Tentando tomar as rédeas. Respiro fundo. Sem saber bem por onde começar, porque as solicitações são muitas, tento seguir os meus instintos. Há horas para tudo, acredito, e por isso, quando é possível, deixo que seja o aperto no peito a responder-me através do alívio ou aumento da sua pressão. Aprendi a deixar o tempo passar, a não me ficar pelas primeiras impressões, a não ceder a impulsos. Aprendi a ouvir-me embora reconheça que, por vezes, tacteio demais, cedo demais à insegurança e aos "velhos do Restelo" dentro de mim que, com desconfiança, me alertam para os perigos, para os monstros imaginários. Trauma? Defeito? Talvez seja, cada vez mais, feitio.
Decido. Tanto sobre as peças da banheira como sobre as pessoas que fazem parte da minha vida. Decido, acima de tudo, sobre mim, sobre o que quero para mim, o que quero ter nos meus dias.
Muitas vezes, sento-me com as mãos segurando a testa e penso no que é a minha vida, em como ela se transformou nisto que é hoje, em como quero que mude. O que é isto, afinal? - pergunto eu. E também respondo: é algo em construção.
Decido. Tanto sobre as peças da banheira como sobre as pessoas que fazem parte da minha vida. Decido, acima de tudo, sobre mim, sobre o que quero para mim, o que quero ter nos meus dias.
Muitas vezes, sento-me com as mãos segurando a testa e penso no que é a minha vida, em como ela se transformou nisto que é hoje, em como quero que mude. O que é isto, afinal? - pergunto eu. E também respondo: é algo em construção.
Dou passos em frente, mil vezes pensados, e não recebo o retorno esperado. Talvez tenha que ser assim, talvez o tempo tenha mesmo que passar e não só para mim.
Numa outra frente de batalha, semeio sem saber o que vou colher. Preparando-me psicologicamente para que aconteça o de sempre, que volte de novo a sentir a frustração de quem não consegue alcançar o que quer, tomo as rédeas porque não há outra forma de o fazer. Para não chegar ao dia em que me lamento por nem sequer ter tentado.
Deito-me e na escuridão do quarto consigo elevar a mente do corpo e ver-me de uma outra perspectiva. Ali estou, encolhida, de joelhos ao queixo. A cena central, a base de tudo, é a minha cama, é lá que me vejo. À minha volta, pedaços de histórias, de filmes a decorrer, de vida. E eu sou mera espectadora deitada a vê-los rodopiar por cima da minha cabeça. Não participo em nada, só assisto, não me parecem familiares, não me ligo a eles. O meu filme sou só eu.
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