segunda-feira, janeiro 31, 2011

Porque, às vezes, é tarde demais. Porque, outras vezes, nunca é.

Timbaland - Apologize (feat. One Republic)

I'm holding on your rope
Got me ten feet off the ground
And I'm hearing what you say
But I just can't make a sound

You tell me that you need me
Then you go and cut me down
But wait, you tell me that you're sorry
Didn't think I'd turn around and say...

That it's too late to apologize, it's too late
I said it's too late to apologize, it's too late

I'd take another chance, take a fall,
Take a shot for you
I need you like a heart needs a beat
(But it's nothing new)
Yeah yeah

I loved you with a fire red, now it's turning blue
And you say sorry
Like the angel heaven let me think was you
But I'm afraid...

It's too late to apologize, it's too late
I said it's too late to apologize, it's too late

It's too late to apologize, it's too late
I said it's too late to apologize, it's too late
I said it's too late to apologize, yeah
I said it's too late to apologize, yeah

I'm holding on your rope
Got me ten feet off the ground...

É tudo "biseness!

Corre para a agência, selecciona possíveis bons negócios, marca visitas, marca reuniões, recebe telefonemas, pede simulações, abre nova conta, assina papeladas, analisa os melhores juros, negoceia valores, prepara visita da tarde, marca na agenda o restante...

... ando-me a sentir uma verdadeira mulher de negócios!

Constatação #33

A minha "vida paralela" dá mais trabalho que a outra...

sábado, janeiro 29, 2011

A tartaruga que depois se transforma numa retroescavadora com raios laser que também serve para poste de iluminação!!

Em conversa e a propósito dos gostos televisivos do filho dele, digo a um amigo:

-Não percebo, agora os bonecos são todos compostos, com uma espécie de dupla personalidade, são uma coisa mas transformam-se sempre noutra...!
- É verdade, os miúdos agora gostam é disso. Nós não! Tinhamos a Heidi e o Pedro e lá o "bélho", na montanha para trás e para diante e pronto!! O avô contava umas histórias, os putos andavam descalços no meio das ovelhas, todos rotos, uns tesos, portanto, e isso era giro. Eram e que eram e mais nada. E nós gostávamos!


Pois... pelos vistos, sermos SÓ nós já não tem piada nenhuma...

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Frase do dia

‎"Só o que é de mais é que é bastante."
Vergílio Ferreira

Porque é absolutamente maravilhoso alguém escrever assim...

"O relógio, fiel intérprete do tempo antigo, soou doze vezes no seu idioma metálico para relembrar às pessoas, que não o escutavam, que a décima segunda hora da noite acabara de se escoar."
Mihai Eminescu

Perfil

A (re) descobrir a Rádio Marginal e a pensar "mas porque é que nunca ouço isto quando é tão bom?".

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Mensagem de uma das "minhas"...

Se fores chata as tuas amigas, perdoam;
Se fores agressiva as tuas amigas, perdoam;
Se fores egoísta as tuas amigas, perdoam;
Agora experimenta ser magra e linda...

'Tás f.....!

"É o facies, é o facies..."

No início nem me apercebi. Concentrada nas desculpas que pretendia dar pelo atraso, na minha óptica, imperdoável, passei por aqueles dois seres sem os ver realmente. Abri a porta, desfiz-me em explicações e corri para o elevador. Lá dentro, ficámos em filinha, porque não há espaço para mais, e eu era a primeira, controlando os andares que passavam enquanto me tentava lembrar a que divisão me devia dirigir primeiro para garantir um mínimo de apresentação. Entrámos, abri as luzes e fui recebida por um cheiro a detergente. A boa da Dona P. tinha ido nesse dia o que me aliviou de imediato. Acho absolutamente insuportável receber pessoas estranhas com a casa desarrumada, com pêlos de gatos e restos de areia que eles fazem o favor de arrastar da liteira pelo chão da casa toda, com roupa estendida, enfim, gosto de tudo impecável, acredito no poder das primeiras impressões. Mesmo assim, e depois de os ter encaminhado para a sala e deixado que o profissional do ramo conduzisse a visita, ainda fiz uma ronda para me certificar que tudo se alinhava conforme os meus desejos. Depois disso, relaxei e aproximei-me pronta para prestar os esclarecimentos adicionais que fossem necessários.

Nessa altura vi, com olhos de ver. Nessa altura, tive finalmente tempo e cabeça para observar quem se encontrava à minha frente. Uma mulher, de cinquenta e alguns, de mãos nos bolsos do grosso casaco comprido. Sem mala. Percebi pela conversa que morava na zona, deduzi por isso que, sendo "vizinha", saiu só com as chaves de casa com a promessa de um "vou ali e já volto". Incomodou-me. Parece estúpido mas incomodou-me ver o meu imóvel ser tratado como a mercearia da esquina, à qual a visita não merece mais do que umas mãos nos bolsos. Vá lá, não veio de chinelos...

Expedita, fez perguntas praticamente ignorando o intermediário enquanto me informava que queria uma casa para depois alugar dando-me também a entender que a exigência era relativa visto que não era ela que ia lá morar. Irritou-me. E aqui já não acho estúpido que me tenha irritado. Irritou-me ser tratada como dona de imóvel de 2ª, dona de imóvel "para quem é, bacalhau basta". E percebi claramente que estava perante alguém, de mãos nos bolsos e não de chinelos por mero acaso... se calhar tinha acabado de vir da rua e não lhe apeteceu mudar, se calhar os chinelos não agasalhavam o pézinho o suficiente tendo em conta o frio que estava... em todo o caso, alguém que não percebe que há comentários que até podem ser a mais pura das verdades mas que não se fazem.

A conversa prossegue, e enquanto me confirma que sim, gostou muito e até pode estar interessada, permite-me que a observe mais um pouco. Loura, não excessivamente, mas de um louro que não me agrada não sei bem porquê, a condizer com as pulseiras douradas, umas quantas a chocalhar. E as mãos continuavam nos bolsos. Arranjada, um pouco demais para o meu gosto, mas havia ali qualquer coisa que não jogava... o que é que não joga aqui... o que é que não joga aqui...? E, de repente, fez-se luz! Comecei por reparar no que dizia e como, a ouvir a sério, a perceber pequenas nuances revelando ali muita leitura de cabeleireiro mas pouco mais e, voilá!, olhei-a de frente e percebi: era o facies, como dizia o meu pai, era o facies. A cara, a expressão facial denuncia até um mudo, essa é que é essa. E assim lhe tirei a pinta.

No entanto, não me querendo apressar em julgamentos, esperei mais um pouco, deixei que a cena prosseguisse e eis senão quando, a senhora de mãos nos bolsos e não chinelos mas só por acaso, avança sem medos e "espeta-me" com uma proposta "porque eu vou directa ao assunto, que é mesmo assim". O mediador estava a um canto, tentando interferir quando podia, tentando, lá está, mediar!, mas sem grande sucesso. E eu sorri calmamente, sorri porque sou educada e sorri porque a proposta era idiota e aquela fulana devia achar que estava a lidar com uma miúda, desesperada por vender, não habituada a lidar com "velhas raposas" como ela devia achar que era. Pois sim... De velha tinha alguma coisa, é certo, de raposa nem por isso...

E eu... bom, eu disse simplesmente que iria pensar e que depois comunicaria a minha decisão ao profissional do ramo. Ponto final, parágrafo.

O dito foi-me dizendo, quase só por gestos, que já me ligava e quando efectivamente ligou ajudou-me a compôr o quadro final. Muito dinheiro para aplicar, estava até a pensar em comprar não um mas dois imóveis para alugar, que ia ver mais, que até havia outro mais novo e mais barato e por isso tinha feito aquela proposta. Sim senhor, pois concerteza mas a minha posição é esta. "Sabe... não tenho pressa, outras propostas aparecerão certamente por isso, não se preocupe que eu também não."

E assim ficou o caso arrumado.

Frase do dia

"Crer para ver."
Vergílio Ferreira

quarta-feira, janeiro 26, 2011

(Des) Coordenadas

Usei, pela primeira vez sozinha, um GPS. De propósito, ignorei o caminho que me parecia o correcto para me dedicar apenas aos mandamentos do "senhor da máquina". Fui pelo caminho errado três vezes. Olhem o que é uma pessoa ver-se dentro de uma maquineta daquelas, fechada num porta-luvas, ao sol, durante dias e dias a fio...! Tinha que provocar as suas mazelas... Acho que vou dispensar os seus serviços e dar-lhe reforma antecipada, 'tadinho...

Mais uma vez, duas cabeças juntas pensam melhor que só uma...

As muitas perguntas, a única resposta

De que estás à espera? O que esperas, afinal? Porque pareces esperar, em suspenso, sustendo a respiração até que algum sinal te permita finalmente expirar forte de alívio. Mas o que é? De que esperas quando desligas as luzes? O que esperas que aconteça quando mais um dia começa? Queres que seja o dia de quê? O "dia de todas as conclusões", o "dia em que te esqueces finalmente"? Ou o "dia em que já não te importas mais"? De que esperas? De quê? De que esperas se já aprendeste, da forma mais dura e certeira, que só deves esperar o que podes alcançar com as tuas mãos? Estás à espera de justiça divina, da confirmação universal de que existe uma paga que te é devida pelo facto de o mundo e as pessoas e os momentos te terem sido tão vis? De que os céus se movam para dissipar as tuas nuvens, que o teu brilho volte trazido por um raio lá de cima, de que hoje o vento sopre para fora de ti o que um dia te trouxe, de forma cortante, como só o vento gelado consegue, quando sabes que te foi entregue bem mais do que aquilo que te era devido? Estás à espera de quê? De quê? E pergunto-me se a pergunta não deveria ser também "porquê?" Porquê, se tu és una, sólida na tua presença, dona do génio da lâmpada que pulsa aí dentro? Porquê, se já sabes que é só contigo que deves contar, porque já te foi provado que nada mais faz sentido? Porquê, se todas as lágrimas que verteste foram só tuas, se de todas as vezes que perdeste o chão foi o teu chão e a ele regressaste sozinha, por ti, pelas tuas pernas? Porquê? Porque continuas a só ocupar aquele pequeno espaço, como se tivesses medo de transpor alguma fronteira, como se o que resta daquela superfície plana seja de uma dimensão insuportável, grande demais, espaçosa demais e como se tu, com o teu pequeno corpo ainda encolhido, te perdesses naquela imensidão? Porque não a tomas para ti, dona e senhora como és, e a inundas com o teu calor reclamando esse espaço, trazendo-o de volta ao teu mundo? Porque continuas a cortar o teu mundo em dois, o antes e depois? Porque continuas a viver entre quem eras e quem és? De que estás à espera, afinal? De quê? Não esperes mais, não há nada que vá chegar...

terça-feira, janeiro 25, 2011

Porque hoje ouvi por acaso e já nem me lembrava o quanto gostava dela

"Ordinary World"
Duran Duran

Came in from a rainy Thursday
On the avenue
Thought I heard you talking softly

I turned on the lights, the TV
And the radio
Still I can't escape the ghost of you

What has happened to it all?
Crazy, some are saying
Where is the life that I recognize?
Gone away

But I won't cry for yesterday
There's an ordinary world
Somehow I have to find
And as I try to make my way
To the ordinary world
I will learn to survive

Passion or coincidence
Once prompted you to say
"Pride will tear us both apart"
Well now pride's gone out the window
Cross the rooftops
Run away
Left me in the vacuum of my heart

What is happening to me?
Crazy, some'd say
Where is my friend when I need you most?
Gone away

But I won't cry for yesterday
There's an ordinary world
Somehow I have to find
And as I try to make my way
To the ordinary world
I will learn to survive

Papers in the roadside
Tell of suffering and greed
Here today, forgot tomorrow
Ooh, here besides the news
Of holy war and holy need
Ours is just a little sorrowed talk

And I don't cry for yesterday
There's an ordinary world
Somehow I have to find
And as I try to make my way
To the ordinary world
I will learn to survive

Every one
Is my world, I will learn to survive
Any one
Is my world, I will learn to survive
Any one
Is my world
Every one
Is my world

Sapos

E pronto, lá vem o Universo mandar-me recados outra vez. E como sou lentinha e teimosa e parece que me recuso a perceber à primeira, o que é que ele faz? Coloca-me entre a espada e a parede e obriga-me a uma pega de caras que é para aprender!

Portanto... vejo-me assim dependente de um favor... favor esse que SÓ me pode ser concedido por alguém que seria das últimas pessoas a quem eu pediria fosse o que fosse!! Bom, não é? Muito bom...

Aguenta, não chora, respira, embrulha e anda em frente...!
(M****!!!!)

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Elogio ao amor

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.

Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
"

Miguel Esteves Cardoso

E não é que já não me surpreendo..?

"Opá, realmente, você tem jeito para jornalista, para escrever! Isto está muito melhor do que aquilo que eu fiz. Eu não tenho jeito nenhum! Você está mesmo no curso certo. Bom... eu também... mas à minha maneira."


... que é...? Nããã... deixe estar, acho que não quero saber...

Tempos

Frio, muito frio, que gela as mãos e os pensamentos. Ânsia de chegar ao fim de semana para descansar, não descansar parada mas descansar do resto, do que tem que ser, e fazer só o que me apetece. Depois de outra "sessão de choradeira", onde uma vez mais se conclui que tudo isto vai muito para além do que é visível, que é tão mais profundo, as vias desentopem e o ar começa, por fim, a circular como deve. Porque "não respira, já viu?". Já, já vi, e tem razão, "quem respira, sente"... Mas depois foi a vez de falar e ouvir e ouvir e falar com quatro das "minhas" com quem me sinto sempre numa espécie de casulo. Falo e sei que me ouvem, de ouvir verdadeiramente, de ouvir de quem quer mesmo entender e absorver e entrar em mim. Falo e recebo palavras e olhares de quem percebe lá dentro e me diz "fazes parte de mim, tu também, fazemos parte umas das outras". E assim me sinto em casa, acolhida naqueles braços e sorrisos de compreensão e empatia, de salvamento. Ou salvação. Com risos e gozos à mistura porque nenhuma aguenta muito tempo sem gozar com alguma coisa ou umas com as outras ou connoscos mesmas. Porque é assim que somos e é assim que gostamos de ser. E depois, consigo já dominar as minhas horas, agarrar o tempo com as minhas mãos e usufruir dele como acho melhor. E de manhã, lá me dirijo aos meus direitos e deveres, não me passando pela cabeça não participar. E, de cada vez que vou, lembro-me sempre das primeiras vezes e de que fui contigo e me deste instruções à entrada. Senti-me grande, adulta, fizeste-me sentir assim embora me dissesses, ao mesmo tempo, "podes continuar, de resto, a ser criança para eu te ensinar coisas". E eu gostava que me ensinasses coisas, sempre gostei e nunca deixei de gostar. Ao fim do dia, o convite para integrar mais um casulo, o mais antigo, o mais meu. Lá fui para o meio da barulheira tão típica que é a nossa e o elemento mais novo da tribo a colaborar e a fazer a alegria de todos. E depois eu a ouvir "já vi que, da próxima vez, podemos deixá-lo com ela" e podem, claro que podem, sempre me dei bem com estes "bichinhos" pequenos. Parece que falamos a mesma língua, a língua dos sorrisos e dos olhares. E o frio, tanto frio a manter-se. Dou voltas e voltas e o frio continua a percorrer-me apesar das meias e pijama polar e casaco de lã... resta a manta da serra e cá vem ela para me embalar. O despertador toca e engana-me, faz-me crer que vai voltar a tocar mas cala-se até tarde demais. E, no fundo, diz-me com todas as letras: acabou-se o descanso e para te provar testo a tua capacidade de fazer muito em pouco e correr logo no início da semana para entrares no ritmo. À força. Que seja. Já consigo ter alguma mão no tempo, já o uso a meu favor.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Mudanças

Constatação #32

Quando se ultrapassam as questões de mera sobrevivência, deixamos de ter desculpa.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

E algures numa parede em Lisboa...

"Are we human or are we dancers? "

E, sem que se preveja, de novo a sensação estranha de que algo está para acontecer. Intuição? Não, já aprendi que não. Não tenho dias sensorialmente mais aguçados, tenho dias, sim, em que o medo enche a sua barriga, incha como balão colorido e se encaixa ali num lugar qualquer entre os meus pulmões e o externo. E medo de quê? De tudo, de qualquer coisa que não consigo tocar, de algo que se move como névoa dentro de mim e, em silêncio, me impregna e me faz encolher o umbigo e curvar as costas, como que a preparar-me para o embate. Irrita-me esta minha dimensão acanhadamente humana.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

E continuando a inovar é que se combate a crise...


"Pilatando"

E não é que o meu nariz tem conseguido chegar a sítios do meu corpo que eu nem sabia que existiam?!

terça-feira, janeiro 18, 2011

José e Pilar

As mãos enrugadas, o olhar, o sentido de humor tão próprio, a forma como fala da morte "depois, depois não há nada... é assim, acabou-se!"... lembrou-me de ti, levou-me de volta a ti...

Perfil

Farta de agentes imobiliários até à raiz dos cabelos!!

Recaída

Não resisti!

Tenho-me andado a conter, a conter, porque as circunstâncias assim o exigem mas... convenhamos, deixar os saldos passarem-me completamente ao lado até é imoral nestes tempos de crise!!

Por isso, modestamente e pela mais pura das necessidades!, lá enfiei no saco uns quantos acessórios, mais uma calças para o Pilates e mais um mimos da BodyShop...

... porque a saúde mental também é muito importante! E pronto, tenho dito!

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Dialogando

Vira e revira na cama, como se tivesse o diabo no corpo. Não obstante, há membros que não acusam o toque do despertador e necessitam de vigorosas altercações com o colchão. Os sonhos ainda pairam e são cansativos na sua insistência. Mas o que há a fazer? Não me consigo esconder de mim própria, acabo sempre por ter que me encarar de frente. Mas já não é novidade e o que é novidade é relativo, tudo muito relativo. Aprende-se, essa é que é a verdade, a relativizar, a deixar andar, a dar leveza aos pensamentos. Aprende-se por uma questão de sobrevivência embora, na maioria dos dias, seja forçado e não 100% eficaz. Mas é o que é, é o que temos. E, tentativas à parte, o seu peso está lá e revela-se quando está tudo às escuras, mesmo eu. É o que é.

Há dias assim, de torpor mental ao qual a dureza do maxilar não é indiferente. Mastigo assim em seco, pressiono em seco e o resultado é apenas mais compressão e nenhuma resolução. Como conseguimos perder tanto tempo com aquilo que não nos leva a lugar nenhum...

Necessidade de ir virando páginas, lá está, necessidade de ler o que está escrito nas próximas linhas "porque se não o fizer, não sai do mesmo lugar". É verdade... e eu que nunca fui de ficar muito tempo no mesmo sítio... "mas já andou muito, nota-se perfeitamente". Ainda bem, significa que afinal pago por alguma coisa. Mas... e agora? "Agora viva!". Mas, não entende que não sei como? Quer dizer, sabia o que era viver na vida passada, nesta ainda não sei. Foi tudo muito rápido, e simultaneamente muito devagar, houve ventos que me atropelaram, outros que me impediram de sair do lugar, houve muitos sonhos, muitos!, muitas compressões de maxilar e não só, e quase à pancada parte da minha massa moldou-se numa outra coisa que eu ainda não sei bem o que é. E eu só consigo ainda reconhecer quem era antes, entende...? Não? Um bocadinho, ok, já não é mau. Mas, sabe, o mais difícil mesmo é conjugar o novo e o velho, quem sou e quem era. Pareço uma manta de retalhos on the making, ainda não percebi qual vai ser a minha forma final. E, no entanto, quero, quero coisas, sentimentos, sei bem quais, quero, quero e volto a querer, quero aquilo que me parece bem só que à luz da outra "encarnação"... faço-me entender? Sim? Ok, boa...

Sim, tem razão, tem toda a razão, quero e não quero ao mesmo tempo... Avanço e fugo, corro e volto para trás, falo alto e remeto-me ao silêncio logo a seguir. Exteriorizo para depois interiorizar, dou-me ao dia para depois ansiar recolher-me ao meu casulo e ficar quieta, sozinha, sem falar nem ouvir, sem nada à volta, metida no meu chão.

É isto, não é? É, pois, claro que é. Parece muita coisa, não é verdade? Mas o resultado é mesmo quase nada...

domingo, janeiro 16, 2011

Marvila's eighties

Reparo agora que há muito tempo não dançava... ou melhor, que há muito tempo não me apetecia dançar. E soube-me bem...

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Dificuldades

Aiii... porque é que dá tudo TANTO trabalho???

Time out

Em modo acinzentado.

Falámos sobre parar o tempo, congelá-lo, travar o mundo e o seguimento dos dias. Para fazer um intervalo, uma interrupção na emissão que nos permitisse parar e pensar, recostarmo-nos de chá quente na mão, respirar fundo e organizar o pensamento e os sentimentos. Para ter tempo, mais tempo, porque o tempo normal não nos chega ou nós não somos céleres e eficientes o bastante. Enquanto isso, o resto da vida não corria, ficava suspensa até novas ordens. Retirávamo-nos de cena e o cenário ficava inalterado à nossa espera. Falámos sobre parar o tempo...

Pássaros

"Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;

Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;

Podemos prometer atos
... mas não podemos prometer sentimentos...

Atos são pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo."

Mário Quintana

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Frase do dia

“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”
Luís Fernando Verissímo

Constatação #31

Nunca a minha casa recebeu tanta visita de gente totalmente desconhecida...!

Miopias

Um dia dos meus, de nevoeiro que por mim até seria mais cerrado. Adoro andar sem ser vista, adoro não ver ninguém, adoro porque me sinto envolta numa nuvem ou o que imagino que isso seja. Sinto-me uma qualquer personagem tirada d'As Brumas de Avalon, sinto-me um ser mágico da corte do Rei Artur. Sinto-me parte de uma lenda fantástica...

Depois, inevitavelmente, saio da névoa e volto à realidade. E à consequente necessidade de "iluminação", esclarecimento... e assim de repente concluo que, no fundo, no fundo, saio de um nevoeiro e entro noutro... mas que seja. A verdade é que já foi muito mais denso e assustador, parece agora mais límpido, mostra-me o que me rodeia com mais nitidez. Só que um pequeno pormenor inviabiliza que se considere este aparente aumento de visibilidade um ponto a mais na escala das melhorias. Vejo, é certo, vejo melhor mas... vejo o quê?

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Blackout

Não há dúvida, as pessoas podem mudar. Não se transformam num outro ser, evidentemente (ou évidemment, em francês, porque gosto do som) mas não é de todo impossível "aprender" a pensar de outra forma e, em consequência, passar a agir de acordo. Fácil também não é mas cada vez mais acredito que temos salvação, que é possível.

Sou exemplo disso. Orgulho-me de julgar que aprendo sempre com os meus erros. Admito, no entanto, que essa aprendizagem me leva, a maior parte das vezes, a reconhecer quando "meto a pata na poça" mas não necessariamente a agir em conformidade, pelo menos, não imediatamente. Preciso de tempo para a assimilar e, mais do que tudo, para deixar que ela me passe a fazer sentido, se entranhe na minha massa. Se bem que sou resistente, essa é a verdade, resistentemente burra e teimosa, o que torna tudo mais difícil...

Só que comecei a reparar, desde há uns tempos para cá, e em relação a algumas pessoas em particular, que acabei por, um pouco sem dar conta, operar uma mudança no meu resistente e burro e teimoso ser. Tomei uma decisão mas, bem mais do que isso, assumi a forma dessa decisão no meu comportamento e na minha postura. Não foi coisa de um dia me levantar e decidir assim ou assado, não senhor, foi um processo. Um dia aqui, uma desilusão acolá, uma atitude da qual não estava à espera dali, um conjunto de pequenas coisinhas que foi enchendo o meu saco de restos e empecilhos e que se começou a tornar incómodo. Esperneei quando tive que espernear, barafustei, manifestei-me, revoltei-me, zanguei-me. E, um dia... parei. Olhei para mim, olhei para essas pessoas, olhei para os factos, olhei para a minha vida e, de repente, tudo o que me incomodava, as atitudes de que não gostei, os seres em causa, em comparação com tanto mais que há no "meu" mundo, tornaram-se pequeninos, mesquinhos, ridículos até, e a sua pequenez ou a pequenez a que os reduzi acabou por me fazer seguir um caminho diferente, estranho para mim, um caminho que me levou a remeter ao silêncio, vejam só...

Pus-me então a pensar: convenhamos, eu raramente me remeto ao silêncio, essa é que é a verdade... Bem ou mal, tenho sempre alguma coisa a dizer. Sou rapariga que "diz", que "fala", que se "manifesta", sendo até acusada de abusar do direito que todos temos à manifestação verbal. Portanto, o que se passou? Concluí que a minha mudança de atitude só podia ter uma razão de ser: calei-me porque não me apetecia mais falar. Tão simples como isto... Calei-me porque deixei de acreditar que valesse a pena dizer alguma coisa, porque deixou de me apetecer lutar por aquelas causas. Não por me parecem perdidas, porque também não sou moça de não tentar 89568742 mil milhões de vezes antes de dar como perdida alguma batalha, e até nem tinha sido o caso... Não. Calei-me porque aquelas pessoas ou aqueles problemas ou empecilhos deixaram de ter importância ou relevância para mim. Calei-me porque analisei a minha vida, olhei para o que sou, quem sou, o que tenho e concluí que tudo isso é muito, mas muito mais importante. Sendo assim, para quê perder o meu tempo e energia?

Eu, a tagarela, a contestatária, a chica-esperta, a refilona... calei-me. E sabem que mais? Continuo calada. Não nos iludamos, continuo a ter o que dizer, a minha inteligência e o meu sentido crítico aqui permanecem, vivinhos da silva e de boa saúde, muito obrigado, mas, sim, calei-me e continuo calada.

E não é que me sabe bem o silêncio...?!

Uma questão de química

Parêntesis:
(Respira, respira, acalma-te... crises de ansiedade sobre algo que não podes controlar, que está fora de ti não te levam a lado nenhum e mais, não te permitem ajudar da forma como deves. Sim, apetece-te gritar, dar uns valentes murros na mesa, uns quantos puxões de orelhas e dizer umas quantas verdades bem direitinhas ao alvo, como sabes tão bem fazer. Mas... será a melhor estratégia? Não sei. Por isso, e como aprendi que "quando não se sabe o que se há-de fazer, o melhor é não fazer nada", espera, acalma a respiração, pensa, pondera. A altura chegará em que hás-de ter que agir e então, com a situação cara-a-cara, logo vês o que podes e como o deves fazer. Até lá, respira e escreve...)

No outro dia falávamos e ela perguntou:
- Mas porque não tentas pensar em coisas boas antes de adormecer?
- Eu até penso... quando as há...!

Desatámos a rir da irritante e desconcertante objectividade da resposta. Mas, apesar de tudo, eu, a autora irritantemente e desconcertantemente objectiva, resolvi tentar o que me foi sugerido.

Deitei a cabeça na almofada, ajeitei-me de forma a estar confortável e preparei-me para o exercício positivo. Dois segundos depois concluo que não escolhi uma boa noite: a cabeça a latejar há horas turva, necessariamente, qualquer positivimismo. Ondas a varrer a cabeça como se originadas pelos impactos consecutivos de uma marreta deitam por terra qualquer esgar de sentimento aprazível que possa surgir ao fundo do túnel. E como já tinha decidido não tomar nenhum medicamento porque senão passava a vida a fazê-lo ("tem que andar sempre com um antiestamínico atrás, é assim, não tem outro remédio, e também convém fazer tratamentos regulares de água do mar...", sim, Dr. R., eu sei disso tudo...), as marretadas continuavam a ressoar... Depois, outro pequenino problema a atrapalhar a concentração. Antes que a minha mente se disponha a atravessar prados verdejantes e nuvens branquinhas, convém tratar de um certo maxilar comprimido. É curioso mas não necessariamente positivo perceber que se calhar sempre fui rapariga de comprimir maxilares. Só que agora, a consciencialização da existência desta... vá, mania!, parece até dar mais força à compressão... e como não me faltava mais nada... Ok, relaxa, distende os músculos, comanda os dentes para que não se toquem... vá, façam-me lá o jeito... não tocar... não tocar... grunf, em mim até os dentes têm personalidade, que treta!

Bom, a dor de cabeça está lá, mais vale admiti-la e jogar com ela. Quando os maxilares me pareceram finalmente dispostos a colaborar, lá me tentei dedicar às paisagens de mar e ondas calminhas, areia branca e sol quente na pele... Até que... um ruído, um ruído estranho, incómodo, irritante, que dá voltade de atacar quem ousa produzi-lo justamente quando consigo dedicar-me ao meu propósito! Mas que raio de coisa vem a ser esta?!?

... era o despertador... e eram também horas de levantar...

Ah, pois é... depois de tanto tempo a preparar o corpo e a mente para o relaxamento interior e para a tentativa de manipulação de sonhos que daí adviessem, as drogas ganharam a corrida...

terça-feira, janeiro 11, 2011

Frase do dia

"Nós vivemos a temer o futuro, mas é o passado que nos atropela e mata."
Mário Quintana

Borboletas

"Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as dela. Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!"

Mário Quintana

Perfil

Impotente.

Porque este tipo tem um vozeirão e eu adoro vozeirões!




I remember one moment, I tried to forget
I lost myself, is it better not said
Now I'm closer to the edge

It was a thousand to one
And a million to two
Time to go down in flames and I'm taking you
Closer to the edge

No, I'm not saying I'm sorry
One day maybe we'll meet again
No, I'm not saying I'm sorry
One day maybe we'll meet again
NO NO NO NO

Can can can you imagine a time when the truth ran free
The birth of a song and the death of a dream
Closer to the edge

This never ending story
Paid for with pride and fate
We all fall short of glory
LOST IN OUR FATE

No, I'm not saying I'm sorry
One day maybe we'll meet again
No, I'm not saying I'm sorry
One day maybe we'll meet again
NO NO NO NO

NO NO NO NO

I will never forget
NO NO
I will never regret
NO NO
I WILL LIVE MY LIFE
NO NO NO NO
I will never forget
NO NO
I will never regret
NO NO
I WILL LIVE MY LIFE

No, I'm not saying I'm sorry
One day maybe we'll meet again
NO NO

No, I'm not saying I'm sorry
One day maybe we'll meet again
NO NO NO NO

Closer to the edge
Closer to the edge
NO NO NO NO

Closer to the edge
Closer to the edge
NO NO NO NO

Closer to the edge

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Constatação #30

Sou uma pessoa cheia de sorte! Adoro criminalistas de algibeira e fui abençoada com uma sala cheia deles!

Pecado capital

"Não tenha medo", diz ela com a calma estudada de quem sabe que, dependendo do tom de voz, a mensagem entra de forma mais ou menos poderosa. Porque um novo ano é uma porta aberta de possibilidades, porque temos que nos abrir ao que pode vir, porque se nos fechamos com medo da dor e raiva e do desgosto, também nos fechamos à felicidade, ao riso e à brisa fresca nos cabelos. Mas a verdade é que a porta se fechou com força e com estrondo, fincando pé na ombreira, quase fundindo-se com ela. Como as janelas de madeira, que quando lá voltava passados meses, encontrava inchadas pelo Inverno sempre rigoroso daquelas paragens...

Tenho inveja das pessoas simples. Aquela simplicidade de alma que lhes permite aproveitar o que a vida lhes dá, por mais pequeno que seja. A simplicidade de não quererem mais do que têm, se viverem os momentos como eles são, se não quererem contrariar as demandas do Universo. São pessoas leves, que se deixam levar pelos ciclos do planeta em vez de os tentar desviar. Não sofrem dos males do atrito, não andam aos encontrões. Não querem muito porque muito já é o que têm, recebem e dão, dão-se sem mais nada, pelo simples prazer de dar. "Mas não vivem grandes emoções..." dizem os arrevesados de feitio. Mas o que vocês não percebem, cara comunidade arrevesada, é que é justamente assim que encontram a sua doçura na vida, trabalhando as emoções em doses homeopáticas. Não necessitam do nosso enfartamento, da barriga cheia até não poder mais. O seu coração palpita mais devagar e alimentando essa cadência simples e branda sentem-se completos. Tenho inveja das pessoas descomplicadas, suaves ao toque, doces e pouco exigentes, com quem é sempre fácil lidar e que lidam bem com toda a gente. Que não deixam que as suas questões as levem ao ponto de ruptura consigo mesmas ou se sobreponham à crença de que tudo irá ficar bem. Tenho inveja das pessoas que têm sempre esperança mesmo quando o mundo ao seu redor parece ruir e que encaram essa ruína com o sorriso de quem acredita que de tudo se pode tirar algo de positivo. Tenho inveja das pessoas que aceitam.

No fundo, tenho inveja das pessoas que não têm inveja.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Verde

Ainda tenho tanto que aprender... Não. Pior que isso, ainda tenho que aprender o mais importante...

O open space, a irresponsabilidade e a estupidez humana, os azares ou... estou a dar em doida não tarda nada!

Mas ainda com muita esperança que esta primeira semana de 2011 não dê o mote para o resto do ano... É que hoje, nem Chopin me está a conseguir salvar...

quinta-feira, janeiro 06, 2011

No meu elemento

No âmbito de uma formação, é-nos pedido um teatrinho. Sentindo-me em casa, participo na elaboração básica de guião, na definição das personagens, dos tempos e deixas necessárias. E lá avançámos, contando que o restante surgisse de improviso.

E assim, volto ao palco, em forma de sala de reuniões, assumindo a minha personagem e às vezes até as dos outros quando estes se perdiam no meio dos risos e dos bloqueios.

E assim, volto ao prazer de viver outras vidas, de sair de mim e dar vida à ficção, de sentir outras almas.

E assim, volto a sentir que, na minha vida, a minha actividade principal é, afinal, o que resta, o resto.

Porque assim, volto à maior parte de mim. E que saudades eu tinha dela...

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Porque me fez pensar




I remember when, I remember,
I remember when I lost my mind
There was something so pleasant about that place.
Even your emotions had an echo
In so much space

And when you're out there
Without care,
Yeah, I was out of touch
But it wasn't because I didn't know enough
I just knew too much

Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Possibly

And I hope that you are having the time of your life
But think twice,
that's my only advice

Come on now,
who do you, who do you, who do you,
who do you think you are,
Ha ha ha bless your soul
You really think you're in control
Well...

I think you're crazy
I think you're crazy
I think you're crazy
Just like me

My heroes had the heart to lose their lives out on a limb
And all I remember is thinking,
I want to be like them

Ever since I was little,
ever since I was little it looked like fun
And it's no coincidence I've come
And I can die when I'm done

Maybe I'm crazy
Maybe you're crazy
Maybe we're crazy
Probably

V., este é para nós!!

"Olívia Patroa, Olívia Costureira - Ivone Silva"

Perfil

Idiota.

E não, não quer dizer "pessoa com muitas ideias"...

terça-feira, janeiro 04, 2011

Preces

Não é preciso. Acho que não é preciso ser assim. Chega! Chega porque tenho limites, porque já os transpus demasiadas vezes, porque já transbordei as minhas fronteiras... O que querem? Quebrar-me? Já quebrei, não vêem? Já quebrei, já estou de joelhos e testa no chão! O que querem mais??

Peço, mas não sei a quem. A Deus, à Natureza, a Alá, ao Universo, a ti, a mim. Peço mas não sei a quem dirijo as minhas mãos fechadas, os meus dedos cruzados, fincados uns nos outros, não sei quem me observa quando olho para o céu. Peço, acreditando em tudo e não acreditando em nada em simultâneo. Mas mesmo assim, peço. Porque já chega.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Grooooovy, baby!

Frase do dia (e de início de ano!)

‎"Everything has been said before but, since nobody listens, we have to keep going back and beginning all over again. "
Andre Gide

"Entrar, já entrámos. Agora é só sair!"

Cueca azul, no dia da passagem e no dia seguinte porque nunca sei quando é suposto vesti-las. Devemos passar a meia noite a estrear uma cueca azul, certo? Mas sendo que as vestimos de manhã, áquelas horas já não são propriamente novas... Ora, assim sendo, estrear, estrear é no dia 1... por via das dúvidas, adquiri dois pares. E assim, fiz a passagem com o traseiro azul às flores e brindei ao primeiro dia do ano com um traseiro azul às riscas. Pronto, assunto arrumado.

As doze passas, essas, ficaram pelo caminho. Porque eram gordas demais, porque me enjoa "embatucar" uma mão cheia delas de uma vez, porque não tenho doze desejos e acabo por me repetir. Portanto, comi três, pedi três e o espaço que as restantes deixaram foi preenchido com champanhe. Não sei se dá sorte mas que sabe bem melhor, ai isso sabe!

O resto foi passando. Com balões coloridos, chapéus e óculos porque tinha que haver um tema e este era simples e divertido o suficiente, comida e bebida (no meu caso pouco mais do que vodka black), com conversas estendidas em almofadões no chão onde decidimos rejeitar a carga e responsabilidade que um ano novo carrega e por isso, para nós, aquela era uma noite de amigos e copos e pronto.

O resto foi passando, passou, e cá estamos, prontos ou não, para iniciar mais uma caminhada.

sábado, janeiro 01, 2011