaziguadora, quente, a tua mão como me lembro dela, a tua mão dona do dedo mindinho que eu agarrava com força quando a minha era pequena demais para mais. A tua mão que sem palavras me disse: não faz mal, não há problema, vai, avança. Estou contigo, sempre.

Quando acordei e me sentei na cama como sempre faço a dar tempo para que os sonhos se retirem, recordei a tua mão com nitidez como se a voltasse a sentir. E confirmei-lhe a mensagem. Sem equívocos. Percebi, então, que tinha estado à espera dessa resposta, da resposta a uma pergunta que não tinha tido nunca coragem de fazer mas que me gritava de dúvida havia muito. Percebi e fiquei em paz, finalmente. 

Não há processos de paz rápidos, eu acho. Como os que se encetam entre pessoas ou organizações ou estados, também os processos de paz internos, de nós para connosco, requerem tempo e negociação. Há que macerar as ideias, tirar-lhes o sumo para que se fundam melhor em nós. Há que aceitar os retrocessos, os passos atrás. Há que pesar as consequências, as práticas e as que nos pesam na alma. Há que nos habituarmos a uma nova ordem das coisas. Há que descobrir os pontos-chave que interessa manipular para que se proceda à abertura das portas que nunca pensámos transpor mas contra as quais andamos a embater de frente...

O meu processo já tinha começado antes. Vem sendo levado adiante, com paciência comigo mesma, com amor pela minha dor. A tua mão no meu ombro, como mão na minha mão, levou-me em paz um passo à frente. O passo que faltava dar.

segunda-feira, abril 17, 2017

2ª feira...

Porque depois de uma hora em pé, em jejum, à espera de ser chamada para fazer análises, nada completa o ramalhete como encontrar o carro bloqueado pela minha velha amiga EMEL... 

"Bom dia para si também. Lamento mas antes de qualquer outra coisa, faça o favor de retirar a fita para que eu possa aceder à comida que tenho no carro. Caso contrário, terá que lidar com dois bloqueios: o do carro e o meu, estatelada no meio do chão. "

quarta-feira, abril 12, 2017

segunda-feira, abril 10, 2017

quinta-feira, abril 06, 2017

Perfil

Tenho coisas para fazer... tenho coisas para fazer... tenho coisas para fazer....


...ok, amanhã também é dia...

And, suddently, I'm in love...




















Crescent moon above the sea 
Emil Nolde

quarta-feira, abril 05, 2017

sexta-feira, março 31, 2017

Disto eu percebo uma coisa ou duas...

"A vida é igual a pilates: se está fácil, está errado."


in A Vida em Azul Cueca

terça-feira, março 28, 2017

Bye, bye também de BB

 



















E assim chegamos ao dia em que nos separamos... Mais um "fim", como destacou a progenitora. A ela disse que não exagerasse, era só um carro, um carro do qual já te terias desfeito se tivesse cabido a ti fazê-lo. Vinte e não sei quantos anos já é idade mais que suficiente para merecido descanso. Acho que a convenci. Mas a mim abriu-se alçapão de memória...

Lembro-me de o ter ido ver pela primeira vez contigo. Lembro-me de irmos ao stand que já não existe, levados pelo velhinho Citroen Visa vermelho. E lembro-me da arrogância do vendedor, a desvalorizar o Visa com vista a melhor negócio e eventual melhor comissão. Lembro-me de o deixares falar e falar e falar para no fim, quando ele, arrogante mais uma vez, te disse "então vamos lá assinar a papelada", responderes com um sorriso satisfeito e seguro "calma, meu caro amigo, eu só vim ver e saber quais as condições, ainda não me decidi a comprar nada, pelo menos aqui". Piscaste-me o olho e nesse dia eu aprendi como se lida com a arrogância. É deixá-la inchar. Quanto mais inchada, mais gozo dá a estocada final.

Lembro-me que foi nele que aprendi a conduzir. Sim, porque tinhas razão quando me dizias que as aulas de condução só ensinam a pôr a máquina em andamento. O resto aprende-se na vida real, no trânsito, na confusão, no dia-a-dia, sem instrutor ao lado para pressionar o travão.

Lembro-me que foi nele que nos levaste a todas  - acho que seriamos umas oito -, mascaradas até ao tutano, à festa de Carnaval que organizámos naquela discoteca de índole duvidosa alugada para esse dia (aluguer que não compreendia serviço de pessoal a não ser o do bar, bem entendido). Lembro-me da CL no banco de trás toda curvada por causa da sua comprida pena-enfeite-de-cabeça, parte integrante de indumentária dos anos 20. E lembro-me que essa curta viagem foi antecedida por uma tarde lá em casa dedicada a pôr toda a gente bem equipada de respectiva fatiota, o meu quarto feito camarim de teatro ou bastidor de desfile de moda - roupa, acessórios, pinturas espalhados por todo o lado -, a progenitora a alimentar-nos a tarte de maçã caseira e sumo e a colaborar como costureira-cabeleireira-maquilhadora e o que mais fosse preciso para garantir que aquelas oito amigas, de sempre e até hoje, saíssem das suas mãos impecáveis: o esfregão (sim, esfregão...) e as toneladas de laca no cabelo anos 40 da C., as frutas bem cosidas (com "s"...) e seguras da Carmen Miranda da A., os teus óculos antigos, quadrados e de lentes verdes, que pareciam ter sido guardados de propósito para que eu os pusesse naquele momento, a completar o visual anos 70 juntamente com os sapatos de madeira compensados de outra progenitora de outra de nós. Estarias calmamente na sala a ler o jornal não te envolvendo em nada disto, esperando apenas pelo momento em que fosses chamado a intervir como chauffeur das miúdas. O chinfrim que fizemos nessa curta viagem...

Lembro-me de as minhas amigas se referirem a ele como Brigitte Bardot ou simplesmente Brigitte... (e já viste que também tem no nome o ano anterior e o ano posterior ao do meu nascimento? De certeza que sim, muito primeiro que eu, eu diria que logo no momento em que o recebeste...)

Lembro-me da manta que exigias que o banco de trás apresentasse para permitir que o cão lá se pusesse à janela. E não me lembro mas acredito que esta cedência tenha levado meses e meses, se não anos, a ser conseguida, "era o que faltava, que disparate, é um animal, tem que ir no chão, agora à janela..!".

Lembro-me de, no banco ao meu lado e enquanto eu conduzia, me pores a ponderar a
relação espaço disponível/distância/velocidade...

Lembro-me de mo passares para a mão assim que cheguei a casa anunciando que tinha passado no exame de condução para irmos nele almoçar e comemorar no já extinto Caleidoscópio ali no Campo Grande. E lembro-me de te ver e crer confiante nas minhas capacidades enquanto a progenitora, no banco de trás, soltava "ais" a cada curva. 

Lembrei-me de tudo isto enquanto almoçava há bocado: "guizadinho de grão com enchidos". Pareceu-me boa ideia quando temperada com a fome mas fiquei-me enjoadamente a meio, o estômago e o fígado a pedir clemência. Até me admira estar a conseguir escrever. Tal qual cobra que engoliu boi, pasmo como consigo que o sangue aflua ao cérebro...

Até sempre, Brigitte. Foi bom, muito bom. E assim te guardo. Correcção: guardamos.

segunda-feira, março 27, 2017

Das preces

Talvez já tenha pedido demais. Talvez a minha quota de preces desesperadas tinha sido já excedida. Aceito. Agradeço. Foi-me concedida uma nova vida. Trocaria? Não. Definitivamente, não. E este talvez seja o único "não", de todos os "nãos", que me conforta em vez de me magoar - a mim, menina-mulher, de pêlo na venta, que se recusa à derrota sem antes se digladiar com ela, que acredita sempre que "sim", que refuta, contesta, nega, repele os "nãos" -... Aceito. Agradeço. Estou aqui. Agora é só comigo, aos deuses não posso pedir mais.

sexta-feira, março 24, 2017

quinta-feira, março 23, 2017

Lei de Murphy - 1, eu - 0

... e logo no dia em que a minha cara gritava noite mal dormida...

quinta-feira, março 16, 2017

Sailing boats



















Paul Klee

Quem sai aos seus...

Fiquei a saber há pouco tempo que, em determinadas instâncias a nível profissional, era conhecida como "a cabra da vírgula"...

Tenho que confessar que não desgosto... ;)

quarta-feira, março 15, 2017

Perfil

O estômago embrulhou-se. Tirou-me a fome, no lugar dela só um bolo indigesto. Tenho medo, as concretizações dos outros aterrorizam-me enquanto as minhas parecem nunca conseguir sair do papel. Tenho medo da dor da inveja que não quero sentir. Estou tão cansada de fracasso...

sexta-feira, março 10, 2017

Wishing upon a star...


De quando os "maus fígados" dormem connosco

Só hoje já seguiram três emails. Três. E ainda não são 11 da manhã. 

Um deles ponderado de ontem para hoje porque aprendi, muito e muito às minhas custas, que, por vezes, o sono e as horas que passam amaciam a rudeza da impulsividade e dotam-na de uma superioridade interessante. A tal "chapada" de luva branca. 

Os outros dois foram como tinham que ir: sem misericórdia. Porque há "chapadas" que têm que ser dadas de mão aberta, a doer.

Pronto. Já estou mais aliviada.

quinta-feira, março 09, 2017

Perfil

Eu, hoje, estou a "estalar". Eu, hoje, sinto-me no fio da navalha, a um passo... passo?!? milímetro!! de me saírem umas quantas pela boca fora. Os "maus fígados", hoje, estão ao rubro, inchados no seu limite. Eu hoje estou de me deixarem quieta porque a mordedura mais que provável será da família da cobra, não vai só doer, é capaz de envenenar, retesar até a mais indulgente das almas. Sinto cada palavrinha como lixa na minha santa paciência que, por si só, já de santa pouco tem. Eu, hoje, tenho que respirar fundo, tenho que inspirar até me doerem os alvéolos, tenho que me dotar de abstracção reforçada porque sinto, temo e sinto-me balão a roçar em alfinetes. Hoje não há sol que me valha. 

Considerem-se avisados. 

segunda-feira, março 06, 2017

Being caribbean in Brixton town...


Perfil

Nada como ir ali num instantinho passar um fim-de-semana a uma outra cidade europeia para abrir falência logo no início do mês...

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

Amor é...






















... estar soterrada debaixo de um gato de sete quilos e respirar devagarinho para ele não sair...

quarta-feira, fevereiro 22, 2017

Porque não me canso de aprender, seja em que língua for

Put-on
noun [ C ] uk ​ /ˈpʊt.ɒn/ us ​ /ˈpʊt.ɑːn/ US informal ​ 

An attempt to deceive someone into believing something that is not true: 
She's not really angry - it's just a put-on.

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Vulgar de Lineu

"Significa vulgar, normal.
A expressão vem do médico e investigador sueco Lineu (cf. Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves, Notícias Editorial, Lisboa), que criou uma classificação de plantas e animais, base da ordenação científica da botânica e da zoologia. A sua obra mais importante intitula-se Systema Naturae, onde classifica as plantas segundo os seus órgãos sexuais. "
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa 



Tenho saudades de ser vulgar, de ser como todos os outros. Já lá vai o tempo em que a diferença me seduzia e em que a coragem de a assumir, de a usar, de me engalanar dela me fazia orgulhosa de mim. Já lá vai o tempo das batalhas pelo direito ao risco e a sair fora do risco, pelo abandono da carneirada.... Gostava, agora, de descansar no caminho já traçado e só ter que percorrer o seu desgaste de passos dados...

Diz-se que a vida, ou na sua versão religiosa, Deus, só nos oferece aquilo que sabe que conseguimos carregar. Não tenho dúvidas da largura dos meus ombros, da força das minhas pernas e da tenacidade do meu espírito. Não tenho dúvidas sobre a minha capacidade de enfrentar tempestades e oposições, estranhezas e preconceitos. Mas o cansaço vem levando a melhor...

Nunca a vulgaridade me pareceu tão doce...

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Das solidões

"Embora seja normal dizer-se, hoje em dia, que as pessoas andam muito sozinhas, não acho nada normal que nos sintamos tão sozinhos. Isso acontece quando não conseguimos fazer companhia a nós próprios; a solidão, nesse caso, pode enlouquecer-nos. Escrevi um livro acerca deste tema. Chama-se O Luto de Elias Gro. Não estar sozinho não é estar rodeado de pessoas. É um erro pensar que os outros é que nos vão salvar da solidão. Um erro enorme, que estraga muitas relações – familiares, românticas, de amizade." 
João Tordo

sexta-feira, fevereiro 17, 2017

Confirma-se...

... nada me consegue mudar tão instantaneamente de humor (para melhor!) como receber um email que me diz: a sua reserva (de avião) está confirmada...


(Sim, Londres, here I go again, mais uma de já muitas. Nunca pensei que fosses tu a tornares-te a minha segunda cidade, sempre vaticinei que esse lugar ser-me-ia ocupado por outra... mas assim é. E o que eu gosto que seja, my dear... )

quinta-feira, fevereiro 09, 2017

Num dos meus actuais favoritos...

+Pistola y Corazon Taqueria 

























... tacos, Corona, gente, cheio de gente, a mesa de madeira corrida, que finalmente vaga e já não era sem tempo. Vontade de ficar o resto da noite mesmo já sendo tarde. Gente, música, as horas de jantar que nestes dias não obedecem a nada a não ser ao que nos apetece. Mais "pimentas", menos "pimentas", até onde aguentar, e aguento cada vez mais. Saboreio cada vez mais. A noite de Lisboa que tem cada vez mais graça, mais diversidade. Sair da rotina, dos costumes, do bairro de sempre, sair da zona de conforto. Palavra de ordem: experimentar. E esperar que a primeira experiência prove merecer segunda. E é o caso. Sexta-feira e uma semana inteira para tirar dos ombros. Mais uma tequila? Pode ser. Sin verguenza.

Não há como não amar os sul-coreanos e o seu serviço pós-venda... :)

























(... e sim, mesmo quando as amostras que amorosamente juntam à compra só apresentam rótulo em coreano...)

quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Das primeiras coisas

Café. E folheto com promoções do Lidl. Depois começo a trabalhar...

sexta-feira, fevereiro 03, 2017

Amor é...

























... dormir agarradinhas...

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

Caramba, o que eu gosto disto...

Das questões que me assolam...

Em busca de fatiota de pirata (mas pirata porquê? porque... sim, pronto) para festa carnavalesca que se avizinha. 

E pergunto-me eu, enquanto navego em águas cibernáuticas e analiso as opções que os diversos comerciantes de material para folguedo me oferecem: seria possível ir de pirata mas... vá... vestida...? Pronto, foi uma coisa que me ocorreu, sei lá...

E seria possível, havendo a opção "com roupa" mencionada atrás, que essa fosse um bocadinho para além do que costuma ser útil para venda (eu diria mais aluguer pontual) de bens e serviços à volta do Técnico...? 

Não...?

sexta-feira, janeiro 20, 2017

Perfil

Não. Faz o que aprendestes a fazer melhor: sai à rua, aproveita a noite, conversa, atira-te a sabores fortes, que mexem com os sentidos. Faz o que aprendestes a fazer melhor: aprecia o que tens, ri, abraça, aceita o que não tens, pelo menos por hoje. Amanhã lutas mais. Amanhã é outro dia.

terça-feira, janeiro 17, 2017

segunda-feira, janeiro 16, 2017

Porque eu também sou meia gato gaiato e há letras que nos lêem...





Pelo o que me diz respeito
Eu sou feita de dúvidas
O que é torto o que é direito
Diante da vida
O que é tido como certo, duvido
Sou fraca, safada, sofrida
E não minto pra mim

Vou montada no meu medo
E mesmo que eu caia
Sou cobaia de mim mesma
No amor e na raiva

Vira e mexe me complico
Reciclo, tô farta, tô forte, tô viva
E só morro no fim
Lá do alto do telhado pula quem quiser
Só o gato que é gaiato
Cai de pé

E pra quem anda nos trilhos cuidado com o trem
Eu por mim já descarrilho
E não atendo a ninguém
Só me rendo pelo brilho de quem vai fundo
E mergulha com tudo
Pra dentro de si

E se a gente coincidisse
Num sonho qualquer
Eu contigo, tu comigo
Os dois, homem e mulher
Sendo a soma e tendo a chance de ser
Um par de pessoas, na boa
Vivendo felizes

Das palavras

Para além dos múltiplos usos que o dicionário lhes pode atribuir, para além do que delas se entende por norma, as palavras carregam também aquilo que lhes damos: o tom com que as ditamos, o traço com que as escrevemos, o sabor a que nos sabem, a emoção ou murro nos estômago que nos provocam. Cama não é só o "conjunto formado pelo móvel usado para dormir, pelo colchão e pela roupa que geralmente o reveste" mas é também o que nos faz sentir quando a dizemos ou quando a pensamos.

Tenho dessas palavras - empatia, epifania, não, melhor, lugar - e quando as ouço ou digo ou leio, o meu cérebro multiplica-se em reacções, curvando-se, mais do que ao seu significado literal, ao outro, que mais me toca. Tremo. Sorrio. Calo. Viajo nos calendários passados da memória e regresso pondo os pés no chão do presente...

quinta-feira, janeiro 05, 2017

Constatação #104

Ninguém sabe esclarecer esta dúvida que me assola há anos, está mais que visto: a dita cueca azul nova usa-se quando? No 31? No 1? Se usamos no 31, quando chega à meia-noite já não é nova.... Se só usamos a 1, não passamos a meia-noite com ela... Não irá qualquer uma destas opções comprometer a grandessíssima sorte com que é suposto sermos bafejados pelo seu uso?!?

(Será de tê-la em riste, nus da cintura para baixo, à porta das doze badaladas, e proceder ao seu enfiamento perna acima à medida que comemos as passas e nos empoleiramos em bancos com notas de €50 na mão que sobrar??)

Ninguém sabe...

segunda-feira, janeiro 02, 2017