quarta-feira, dezembro 24, 2014

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Pois então diz que 2015 será ano do meu juízo final...

O Julgamento
Efeitos positivos no campo sentimental revelando também desejo e expectação. 
Grande probabilidade de inovações no plano material. 
Óptimo período para o favorecimento da intelectualidade. 

A carta O Julgamento afere grandes mudanças na sua vida e que decisões importantes serão tomadas em seu benefício. O Julgamento indica-lhe que deverá libertar-se das suas ideias ortodoxas e que deverá abraçar novas perspectivas de vida quer estejam relacionadas com laços amorosos ou relacionamentos profissionais. Esta carta de uma forma geral passa-nos a ideia de conformação com o que existe e a aceitação de novos ideais numa segunda oportunidade de endireitar o seu rumo. O início de um novo ciclo positivo aproxima-se, caso aceite esta oportunidade de admitir as suas atitudes, aprender com os erros e seguir em frente. 

Na posição de lançamento Obstáculo, O Julgamento indica-lhe que está a ser alvo de escárnio de outros ou que se está a responsabilizar em demasia por algum feito cometido por si. Talvez o problema até esteja na sua visão negativa de algo que esteja a acontecer a outra pessoa, e que se culpe de tal acontecimento. Esta carta avisa-o que deverá deixar para trás este tipo de pensamentos destrutivos de si próprio e avançar em frente. 

Quando lançada como carta de Futuro, sugere-lhe que deverá ter que enfrentar a realidade brevemente ao invés de fugir às suas responsabilidades.  Com esta carta tem agora uma segunda oportunidade para se redimir do passado e aceitar novos desafios e ideais providenciando-lhe uma nova emancipação espiritual que o ajudará a enfrentar os impedimentos na sua vida. 

O Julgamento simboliza sempre uma segunda oportunidade.

Recuerdos


quinta-feira, dezembro 18, 2014

Clube dos Primos

De repente lembrei-me: composeste-nos um hino.

Não sei que idade tínhamos mas decidimos, naquelas férias de Verão, que os laços sanguíneos que nos uniam requeriam fortalecimento: tínhamos que criar uma entidade independente do resto da família, que nos representasse e ligasse por associativismo: o Clube dos Primos. Não sei que idade tínhamos nem sei qual de nós teve a ideia mas lembro-me que havia quotas, um tesoureiro, uma tenda como sede montada no quintal - onde reuniamos para discutir as medidas a tomar e discutiamos o último livro do Tio Patinhas -, um logotipo e uma bandeira e, claro, um hino que tu, prontamente, te ofereceste para escrever. 

Não gostei. Lembro-me de ter sempre uma certa vergonha que não conseguia explicar, vergonha dos holofotes que sempre se viravam para ti quando dessas matérias se tratava. Quando te reconheciam na rua ou pelo nome, quando te associavam à música... não gostava, era criança anónima e sentia-me mais confortável nesse papel. Por isso, quando o assunto era a tua arte, envergonhava-me sem querer e preferia manter-nos afastados. 

Mas nesse Verão, mais um Verão de primos e campo e cheiro a fruta e rio e tardes a escaldar como tantos outros, decidimos que seria também o Verão do nosso Clube. E tu ofereceste-nos um hino.

À memória vem-me o teu sorriso e entusiasmo, não porque te tivesse saído das mãos uma obra prima mas porque tinhas conseguido motivar e unir aqueles miúdos, miúdos muito pouco "artísticos" por sinal, à volta de uma letra e de uma música, com um empenho quase profissional! A excepção era eu, que nos genes trouxe a tua facilidade e ouvido, e em três pernadas decorei letra e música como quem bebe um copo de água. Mas eles não... eles não herdaram os teus dons musicais e tu tinhas conseguido pô-los a cantar, a esforçar-se por não errar nas notas, de cábula na mão, todos compenetrados. Lembro-me da cara deles, menino e meninas hoje tão adultos, adultos demais talvez; lembro-me de os ver nessa demanda e de, assim, me fazerem sorrir e ultrapassar o desconforto inicial.

Não sei que idade tínhamos, não sei qual de nós teve a ideia, não sei se, hoje, alguém conseguiria reproduzi-lo. Mas lembro-me de ti e de mim e de nós. E hoje lembrei-me do Clube dos Primos e tenho a certeza que qualquer um deles também se lembrará com saudade, com memória de tempos bons de infância: um dia, composeste-nos um hino: um dia tivemos um hino só para nós dado por ti.

Porque o amor também é isto...


















"He tells me random stories every night when we're falling asleep. Last night's story was about a chipmunk who felt lonely because he was the only chipmunk who liked flapper music from the 1920's."

terça-feira, dezembro 16, 2014

Sweeeeeeet!

A fazer a lista de compras para os doces natalícios, receitas da mãe e tias, que este ano vão ter que se ver com as minhas mãos.  Já vou em 35 ovos e 2 kg de açúcar... haja chá verde!!

Um brinde à época de uma das minhas palavras preferidas

Mistletoe!

Será impressão minha ou sou só eu...

... que não se importa de ter que fazer análises em jejum só para depois poder tomar o pequeno almoço fora...? :)

segunda-feira, dezembro 15, 2014

quinta-feira, dezembro 11, 2014

Sanidades

Quando te vês a terminar o jantar de Natal da aula de Pilates com aguardente de medronho que alguém resolveu levar, sabes que se trata de um grupo de gente mentalmente sã... :)

sexta-feira, dezembro 05, 2014

Tentativas

A venda de Natal da entidade patronal mete licores variados. Apesar de já ter bebido um copo, o superior hierárquico resolve oferecer-me outro. Acho que quer ver se, pelo menos por esta tarde, me consegue neutralizar...

Respostas

"(...) Have patience with everything unresolved in your heart and try to love the questions themselves as if they were locked rooms or books written in a very foreign language. Don’t search for the answers, which could not be given to you now, because you would not be able to live them. And the point is to live everything. Live the questions now. Perhaps then, someday far in the future, you will gradually, without even noticing it, live your way into the answer (...)."

in Letters to a Young Poet
Ranier Maria Rilke

quarta-feira, dezembro 03, 2014

E a propósito da morte, que se celebre a vida. Com música da boa!

God speed, Bobby Keys!

Brown Sugar
Rolling Stones


Gold coast slave ship bound for cotton fields 
Sold in a market down in New Orleans 
Scarred old slaver knows he's doing alright 
Hear him whip the women just around midnight 

Brown sugar how come you taste so good? 
Brown sugar just like a young girl should 

Drums beating, cold English blood runs hot 
Lady of the house wonderin' where it's gonna stop 
House boy knows that he's doing alright 
You shoulda heard him just around midnight 

Brown sugar how come you taste so good, now?
Brown sugar just like a young girl should, now 

Ah, get along, brown sugar how come you taste so good, baby?
Ah, got me feelin' now, brown sugar just like a black girl should 
I bet your mama was a tent show queen 
And all here boyfriends were sweet sixteen 
I'm no schoolboy but I know what I like 
You should heard me just around midnight 

Brown sugar how come you taste so good, baby? 
Ah, brown sugar just like a young girl should, yeah 
I said yeah, yeah, yeah, woo 
How come you...how come you taste so good? 
Yeah, yeah, yeah, woo 
Just like a...just like a black girl should 
Yeah, yeah, yeah, woo

Constatação #81

Eu estou mais para triângulo escaleno: nenhum dos meus lados é igual, nem sempre é o melhor a dar a face, é um esforço equilibrar-me entre eles...

segunda-feira, dezembro 01, 2014

sexta-feira, novembro 28, 2014

sexta-feira, novembro 21, 2014

O peso que um ano pode ter

Falávamos ontem de como este ano que está quase a acabar tem sido... intrincado. Não foi o pior ano da minha vida, nem se encontra, tão pouco, no grupo dos piores ou sequer dos maus, mas admito-o como pesado no sentido do peso que obriga os pés a assentar no chão; do peso da mão que escancara realidades à chapada e que, por outro lado, fecha portas passadas pesadas de convento; do peso das decisões. E das conclusões. E dos reinícios.

Cheguei à conclusão que me tornei invencível. Quem se vê a escolher o caixão da pessoa que mais ama no mundo - porque tem que ser feito, porque não há mais ninguém que o faça - sozinha, sem pestanejar e sem verter uma lágrima sequer, torna-se invencível. Quem consegue fazer desligar o coração de forma a só manter ligados os cabos essenciais à sobrevivência, ao funcionamento da máquina, para folhear brochuras de urnas como se de roupa de catálogo se tratasse, torna-se invencível. Quem escolhe arranjos, cores e tipos de flores e igrejas e assina papeladas várias no âmbito do enterro da "sua pessoa" sem que as mãos lhe tremam, torna-se invencível. A partir do momento em me tornei detentora da capacidade de desligar a dor, a maior dor de todas, passei também a ter capacidade de enfrentar o que mais vier por aí. Sem pestanejar.

Mas há um preço a pagar pela invencibilidade e esse preço paga-se em dureza, em olhares gelados, em rancor, em ausência de presença de alma ou entrega. E o ano que tenta transpôr essas barreiras quase segunda pele só consegue alcançar o objectivo abatendo o seu peso, o peso da vida como ela é mas também da vida como ela pode ser, em cima delas, na esperança que, aos poucos, vão cedendo.

Nada será como antes. Nada. Muito menos eu. Mas existe uma grande diferença entre não ser quem era e não ser quase nada. Escolhi ser o quase tudo que posso ser, num outro molde, numa outra vida que se olha com outros olhos. E escolhi agradecer o privilégio de ter sido quem fui um dia, mesmo que ainda não tenha conseguido não lamentar a minha extinção, abraçando, em simultâneo, os privilégios dos olhares de agora.

Falávamos ontem de como este ano que está quase a acabar tem sido... intrincado. E falávamos da sorte de nos termos umas às outras nestes emaranhados. E, sem falar, concluíamos: crescer pesa: e nem sempre é bom: mas quase nunca é totalmente mau.

Constatação #80

Tudo é possível comprar. Até o descanso.

terça-feira, novembro 18, 2014

Frase do dia

Esquece quem tu eras, vive quem tu és.

sexta-feira, novembro 14, 2014

Parabéns a você

























Amadeo de Souza-Cardoso

terça-feira, novembro 11, 2014

segunda-feira, novembro 10, 2014

Monday mood... (e acreditem... é pelo melhor!)


Mais uma das "minhas"...

Eleanor Rigby 
The Beatles

Ah look at all the lonely people 
Ah look at all the lonely people 

Eleanor Rigby, picks up the rice 
In the church where a wedding has been
Lives in a dream 

Waits at the window, wearing the face 
That she keeps in a jar by the door 
Who is it for 

All the lonely people 
Where do they all come from? 
All the lonely people 
Where do they all belong? 

Father McKenzie, writing the words 
Of a sermon that no one will hear 
No one comes near

Look at him working, darning his socks 
In the night when there's nobody there 
What does he care 

All the lonely people 
Where do they all come from? 
All the lonely people 
Where do they all belong? 

Ah look at all the lonely people 
Ah look at all the lonely people 

Eleanor Rigby, died in the church
And was buried along with her name 
Nobody came 

Father McKenzie, wiping the dirt 
From his hands as he walks from the grave 
No one was saved 

All the lonely people 
Where do they all come from? 
All the lonely people 
Where do they all belong?

terça-feira, novembro 04, 2014

Há quem seja louca por sapatos. Há quem seja louca por malas. Já eu...

Em conversa:

- Estou mesmo a precisar de uns sapatos pretos; fui à hora do almoço dar umas voltas a ver se conseguia encontrar alguma coisa de jeito mas... nada. Por isso, olha, comprei um casaco!

segunda-feira, novembro 03, 2014

E numa qualquer secretaria de uma qualquer entidade deste nosso Portugal...

... ouço uma funcionária para outra:

- Opá, que eu cá, mentir, não gosto! Só para a sociedade e só quando tem mesmo que ser!

Amor aos molhos. Ou aos tiros, dependendo do prisma...

Notícia vinda pela mão da rádio logo de manhã sobre tiroteio na Suíça. Suíça? - perguntei-me eu... - uma gente tão tranquila, tão calma... que se terá passado para desatarem aos tiros??

Nos entretantos, a net fez o favor de esclarecer: tratou-se de caso de meandros amorosos e os envolvidos... eram todos portugueses.

... passionate bunch, aren't we...?


PS: logo a seguir, a minha mente pergunta: e tu? Matavas por amor?

Ainda não lhe respondi...

terça-feira, outubro 28, 2014

segunda-feira, outubro 27, 2014

sexta-feira, outubro 24, 2014

Amiga que é amiga...

... e perante a minha compra de certas e determinadas galochas cinza, avisa: ok, cinza, tudo bem... mas vê lá, é coisa que tem que ficar muito bem conjugada senão arriscas-te a parecer o homem do lixo!


(Obrigado, querida V., obrigado... agora, cada vez que as calçar, vou-me lembrar de todo um universo que transcende os dias de chuva e a necessidade de manter o pezinho seco com estilo... que inclui a ti... aos "almeidas"... e à minha, agora, certeza de como a sinceridade entre amigos é tão ingenuamenteparanãodizerestupidamente sobrevalorizada... )

Certezas


Hora de inverno

Já me terias falado dela. 

Já me terias dito: atenção, domingo muda a hora! E no dia, no dito domingo, ligarias e dirias, com entusiasmo de criança na voz, que me fazia adivinhar o sorriso e os olhos brilhantes do outro lado da linha, como se fosse o acontecimento mais importante do ano: ontem a esta hora eram 11h mas hoje já não são, já viste?! Já mudaste os relógios todos?

Já me terias falado dela. 

Não: continuas a falar. 

E a fazer-me adivinhar-te o sorriso também.

Às vezes

«(...) às vezes quer-te quem não desejas. às vezes desejas quem não te quer. às vezes tudo coincide e nenhuma das coincidências é por acaso. às vezes tens o plano perfeito, estudaste o alinhamento ao milímetro, desenhaste o trajeto do caminho a régua e esquadro e antes de começares já tudo falhou. às vezes procrastinas, sais de mãos à abanar para o destino, tocas de ouvido e és aplaudido de pé na plateia da vida. às vezes era ali mesmo que ficavas num segundo que podia significar a tua eternidade. às vezes um segundo foi a eternidade que te bastou. às vezes tens a respiração ofegante só porque subiste uma escada e já nem te lembras em que ano foi que dormiste bem toda uma noite. às vezes perdes o fôlego e dás graças a uma divindande que desconheces por teres podido viver aquele momento. às vezes estás no sitio certo à hora certa com a pessoa certa. outras vezes o universo troca-te as voltas só para te fazer voltar a tentar de novo.» 

in Deixa Entrar o Sol
Margarida Brito

segunda-feira, outubro 20, 2014

terça-feira, outubro 14, 2014

Das lições

De vida. Da vida.

Porque quase nunca nada corre conforme planeado. Porque, como ainda há pouco me disseram, "quando parece correr tudo bem, vem um cão e m***-nos nas pernas!". Porque vão-se os anéis mas ficam-se os dedos. Porque, afinal, a travessia da tal floresta escura, no passado sempre presente, revela agora a sua utilidade: não a tivesse eu feito lá atrás e hoje não cairia como caio: de pé.

sexta-feira, outubro 10, 2014

And then God said to her:

"Oh, come on!! How boring life would be without a little drama...!"

And she said:

"You know we'll meet someday, don't you?? And you know, regarless the fact you are God, I willl kick your ass, don't you?! 
Good."

quinta-feira, outubro 09, 2014

Perfil

Ready or not... here I go...


(Porque não tenho paciência nem feitio para ficar à espera que o que quero me caia ao colo, como que por milagre; porque sou teimosa; porque sou persistente - e não, não é a mesma coisa -; porque acredito sempre, até prova irrefutável do contrário - e, sabe Deus, mesmo assim! -, que consigo encontrar uma solução; porque tenho medo de dar a cara a chapadas mas tenho mais medo de não o fazer e, um dia, olhar para trás e perceber que a chapada não teria doído o que dói concluir que, afinal, tinha valido a pena; porque, pelos vistos, me conjugo no verbo "fazer"... Pois então, que se faça! Ainda assim, confesso... o que eu gostava de, às vezes, não ter que fazer nada...)

Constatação #79

Surpreendo-me sempre quando as pessoas que me rodeiam afirmam e reafirmam as minhas capacidades, com absoluta naturalidade e até convicção, quando, na maioria das vezes, eu nem as vejo...

terça-feira, outubro 07, 2014

Frontalidades

No Centro de Saúde, à minha frente, dois conhecidos cumprimentam-se:

- Oh, nem tinha reparado em si, desculpe lá... Então, Sr. X, como vai isso, tudo bem?
- Não. Senão não estava aqui, não é verdade?!


Silêncio...

Cinemateca


quinta-feira, outubro 02, 2014

Sabes que já não és o que eras quando...

... ponderas usar a hora do almoço para fazer o gosto ao dedo e "esbaldar-te" numas comprinhas de primeiríssima necessidade (!) e desistes porque te recordas que estás de saltos altos...

A partir daqui, é sempre a descer...

terça-feira, setembro 30, 2014

E num episódio ao acaso de uma série qualquer sem ponta de relevância...

"Amor. Um amor que faz um homem arriscar tudo, uma e outra e mais outra vez, por nenhum motivo racional. Um amor que faz com que os motivos racionais, e até a morte, não signifiquem nada..."

sexta-feira, setembro 26, 2014

Pérolas da porca #22

"Opá, sei lá, eu não percebo nada destas coisas! Eu, nisto, sou como um burro a falar com um palácio...!"

quinta-feira, setembro 25, 2014

Casamento


Constatação #78

"Amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente".
Fernando Pessoa

quarta-feira, setembro 24, 2014

Constatação #77

Sou mais velha do que sou...

terça-feira, setembro 23, 2014

Na forja, também eu

Na forja há não sei quanto tempo. A macerar, a apurar, a tomar gosto. Acima de tudo, a tomar forma. Porque não é fácil "pôr-lhe a mão", porque o que se vê quando se olha para dentro muitas vezes são se traduz em compreensão lógica, palavras ou números ou caixinhas etiquetadas...

'Tudo é degrau, tudo eleva', li uma vez, e relembro agora, ou melhor, tenho vindo a relembrar nesta espécie de balanço em que me encontro: balanço: pena que, balançando, finalmente quer pousar.

Olho para trás e reconheço um trajecto, um caminho esburacado, mais montes mais vales, vertigens e necessidade de me agarrar ao chão, quedas e rastejos para não cair de vez, não cair de tão mas tão alto. Olho para trás e assumo: já não sou quem era antes embora ainda não seja quem quero ser. E é aí que me detenho: quem quero ser.

Parágrafo. Porque uma pausa se impõe. Na forja, a macerar, estes últimos anos a formar-me, a moldar a nova face, reconstruída mas dona de uma força que pareço ainda não saber usar. Necessidade imperiosa de me afirmar com pés assentes nesta terra que também é caminho mas as palavras que não saem, o sono que não vem, a composição que se vem ajustando, às vezes atabalhoadamente, à espera de encontrar a forma final. Ou pelo menos aquela com que importa finalizar, para já, uma fase que se quer passada.

Não sou quem era antes e ainda não sei exactamente quem sou agora. Reconheço-me na maioria das esquinas mas estranho-me logo a seguir. Como se estivesse a crescer, às vezes depressa demais, às vezes com força demais, uma força que ainda não domino. Como adolescente na mudança de voz. Agudos, graves, que tornam agudos e graves os olhares e também os pensamentos.

Decisões, passos, cortes, tomadas de posição. Lições. Grandes lições nascidas de um pequeno período, pequeno em comparação com o tamanho que a vida pode ter. Grandes lições que talvez até me durem a travessia inteira. 

Amor com amor se paga. Sem dúvida. 

Tudo é degrau, tudo eleva. Ou pelo menos, por isso faço não admitindo que os meus degraus sirvam para descer, por mais que para baixo me puxem. Ou tenham puxado.

Quem quero ser: a mulher que quero ser. O equilíbrio de força e temperança que me permita seguir, sem desistir da vida e do que ela pode ser; sem deixar que os pesos amarrados às pernas - a bagagem - me escureçam a visão; sem que o coração remendado rebente em cacos.

A mulher que quero ser: quem eu sei que posso ser.

E não, o meu texto não acaba aqui.

quinta-feira, setembro 18, 2014

quarta-feira, setembro 17, 2014

Decididamente!


Perfil

"The only lies for which we are truly punished are those we tell ourselves."
V. S. Naipaul

segunda-feira, setembro 15, 2014

Mantra da reentré

A ver se me chateio menos...

quarta-feira, setembro 10, 2014

"Não estão juntos mas estão sempre ligados..."

Hoje o céu solidarizou-se comigo: choveu chuva das que lavam a alma e com ela me disse: deixa-te ficar na cama; a dor, às vezes, precisa de embalo...

sexta-feira, agosto 22, 2014

A postos

"Intimidade é ler os olhos, os lábios e as mãos de quem está com você. Mais do que repartir um endereço, é repartir um projeto de vida. Não basta estar disponível, não basta apoiar decisões, não basta acompanhar no cinema: intimidade é não precisar ser acionado, pois já se está mentalmente a postos."
Martha Medeiros

"Genuine". Para o bom e para o mau...


Está quase, quase... :)


quinta-feira, agosto 21, 2014

terça-feira, agosto 19, 2014

E à porta de casa...






















"Prontos", pá, já ouvi! Não percebi o resto mas "prontos", deve ser bonito também...

(Leonor?? Ai...  não filho, que disparate, esse não é o meu segundo nome, pá, 'tás confundido, só pode...!)

You never know...

"I don't understand how a woman can leave the house without fixing herself up a little - if only out of politeness. And then, you never know, maybe that's the day she has a date with destiny. And it's best to be as pretty as possible for destiny."
Coco Chanel

segunda-feira, agosto 18, 2014

For I once was at the egde of my world...

“I reached out my hand. No one was beside me. I was alone, abandoned, at the edge of the world.”
Haruki Murakami 
in Dance Dance Dance

quarta-feira, agosto 13, 2014

É só a mim...

... ou a mais alguém irrita que se refiram ao superior hierárquico como "chefe"?

É que para mim "chefe" remete para autocarros cheios, hora de ponta e gente a gritar "ó chefe, abra atrás!"


Não...?

terça-feira, agosto 12, 2014

segunda-feira, agosto 11, 2014

Frase do dia

"Viver é uma questão de rasgar-se e remendar-se."
Guimarães Rosa

segunda-feira, agosto 04, 2014

E eu disse um dia: já sei onde é o inferno, é ali.

Tenho estado um pouco de fora. Por alguma razão - que certamente Freud ou qualquer um dos seus pares explica - tenho-me mantido na margem do "não há-de ser assim tão grave". Olho de longe. De perto quando não tenho como evitar mas de longe, mantendo distância, a distância segura de quem não se quer envolver demais. Até porque não somos assim tão próximas. Até porque "não há-de ser assim tão grave"... Mas é. Afinal é. E sendo, tenho que me aproximar, saltar para a outra margem e encará-lo: é. "Já me começou a cair o cabelo, sabes?" Não sei, não sabia mas agora imagino e digo que isso não interessa nada, quantas pessoas ficam giríssimas de cabelo rapado. É mais nova que eu. Descreve que começou a cair por isso pediu ao marido para, no dia seguinte, levar a máquina: não queria ficar com peladas. E eu vi-me e imaginei-me e vi cabelo a cair à minha frente. Ou melhor, recordei. E pensei: faria o mesmo, exactamente o mesmo. É mais nova que eu. Começou a quimio porque afinal é mais grave. Aliás, é do mais grave que pode haver. Em pouco menos de um mês em que me afastei até fisicamente por força das circunstâncias, o palco rodou e o cenário "não há-de ser assim tão grave" foi substituído. Quando dei conta, era esta a realidade e o meu afastamento mais que físico, tinha que deixar de existir. Não somos assim tão próximas mas ela aproxima-se e eu não tenho o direito de não o fazer. É mais nova que eu. E eu digo que se dar aulas lhe traz alento então deve continuar e sim, eu vou às tuas aulas. Quando as puderes dar porque "já percebi, com a primeira sessão: no dia estou bem, dois dias depois não me mexo". É mais nova que eu. E peguei no telefone, chega de mensagens escritas, aproximei-me e falei, ouvi a voz, ri, fiquei a saber como será o processo: quimio, nova operação, prótese, mais quimio. E depois? Depois é rezar para que tinha ficado por ali. Sim, quinta-feira lá estarei. Nas novas instalações, claro! Que bom, um novo espaço! "É maior, sabes, vamos ficar melhor". Claro que sim, melhor. Melhor. Porque o que dá vida é viver. Melhor. Porque um dia queremos voltar a falar, a ver, a saber, e quando percebemos já chegámos atrasados. Melhor. Para, ainda que por momentos, fingir driblar o pior.

quinta-feira, julho 31, 2014

sexta-feira, julho 18, 2014

Cinco

"That night I lost you, I lost something inside me. Or perhaps several things. Something central to my existence, the very support for who I am as a person."
Haruki Murakami - 1Q84

terça-feira, julho 15, 2014

Perfil

Fingers crossed

(e truz, truz, truz, três vezes na madeira e umas quantas avé Maria e o que mais houver... a ver se é desta...!!)

Better


Nada é à toa

"Eu sou assim, ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam mais. Por outro lado, crescemos. Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva."

Martha Medeiros

terça-feira, julho 08, 2014

segunda-feira, julho 07, 2014

Porque cada ano é um começo

















A vela soprada que não pode faltar, faz parte dos meus rituais, não sei se desde sempre, se desde que o quis para sempre: luz, para mim. O ano passado, D. Rodrigos, honrando a região onde me encontrava e a minha paixão antiga por esses doces; este ano, honras feitas também a sul mas um pouco mais a norte, e que me recebeu por estes dias: metade Morgado, metade um outro, para mim, desconhecido, mas que fez igualmente jus ao bom nome doceiro da zona. E, não havendo grande escolha na loja asiática onde me dirigi já ao fim do dia, o "um" em grande chamou-me e eu aceitei-o perguntando-me porque não percebi antes que é, afinal, o "um", o único algarismo que faz sentido...

quinta-feira, julho 03, 2014

quarta-feira, julho 02, 2014

Acabei de o apanhar no Conan... que bom que isto é..!


Come Around With Me
Bernhoft

(Come on, little baby, yeah) 
Come around, come around with me 
Come around, come around with me 

Stop right there, brother 
Halt you sweet self for a minute now 
No one said one word about letting go, 
so slow down, slow down 
I'm still searching for timber, 
but everyone gets on board with me now 
When this boat sets sail, 
I'll make sure you'll make the count, 
whoohoohoohoohoo 

But for now, 
you smash your head against the docks again 
Much like you always do 
I'll be there with a coat when the rain falls on you 

Come around, come around with me 
(Come around with me now)
Come around, come around with me 
(Come around with me, yeah) 
Come around, come around with me 
(Come around with me) 
Come around, come around with me 

Don't take so long, sister 
Don't take too long to gimme a call 
I might fly like a bee, 
but there's always time to hang around with you 
Don't stand in the doorway, 
there's a place for you right here in my hive 
When the season starts we'll get right down to the honey pie, 
whoohoohoohoohoo 

But for now, 
you get stung when you lay down again 
I'll invent a potion to ease the pain 
You, you spill the beans, 
I'll wash off the stains 
It's gonna hurt but it won't top the gain, my friend 

Come around, come around with me 
(Come around with me now) 
Come around, come around with me 
(Come around with me, yeah) 
Come around, come around with me 
(Come around with me) 
Come around, come around with me 
(Come around, come around) 
 See you standing all alone / Come around with me 
You feel you can't pay back / Come around, come around 
All the love that you feel you owe / Come around with me 
You feel you can't pay back / Come around, come around

terça-feira, julho 01, 2014

Julho

Bittersweet...

segunda-feira, junho 30, 2014

Agradecendo...

"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo."

Martha Medeiros

sexta-feira, junho 27, 2014

Já estou cansada...

... e ainda tenho que: 
- almoçar em casa da progenitora (parece coisa simples e que até poderia proporcionar alguns momentos de "lanzeira" mas, sendo a progenitora a minha, as probabilidades de tudo correr em harmonia e sossego nem de perto se assemelham às de Portugal ter passado aos oitavos de final no Mundial. Em mau.); 
- receber, ao final do dia mas a horas diferentes, dois potenciais interessados em alugar uma das minhas (imensas!) propriedades (pega no carro, corre para lá, espera, espera espera, cumprimenta, finge que é simpática, explica os pormenores de que o agente sempre se esquece, espera, espera, espera, sorri mais uma vez, despede-se. E depois... faz tudo outra vez...); 
- começar a fazer um bolo de quatro andares nunca testado...('tas-te a passar!?! estou. mas não me interessa, vou fazer o c***ão do bolo nem que a vaca tussa e ele há-de sair lindinho como na fotografia! ai dele se não sair!);
- aproveitar o tempo de forno e "dar-lhe" como se não houvesse amanhã durante 45 minutos em cima de uma elíptica (para ir acelerando o metabolismo do corpinho que vai, depois, receber uma ou outra fatia do bolo referido, ora pois!).

Tudo isto a temperar 8 horas de trabalho.

Lá para a meia noite acabo...

quinta-feira, junho 26, 2014

quarta-feira, junho 18, 2014

Da "minha pessoa". Para sempre a "minha pessoa".



Diz-me o coração qualquer coisa 
Quando em mim poisa 
O teu olhar 
Ambos enlevados ficamos 
E não deixamos 
De nos fitar 

Que sinto em mim 
Que vejo em ti 
Olhos nos olhos 
Será assim 
Que o amor sorri 
Olhos nos olhos 

Lindo sonho se vê 
Despontar e subir 
Enlaçar 
Que domina e que lê 
Sendo cego e fala 
Sem falar 
Amar é belo 
Amar é doce 
Olhos nos olhos 

O teu olhar 
É que me trouxe 
Esta certeza 
Quando olho p´ra ti 
Quando olhas p´ra mim 
Nossa vida há um amor 
Temos pressa 
Amor que diz 
Coisas febris 
Olhos nos olhos

segunda-feira, junho 16, 2014

C'a nerves!!!

Quase, quase a mandar tudo às urtigas e a ir vibrar para outra freguesia! 

Écrã tamanho família me aguarde "que eu vou lhe usar"!!

Mundial mode

A progenitora:
"Então não é que a "polva" nem hesitou e escolheu a Alemanha!? A estúpida..."

quinta-feira, junho 12, 2014

E parece-me ser este o estado da nação... (por mãos de outro, que eu nunca saberei escrever assim...)

"São horas de perigo, as de desencanto com o que nos rodeia, o que somos, o que nos espera. O que então vemos não é o que poderia ser, a imaginação fica aquém, onde se queria solidez encontramos o que é pegajoso ou se esboroa entre os dedos, o chão de areia, o visgo das armadilhas. Sábio aquele que se faz eremita e retira do mundo, privilégio que a poucos – hoje talvez a nenhuns – é dado, pois o mundo tomou conta de nós, aperfeiçoando as pinças com que nos tritura, as grilhetas que, por serem invisíveis, ganham em eficiência e mais seguramente escravizam. São horas de perigo, porque nos sonhamos livres e sabemos títeres, já tão perdidos que nós próprios enlaçamos os cordelinhos com que o mundo nos faz saltitar. E vamos adiante, sempre adiante, na ilusão de que os pés são nossos, o caminho o que escolhemos. Na verdade nunca saímos do sítio. Giramos em torno do mesmo eixo, é a mudança dos bastidores que nos engana e faz comparsas num musical sem actores."

J. Rentes de Carvalho

Perfil

Ainda não é hoje...

quarta-feira, junho 11, 2014

Morte matada, morte morrida


Constatação #76

(e que li algures...)

As bruxas más são as princesas que não foram salvas...

Fuck!

sexta-feira, junho 06, 2014

E a propósito do tabaco...

“Já não se pode fumar em nenhum lado. O desamor é bem mais devastador e, no entanto, não é proibido.”
Pedro Paixão
in A Rapariga Errada

quarta-feira, junho 04, 2014

Quanto tempo o tempo tem...

“As time goes on, you'll understand. What lasts, lasts; what doesn't, doesn't. Time solves most things. And what time can't solve, you have to solve yourself.”
Haruki Murakami
in Dance Dance Dance

Precisamos

"(...)
Viver uma vida de experiências inconsistentes é tão errado como assumir que só precisamos de compromissos e um caminho desenhado e linear: acabamos reféns da nossa inocência, numa tragédia privada onde somos espectadores e actores. 

Precisamos de fazer as duas coisas, de experimentar e descobrir e de assumir compromissos. Precisamos de saber errar e aprender, de evoluir e chegar mais longe, de evitar caminhos lineares, que acabam quase sempre por ser os mais perigosos. Precisamos de evitar ser toldados pelo doce aroma da segurança, que nos turva a percepção do perigo em que estamos. É mais seguro um perigo controlado, cheio de pequenas adrenalinas que tornam a vida interessante, com piada e sem um destino aborrecidamente conhecido. 

E nesse caminho consciente que vamos traçando, temos que assumir compromissos também. São esses enlaces que vão ser os nós que nos amarram a um longo prazo que seja mais que uma manta de retalhos. Saber recalibrar e redireccionar em cada estágio deste caminho inédito que queremos para nós é o pequeno truque secreto que evita a tragédia de acabar num pátio fechado, onde não há mais caminhos, só o doce perigo de ficar à espera de definhar."
Pedro Barbosa
Sonhos que nunca cumpriremos

terça-feira, junho 03, 2014

Riscos

"A longo prazo não recebemos mais do que arriscamos dar. "
Sheldon Kopp

segunda-feira, junho 02, 2014

Sem surpresas...

What do your eyes reveal about you? 

Irresistible 
You tend to have an irresistible personality. People can be drawn to you almost magnetically. You can entertain very well but you can also be fantastically intimate. You're naturally great at making eye contact and the traits you possess allow you to genuinely charm people and convince them to do anything you want. 


(É impressionante como um teste da treta feito via net em 2 minutos pode ser tão preciso... ;))

sexta-feira, maio 30, 2014

Reality check

Nada acontece por acaso, gosto eu tanto de pensar num primeiro momento... mas os meus "baldes de água fria" mentais estão sempre à beirinha, prestes a cair e, ao mínimo toque fantasista da minha alma indomada (e indomável..?), "o que é" e o "como é" assumem razões absolutamente lógicas e racionais, que nada têm de místico ou sobrenatural. Não há "escritos" do destino, não há momentos que "tinham que o ser", não há forças do Universo envolvidas... há sim que ter forças para aguentar a chatice que é ter que lidar com situações mundanas, as que a vida nos impõe, vendo-as como elas são, sem o véu da conspiração dos deuses, sem imaginar empurrões esotéricos ou situações fadadas pelo destino, contra a racionalidade de quem as vive, porque estavam "destinadas" e é inútil lutar contra elas. São chatas e pronto. Simplesmente chatas, sem o mínimo de romantismo ou glamour ou pózinho celeste.

No outro dia, uma das minhas "irmãs" disse-me que os últimos anos me mudaram muito, "mesmo muito". Não tive oportunidade de explorar o assunto mas talvez não me seja difícil adivinhar a mudança maior que salpica e influencia todas as outras: crença (ou fé, como queiram). No caso, ausência dela. Nas pessoas, nos sentimentos, nos momentos. Nas fantasias. No destino.

Não, não quero com isto dizer que perdi a fé na humanidade e que ache que este mundo está perdido, sem salvação. Mas, sim, quero dizer que perdi a fé, a crença nas pessoas normais, que até são capaz de grandes coisas, de grandes sentimentos e de grandes feitos mas cuja natureza pobrezinha faz com que não façam nada e não sintam  nada de jeito. Se antes achava que uma pessoa comum podia amar incondicionalmente, dar-se incondicionalmente, fazer seja o que for seguindo o que melhor tem em si, apesar do que custa e do que dói, hoje acredito piamente que essa capacidade esteja reservada a seres especiais, one of a king, de massa verdadeira e valiosa, que é coisa para não andar aí espalhada em todos os genes. Ou seja, não é para qualquer um, a maioria das pessoas não vale a ponta de um corno e os que até valem alguma coisinha acabam sempre por se deixar levar por uma série de outros sentimentos que não os permitem ser o melhor que poderiam ser. E contra mim falo. (E é uma pena porque, no final da linha, acaba por ser isso que nos vai definir o caminho...)

Mas adiante...

Posto isto, o que safava era o que está "para além de", o que não se entende, o mágico, místico, não era? O destino, os deuses, os traços nas palmas das mãos... As estrelas que guiam e favorecem... O que safava era algo transcendente que, apesar da fraqueza de espírito dos comuns mortais, pusesse tudo no seu devido lugar, resolvesse todos os desencontros, repusesse a justiça, seguindo a carta do que está destinado, exaltando, finalmente!, o que é puro e bom e verdadeiro e que nós, gente banal demais, deixamos que se afunde no correr dos dias e nas mazelas mal cicatrizadas. Era o que safava... mas lamentamos, não temos.

Enfim... isto tudo para dizer que, cada vez que a minha alma indomada (e indomável..?) se leva a pôr a hipótese de não haver coincidências e que o que tem que ser tem muita força e mais não sei o quê, a água fria cai de chapa na cabeça e refresca-lhe a memória. E sim, talvez seja essa a minha mudança, a mais fundamental: aprendi a ver a vida com olhos "tábua rasa": não há coincidências? Há pois, podem é ser uma maçada, uma seca valente, um sapo gordo de engolir! E só, sem ter nenhum propósito divino. O que tem que ser tem muita força? Pois tem, a bendita da força das circunstâncias das merdas da vida com que temos que levar. E só. O resto, meus caros, é carro alegórico que, no fim do Carnaval, se desmonta em realidade.

Destaco esta como podia destacar qualquer uma das outras... bolas, que bom que foi!


Pure love

"Pure love for another person, and what people call romantic love, are two different things. Pure love doesn't manipulate the relationship to one's advantage, but romantic love is different. Romantic love contains other elements—the desire to be loved by the other person, for instance. If purely loving another was enough, you wouldn't suffer because of unrequited love. As long as the other person was happy, there wouldn't be any need to suffer because you weren't being loved in return. What makes people suffer is the desire to be loved by another person. So I decided that romantic love and pure love for a person are not the same. And that by following this you could lessen the pain of unrequited love." 

Haruki Murakami
in "Underground: The Tokyo Gas Attack and the Japanese Psyche"

quinta-feira, maio 29, 2014

Cof... cof... permitam-me que vá aquecendo a voz...

I CAN'T GET NO...

... TANTANTANRANRANTARANRANRANRANRANRAAN...

SATISFACTION...!

A tal humildade arrogante...

























Conheço alguns desta espécie... Diz que nem com um pano encharcado (e quente!) nas trombas "boazinhas" lá vão...

Eu, "em podendo", tentava na mesma. Várias vezes. Para ter a certeza.

quarta-feira, maio 28, 2014

And off she goes...


























"Nothing will work unless you do."
Maya Angelou

quinta-feira, maio 22, 2014

Cultura e bola dentro de uma só pessoa. Desta pessoa.

Vem aí a Feira do Livro!! Vem aí o Mundial!! 

Vem aí a Feira do Livro!! Vem aí o Mundial!! 

Vem aí a Feira do Livro!! Vem aí o Mundial!!  



Já estou que nem posso..!

Ingenuidades

Superior hierárquico para mim, passadas umas horas de me terem forçado a pôr alguns pontos em alguns is:

- Então, já te passou o mau feitio???



'Tadito...

quarta-feira, maio 21, 2014

Dos dias assim

Há sentimentos que aceitam com muita relutância ficar confinados aos porões da nossa mente. Por isso, de vez em quando, conseguem esgueirar-se durante o nosso sono, espalhando-se devagarinho por nós de forma a conseguir entranhar-se nos nossos âmagos e estar bem presentes e arreigados quando acordamos. Nessa altura, por mais que o instinto nos grite para que os expulsemos a pontapé, o melhor a fazer é cumprimentá-los, aceitar a sua presença e até enrolarmos-nos também neles um bocadinho, de olhos fechados e com paciência, deixando-os dizer de sua justiça e escarafuchar nas nossas feridas. Só depois disso, só depois de ver a sua existência reconhecida e aceite, como vingança de desterro, nos deixam sacudi-los de volta ao seu lugar.

terça-feira, maio 20, 2014

Porque me faz sorrir de tão bom que é...


Porque raio os gatos mais pesados são aqueles que mais colo pedem..?!


























Gato B.
(a.k.a "urso" e, mais recentemente, a.k.a. "marshmallow")

Diz ela com conhecimento de causa e, por isso, já "realizadora" de várias longas metragens...

"Não há gente mais criativa que gente com mentes emocionalmente instáveis."

Perfil

Para grandes males, grandes remédios.

(ou, em estrangeiro, a man's gotta do what a man's gotta do!)

E tenho dito.


PS: o man da frase sou eu, sim, e não, não é "síndrome de Conchita", é apenas recurso ao sentido figurado.

E tenho dito. Também.

segunda-feira, maio 19, 2014

Crescimento

"Ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: A gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido."

Martha Medeiros

O que me ando a rir com esta...

Uma pessoa dirige-se a casa de um vidente com quem marcou consulta. Toca à campainha:
- Quem é?
- Ai... começamos mal..!



(não é tão boa!!? :))

Baduum!

"Chegámos ao fundo do poço", dizem os míseros tostões que restam da minha conta bancária.

O que mostra que em qualquer idade se pode descer ainda mais um bocadinho... Quais mínimos olímpicos, quais quê, pá! Isso é para meninos...!

Amor


Lutas

"... só vale a pena lutar por aquilo que vale a pena possuir."
Clarice Lispector


E aqui me posso encontrar, cunhada em cada um dos lados desta moeda...

domingo, maio 18, 2014

Perfil

Reservo-me o direito à indignação.

sexta-feira, maio 16, 2014

Gulas. E gente minha.

Felicidade é comer com gente que me conhece e entende tão bem que me estende o seu prato para eu provar sem que tenha que pedir...

(e que, vendo-me perante uma ementa recheada e o costumeiro dilema da escolha - aaagghhh, queria experimentar tanta coisa! -, me diz: vá, escolhe um que eu escolho um dos outros e partilhamos)

E por falar em "laços", uma das "minhas"...

Laços
Toranja

Andamos em voltas rectas
Na mesma esfera
Onde ao menos nos vemos
Porque o fumo passou

A chuva no chão revela
Os olhos por trás
Há que levar o restolho
Do que o tempo queimou

Tens fios de mais
A prender-te as cordas
Mas podes vir amanhã
Acreditar no mesmo deus

Tens riscos de mais
A estragar-me o quadro.
Se queres vir amanhã
Acreditar no mesmo deus

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços...

Andamos em voltas rectas
Na mesma esfera
Mas podes vir amanhã
Se queres vir amanhã
Podes vir amanhã

Tens riscos de mais
A estragar-me a pedra
Mas se vieres sem corpo
À procura de luz

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços...

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
meu amor... meu amor... meu amor...

Prece

























Porque sou claustrofóbica e não gosto que me apertem; porque a minha felicidade depende da minha liberdade para voar, para ir e vir; porque os nós dão a entender uma falsa perpetuação: não há nós que não se desfaçam: haja tesouras ou boas unhas. E, principalmente, vontade.

quinta-feira, maio 15, 2014

Escolhas

"Mas toda escolha tem suas desvantagens e você precisa ter preparo para elas. Se você decide não voar por qualquer coisa que você supõe que te prenda, lembre-se, isto também é escolha sua."
Martha Medeiros 


Nota: se me pedissem para destacar apenas uma das muitas e grandes lições que aprendi nos últimos anos desta minha singela existência, não me restam grandes dúvidas que seria esta...

terça-feira, maio 13, 2014

Caminhos

"Há quem alimente a ilusão de que a vida se assemelha a uma estrada, os avisos a anteceder as curvas perigosas, os declives anunciados em percentagens, os cruzamentos assinalados, nos miradouros sempre bela a paisagem. E então, iludidos pela própria ingenuidade, há os que se julgam capazes de, na estrada como na vida, indicar aos outros o melhor percurso, prever as curvas, os obstáculos, aconselhar paragens e cuidados. Pena perdida. Muito pouco, quase nada, valem os avisos e as boas intenções dos que nos querem proteger. Para a vida tão-pouco há mapas, programas ou instruções, mesmo à luz do dia cada passada é dada no escuro, nunca se sabe se virar à direita é melhor do que à esquerda, se seguir em frente é erro. Felizmente vamos andando, cegos de olhos abertos, contentes de que as pernas nos levem, iludidos de que sabemos para onde."

J. Rentes de Carvalho 
in http://tempocontado.blogspot.pt

segunda-feira, maio 12, 2014

Fora da caixa


Realismo. My kind of guy...

Picaresco

adjectivo
Burlesco, cómico.

Que seja o mote da semana!

sexta-feira, maio 09, 2014

Get off your ass!

"And with that, with regards to being happy, it seems the best advice is also the simplest: Imagine who you want to be and then step towards it. Dream big and then do something. Anything. The simple act of moving at all will change how you feel about the entire process and serve to inspire you further. 

Let go of the imagined result; it's not necessary. The fantasy and the dream are merely tools to get you off your ass. It doesn't matter if they come true or not. Live, man. Just live. Stop trying to be happy and just be." 

Exemplos

Nada como ter uma colega que, com muita frequência, nos mostra que há uma certa ciência por trás do uso de leggings... e que ela não a domina!

Perfil

Se sou rapariga para me atrever a tentar ir contra a maré das probabilidades e das estatísticas...? 

A resposta da danada da filha da minha mãe só pode ser uma: bring it on, baby!

Dificuldades


terça-feira, maio 06, 2014

O presente

Vagueia pelo parque como tantos outros - são os que não são perigosos, dizem. Pequeno, grisalho, magro, curvado, a idade que já pesa, os passos demoram-se apesar de pequenos e até quase ligeiros. Alinhado, sempre bem alinhado. Sorridente, sempre sorridente. Com um sorriso terno de quem não sorri para fora, antes lhe vem de dentro. Um sorriso de alma, acho eu, de alma contente e serena de ser quem é. Ou quem julga que é. 

Cumprimenta-me sempre que passa por mim: sempre o mesmo mise en scène: pára, conservando uma distância cavalheiresca, curva ligeiramente e respeitosamente a cabeça e, mantendo o sorriso terno que nada também nos olhos, diz: boa tarde. Não sei se me vê realmente, se me reconhece de umas vezes para as outras, se me distingue das outras pessoas que por aqui circulam e a quem, por certo, também cumprimenta: sei que me ouve porque só se retira quando respondo, sorrindo ternamente também: boa tarde. Porque o sorriso terno que também nada nos olhos viaja para fora dele e contagia por dentro fazendo-me sorrir sem querer. É inevitável.

Hoje, José Luís Peixoto e o seu "Cemitério de pianos" na pausa para almoço. Dentro do carro, banco comprido para trás, de janela entreaberta para aspirar a sombra das árvores e a conversa fiada dos pássaros, leio em silêncio. De repente, uma batida tímida no vidro para não me assustar. Viro a cabeça e lá está ele: distância cavalheiresca, cabeça inclinada, sorriso terno que nunca se desfaz: boa tarde. Devolvo já sorrindo mas, estranhamente, não o vejo retirar-se logo como de costume. Fica parado uns segundos e acrescenta: vous avez une visage très jolie. O seu sorriso alarga-se e ilumina-se, o meu também, agradeço sentindo a maior ternura do mundo e ainda recebo um "good afternoon" antes da partida. O sorriso terno vira-se com ele, a alma contente e serena vira-se com ele e continuam o seu caminho. O que me deu de presente fica comigo.