sexta-feira, junho 28, 2019

Pérolas da porca #48

"na verdadeira ascensão da palavra"


Ámen...

sexta-feira, junho 07, 2019

Hoje o meu coração partiu-se


























Caiu de alto, estilhaçou-se no chão. Ao mesmo tempo que o raciocínio se esforçava por elaborar as tecnicidades - rx, pedra, degradação, ph, precaridade - o coração perguntava-se pelas lágrimas. E elas levaram o tempo que levou o susto a consolidar-se realidade. Ainda não o tinha visto e já o meu corpo lhe sentia a falta, a falta que me vai fazer vê-lo sempre que quiser, olhos muito abertos a observar tudo, a receber-me à porta feito gato/cão, a pedir colo e a esparramar-se nele, abdómen espalmado no meu, patas traseiras de gato/frango para se encaixar melhor em mim, braços que se agarram ao meu pescoço, sete quilos de gato/urso ronronantes ao meu ouvido.

Perguntei pelas fracas hipóteses na esperança que a resposta as colorisse um pouco mais mas isso não aconteceu. Nem poderia. Desci as escadas, mãos a limpar a cara e ele ali estava. Deixei de falar, deixei de prestar atenção ao que me perguntavam, só quis saber se podia dar-lhe o colo de que ele e eu tanto gostamos e assim ficámos os dois. No fim perguntei pelo fim e até que ponto lhe podia decidir a forma. E assim será: a vida vai-se esvair, meu B., mas vai esvair-se no meu peito.

quinta-feira, junho 06, 2019

Nem-nem

"Pior do que ser infeliz é ser, medianamente feliz. É reconhecer que "as coisas funcionam" sem que, no entanto, nada nos encante. E sentir que "a vida corre" mesmo quando os dias são iguais e tudo neles parece que a engonha. Ser medianamente feliz é ser infeliz, devagarinho. 

Ao contrário, ser, abertamente, infeliz amarfanha-nos por dentro e magoa-nos. E engelha a alma e atordoa. Mas, ao menos, é "preto e branco". E reconhecemos o sofrimento e perscrutamos as suas razões. É uma dor com verdade. Já ser-se medianamente feliz é uma forma "copo meio-cheio" de nos reconhecermos como moderadamente infelizes. E é ser-se infeliz "pela positiva". E isso é mau! 

"Se não discutimos, é porque as coisas estão bem" deve ser das "fórmulas" que mais nos empurram para sermos infelizes devagarinho. Porque não nos faz sentir traídos mas não nos torna atractivos. Porque não nos empurra para a esperança nem nos mergulha no desespero. Porque não nos torna nem tristes nem alegres. E não nos faz sentir nem sós nem acompanhados. Ser medianamente feliz é ser quase feliz e quase infeliz. Ou nem feliz nem infeliz. E ser "nem-nem" é não saber, sequer, quem se acaba por ser. Porque quem nos devia amar não nos faz descartáveis nem indispensáveis. 

Quando não se pode pode ser ou feliz ou infeliz, devia ser proibido ser moderadamente feliz! Porque, assim, isso nos levaria a fazer à vida com outra genica. Em vez ficarmos à espera que ela resolva por nós aquilo que nunca se resolve sem nós. 

Não discutir não significa que estamos em sintonia ou em harmonia. É desistirmos de nos emparelhar antes de desistir de se amar. É desistir de viver antes de reconhecer que se que se está a morrer." 

Eduardo Sá

terça-feira, junho 04, 2019

Fairy Tale

Wassily Kandinsky 1918

segunda-feira, junho 03, 2019

Onde está parte do meu coração...

"Quem não sabe e diz que sabe, não aprende"

Lucas, guia turístico em São Tomé e Príncipe

domingo, junho 02, 2019

Das minhas lições

"Time has given us perspective. Happiness, we’ve learned, changes everything, even if you have to lose everything first. And love, especially late-life love, leaves room for adaptation, for crafting an intentional life, for friendship and equality in partnership that doesn’t often exist in bonds formed out of lust or a stereotypical idea of how life should supposedly be."

Ruby McConnell