segunda-feira, abril 30, 2012

Em construção

Tentando tomar as rédeas. Respiro fundo. Sem saber bem por onde começar, porque as solicitações são muitas, tento seguir os meus instintos. Há horas para tudo, acredito, e por isso, quando é possível, deixo que seja o aperto no peito a responder-me através do alívio ou aumento da sua pressão. Aprendi a deixar o tempo passar, a não me ficar pelas primeiras impressões, a não ceder a impulsos. Aprendi a ouvir-me embora reconheça que, por vezes, tacteio demais, cedo demais à insegurança e aos "velhos do Restelo" dentro de mim que, com desconfiança, me alertam para os perigos, para os monstros imaginários. Trauma? Defeito? Talvez seja, cada vez mais, feitio.

Decido. Tanto sobre as peças da banheira como sobre as pessoas que fazem parte da minha vida. Decido, acima de tudo, sobre mim, sobre o que quero para mim, o que quero ter nos meus dias.

Muitas vezes, sento-me com as mãos segurando a testa e penso no que é a minha vida, em como ela se transformou nisto que é hoje, em como quero que mude. O que é isto, afinal? - pergunto eu. E também respondo: é algo em construção.

Dou passos em frente, mil vezes pensados, e não recebo o retorno esperado. Talvez tenha que ser assim, talvez o tempo tenha mesmo que passar e não só para mim.

Numa outra frente de batalha, semeio sem saber o que vou colher. Preparando-me psicologicamente para que aconteça o de sempre, que volte de novo a sentir a frustração de quem não consegue alcançar o que quer, tomo as rédeas porque não há outra forma de o fazer. Para não chegar ao dia em que me lamento por nem sequer ter tentado.

Deito-me e na escuridão do quarto consigo elevar a mente do corpo e ver-me de uma outra perspectiva. Ali estou, encolhida, de joelhos ao queixo. A cena central, a base de tudo, é a minha cama, é lá que me vejo. À minha volta, pedaços de histórias, de filmes a decorrer, de vida. E eu sou mera espectadora deitada a vê-los rodopiar por cima da minha cabeça. Não participo em nada, só assisto, não me parecem familiares, não me ligo a eles. O meu filme sou só eu.

domingo, abril 29, 2012

80ª Feira do Livro de Lisboa

Clarice Lispector e J. Rentes de Carvalho. E uma fartura.

Happy!

(e ainda só vou na primeira visita..!)

sexta-feira, abril 27, 2012

Na autoestrada em sentido contrário?

Cada vez mais me convenço que a maioria das pessoas é completamente obtusa. Ou então eu é que sou.

segunda-feira, abril 23, 2012

Felicidade!

Perfil

Relax. Rethink. Rebuild.

Para tudo há um tempo

"Para tudo há uma estação, para tudo o que o que se passa debaixo do céu há um tempo. Há um tempo para se nascer, e um tempo para morrer; um tempo para plantar, e um tempo para recolher o que foi plantado. (…) Um tempo para amar, e um tempo para odiar; um tempo para a guerra e um tempo para a paz."
Eclesiastes

sexta-feira, abril 20, 2012

Provas

"A maior prova de amor é decidires partilhar a vida com alguém de quem não precisas ou dependes para que ela funcione."
Autor desconhecido da maioria e anónimo por opção

Animal

Não, não sou eu que tenho o dom de atrair tudo o que é animal abandonado. Eles estão por aí, à vista de todos os que queiram ver. A diferença é que eu lhes presto atenção.

quinta-feira, abril 19, 2012

Palavras

"Eu nem sequer gosto de escrever. Acontece-me às vezes estar tão desesperado que me refugio no papel como quem se esconde para chorar. E o mais estranho é arrancar da minha angústia palavras de profunda reconciliação com a vida."
Eugénio de Andrade

quarta-feira, abril 18, 2012

Constatação #55

O meu sentido de responsabilidade ambiental esbarra, à cabeçada!, com a ausência de empregada doméstica...

terça-feira, abril 17, 2012

O da arrecadação

Mais ao menos cheio de coisas que sei que não quero levar comigo mas em relação às quais... não sei mais coisa nenhuma. Talvez um dia olhe para elas e elas me consigam dar a resposta, mas até lá, e seguindo a máxima de que quando não se sabe o que se deve fazer, o melhor é não fazer nada, estes "nada" vão ficar guardados em canto próprio.

O mais estranho de tudo foi mesmo perceber que estes "nada" - o que sobrou - afinal, não eram assim tantos...

Uma alegria para sempre

"As coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo.

Sentimo-las como da primeira vez, sentimo-las fora do tempo, nesse mundo do sempre onde as datas não datam. Só no mundo do nunca existem lápides...

Que importa se – depois de tudo – tenha "ela" partido, casado, mudado, sumido, esquecido, enganado, ou que quer que te haja feito, em suma? Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua e, esta, ela jamais a poderá passar de ti para ninguém. Há bens inalienáveis, há certos momentos que, ao contrário do que pensas, fazem parte da tua vida presente e não do teu passado. E abrem-se no teu sorriso mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas.

Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura...

A thing of beauty is a joy for ever disse, há cento e muitos anos, um poeta inglês que não conseguiu morrer."

Mario Quintana

Porque é bom que se farta!

Somebody That I Used To Know
Gotye (feat. Kimbra)

Now and then I think of when we were together
Like when you said you felt so happy you could die
Told myself that you were right for me
But felt so lonely in your company
But that was love and it's an ache I still remember

You can get addicted to a certain kind of sadness
Like resignation to the end, always the end
So, when we found that we could not make sense
Well, you said that we would still be friends

But I'll admit that I was glad that it was over
But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough

No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records and then change your number
I guess that I don't need that though
Now you're just somebody that I used to know
Now you're just somebody that I used to know
Now you're just somebody that I used to know

Now and then I think of all the times you screwed me over
But had me believing it was always something that I'd done
But I don't wanna live that way, reading into every word you say
You said that you could let it go
And I wouldn't catch you hung up on somebody that you used to know

But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough

No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records and then change your number
I guess that I don't need that though
Now you're just somebody that I used to know
Somebody, I used to know

Somebody, now you're just somebody that I used to know
Somebody, I used to know
Somebody, now you're just somebody that I used to know
I used to know
That I used to know
I used to know
Somebody

Hula... ups!



Na obra... trabalha-se, claro!

segunda-feira, abril 16, 2012

A "porca" parece ter uma irmã gêmea (ou 'génia', como qualquer uma delas diria...)

Ao telefone:

- Eu não concordo com isso, não é justo. Não se pode amputar responsabilidades a quem não as tem!

O ritual



Cumpriu-se. E fez de mim uma pessoa muito mais feliz.

Faktum

E com que é que sonhei hoje, incessantemente, quase delirantemente até???

Prados verdejantes?? Euzinha a flutuar nas nuvens?? A receber um Óscar?? Pejada de gajos bons aos meus pés??

Não...

Com frentes de armários de cozinha do IKEA...

sexta-feira, abril 13, 2012

Porque a vida também é para isto... (e porque me faz dançar!!!!)

David Fonseca

A million stars up in the sky
We watch them live, we watch them die
Now who can tell how this will be?
Now are we fools when we believe?

So listen

I never felt like this before
And I feel no guilt for wanting more
I’ll take all my chances here with you
And I can tell you feel it too
So let’s not hide it, I won’t hide it anymore
Who knows what life is for?

So take my hand
We’ll make this happen
It’s real, I’m in love with you

And then you stepped out of my screen
I’m awake inside my dream
Tears roll backwards to the light
A rush of love, I feel alive

So listen

I’m in the back waiting for you
And I can tell you feel it too
So let’s not hide it, I won’t hide it anymore
Who knows what life is for?

So take my hand
We’ll make this happen
It’s real, I’m in love with you

A million stars up in the sky
Now can you tell me which one am I?
I never felt like this before
And my heart keeps wanting more
Then let’s not hide it, I won’t hide it anymore
Who knows what life is for?

So take my hand
We’ll make this happen
It’s real, I’m in love with you

O dos livros

Os CTT oferecem a viagem, eu ofereço o conhecimento com lombada. Foi um pouco de tudo, em português para quem também o fala. Meninos e meninas, homens e mulheres, de países distantes, que não teriam acesso a eles se não fosse assim. Seguem, carregando com eles a minha esperança de que façam alguém feliz.

Além deles...

"Sou as minhas atitudes, os meus sentimentos, as minhas ideias... Surpresas, gargalhadas, lágrimas, enfim, o que eu sinto, quem eu sou, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles..."

Clarice Lispector

No fio da navalha

Consegui! Com fila, chuva e gasolina nível zero, cheguei a horas por uns segundos.

Não faço a mínima ideia de como vou sair daqui mas isso agora não interessa nada...

quinta-feira, abril 12, 2012

O da quermesse

Mais um caixote, prontinho para seguir para outras paragens. Este vai para quem lhe vai dar uso, com objectos que terminaram a sua viagem comigo, que irão agora cumprir uma missão e começar um novo caminho com quem os ganhar.

Outros caixotes se seguirão, a seu tempo.

As mãos e o nariz picam mas o resto do corpo pulsa de entusiasmo. Está mais leve, está um caixote mais leve. 

quarta-feira, abril 11, 2012

Todos os nomes

Rosa Barbie, Zeus, Chiclete, Cinza Metro, Miragem, Neptuno, Maçã-do-Amor, Jade, Amarelo Tráfego, Chá Verde, Zen, Azul Spa, 100% Cacau, Tiramisú, Centeio, Tez de Pêssego, Pôr-do-Sol, Rosa Coquette, Vitamina, Azul Dragão, Milho Rei...

Já sei o que quero ser quando for grande: o responsável por inventar nomes para materiais de construção! Deve ser um "fartote"!

Géneros

- Pois, estou aqui na dúvida, gostava que aquela parede tivesse mais qualquer coisa... não sei se pinto de cor diferente ou se ponho papel de parede... Papel de parede deve ser mais caro, não?

- Sim, é. Até porque, de certeza!, que tu vais escolher um que há-de ser dos mais caros de todos...

- Opá, que culpa tenho eu de ser uma rapariga exigente?!

- Nããão, o problema não é seres exigente... o problema é seres gaja!

Inadimplência

(inadimplir + -ência)
s. f.
Falta de cumprimento (ex.: inadimplência de um contrato). = INADIMPLEMENTO, INCUMPRIMENTOADIMPLEMENTO, ADIMPLÊNCIA



Viciada em dicionários e enciclopédias.

Quando era pequena e perguntava o significado de uma palavra aos meus pais, ou mais alguma coisa sobre determinado facto, os olhos deles brilhavam e, mesmo estando "carecas" de o saber, logo me diziam: ainda bem que perguntaste isso, vai lá buscar o dicionário (ou enciclopédia) e vamos já todos perceber do que se trata!

Tratavam estas obras como se fossem os guardiões sagrados de todas as respostas, livros mágicos que guardavam em si grandes segredos, e era um entusiasmo ter uma razão para os consultar.

Quisesse eu ou não, a verdade é que esse sentimento se arreigou em mim facilmente tendo a minha imensa curiosidade sobre tudo e mais alguma coisa ajudado a escancarar as portas desse caminho sem retorno.

Ainda hoje, não descanso enquanto não encontro o significado de alguma palavra que nunca tenha ouvido e dá-me nervoso miudinho se não tenho, naquele momento, forma de saber mais sobre alguma data ou facto que me tenha surgido pela frente. Vale-me a internet em todo o lado, embora, purista e conservadora, continue a preferir os muitos volumes de A a Z lá de casa. Até porque da procura de um tema, acabo sempre por me entusiasmar e passar para outro, os meus dedos não se aquietando e sentindo o chamamento das páginas que se seguem, e quando dou por mim, a pequena busca inicial levou-me a outros mundos, a outras histórias... nada melhor para quem gosta de "viajar"...

A minha única frustração é perceber que não consigo reter tudo o que vou aprendendo da forma como gostaria... nunca serei uma "enciclopédia ambulante", nunca serei daquelas pessoas com uma cultura vastíssima sobre quase tudo, já percebi que o meu cérebro não consegue reter tudo o que quero. É, sem dúvida, das coisas que mais invejo... Mas, como repete sempre a minha progenitora, "cultura é tudo aquilo que sabemos depois de termos esquecido tudo aquilo que aprendemos". E eu espero conseguir saber muito depois do meu inevitável esquecimento.

Todos os dias procuro qualquer coisa. Hoje, saiu-me a do título. E eu digo: muito prazer em conhecê-la, seja muito bem vinda à minha pessoa. Não sei se a vou usar muito, se daqui a uns tempos me vou lembrar logo de si mas gosto de sabê-la por cá, gosto de sabê-la agora minha também.

terça-feira, abril 10, 2012

Perfil

Surpresa

E, de repente, quase de madrugada, algo que não estava à espera de alguém de há muito tempo... Respondeu ao chamamento quando achei que não iria fazer, até porque não seria a primeira vez, e até ofereceu ajuda. Ou o tempo muda realmente as pessoas ou as estrelas estão certas e este é mesmo o momento certo para investir outra vez no sonho sempre adiado. Não adiantou grande coisa mas confirmou o caminho a seguir quando achei que me iria simplesmente ignorar. Bolas... há muito tempo que não me conseguiam surpreender... pela positiva... 

segunda-feira, abril 09, 2012

quinta-feira, abril 05, 2012

Perfil

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa

quarta-feira, abril 04, 2012

Encantadora, não sou

Costas demasiado largas para pouco mais que metro e meio

Eu devia ser objecto de estudo. Eu devia ser contida numa gaiola e sujeita a testes neurológicos, quiçá até a abrirem-me o cérebro! Que estranha forma de vida a minha, que tortuosas voltas dá a minha mente para, aconteça o que acontecer e venha lá o que vier, eu encontrar sempre forma de me atribuir responsabilidade... a máxima responsabilidade, ainda por cima! Uma vez disseram-me, a "gozar o prato", que se sei que caiu uma árvore algures na Amazónia, eu acho logo que a culpa é minha, que tudo está relacionado com aquela embalagem de detergente que no remoto ano de 1993 eu não deitei no ecoponto... Ri, achei graça à hipérbole e dei-lhe o devido desconto. Mas tinham razão. A minha capacidade de assumir as responsabilidades do mundo e dos outros e castigar-me mentalmente por elas chega a ser preocupante. E a coisa fica relativamente controlada se estivermos a falar de factos distantes, em que a minha intervenção será indirecta... se porventura sou um dos intervenientes no caso, é mais ao menos como o que me acontece com as melgas: eu estando, ninguém tem mais que se preocupar que as gajas só se vão virar para a minha pessoa! Pelos vistos, as culpas também têm asas e o meu sangue é doce o suficiente para atrair ambas. As minhas e as dos outros. E já agora, as dos outros em relação a mim também que é para ser ainda mais giro..!


Lobotomia. Temo que a única solução seja a lobotomia...

terça-feira, abril 03, 2012

Porque dá vontade de simplesmente fechar os olhos e ouvir....

(E hoje devo à R., que me fez lembrar o quanto gosto dela e do moço que a canta)


I Can't Make You Love Me/Nick of Time
Bon Iver

Turn down the lights
Turn down the bed
Turn down these voices
They're inside my head
Lay down with me
Tell me no lies
Just hold me close
And don't patronize me
Don't patronize me

'Cause I can't make you love me
If you don't
You can't make your heart feel
Something it won't
Here in the dark
In these final hours
I will lay down my heart
If I feel the power, but you don't
No, you don't

'Cause I can't make you love me
If you don't
If you dont
No, you won't

I'll close my eyes,
Then I won't see
The love you don't feel
When you're holding me.

Morning will come,
And I'll do what's right
Just give me till then
To give up this fight.

And I will give up this fight.

'Cause I can't make you love me
If you don't
I can't make your heart feel
Something it won't
Here in the dark
In these final hours
I will lay down my heart
If I feel the power, but you don't
No, you don't

I can't make you love me if you don't
If you don't
No you, no you won't

I found love, darling
I found love, darling
I found love, darling, yeah, baby darling
I found love, darling, yeah
I found love, darling, darling, darling
Love in the knick of time

I found love, darling, yeah
Love in the knick of time

Mostro-me como sou

"A perfeição não me pertence, é verdade, mas mostro-me como sou, assumo-me com todos os meus defeitos e deslizes morais, e isso faz-me real e natural. Faz-me tranquila, por não ter que sustentar uma vida inventada. Faz-me segura de ser amada sobre toda a minha Verdade."

Aurélia Vasconcelos

segunda-feira, abril 02, 2012

Balanço dos dias de chuva

Não há cartilhas, guias, boas práticas, há situações que nos caiem no colo ou para as quais avançamos porque assim tem que ser e onde não existe, na verdade, "certo" e "errado". Fazemos o que podemos, o que conseguimos, atravessamos o temporal de guarda-chuva em punho sabendo que é impossível não sermos, no mínimo, salpicados, e esperamos somente conseguir optar por saltar a poça certa, por escolher o lado melhor do passeio, por ter calçado as melhores botas nessa manhã tentando, apenas, conseguir não chegar ao outro lado completamente encharcados. Fazemos o que podemos, o que conseguimos e quase que a mais não somos obrigados... Assim fizemos. Cada um de nós.

Moeda ao ar

"When you have to make a hard decision, flip a coin.
Why? Because when that coin is in the air... You suddenly know what you're hoping for."

in http://asubaka.blogspot.pt/