E, sem que se preveja, de novo a sensação estranha de que algo está para acontecer. Intuição? Não, já aprendi que não. Não tenho dias sensorialmente mais aguçados, tenho dias, sim, em que o medo enche a sua barriga, incha como balão colorido e se encaixa ali num lugar qualquer entre os meus pulmões e o externo. E medo de quê? De tudo, de qualquer coisa que não consigo tocar, de algo que se move como névoa dentro de mim e, em silêncio, me impregna e me faz encolher o umbigo e curvar as costas, como que a preparar-me para o embate. Irrita-me esta minha dimensão acanhadamente humana.
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