quinta-feira, dezembro 29, 2011

O "antes"...




... de ir parar ao chão!

terça-feira, dezembro 27, 2011

Aquecimentos

Pijama polar, meias polares, casaco de lã. Edredon de Inverno, cobertor, manta de lá tricotada à mão, manta de lã da Serra da Estrela, colcha. Gata A. dentro dos lençóis e enrolada nos meus braços, gato B. da parte de fora encostado às minhas pernas. E não, não acho nada exagerado.

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Relato da sobrevivência

A Lei de Murphy e eu, a par e passo, como não podia deixar de ser. O desejo de adormecer e só acordar dois dias depois a esfumar-se quando os dois dias acabam por voar não tanto pelas melhores razões. O amargo de boca que nem a inundação de doces familiares conseguiu disfarçar e as atitudes que ficam com quem as pratica. As bem sucedidas e as outras que nem tanto. As minhas, também, não obstante o balanço que continua a estar longe do vermelho, as minhas que ficam comigo, as de impulso, as do acaso, as mal pensadas, as minhas que aqui estão e que comigo ficarão, para o bem e para o mal. Porque parece que "está na altura de deixar de ser tão boazinha" mesmo que não o tenha planeado. E eu que julgava que não era... As energias que pedem combate e oferecem resistência, a esperança que às vezes não é mais do que uma força de expressão, as ofertas de quem me vê como algo bom a acontecer na sua vida, a missão que não sei se vou conseguir cumprir, o ano no qual vamos entrar sem saber como vamos sair, a "ordem" para usar as minhas melhores forças, para racionalizar como eu sei fazer tão bem, para me munir de maior resistência. A forma por vezes tão distante como duas cabeças, lado a lado, entendem uma mesma mensagem. Os segundos encabeçados pela necessidade de um dia ter o retorno efectivo que me irá provar que o meu coração não me enganou quando acreditei nele mesmo quando, logo a seguir, mergulho na brutal constatação de que eu afinal não sei nem nunca soube efectivamente nada. Os esclarecimentos finalmente dados porque assim teve que ser, porque chegou a sua hora, sem qualquer objectivo programado, simplesmente porque existem palavras que precisam ser ditas um dia. Os tempos futuros que se adivinham difíceis, porque nada é fácil, realmente, e as estrelas que teimam em, mesmo assim, me piscar o olho e afirmar que o melhor ainda está para vir.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

E ainda mais dentro do espírito...

Christmas Lights
Coldplay

Christmas night, another fight
Tears we've cried are flood
Got all kinds of poison in
Of poison in my blood

I took my feet to Oxford street
Trying to right or wrong
Just walk away those windows
But I can't believe she's gone

When your still waiting for the snowfall
Doesn't really feel like Christmas at all

A group of candles on me are flickering
Oh they flicker and they flow
And I am up here holding on to all those chandeleers of hope
And like some drunken in this city
I am go singing out of tune
Singing how I always loved you darling
And how I always will

But when your still waiting for the snowfall
Doesn't really feel like Christmas at all
Still waiting for the snow to fall
It doesn't really feel like Christmas at all

Those Christmas Lights
Light up the street
Down where the sea and city meet
May all your troubles soon be gone
Ohh Christmas Lights keep shining on

Those Christmas Lights
Light up the street
Maybe they bring here back to me
Then all my troubles will be gone
Ohh Christmas Lights keep shining on

Ohh Christmas Lights
Light up the streets
Light up the fireworks in me
May all your troubles soon be gone
Those Christmas Lights keep shining on

quinta-feira, dezembro 22, 2011

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Das confusões e contusões

Como podemos esperar que os outros não sejam confusos se nós próprios somos? Já lá vai o tempo em que, também eu, via a vida a preto e branco e se, num primeiro instante me tento a ficar com a primeira impressão, já aprendi a logo depois parar, inclinar ligeiramente a cabeça e perceber que com facilidade vejo as coisas por um outro ângulo. Nem sempre se adivinha o que vai na cabeça dos outros, nem sempre conseguimos sair de nós e escutar o que os outros não dizem, nem sempre o facto de os laços serem antigos nos dá necessariamente a resposta mais correcta e daí a extrapolar é um pulo. E daí ao surgimento de mal entendidos é só mais um, se calhar até mais pequeno. Mas nada que não se resolva com sinceridade, amor e tempo. Com disponibilidade para o fazer.

"Andamos todas de candeias às avessas connosco próprias", ouvi eu e concordei. Cada uma no seu nó de rede, preocupada com o seu interior, a ter que lidar com o seu exterior, a não conseguir sair do seu novelo. Temos de tudo: mudanças profundas, ajuda que não se aceita, depressões, a patilha das emoções negativas que está on vezes demais, ajuda que não se pede, angústia, desilusão, expectativas goradas, dêsanimo, cansaço, muito cansaço, descrença, medo, falta de entusiasmo, épocas do ano lixadas, contratempos, incerteza. Na maioria das vezes, não acontece tudo em simultâneo nem a todas ao mesmo tempo e, mal ou bem, temos vindo a conseguir alternar os altos e baixos de cada o que vai permitindo que se dê a mão nos intervalos. Mas, convenhamos, dado o estado da nação, da "nossa" nação, tem sido pura sorte... deste temporal, têm-se conseguido manter à margem apenas duas mas sendo que são as duas a quem o preto e branco ainda "assiste" com maior afinco, também não é por aí que a barca se equilibra...

Portanto, na minha óptica, remédio só há um: respirar fundo, aceitar as variações de cinzento, nossas e dos outros, deitar uns quantos demónios pela boca fora para arranjar espaço e... sair para os copos! Sexta-feira já está reservada. Sem expectativas de maior, sem conotar com época nenhuma, sem qualquer tipo de responsabilidade acrescida. Simplesmente vamos. E o que a noite nos quiser oferecer, pois que será bem vindo.

Quero

Sei bem como é e não tenho pressa. Sei bem o que implica mas acredito na realidade do que quero alcançar. Aliás, reconheço-o como uma necessidade imperiosa e por isso não o posso dispensar. Por mais que custe e custa, às vezes custa muito. Mas não me vejo sem ser inteira, não me vejo a atravessar esta vida com um pé ali e outro acolá, com remendos, com rasgos no meu tecido, o tecido que me veste e veste as minhas horas, os meus gestos, os meus sorrisos, a minha presença. Quero ser e estar inteira, a viver inteiramente sem medo de olhar para dentro, com confiança de que o meu interior estará limpo, resolvido e de que nada surgirá de surpresa para me atormentar. Não quero contornar ou evitar, não quero fingir que não existe o que existe, não quero desviar para trás das costas o que está no meu caminho e me impede de seguir, quero enfrentá-lo e resolvê-lo, quero poder olhá-lo e olhar a vida olhos nos olhos para depois sentir apenas a serenidade e a calma de quem está de bem com ela e com os outros, de quem não teme nada. Quero sorrir e ser franca quando o faço. Quero que o meu sorriso não enfeite só a minha cara mas que, acima de tudo, seja a natural e inevitável resposta do meu coração.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Habemus Papam!

Já me virei de cabeça para baixo na Roda da Fortuna, já me encontrei cara a cara com o Diabo... em 2012 recebo a visita do Papa. Será que é desta que me abençoa?


Sob a influência da carta de Tarot o Papa, estes nativos estão este ano mais ponderados e sentir-se-ão mais seguros em relação àquilo que ambicionam nas suas vidas e ao rumo que pretendem seguir. Embora nem sempre haja rapidez, pois as situações podem levar algum tempo a desenvolver-se, a determinação e a prudência irão guiá-los rumo ao que desejam. A sabedoria conquistada com as aprendizagens feitas pelas experiências vividas será essencial para o seu sucesso.
(Levar tempo a desenvolver-se?? Mais?! Irra! Quanto a essa coisa da sabedoria, não te preocupes que eu estou lá! It's my middle name, pá!)

A vida afectiva encontra-se num período de maior amadurecimento. Se já tem um relacionamento ele estará mais estável e seguro, mas se está só pode optar por continuar à procura de quem vai realmente ao encontro das suas necessidades, sem querer saber de paixões fugazes ou amores passageiros.
(Encontro das minhas necessidades... ora aí está algo que eu vou gostar de ver porque, meu caro, esse é o verdadeiro desafio de um exigente! Papa, filho, se chegares lá, juro que te dou um beijo na boca! Ai, espera, não... que o Senhor não permite... pronto, olha, paciência, não te dou nada. Assim como assim tens obrigação de ser magnânino e fazer pelos pobrezinhos sem esperar nada em troca, certo? Ora aqui está a pobrezinha a candidatar-se...)

A nível de saúde aconselhe-se com o seu médico se não se sentir bem, poderá precisar de tomar um suplemento vitamínico pois sentir-se-á mais cansado.
(Olha que realmente... esta deixou-me boquiaberta pela perspicácia do visionamento! Ir ao médido se me sentir mal, sim, senhor, nunca tal me passaria pela cabeça...)

A nível profissional procure manter o bom desempenho das suas funções, neste momento salvaguarde aquilo que tem pois não é ainda chegado o momento de arriscar.
(Ai não é o momento?? Querido tarot, eu já tenho uma profissão de risco... arrisco-me todos os dias a dar uma lambada em alguém! Ainda não tinhas reparado??)


Está visto... vai ser lindo, vai...

domingo, dezembro 18, 2011

Porque é simplesmente... brutal...

Present Tense
Pearl Jam

Do you see the way that tree bends?
Does it inspire?
Leaning out to catch the sun's rays
A lesson to be applied

Are you getting something out of this all encompassing trip?

You can spend your time alone, redigesting past regrets, oh

Or you can come to terms and realize
you're the only one who can't forgive yourself, oh
Makes much more sense to live in the present tense

Have you ideas on how this life ends?
Checked your hands and studied the lines
Have you the belief that the road ahead ascends off into the light?
Seems that needlessly it's getting harder
To find an approach and a way to live

Are we getting something out of this all-encompassing trip?

You can spend your time alone redigesting past regrets, oh
Or you can come to terms and realize
You're the only one who cannot forgive yourself, oh
Makes much more sense to live in the present tense


(Obrigado... ;))

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Apresentação de serviços

Templates, upgrade, range, minning, features, unpremisses, LA, unsubscribe, webservice, releases, report.

Sim, também por lá ouvi uma palavrinha ou outra em português, é verdade.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Pérolas da porca #9 (semana frutífera, não..?)

Ao telefone, com um fornecedor, mais uma vez (a imagem que passa para fora não podia ser melhor, digo eu...!):

- Pois é, vamos acabar com esta publicação. Os meus superiores mandaram-me suicidá-la.

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Perfil

Feeling too "ouchy mamma"... e eu não sei se gosto...

Frase do dia

"Sometimes we expect more from others because we would be willing to do that much for them."

in asubaka.blogspot.com

terça-feira, dezembro 13, 2011

Pérolas da "porca" #8 (isto hoje está bonito...)

Ao telefone:

- Deverá enviar-nos um email com os seus dados dizendo onde preferencialmente tem preferência de receber a publicação.

Walker in destress

The Walkers. É este o nome da minha nova ronda. Passei de uma Night Watcher para uma Walker mas não sabia. Só o soube depois de lá chegar, do alto do meu tacão de 10 cm... Avancei sem medos porque já não havia tempo para voltar atrás e o trabalho estava à espera. E embora para dentro, enquanto calcorreava as ruas, tivesse maldito mil vezes a minha escolha de calçado daquela manhã, cheguei ao fim com missão cumprida, a tempo e a horas, costas orgulhosamente direitas e nariz empinado como se conseguisse sentir perfeitamente todos os meus dedos dos pés ... Mais uma vez se prova que uma mulher, mesmo sozinha, consegue fazer tudo o que um homem faz ou até mais... e consegue fazê-lo de saltos!

Pérolas da "porca" #7

Sobre os resultados dos testes do filho e restante turma...

- Ai que bom, fico tão contente por estar tudo a correr bem! Ainda bem que eles estão a carrilhar com isto!

The Guest House

"This being human is a guest house.
Every morning a new arrival.

A joy, a depression, a meanness,
some momentary awareness comes
as an unexpected visitor.

Welcome and entertain them all!
Even if they’re a crowd of sorrows,
who violently sweep your house
empty of its furniture,
still, treat each guest honorably.
He may be clearing you out
for some new delight.

The dark thought, the shame, the malice,
meet them at the door laughing,
and invite them in.

Be grateful for whoever comes,
because each has been sent
as a guide from beyond."

Rumi

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Encontrei!!


Nota: enviada especialmente para mim...

Justificando-me

“The reasonable man adapts himself to the world; the unreasonable one persists in trying to adapt the world to himself. Therefore all progress depends on the unreasonable man.”
George Bernard Shaw

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Family ties

E dos dois lados, surgem notícias assim como quem não quer a coisa.

A prima mais nova, sem saber, a pôr-me um sorriso nos lábios ao provar-me que afinal a subversão também corre nas suas veias, e com vontade de chegar a meio-termo no que diz respeito às prendas. Lançou a rede para que não se perdesse tudo e convenceu quem mais resistia. Passamos à versão "amigo-secreto" e passamos muito bem pois a mim até calhou o melhor de todos: devorador de enciclopédias, dono de um conhecimento acima de qualquer ser que conheça, ávido por letras e saberes, vai ser um desafio bem ao meu gosto tentar encontrar um livro que o sacie. Pelo meio, avisei a progenitora que, caso lhe calhasse o meu nome em sorteio, não aceitava menos que prenda de mãe, não fosse ela escudar-se no esquema da lembrança que daria a qualquer outro. Fi-la rir, e prometer que sim, assim faria.

Do outro lado, no território paterno, o grupo cibernáutico continua a todo o vapor publicando agora pedaços de história familiar que são simultaneamente pedaços de história do país e do mundo! Gente sangue do meu sangue presente e activa em momentos cruciais, de Angola às Índias, solenes nas fotografias oficiais, solenes nas suas expressões e traços, em alguns casos, tão inacreditavelmente parecidos com os meus. E em jeito de graça, uma tia, nova, loiríssima e linda, em amena cavaqueira com o Príncipe Carlos enquanto sua excelência Lady Di a olhava, de soslaio, com preocupação. Não conhecia a minha loiríssima e lindíssima tia mas conhecia o marido que (não...) tinha. No mínimo, delicioso!

Por mim, falta só mesmo decidir as receitas e estou pronta para as fornadas que assim serão pinceladas de mais amor, humor e orgulho...

De Inverno

Perfil

Danada! O nevoeiro não foi cerrado o suficiente e agora já está a levantar o que torna este dia frio só mais um, banal e sem sol...

É oficial, estou viciada...

Parolices
"Por andanças da vida e no decurso de quase três décadas, ora foi diminuto ora quase inexistente o meu uso activo da língua portuguesa falada. Livros e jornais são insuficientes para acompanhar a sua evolução, e as conversas espaçadas podem alertar para um atraso, uma diferença, mas pouco ajudam a preencher as lacunas causadas pelo afastamento e o desuso.
Nasceu-me daí uma espécie de alergia a certos modernismos e brasileirismos importados com as telenovelas; incomodam-me os galicismos pedantes dos especialistas que só com eles conseguem falar das Letras e das Artes; posso mal com o jargão autárquico e parlamentar; aflige-me que vizinha analfabeta já não diga que toma remédios, mas que está com medicação.
A língua portuguesa seguirá o caminho que, com acordos ou discordando, lhe preparam os seus falantes e escritores. Esta minha birra é coisa pessoal, anota apenas uma espécie de desânimo causado pelo desfasamento de que falei, e talvez também por diferenças de sensibilidade. Mas não há jeito a dar-lhe, mesmo sem razão continuarei embirrento.
Deve ter sido nos anos oitenta que pela primeira vez ouvi a palavra plantel aplicada ao futebol. Assustei-me. Vinha do espanhol, eu só conhecia o significado original da palavra argentina que davam os dicionários: "grupo de animais de boa qualidade reservados para reprodução". Vertente assim e desafio assado, apostas, desalavancagens, roupa vintage, produtos gourmet (por onde andarão as iguarias?). Passam por aqui citadinos a falar de ruralidade, sustentabilidade, alteridade geracional e workshops para idosos. Ninguém ri.
Ri eu, tempos atrás e com boa razão, ao visitar nesta santa pátria, onde não é só a língua que anda aos trambolhões, um Spa & Resort. Aí, num ambiente de desusado luxo, uma massagista de tacões agulha e generoso decote, fazia uma demonstração da sua técnica nos lombos de um autarca."

J. Rentes de Carvalho em
http://tempocontado.blogspot.com/

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Perfil

Back to green tea que as festas vêm aí..!

Será?

terça-feira, dezembro 06, 2011

Frase do dia

"As lamentações do passado bem como os medos do futuro, são campos em que a nossa mente se empata e amputa da capacidade de viver o presente, único sítio onde, de facto, a vida acontece."
Isabel Empis

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Não é preciso meio século...

"Neste meio século de vida aprendi que grandes amigos podem tornar-se grandes desconhecidos. Que grandes desconhecidos podem tornar-se os nossos melhores amigos. Que nunca terminamos de conhecer uma pessoa. Que o "nunca mais" acontece e que o "para sempre" acaba. Que quem quer pode e consegue. Que o que não arrisca, não perde nada. Que o físico atrai, mas a personalidade apaixona!..."

Josie Calvário

Photo fight

Porque me dá vontade de dançar, dançar, dançar...!

Moves Like Jagger
Maroon 5

Just shoot for the stars
If it feels right
Then aim for my heart
If you feel like
And take me away, make it okay
I swear I'll behave

You wanted control
So we waited
I put on a show
Now I make it
You say I'm a kid
My ego is big
I don't give a sh*t
And it goes like this

Take me by the tongue
And I'll know you
Kiss me till you're drunk
And I'll show you

You want the moves like jagger
I've got the moves like jagger
I've got the mooooooves... like jagger

I don't need try to control you
Look into my eyes and I'll own you

With them the moves like jagger
I've got the moves like jagger
I've got the mooooooves... like jagger

Maybe it's hard
When you feel like you're broken and scarred
Nothing feels right
But when you're with me
I make you believe
That I've got the key

So get in the car
We can ride it
Wherever you want
Get inside it
And you want to steer
But I'm shifting gears
I'll take it from here
And it goes like this

Take me by the tongue
And I'll know you
Kiss me till you're drunk
And I'll show you

You want the moves like jagger
I've got the moves like jagger
I've got the mooooooves... like jagger

I don't need try to control you
Look into my eyes and I'll own you

With them the moves like jagger
I've got the moves like jagger
I've got the mooooooves... like jagger

You wanna know how to make me smile
Take control, own me just for the night
And if I share my secret
You're gonna have to keep it
Nobody else can see this

So watch and learn
I won't show you twice
Head to toe, ooh baby, roll me right
And if I share my secret
You're gonna have to keep it
Nobody else can see this

And it goes like this

Take me by the tongue
And I'll know you
Kiss me till you're drunk
And I'll show you

You want the moves like jagger
I've got the moves like jagger
I've got the mooooooves... like jagger

I don't need try to control you
Look into my eyes and I'll own you

With them the moves like jagger
I've got the moves like jagger
I've got the mooooooves... like jagger

Não o diria melhor...

quarta-feira, novembro 30, 2011

O resgate

Começar uma conversa ouvindo "foi decidido" quando se fala de algo que afecta todo um grupo onde eu, por mero acaso!, estou incluída, provoca-me logo manifestações alérgicas em vários pontos do corpo. A partir daí, e já com o mal instalado e a fazer comichão, é-me difícil controlar a contrariedade encavalitada nas palavras, no tom de voz, nos suspiros e nos maxilares apertados. Por isso, o que sai, sai arrevesado e é arrevesado que é entendido, pois claro.

Foram duas ou três coisas um pouco carregadas de azedume. A conversa em vez de fluir começou a emperrar, o amargo sentia-se na boca. Do outro lado, ouço a afirmação do meu mau feitio e concordo. Ou melhor, percebo porque o diz embora não concorde com o que julga fundamentá-lo. Porque não é a mudança... é a mudança para pior.

A crise e os tempos que correm são as desculpas e eu, apesar de as entender, não acredito totalmente nelas. Se existe um caso ou outro em que essa é a fundamentação real, na maioria é apenas a rainha da bateria que dá a cara pelo desfile. Na base estão o descaso, a falta de tempo e paciência, a desvalorização, o desprendimento, tudo o que nasce de negativo quando o que se instala no coração é somente a obrigação.

Para mim tudo faz parte do Natal. Família, consoada, bolo-rei, luzes e enfeites, música, barulho, risos e animação, determinados filmes na televisão e também... prendas. Sim, prendas! Pequenas ou grandes, não importa, com papel de embrulho e laçarote, com o nome todo bonito em etiqueta ou escrito algures onde se consiga ler, debaixo da árvore, em pilha, à espera da meia-noite. Prendas. De quem quis dar a quem vai receber. Prendas. Faz parte, sempre fez, tem o seu simbolismo como qualquer outro dos elementos e faz parte da festa, da minha festa.

Talvez seja a criança que há em mim, talvez porque não queira que morra, talvez porque na realidade já tenha "morrido" muito mas mesmo assim continue a recusar a machadada final... Eu sei que nada, nunca mais, será como dantes, que os meus olhos não reflectem da mesma forma o brilho das luzes natalícias, que a alegria custa a entrar no coração magoado, que o cheiro a canela e açúcar vindo da cozinha da minha mãe já não é tão especial mas algo em mim subsiste, algo de quem eu sou sobrevive... já muito se perdeu, tanto que não conseguimos controlar, não valerá a pena salvar o que resta, resgatar o que ainda é possível?

"Foi decidido", disseram-me. Mas eu decidi o contrário. Vou dar prendas, feitas por mim, a cada um deles. Vou fazer a lista, escolher os ingredientes, adequar aos seus gostos, embrulhar, colocar fita a condizer e nome, como sempre, como faço desde pequena. E no dia, vou colocar debaixo da árvore e vou esperar pela meia-noite para os entregar. É o que posso salvar. Tenho esperança que amanhã olhe para trás e veja que, com esta minha pequena teimosia e na realidade, quem foi salva fui eu.

Por momentos, juro que me assustei!

Mas... mas... como é que o meu tiozinho adorado conseguiu contornar o sistema e fazer com que os seus quatrocentoseoitentaecinco emails diários tenham conseguido "fugir" da pasta à qual eu os destinei - e à qual raramente acedo, vá-se lá saber porquê! - e me tenham voltado a aparecer na inbox?!?

Mas... mas... desde quando o meu tiozinho adorado se tornou nesta espécie de hacker com capacidade de devolver a devida visibilidade às suas comunicações, apesar das providências tomadas por mim, dentro da minha caixa pessoal?? Mas... mas...

Ok, mudou de email...

Perfil

Hoje estou que estou...

(Respira, relaxa, confia. É a dor que te ficou da noite mas já vai passar...)

sexta-feira, novembro 25, 2011

Frase do dia

"E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar. "
Clarice Lispector

Apetites

Acham normal que haja alguém que chegue a casa pela meia noite num dia de semana e se ponha a comer directamente do tupperware o cozido à portuguesa que trouxe de casa da mãe!?

Eeerrr... eu também não...

quinta-feira, novembro 24, 2011

Articulações inflamadas ou fissuras ou o que raio seja...!

Ganindo baixinho... a idade não perdoa e o spray ficou em casa. M****!

Perfil

Ninguém escreve ao Coronel.

Pérolas da "porca" #6

Para a sogra:
- Não se preocupe com a mesa, fazemos assim: a gente trázia e depois metêmoza aí, pronto.

(In) Conformidades

Falámos de prisões e eu revejo-me. Olho em volta e vejo grades que me confinam a um espaço mínimo. Há vezes em que me atiro contra elas em desespero, outras há em que cansada me deito sem forças no chão de cimento. Seja como for, durmo e acordo, durmo e acordo e elas estão sempre lá. À minha escolha, duas únicas hipóteses: ou fujo, de alguma forma me espremo através do gradeamento e fujo, corro sem olhar para trás, corro depressa em qualquer sentido que me apareça pela frente, corro em direcção ao desconhecido, mudo de identidade, fujo de tudo o que respeite ao velho mundo; ou fico, na esperança de que o meu velho mundo me conceda a liberdade, se retrate, admita a injustiça da minha prisão e me devolva à minha vida. Sei bem para onde pende a inevitabilidade. Sei bem a força de cada uma, da sobrevivência e da justiça. Sei bem quem, regra gera, ganha. E não o afirmo sem tristeza...

Prendas... para mim!

Uma já cá canta!

terça-feira, novembro 22, 2011

Porque este senhor diz mesmo aquilo que eu penso mas "em bom", o que se há-de fazer..?

O sabor da coisa
"Isto aqui é longe, o correio vem ou não vem, de modo que o Público da passada sexta ainda não chegou e assim me reporto ao que leio em Os Canhões de Navarone.

Escritor de talento, e como poucos analista competente e acutilante da política e da sociedade portuguesa, co-fundador e impulsionador da Periférica, Rui Ângelo Araújo é também meu amigo. Mas deita-se ele agora contra Vasco Pulido Valente, e eu, ainda mais velho e mais rabioso que o afamado colunista, sinto aquilo como bordoadas que também me são dirigidas. Porque é facto: releio os mestres e com eles continuo a aprender, mas ao contrário do que o meu amigo imagina dos gerontes, acredito de tal modo na literatura que até os novos leio. Muito mesmo. E a decepção é grande.

Há neste e naquele um lampejo de talento, mas não será o cinismo dos anciãos a eventualmente abrir a campa da literatura, sim a pressa que a maioria dos jovens escritores tem de mostrar, mostrar-se, e sobretudo o talento que, em vez de o devotarem ao aperfeiçoar da escrita e aprofundar das ideias, gastam na criação de sua imagem publicitária e nas estratégias de marketing.

Para ficarmos nesta época de matanças e fumeiro, tempo houve em que, com devido respeito, a literatura portuguesa se poderia comparar à chouriça caseira: receita experimentada, boa carne, bom tempero, repouso suficiente na vinha-d'alhos, tempo bastante a defumar para uma cura perfeita.

A actual, infelizmente, além de apressada no fabrico, é apresentada e vendida como as salsichas, tem comparável consistência, colorido, sabor e capacidade alimentar. Este Schopenhauer prova com curiosidade e de espírito aberto, mas por decência cala a qualificação que no íntimo dá ao sabor da coisa.

Caro Rui: nenhum azedume de velhote porá fim à literatura, mas os que verdadeiramente a quiserem manter viva e pujante, terão de pensar mais no mundo que os rodeia, esquecer o saracoteio dos seus pequeninos egos, acabar com os truques e pôr a vaidadezinha em banho-maria."

J. Rentes de Carvalho em
http://tempocontado.blogspot.com/




Nota da usurpadora de texto: apesar de tudo, não sou tão crítica assim... há "novos" de quem gosto.

Constatação #52

O provisório é a máscara que o cérebro coloca para não se deixar encarar de frente o definitivo.

Frase do dia

"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove."
Fernando Sabino

Decisão natalícia

Este ano, o meu subsídio de Natal - ou melhor dizendo, aquele que me cai, de facto, na conta! - vai ser utilizado para comprar prendas... PARA MIM!

(Ai és poucochinho?? Ai és provavelmente o último do resto da minha existência?? Então toma que é para aprenderes!)

E tenho dito.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Personagens

"Tem você daqueles dias em que tudo corre de través? Dias cinza? Eu tenho. Para que a sombra e a depressão não levem a melhor, ou o meu julgamento do mundo não me faça encarar o suicídio, entretenho-me com fantasias.

Se a imaginação fraqueja valho-me de alguém conhecido e "dou-lhe" pele nova, outras qualidades, outros defeitos, vivências diferentes, porções de mim. Desse modo escapo, não me sinto responsável pelo que digo ou faço, pois não sou eu próprio nem o outro, mas uma invenção, personagem numa vida de empréstimo, que de real só tem a aparência que lhe dou, me dou. Ouvindo palavras que digo e não são minhas, surpreso de que quem me ouve aceite o teatro e nada faça para me tirar do transe.

Por enquanto hesito, mas pode bem ser que a fantasia em que julgo esconder-me seja a vida, e eu aquele que não se dá conta de que à sua volta não há gente, só personagens. "

J. Rentes de Carvalho em
http://tempocontado.blogspot.com/

sábado, novembro 19, 2011

Delírios

Evadi-me e elevei-me neste plano de forma a ver-te de cima, lá do alto. Pairei pelo espaço observando-te. Estavas no chão da sala, encolhida a um canto, abraçando-te com força, com tanta força!, os teus braços enlaçados no teu próprio tronco. Com os olhos empurravas o dilúvio para fora de ti enquanto os lábios murmuravam sem parar: Que bom que vieste! Que bom que me ouviste e vieste. Tive tantas saudades tuas, tantas! Que bom que estás aqui e que nos podemos abraçar. Fica. Fica só mais um bocadinho...

sexta-feira, novembro 18, 2011

Constatação #51

Nada como não arranjar tempo para ir ao supermercado para aprender a espremer convenientemente um tubo de pasta de dentes.

Desta vez a vítima foi Charles Dickens...

quinta-feira, novembro 17, 2011

Memórias fotográficas

O mote foi a reunião de família, ainda que para já só cibernáutica, de uma família extensa, e por isso em muitas ramagens afastada de mim, que se quer agora, enquanto entidade única que sentimos que é, unir-se um pouco mais dando-se a conhecer entre si. Partilhamos o apelido mas não só, somos oriundos de um mesmo sangue que correu nas veias de oito avós - no caso de alguns de nós, já bisavós e até trisavós- oito ramos de tios e tias, primos e primas. Sou uma de muitas pessoas que faz parte de um deles e como tal também eu me incumbi de resgatar dos velhos álbuns fotografias de mais velhos ainda novos, mais velhos já velhos, de novos que hoje já não o serão tanto assim, de novos que representam as folhinhas mais verdes da árvore começada pelo par de base de onde saíram os oito primeiros rebentos. Imbuída do espírito de missão familiar, lá tratei de "meter as mãos na massa" e viajar no tempo.

Enquanto o preto e branco reinava, senti-me a assistir a um filme dos anos trinta com a curiosidade que sempre despertam as indumentárias, a pose, os hábitos e cenas da época. Um filme onde eu não entrei, um filme onde encontro quem cheguei a conhecer mas participando num outro espaço e num outro tempo, numa outra vida distante da minha. Mas a cor chegou e com ela os retratos de uma realidade bem mais próxima.

Por várias vezes sorri com esta ou aquela expressão que tão bem conheço, com a lembrança do momento bom que representa. Mas o mesmo número de vezes, se não mais, fechei os álbuns como se fecha os olhos num filme de terror, de repente, com força e apertados para não sentir o que já espreita, o que já vimos de relance, o que já nos faz tremer o coração. Porque estas viagens no tempo, em milésimos de segundos, levam-nos de volta às sensações, áqueles frames de vida e, ao mesmo tempo, picam-nos como agulhas como que a certificar-se que não perdemos a noção de onde nos encontramos. Em simultâneo, devolvem-nos os momentos e retiram-nos deixando apenas o rasto de dor do que se perdeu, do que já não é.

Continuei, um olho aberto apenas espreitando, outro fechado, porque era uma missão que estava em causa, uma missão com o tamanho de oito ramos da qual depende a alimentação colectiva de memórias, não podia falhar. Sem me deter nas sensações e nas batidas do coração, folheei com a rapidez possível e seleccionei o que pretendia. Já em andamento, com alguns pedaços de história familiar na mão, entendi. O que mais doeu não foi rever pessoas que já não estão, momentos que não se repetem... O que mais doeu foi voltar a uma vida anterior, à minha vida anterior, e sentir que ela continua fatidicamente próxima, pertença minha por natureza, como se da realidade se tratasse, como se nunca tivesse deixado de existir, como se o hoje fosse só um pesadelo que a qualquer momento termina e me devolve ao que é realmente meu.

Entendi. Não se deve folhear memórias enquando elas ainda não são só memórias...

Um bocadinho "assim"...

Dizia-se:
Falta-me alguma coisa... falta-me sempre alguma coisa.

Ouviu-se:
E a quem não falta?

quarta-feira, novembro 16, 2011

Inauguração

Começo aqui um novo capítulo. Deixo, de vez em quando, de falar de mim ou das coisinhas do meu mundo e dou largas à imaginação. Invento coisinhas dos mundos de outros, dos mundos de qualquer um. Vamos ver como corre.


Com os olhos bem abertos a fixar os meus disseste: "Amo-te, adoro-te, e é tão fácil amar-te, o difícil é tudo o resto...". E viraste as costas deixando no ar uma nuvem de perfume. Fiquei ali, parado no meio da rua, a ver-te seguir o teu caminho, viraste as costas e não olhaste mais para trás. Fiquei quieto e a sorrir porque disseste que me amavas e o teu perfume ficou e continuava a envolver-me, sorria porque me amavas-me e o tom do amor na tua boca era tudo o que eu queria ouvir. Mas, a pouco e pouco, quanto mais te afastavas, o sorriso que me ofereceste começava a esmorecer. Tentando processar a informação, o meu cérebro masculino ameaçava entrar em colapso porque a equação que me apresentaste não parecia fazer qualquer sentido...

Pensei naquele comediante norte-americano que tu adoravas e que uma vez ouvimos descrever a diferença entre o cérebro das mulheres e dos homens. O dos homens é composto por compartimentos estanques de sentimentos e pode-se dizer que se assemelha à arrecadação de um prédio. Entra-se por um corredor e há portas dos dois lados, cada uma dando lugar ao seu espaço, nenhum comunicando entre si; cada espaço corresponde à sua verdade, em frente existe o espaço oposto. Por exemplo, temos o Bonito e o Feio, o Doce e o Amargo, o Amor e o Desamor. A acrescentar, cada sentimento ou sensação comporta na sua casinha as suas devidas respostas, as alternativas fornecidas ao humano em causa para dar seguimento ao sentimento-mãe. No caso do Doce, a resposta poderá ser um sorriso ou a busca da receita daquela sobremesa que a minha avó fazia ou ainda uma chamada de atenção por causa da diabetes hereditária, quem sabe.

A tua frase avançou pelo corredor encabeçada pelo Amor e a essa porta se dirigiu mas ao entrar percebeu que não existia ali forma de lhe dar seguimento, a resposta que trazia na cauda não estava prevista no leque correspondente, a frase que me deste era uma equação errada, mal elaborada, junção de elementos que não se podiam compreender num mesmo espaço. Não era ali considerado possível que a resposta ao "Amor" fosse "Virar as costas e ir embora sem olhar para trás". E assim, a tua e minha frase ficou perdida no limbo do corredor, sem saber para onde se virar, orfã de porta onde bater.

Fiquei parado no meio da rua, já sem ti no horizonte e os meus olhos nublavam com a sombra da equação impossível a latejar no meu cérebro. Não a entendia, não a conseguia entender, não conseguia fazê-la pertencer a lugar nenhum, não conseguia que produzisse nenhum resultado lógico. O resto da tarde, no escritório, foi passado a escrevinhar num papel diversas hipóteses de sequências com os elementos que me deste na esperança de encontrar a formulação correcta para que tudo, afinal, fizesse sentido. Não consegui. À noite, juntei-me ao André e ao Rodrigo no bar e expus-lhes o problema entre uma imperial e outra e como resposta obtive silêncio, nenhum deles conseguiu encontrar a solução. Mais tarde, deitei a cabeça na almofada com o teu perfume entranhado, o cérebro masculino cansado de não entender e adormeci enrolado na crueldade do amor que me deste.

Pérolas da "porca" #5 (to ein uone!)

Mais uma vez, ao telefone, com um fornecedor:

- Isto assim não pode continuar. Eu não estou para estar metida neste tipo de quizi... quili... quizilas! Era o que mais faltava. A situação está a engrenar em algum ponto e nós temos que perceber onde!

terça-feira, novembro 15, 2011

Dancing queen

Toca o telefone e do outro lado a progenitora que andava por outras andanças:

- Está tudo a correr bem, o jantar foi óptimo! Depois abriu-se o espaço de dança e toda a gente se levantou para ir dançar. Eu, como ninguém me convidou, fui a outra mesa e convidei um senhor, pronto!
- Mãe... quantos copos já bebeste...?
- Sei lá! Mas provei tudo o que havia para provar!

segunda-feira, novembro 14, 2011

O lado B (de Bom)

A saber, nem tudo foi mau. Sim, a chuva teimou em cair-me em cima deitando por terra todo o trabalho que tenho em manter este cabelo de forma a que não assuste quem se cruza comigo na rua. Sim, o filme que queria ver deu-me com os pés. Sim, os óculos continuam desaparecidos...

Mas... a sexta-feira ficou para trás e durante dois dias nem sequer me lembrei que os meus empregadores existem. O Festival sempre acabou por me abrir os braços e arranjou-se uma alternativa não com bilhetes para um filme mas para dois! Conheci dois realizadores de perto e tive oportunidade de treinar o meu francês mesmo que apenas mentalmente. O Galeto soube-me bem no fim das sessões, os mimos em forma de amigos marcaram presença e descobri que os relâmpagos ganham mais vida se os observarmos do alto de uma colina. E, para terminar, talvez uma das minhas vendas se concretize finalmente o que significa que talvez se concretize depois uma compra... nem mais nem menos que óculos novos!

sexta-feira, novembro 11, 2011

E continua...

Sessão esgotada, mais um festival que perco; colega irada que até me deu uma certa vontade de rir mas, por outro lado, me lembrou da porcaria de confusão em que me querem meter também; chuva miúda; óculos que continuam desaparecidos... M****!! É a única coisa que me ocorre!

Já é sexta... Ena...

Decide uma pessoa voltar ao trabalho a uma sexta para doer menos... e logo por azar parece ter sido justamente essa sexta a escolhida para me bulirem com os nervos... ainda nem almocei e já me sinto com vontade de aviar uns três ou quatro à bofetada...!

(Mantra mental: é só trabalho... é só trabalho... é só trabalho...)

domingo, novembro 06, 2011

sexta-feira, novembro 04, 2011

Porque... I can't feel it right now...

James Morrison - Wonderful World

I've been down so low
People look at me and they know
They can tell something is wrong
Like I don't belong

Well,
Staring through a window
Standing outside, they're just too happy to care tonight
I want to be like them
But I'll mess it up again

I tripped on my way in
And got kicked outside, everybody saw...

And I know that it's a wonderful world
But I can't feel it right now
Well I thought that I was doing well
But I just want to cry now
Well I know that it's a wonderful world
From the sky down to the sea
But I can only see it when you're here, here with me

Sometimes I feel so full of love
It just comes spilling out
It's uncomfortable to see
I give it away so easily
But if I had someone I would do anything
I'd never, never, never let you feel alone
I won't, I won't leave you on your own

But who am I to dream?
Dreams are for fools, they let you down...

And I know that it's a wonderful world
But I can't feel it right now
Well I thought that I was doing well
But I just want to cry now
Well I know that it's a wonderful world
From the sky down to the sea
But I can only see it when you're here, here with me

And I wish that I could make it better
I'd give anything for you to call me, or maybe just a little letter
Oh, we could start again
Ohh...

Well I know that it's a wonderful world
But I can't feel it right now
Well I thought that I was doing well
But I just want to cry now
Well I know that it's a wonderful world
From the sky down to the sea
But I can only see it when you're here, here with me
Ohh..

And I know that it's a wonderful world
I can't feel it right now
I got all the right clothes to wear
I just want to cry now, cry now
Well I know that it's a wonderful world
From the sky down to the sea
But I can only see it when you're here, here with me

And I know that it's a wonderful world
When you're with me

Pérolas da "porca" #4

- É impressionante! As pessoas nem leiem mas começam logo a refilar!

Frase do dia

“O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma múmia ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono maníaco fanático.”

Aldous Huxley

Os furos

A propósito dos dias que também são datas, perguntava se devia dizer alguma coisa e ouvi que deveria seguir as indicações da minha sensibilidade, ela melhor que ninguém iria ensinar-me o caminho, ela que também sabe como é. Porque se colocava a questão se seria melhor lembrar... porque se por um lado revela cuidado e atenção o que é igual a carinho, por outro corremos o risco de levantar a tampa de uma caixa que não se quer abrir, não nesse dia que também é data.

Não precisei procurar a resposta, ela existe em mim naturalmente. Não precisei perscrutar a fundo os meus sentimentos para saber o que sei.

Somos papel perfurado. O buraco que um dia se abriu está sempre lá, já faz parte da nossa composição, do nosso design. É isto que também somos desde então. O buraco acompanha-nos todos os dias, já pertence ao nosso organismo.

Claro que o dia que também é data é a referência temporal que nos faz regressar mentalmente áquele dia em que tudo aconteceu, fazendo-nos reviver os passos, os momentos, as sensações, uma a uma e com mais pormenor. Mas não é só no dia que também é data que isto acontece. As perdas, as nossas mortes, vivem connosco e às vezes basta um gesto, uma música, um odor a perfume, uma expressão verbal para que latejem mais um bocadinho. Estão lá, vivas, mesmo que pontualmente mais dormentes, estão sempre lá.

Não precisei procurar a resposta. De papel perfurado para papel perfurado assinalei com um beijo e só. Um beijo para todos os dias, não só aquele, um beijo que só nós percebemos bem o que quer dizer.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Growing up

Pérolas da "porca" #3

Ao telefone, como sempre, não me dando qualquer hipótese de fuga:

- Ai, ele está demais, não se atura! Está tão ranzinga, nem imaginas...!


(Tivesse eu saído mais ao meu querido avô materno e tinha aqui provas suficientes de que existem ainda dialectos desconhecidos do mundo ocidental que valeria a pena estudar...)

quarta-feira, novembro 02, 2011

Ignorâncias

Mas o que raio são faróis bichano??

Constatação #50

A gata A. tem razão... está na hora de mudar para o edredon de Inverno...

segunda-feira, outubro 31, 2011

Alguns

No ar

Como o caminho se faz caminhando, decido. Peso prós e contras, sem deixar que os contras assumam maior protagonismo do que seria desejável como é seu hábito, decido apesar deles. Consciente de que os lugares têm memória e de que me vou confrontar comigo como já não existo, consciente também de que as leis da física existem e cabe a mim efectivá-las pintando de outras cores as minhas telas, pintando por cima talvez.

Como o caminho se faz caminhando, ajo. Estou a agir bem? Não sei mas... quem sabe, afinal? Assumo-me como alma que procura incessantemente e como tal não me resta mais nada senão tentar descobrir. É este o caminho da descoberta? E a pergunta fica no ar sem resposta... Pergunto-me então... é assim tão importante sequer fazer a pergunta?

Get a life!

Haverá alguma coisa mais deprimente do que ter dias de férias e não ter nada para fazer com eles...?

sexta-feira, outubro 28, 2011

Festa do Cinema Francês

Já passou... és tão estúpida, tão estúpida, tão absolutamente estúpida..!

Frase do dia

“Those things that hurt, instruct.”

Ben Franklin

quinta-feira, outubro 27, 2011

O que sobra

A história é comovente. Um casal, de 94 e 90 anos, casado há 72, sofre um acidente de automóvel e encontra a morte no hospital. De mãos dadas. Amor. Amor até ao fim, dizem os familiares à imprensa.

A minha mente viaja, tentando imaginar um pouco da longa vida desse amor caracterizado nos jornais como algo raro, até único, um sentimento profundo, sem brechas, incontornável, que um dia juntou aquelas duas almas não as deixando separar jamais, exemplo de uma qualquer época que já lá vai, prova viva até à morte do que hoje não se consegue mais encontrar. A minha mente viaja pelo que de idílico escorre desta história endeusada, pela nostalgia que nos provoca a assunção da nossa imperfeição de comuns mortais, da nossa incapacidade de sequer almejar qualquer coisa de semelhante. Enleada nesta análise romântica e fantasiosa, provando o que de agridoce ela me oferece, resvalo para fora de berma e deixo-me levar para o submundo dos que não são capazes, dos que nunca viverão um amor assim.

Até que um abrir e fechar de olhos mais demorado me faz enveredar outra vez pela realidade do que vivo e vejo viver e assentar os pés na terra. Primeiro ao de leve, a medo, mas o suficiente para me arriscar a esmiuçar um pouco o que acabei de ler e, acima de tudo, o que construí em cima disso tal qual castelo de algodão, doce como não poderia deixar de ser, agora a revelar-se talvez demasiado adoçicado.

Acredito em Gordon e Norma, ele e ela, que se conheceram e se apaixonaram, que decidiram casar, ter filhos, partilhar espaços, os de vida e os outros, e que assim se mantiveram até à morte que não os separou. Mas acredito também nas entrelinhas que escapam ao resumo, acredito na vida real, a do dia-a-dia, a que dá trabalho e dores de cabeça, aquela que, no fundo, é a que nos reveste em simultâneo de normalidade e excelência se conseguirmos que não amarfanhe o que é mais importante.

Até podiam não ter olhos para mais ninguém mas uma vida inteira pode ser muito tempo e a solteirice tem os seus encantos... será que não houve, em nenhum momento, por parte de nenhum deles, dúvidas em avançar com o casamento? Será que não sentiram aquele calafrio que percorre a espinha quando estamos prestes a dar um passo para o desconhecido e tememos que ele seja grande demais para as nossas pernas? Talvez. Talvez até os primeiros tempos não tinham sido fáceis e o dinheiro tenha escasseado e as preocupações com as contas a bater à porta tenham vindo ao de cima causando nervosismo e discussões e até falta de apetite, o que Norma interpretou como uma ofensa aos seus dotes culinários... Terá havido dias em que Gordon preferiu ir para o bar com os amigos e chegou tarde e a más horas o que lhe valeu umas noites passadas no sofá. Até pode ter acontecido que Norma se tenha encantado em demasia com o seu papel de mãe, deixando para o marido a árdua tarefa de aquecer o seu jantar já arrefecido... Talvez Gordon tenha umas quantas vezes batido com a porta e gritado, sem se preocupar com a vizinhança, que não aguentava mais e é quase certo que Norma desconfiou de um ou outro interesse do marido nas amigas secretárias lá do trabalho e que, em choro, ameaçou sair de armas e bagagens e prole atrás e, se calhar, até foi mesmo, para casa dos pais, durante uma semana ou duas. Talvez tenha havido discussões em relação à educação dos filhos ou às descobertas que iam fazendo um do outro, terá havido sonhos deixados para trás e arrependimentos por não se terem concretizado. E quem sabe um ou outro dia recheado de dormência e "tanto me faz" de quem parece que nem se importa se o seu par está bem ou mal, quer é que o deixem sossegado. Certamente, houve zangas e costas voltadas, birras e perdões, dias em que cada um deles preferia estar em qualquer outro lugar. Terá havido falta de espaço, necessidade de não se esquecer de si esquecendo o outro, dúvidas e equações, laços cortados enquanto outros se reforçaram. E talvez distanciamento, dedos apontados, culpas antigas atiradas à cara, se calhar até tempos de interregno, se não físico pelo menos emocional, e de olhos brilhantes para outras realidades, para outros mundos. Talvez tenha havido alturas de desencontro e de reencontro, enquanto as obrigações ditavam o ritmo e a máquina da vida prensava o encanto dos tempos de namorados.

Haverá, afinal, assim tanta diferença entre nós, os comuns mortais, e este casal agora célebre?

Acredito em Gordon e Norma como acredito no Eduardo e na Ana, na D. Celeste e no Sr. Faria, na Marta e no Gustavo, no Zé "Cabeçadas" e na Vanessa Sofia... acredito neles como gente, gente comum, que, depois de tudo bem espremido, constata a verdade do que lhe sobra. E, a partir daí, simplesmente avança em consonância...

Gordon e Norma avançaram. Juntos.

Dizem que sou parecida com ela...



... e eu digo que ela tem sorte em se parecer comigo. ;)

De alma aquecida...

Romance em dois volumes
"Ambos sabem. Ambos fingem e escondem. Dura há anos, mas continua febril como se fosse de ontem o começo daquela excitação sem nome.

Nem amor oferecido, nem desejo da carne confessado, é nuvem que a ambos envolve e neles descarrega a electricidade que lhes faz sentir o que fica aquém e além das palavras. Falam-se com sorrisos, olhares, pequenos gestos que a outros parecerão de inocente acaso ou coincidência, mas se lhes tornaram linguagem confidencial.

Pode parecer fortuito o modo como se contam uma anedota, relatam um acontecimento, mas as palavras vão carregadas de segundo sentido e ternura secreta. São outras tantas mensagens em código o braço que se aperta, a mão ligeiramente espalmada no dorso, pousada no ombro, o choque acidental dos corpos ao passar uma porta.

Encheria um livro o que sentem e calam com os beijos castos na face quando chegam ou se despedem. Os olhares dariam um segundo volume. "

J. Rentes de Carvalho em
http://tempocontado.blogspot.com/

quarta-feira, outubro 26, 2011

Na carrinha à minha frente...

"Caveiras Bar apoia o futsal juvenil".

Olha que sorte...!

terça-feira, outubro 25, 2011

A pessoa errada

"Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho! Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor... A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono. Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa. Nada aqui é certo! O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente..."

Luis Fernando Veríssimo

Verdades

Re-food

De chapéu de palha e fato branco a desafiar a noite que ameaça chuva, recebe-me com um sorriso acompanhado de um "welcome, dá-me un momenta, já falo contiga". Recebo orientações, o grupo compõem-se e eu abro as portas ao começo da viagem. Percorro as ruas, deslizo por ali. Páro, saio, preparo caixas, espero. O segundo holandês e o miúdo a orientar as operações. Bert já sabe tudo de cor porque já o faz há dois meses, todas as noites, Pedro confunde-se com os caminhos feitos de carro. O mapa e a certeza que, mais umas vezes, e já não preciso dele. Ao todo são uns quinze pontos a visitar e nós não falhamos nenhum, não nos podemos dar a esse luxo, mesmo que de lá venha só uma caixinha. A dado momento, o trabalho divide-se, eles vão agora a pé à rua sem estrada e eu, por iniciativa minha, sigo sozinha em quatro rodas para os dois últimos pontos da lista. Entro, digo ao que venho e espero que seja suficiente. E é. O primeiro "hoje não há", o segundo desculpa-se "tenho pouco mas mando aqui uns tomates lindos que chegaram hoje". De volta, descarrego. A chuva já cai, o sono já me amacia os olhos, o sorriso estrangeiro aproxima-se e todos ajudam com os sacos e saquinhos. O trabalho de hoje está feito, até próxima segunda. E eu volto a casa um bocadinho mais rica.

domingo, outubro 23, 2011

sexta-feira, outubro 21, 2011

Falam, falam, falam...

É impressão minha ou a maioria das pessoas que se acha no direito de criticar quem se dá à causa animal por considerar que, a ser feito algum esforço, deveria ser em exclusivo pela causa humana... regra geral não faz rigorosamente NADA por nenhum das duas?!?

terça-feira, outubro 18, 2011

Porque foi um dia dedicada a mim e, desde então, faz-me sempre sorrir

Every Little Thing She Does Is Magic
The Police

Though I've tried before to tell her
Of the feelings I have for her in my heart
Every time that I come near her

I just lose my nerve as I've done from the start

Every little thing she does is magic
Everything she does just turns me on
Even though my life before was tragic
Now I know my love for her goes on

Do I have to tell the story
Of a thousand rainy days since we first met
It's a big enough umbrella
But it's always me that ends up getting wet

Every little thing she does is magic
Everything she does just turns me on
Even though my life before was tragic
Now I know my love for her goes on

I resolve to call her up a thousand times a day
And ask her if she'll marry me in some old fashioned way
But my silent fears have gripped me
Long before I reach the phone
Long before my tongue has tripped me
Must I always be alone?

Every little thing she does is magic
Everything she does just turns me on
Even though my life before was tragic
Now I know my love for her goes on

Frase do dia

Quando no fim da vida estiver frente a Deus, espero não ter a mais pequena réstia de talento e poder dizer “usei tudo o que me deste."
Erma Bombeck

Outros terrenos

Dois passos. Por mim e por outros. Para deixar de ser apenas uma crítica sentada no sofá...

Constatação #49

Às vezes achamos que determinadas palavras nos vão fazer mal mas depois... até acabam por fazer bem!

segunda-feira, outubro 17, 2011

De título dispensado

Por vezes, não há explicação. E é inglório tentar encontrá-la. Por vezes, sente-se e espelha-se na cara, mais nada, só pedindo que se olhe, que se queira ver. Há vezes em que nos grita com violência, arde na carne e o nosso impulso é correr, fugir, deitar a mão a qualquer coisa, fazer nem se sabe bem o quê, como barata tonta, à roda sem sair do lugar, à procura de uma saída. Outras vezes, pesa toneladas silenciosas e remete-nos à prostração, braços caídos num corpo inerte, um olhar fixo algures que não está realmente a ver nada. Por vezes, não existe explicação, não existe nem tem que existir. Sente-se, vê-se, ouve-se, sabe-se e basta. E talvez encontre neste tantas vezes cruel confronto com a minha verdade, o caminho da honestidade. Comigo, com a minha vida, com os outros, com a minha alma. Escuto-a. Escuto-me. Sem explicações. Estou cansada delas.

E, assim de repente, aparece-me isto...

domingo, outubro 16, 2011

Patrocínios

Ok... ouvi uma vez, estranhei mas acabei por esquecer porque só podia ter ouvido mal...

Até que ouvi a segunda.

Sim, é verdade, há um programa num canal de TV nacional patrocinado por umas bifanas...

Relendo

"É tempo de estar enfiada no casulo a navegar pela melancolia. É tempo de encarar esta impotência que está a sentir e é tempo de fazer o vazio. É na qualidade deste vazio que se vai alquimisar, para daqui a uns tempos quando sair do casulo, estar mais inteira. É um processo que todos temos de fazer sozinhos ir até ao fundo do nosso inferninho pessoal e aceitar que, uma vez batendo no fundo, a única coisa que podemos fazer é remar para cima. É tempo de sentir, é tempo de transformar o seu quadro emocional que lhe diz que é preciso entender as emoções. Ora as emoções não se explicam ou racionalizam, sentem-se. Chora-se. Lava-se a alma. É tempo de confiar no processo, mesmo não gostando, não concordando e achando que é injusto, daqui a uns tempos vai olhar para trás e perceber que este período tem sentido e só podia ter sido desta forma. Costuma-se dizer a propósito deste processo: Let go and let God."

sábado, outubro 15, 2011

Perfil

De que é que estás à espera? Não sei. Mas seja lá o que for, sei que há-de vir de mim.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Mea culpa

As notícias sucedem-se, os comentários também. Analistas de toda a espécie, dirigentes de outros partidos, sumidades nas diferentes matérias e nós, os restantes. As redes sociais enchem-se de "partilhas" de notícias, o que foi decidido, o que vai acontecer, onde se vai cortar, e não há quem perca a oportunidade de dizer de sua justiça. E, é claro, os dedos de todas as mãos estão apontados a "eles". Eles que só fizeram porcaria quando lá estiveram, eles que são os grandes culpados, eles, os grandes gatunos em quem ninguém toca, eles que nos deixaram na miséria em que estamos, eles em quem vocês votaram, eles, eles, eles.

Mas será que ninguém percebe que "eles" somos todos nós??

Nós que vamos para a praia em vez de votar; nós que não nos damos ao trabalho sequer de ler "as gordas" dos jornais para perceber o que se passa mas não perdemos a edição desta semana da Caras; nós que fugimos aos impostos quando podemos porque quem não o faz é otário; nós que permitimos que, nas nossas barbas, outros fujam aos impostos sem pensar que o que depois faltar é a nós que vai ser cobrado; nós que pegámos nos subsídios dados pela União Europeia para a modernização da agricultura, da indústria e construímos uma piscina mais ou menos olímpica no quintal a fazer "pandan" com o jipe novo e a banheira de hidromassagem; nós que vivemos de aparências e de cartões de crédito; nós que abandonamos animais por não poder suportar a despesa mas que não abdicamos da TV Cabo nem do telemóvel nem do carro para ir todos os dias para o trabalho; nós que nos aproveitamos da falta de fiscalização para ser "mais esperto" e contornar o sistema; nós que achamos que não temos que nos sujeitar às mesmas regras dos outros e arranjamos sempre forma de ter "um amigo lá dentro" que dá uma mãozinha; nós que não denunciamos, nós que não nos manifestamos, que não exigimos; nós que até somos contra quem se manifesta não nos dando ao trabalho de perceber se as greves ou manifestações que vão surgindo aqui e ali têm alguma razão de ser, simplesmente somos contra porque "olha agora que chatice, eu que já vou atrasada para a manicure ainda tenho que levar com fila"; nós que aproveitamos para fazer telefonemas pessoais "lá do serviço"; nós que andamos a viver há tempo demais acima das nossas possibilidades e parece que não percebemos que essa foi uma escolha nossa, que ninguém nos apontou uma arma à cabeça para fazer aquele crédito ou comprar aquela casa; nós que somos incapazes de dedicar algum do nosso tempo a uma causa porque essa história do voluntariado não ser pago não dá jeito nenhum; nós que optamos por apontar dedos, sacudir a água do capote e não fazer mais nada para além de olhar para o nosso umbigo, para os nossos interesses individuais, os outros que façam alguma coisa que "eu não sou pago para isto"; nós, em suma, que preferimos alhearmo-nos da nossa responsabilidade e esperar sentados que alguém venha resolver os problemas para os quais todos contribuimos, desde que o faça sem chatear muito.

Portanto, caríssimos, o país que temos, é SÓ a nossa cara...

quarta-feira, outubro 12, 2011

Queiram ou não... é a minha cara!

“In the confrontation between the stream and the rock, the stream always wins – not through strength, but through persistence.”
Buddha

Teve que ser

Não gosto mas teve que ser. Porque às vezes não há como fugir, porque às vezes é a única saída e, ou escolhemos ficar encostados à parede ou escolhemos dar a cara e confrontar. E como eu sou claustrofóbica...

Ponderada, escolhi não agir antes, escolhi perceber até que ponto conseguiria fazê-lo sozinha sem necessidade de interferir com terceiros mas cheguei, sem querer, a um momento em que se tornou absolutamente necessário tomar uma atitude.

A verdade é que logo que me vi envolvida na situação me deixei levar pelo impulso e passei à acção sem deixar que passasse tempo suficiente para que a ideia maturasse em mim mas hoje, no dia depois, não me arrependo. Hoje, sei que voltaria a fazer o mesmo.

Não, não é nada de fundamental e decisivo, a minha vida não vai mudar toda depois disto nem os meus problemas vão desaparecer como que por milagre. Não foi nenhuma catarse nem sequer um ponto de viragem. Foi apenas uma atitude, uma pequena atitude, um aviso à navegação sobre como me posiciono em relação a determinada matéria e um pedido para que respeitem, mesmo que não entendam, o lugar onde me encontro agora. Só. Mais nada.

terça-feira, outubro 11, 2011

Pois... é...

"A única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais..."

Clarice Lispector

"Love is always in the mood of believing in miracles" - J.C. Powys

sábado, outubro 08, 2011

Sobre informação

A vida está difícil mas comprar o carro X é muito fácil e pode fazer uma figuraça com pouco dinheiro, a crise está por todo o lado mas neste hipermercado não entra, o detergente Y parece mais caro mas tira logo as nódoas o que o faz poupar ainda mais noutra coisa qualquer, agora o shampôo das estrelas a preço para pobres...

Que sorte! Mesmo que não tenhamos dinheiro para comprar o jornal, a publicidade zela a cada minuto para que não nos esqueçamos do buraco em que estamos enfiados...

sexta-feira, outubro 07, 2011

Agosto, estás perdoado... mas deixa estar, não te incomodes e não voltes!

Feriado na praia (o melhor dia do ano!), fim de semana na praia, peixinho a "encher a barriga" de mar. Gosto deste Outono...

Frase do dia (direitinha ao coração de umas quantas pessoas que eu conheço...)

"O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo."
Clarice Lispector

quinta-feira, outubro 06, 2011

E ao telefone, duas mesas adiante...

"... portanto, então agora eu exclúio o grafismo para integrar num outro procedimento, é assim? Ou inclúio?"


Eu responderia... não faça nada, pela sua saúde, não faça rigorosamente nada!!

O bom caminho...

‎" (...) Ouvi-a com paciência e ternura. Não aconselhei nem repreendi, tão-pouco disse que não se afligisse ou que no futuro há sempre uma aberta, raios de luz. Isso poderá ela descobrir um dia por si só, pois a consciência da perda é condição do resgate, é o painel a indicar o bom caminho. Caminho que por má sorte, habituados à perda e ao desespero, alguns preferem não encontrar."

J. Rentes de Carvalho
em http://tempocontado.blogspot.com/

terça-feira, outubro 04, 2011

Perfil

A apreciar as pequenas coisas...

Aprendendo


Fonte: Stuff No One Told Me

sábado, outubro 01, 2011

Whatever works

A verdade é que andamos todos "aos papéis". Podemos dissertar sobre teorias, experiências, conceitos lidos, sentimentos tidos, crenças, tábuas de salvação mas a verdade é que ninguém é detentor da fórmula, nem da sua nem da dos outros. Resta-nos acreditar em algo ou em muitas coisas ao mesmo tempo e apontar para aí quando iniciamos a caminhada. Resta também perceber que a caminhada tem pedras que nos farão duvidar de nós mesmos. E, talvez mais importante que tudo, resta aceitar com humildade e braços abertos que, a meio caminho, podemos mudar de opinião e perceber que afinal não é aquele objectivo que nos faz sentido ou que não é aquele trilho que nos leva a bom porto.

O que seja. Desde que se faça alguma coisa mesmo que seja ficar quieto a tentar ouvir a voz do seu próprio coração, por mais mirrado que ele esteja. Porque essa voz não se cala, resiste aos embates e até aos ornamentos com que tentamos disfarçar o órgão, mesmo baixinho não deixa de tentar chegar a nós.

Há quem fuja, há quem finja, há quem sorria sempre mesmo que a sua alma chore. Há quem a queira enganar e moldá-la às suas necessidades. Há quem pense e repense, há quem remoa as questões, há quem se apresse e há quem páre e se recuse a andar. Há quem se iluda, quem disfarce o pouco de muito, há quem não se contente. Há quem se muna de coragem e há quem a dispense, há quem se afunde convencido de que só assim voltará à tona de água, há quem contorne o poço. Há quem alimente dúvidas e quem se recuse a tê-las. Há quem exagere, há quem substime, há quem seja verdadeiro consigo mesmo e há quem nega a sua essência. Há de tudo.

Mas no fundo, o que interessa o método? Funciona? So be it! Se chegarmos ao fim da viagem e formos realmente recebidos pelo sol que esperávamos, terá valido tudo a pena.

Perfil

E quatro giraças dizem: o velho e bom Jamaica still rules!!!

sexta-feira, setembro 30, 2011

Borrando a pintura

Jesus Christ...! I can be so damn nasty...

Puxando o lustro

Jesus Christ...! I can be so damn sweet... ! Aarrgghh!

quinta-feira, setembro 29, 2011

quarta-feira, setembro 28, 2011

Nas alturas



"PODER é...
estar no ponto mais alto e decidir em quem cagar."

Sou

Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania,
depende de quando
e como você me vê passar.

Clarice Lispector

O gato e as caixas

O resultado

A inércia perdeu, pelo menos por uma hora. Já não foi mau.

terça-feira, setembro 27, 2011

Em dúvida quase certa

E prestes a ceder ao livro que me chama, aos dois pares de olhos felinos que me vão receber, ao silêncio. Quase a ceder ao casulo onde me entrego a mim, só a mim, onde falo com as paredes, onde peço e grito explicações, onde choro, onde navego sem freios na minha melancolia mas também onde me refugio, quieta, sem ter que encarar nada nem ninguém, onde sossego.

Trouxe o saco, está na hora, o carro já sabe o caminho, eu sei para onde devia ir e sei também para onde não me devia deixar puxar...

Vamos ver quem ganha.

Porque a tua beleza está muito para além dos teus olhos tristes...

Seabird

Don't you remember
You were happy when you were younger
Things were so simple yeah
'Til the day he walked out on your mother
But now you blame yourself
Because you're by yourself
You feel like it's not gonna to change
You're crying on the floor cause you can take no more
Looking for a way to escape

And all this time saying you were fine
And everyone still to blame
Well there you are
You and your broken heart
It's written all over your face

Don't you know
Don't you know that you're beautiful yeah

I see you laughing
But I know inside that you're crying
Just tell me what happened when things went wrong
We'll try to make sense of it all
Please don't blame yourself
Cause you're not by yourself
I've been right here all along
Don't have to be alone
Because you've always known
Wherever your heart is my home

And all this time
Saying you were fine
And everyone still to blame
Well there you are
You and your broken heart
It's written all over you're face

Don't you know
Don't you know that you're beautiful
Yeah

Can't you see what you mean to me
Can't you see what you mean to me

A nova forma de comer sashimi



PS: Os deuses vos abençoem, minhas queridas, sem vocês a malta não se divertia nem metade!

Flying angel

E de repente, uma brecha. Informação procurada há anos que, com um novo olhar amparado pela evolução da tecnologia, nos parece agora mais próxima. Emails disparados para todos os lados com o intuito de chegar a um só. E chega, finalmente chega a algum lado, a alguém que nos pode levar ao nosso objectivo! Palavras trocadas de quem não se conhece, de quem está separado por um mundo quase inteiro, a viver vidas diferentes e que, por nossa iniciativa e boa vontade de ambos os lados, se cruzam e tocam. As fotografias antigas em formato moderno enviadas através da rede, a grande rede, a confirmação de que do lado de lá os mesmos rostos são familiares. Finalmente!

Mas depois o retorno, da notícia de morte, de quem afinal não vai ser possível ver, ouvir, saber. Porque continua a navegar os céus, como em vida, mas agora em forma de anjo, um anjo voador.

A tristeza e alegria misturam-se, a recompensa da descoberta é agridoce, os agradecimentos sucedem-se e cada um de nós oferece os seus préstimos "if you ever come to Hong Kong", "caso um dia venha a Lisboa"...

Quando comecei, perguntei-me se não me fazia confusão estar a mexer num passado que não é meu, a pedido, a tentar fazer reencontrá-la com alguém que não conheço, que um dia lhe podia ter mudado a vida e até inviabilizado a minha existência. Respondo claramente: não, não me faz confusão nenhuma. Como tive oportunidade de ouvir, se as pessoas que cruzaram um dia a nossa vida nos ficam na memória de forma tão forte, só pode ser porque a união dessas almas continua a fazer sentido, um sentido maior. E quando assim é, devem procurar-se. Não, não me faz confusão que as pessoas se queiram reencontrar e que se acredite que esse reencontro possa tornar as suas vidas mais ricas, com mais sentido, mais bonitas, mais completas. Não me faz confusão que, tendo essa oportunidade, reconheçam o quão valiosa ela é. Faz-me confusão, sim, quem se perde. Mais confusão me faz quem não entende essa preciosidade e se perde porque quer.

Esta não precisavam de me dizer

"Apesar de ter tido que enfrentar algumas dificuldades neste período, o seu anjo da guarda está mais do que alerta e constantemente do seu lado. "

segunda-feira, setembro 26, 2011

Perfil

Afundar no meu casulo. É só isso que me apetece... E talvez seja só afundando mais e mais que um dia perco definitivamente o fôlego e renasço...

Olhando, sempre olhando...



Às vezes o horóscopo cala-me a boca...

"Deixe-se de nostalgias que só o acabam por o entristecer. Siga em frente com a sua vida e tudo correrá bem."

Pára.

Stop leaving and you will arrive.
Stop searching and you will see.
Stop running away and you will be found.

Lao Tzu

sexta-feira, setembro 23, 2011

Pérolas... da "porca"!

"Ó T., porque você já sabe, eu sou uma pessoa cheia de problemas do fórum respiratório..."

quinta-feira, setembro 22, 2011

Palavras raras

Tenho saudades de dizer "amo-te". Tenho saudades de dizer "amo-te" e de que as letras saiam gordas e orgulhosas da minha boca, carregadas e a rebentar de sentimento enquanto se encaminham na direcção certa, a única que faz sentido. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de nessa altura nada mais interessar a não ser o amor que a expressão carrega, de ser ele o único foco, de tudo o resto ser secundário. Tenho saudades de dizer "amo-te" porque ao decidir fazê-lo decido também derrubar as minhas barreiras em nome de algo muito maior. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de estar a viver os momentos certos para o dizer porque não é qualquer momento, nunca foi, porque não se atira assim amor em forma de palavras em qualquer espaço ou em qualquer tempo. Tenho saudades de dizer "amo-te" e da certeza que sei que tenho quando o digo. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de assumir a responsabilidade que fazê-lo carrega porque um "amo-te" leva em si a força desmesurada da alma - só assim se justifica que alguém o diga - e é a alma que se entrega ao dizê-lo e entregar a alma pode ter um efeito avassalador, desconcertante, mágico ao ponto de até mudar a vida de alguém. Quanto mais não seja a nossa. E mudar uma vida é coisa de muita responsabilidade. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de me sentir envolta no brilho dos olhos de quem o recebe e de que este seja a maior desculpa para que as mesmas letras não sejam devolvidas porque deixa simplesmente de ser necessário. Tenho saudades de dizer "amo-te" por não ser possível dizer qualquer outra coisa, por qualquer outra coisa se tornar perfeitamente despropositada. Tenho saudades de dizer "amo-te" e sentir "amo-te" e saber que aquele momento será sempre o momento em que o senti e disse e o facto de ele ter existido faz com que nada mais volte a ser como antes.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Toma lá para não teres a mania!

Com a mãe em viagem, os sms tornam-se na principal forma de comunicação. Relativa, bem entendido, dada a pouca apetência da progenitora pelas novas tecnologias (para não dizer completa aversão!). Digamos que, cada vez que se ausenta, tenho que lá ir a casa fazer uma revisão de como enviar sms porque é coisa que não faz parte do seu dia-a-dia por opção. Portanto, ao retomar por necessidade não se ajeita com todas as teclas e símbolos e o resultado acaba por ser espaços em vez de virgulas, acentos nem vê-los, linguagem telegráfica, uma ou outra letra trocada. Qualquer coisa deste tipo:

"parque maravilhoso pássaros e peixes..........andei muito;, tudo lindo calor muito pergunto gatos bons"

Tudo bem, a malta lá se vai entendendo (e rindo e lendo aos amigos para eles rirem também!). Um dia destes, até comentei que escreveu mal o meu nome tal é o pouco jeito e a pouca paciência. Ou assim julgava eu...

Hoje esclarece-me toda empertigada: "Tarasa" é o teu nome em croata!

E a propósito de voltar a mim...

“No matter what they wish for, no matter how far they go, people can never be anything but themselves. That's all.”
Haruki Murakami


(Obrigado, minha F.)

Constatação #48

Nada como ter os gatos A. e B. a circular pela casa para que os barulhos nocturnos não se transformem em monstros...

Como seria tudo tão mais fácil se não fossemos "sedentas"...

"O principal problema é que me falta qualquer coisa.(...) Só quando estou contigo é que percebo até que ponto tenho andado estes anos todos cheio de fome e de sede."
Haruki Murakami

Aos que nunca desistem, apesar de tudo...

Outra vez
Há poucos traços tão comoventemente humanos como a nossa infinita predisposição para começar de novo.

Setembro, como por aqui escrevia há dias o Nuno, presta-se bem a ela. À vontade de fazer outra vez, mas bem feito, ou melhor. Começar a direito, sem os erros do passado, as desatenções, a preguiça, a ingenuidade, o excesso, o descontrolo, a reincidência, o vício, a tentação e tudo o resto que o leitor queira acrescentar ou substituir. Acordar mais cedo, fumar menos, comer melhor, trabalhar com mais disciplina, sair a horas, não ceder a tantos convites, não cair em tantas esparrelas, atender sempre o telefone aos amigos, responder a todos os e-mails, ligar em todos os aniversários, estar presente, ser um homem ou uma mulher que admirássemos. Ou a promessa de frequentar o ginásio que já se paga. De ler todos os livros da estante antes de comprar outros. De cozinhar mais e comprar menos fora. Andar mais a pé e menos de carro. Dormir oito horas. Escrever em dias certos. Estar perto das pessoas. Acumular menos tralha. Conservar apenas o que é útil. Regar, diariamente, as plantas. Não adiar, diariamente, os dias. Escutar mais, esperar mais, acompanhar mais. Perder menos tempo com tudo quanto já se percebeu ser perda de tempo. Deixar-se de promessas. Não permitir que este seja apenas mais um Setembro como os outros, quando quase tudo ficou por cumprir. Gritar, aqui dentro e contra nós mesmos, que desta é que é (ou, numa versão mais ternamente ridícula, quem é que manda aqui?).

Por volta de Outubro – ou Fevereiro, no caso das resoluções regadas pelo réveillon, ou um mês depois do reatar da relação ou um mês depois da estreia no novo emprego ou – quase tudo se esboroou. Os cigarros fumados num dia de tensão, as horas mal dormidas para acabar o trabalho que não podia esperar, os amigos e a família que ficaram para trás, mais os livros e a comida saudável e o personal trainer e as plantas e tudo o mais, ultrapassados pela inércia e pela preguiça e pelos nervos e pelo excesso e pelo desmazelo e pelo cansaço. Tudo, aliás, como previsto.

Sempre soubemos que falharíamos, mas voltamos, sempre a tentar. E essa vontade, essa resiliência, essa capacidade infinda para a ilusão, tem de fazer de nós bons homens e mulheres.

Corremos em círculos, mas nem o Criador traçou o mundo em linha recta.

Por Alexandre Borges
em Sinusite Crónica

terça-feira, setembro 20, 2011

No limite...

... o que nos distingue uns dos outros é o que fazemos com o que sentimos. E o que fazemos com o que os outros sentem e nos dão...

Sob os feixes

Os tempos adivinham-se... trabalhosos. Não necessariamente duros ou difíceis ou dolorosos mas, sem dúvida, trabalhosos. Tenho que focar, focar naquilo que agora está em cima da mesa em detrimento do resto. Tudo é importante mas assumo a minha incapacidade de gestão das diversas matérias ao mesmo tempo. Tenho que focar, pensar, ponderar, fazer contas de cabeça e de lápis se for preciso, pensar a curto, médio e longo prazo. Pesar os prós e contras. Pensar em mim e nas mudanças que me fazem sentido. Pensar naquilo que estou disposta a fazer para as realizar.

Fazes-me falta para me ajudar a pôr as coisas em perspectiva. Fazes-me falta para me dares segurança, para falares comigo e dares as tuas opiniões, para me ensinares a ver um pouco mais além, o além que vê quem conhece já a viagem, quem a fez e aprendeu com ela. Fazes-me falta mesmo em não concordância comigo porque sei que que nada seria impeditivo de te ter ao meu lado, não importando as minhas escolhas.

Tenho que parar e pensar para acreditar. Porque é a crença que me leva para a frente, a crença em algo melhor, sempre foi, em todas as ocasiões sempre foi a crença revestida de esperança por melhores dias que me fez mover em determinada direcção. Tenho que parar e pensar e esperar que me ajudes mesmo que não com palavras mas através dos sentimentos que consigas implantar em mim dessa forma misteriosa que ninguém vê mas que acredito que exista. Acredito, sim, que é possível e por isso peço quando deito a cabeça na almofada.

Os tempos adivinham-se... e eu aqui estou na minha solidão de ti sem saber bem que rumo tomar. Focos. Focos de luz a apontar para mim. Diferentes tonalidades mas todos fortes e brilhantes. Os seus raios luminosos apontados a mim e aos meus olhos, a obrigar-me a retribuir a atenção que me é dispensada mas, de certa forma, cegando-me e não me deixando ver o que está por trás.

Confias em mim? Se tu confiares eu também confio.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Perfil

A gerir expectativas.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Eu e as pessoas sui generis que se cruzam comigo

No endocrinologista, o médico de cinquenta e muitos, barba farfalhuda, sorriso constante:
- Eu até concordo com o conceito do casamento para o resto da vida e tal mas... não sempre com a mesma pessoa, não acha??

O piadolas

Sabem aquelas pessoas que acham que têm mais graça do que realmente têm e estão de tal maneira babadas e convictas da existência de humor nas suas piadas que as repetem sempre que podem mesmo quando o assunto em nada se relaciona? Sabem??

E faz-se o quê com esta gente??

Perfil

Em "carraças"!

Delírio em julgamento

E avança a acusação:

Mas que tipo de pessoa temos aqui afinal? Não devia a arguida, como pessoa de bem, exultar qualquer forma de alegria? Não devia a arguida, como bom ser humano que alega ser, receber de braços abertos as mais diversas manifestações de felicidade e alegrar-se com elas? Não devia a arguida sorrir e deixar-se contagiar positivamente com os sons do riso, do riso puro, sincero, franco e cristalino...?

E a defesa, que veste a mesma roupa da arguida, diz:

Devia. Devia tudo isto. Mea culpa, mea culpa... pode ditar a sentença, se se baseia o honrado tribunal apenas e só nesta exposição pouco aprofundada sobre os meus valores morais! Mas antes, umas quantas considerações sobre a natureza do dito:

- estamos a falar de um riso com muitos e muitos decibéis acima do estabelecido por lei para os escapes de motociclos e outros veículos a motor incluindo maquinaria pesada;
- de um riso dono de estridência que me parece desaconselhada perto até de vidros duplos;
- de um riso com notórias semelhanças ao som de vários paus de giz afiados como ponta de faca contra quadro preto durante largos segundos;

Pergunto, então, e por tudo isto, sôtore Juíz, não revela o meu comportamento senão amor ao próximo? Não será a minha atitude perante os factos a grande prova da minha humanidade, tolerância, abnegação, de que dou a outra face?? É que convenhamos, a bem da verdade, eu até poderia estar aqui presente acusada de homicídio mais do que justificado e o facto é que não estou!


Tem razão, cara arguida, tem toda a razão. Vá, pelo caminho do Senhor, vá... que os tribunais divinos e terrenos a abençoem...

quinta-feira, setembro 15, 2011

Constatação #47

Os meus pontos fortes são fortes até demais...

Objectivo, mais um

"(...)
Que minha solidão me sirva de companhia,
que eu tenha a coragem de me enfrentar,
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo."

Clarice Lispector

quarta-feira, setembro 14, 2011

Perfil

Triste. Simplesmente triste.

De certeza que queres saber a resposta??

Sou uma rapariga cheia de questões. Questiono, pronto, é feitio.

Poder-se-á dizer que questiono porque raciocino, questiono porque não me contento, questiono porque a minha inteligência não se alimenta de respostas como "é assim porque sim" e o seu estômago tem um tamanho que só visto, questiono por vício, porque assim me criaram, eu sei lá, questiono.

E o meu espectro de questionamento pode ir desde questões meramente comezinhas ao verdadeiro sentido da vida e da nossa presença neste mundo.

Assumo a minha obsessão por respostas. Assumo a minha fome desmedida. E por isso, não me considero exemplo a seguir. Só os deuses sabem como me pareceu deveras acertada a consideração que um dia me fizeram sobre o risco da minha inteligência se tornar a minha maior inimiga...

Não obstante, tenho uma crença: não questionar é um acto de covardia. Quem não questiona não o faz porque tem medo das respostas e por isso escolhe uma vida de ignorante ilusão, fingindo que nada se passa a não ser aquilo que os seus olhos conseguem ver numa primeira e rudimentar análise ou que aquilo que sentem é simplesmente aquilo que ali está, não querendo considerar importante o suficiente o que existe - porque existe sempre alguma coisa - por trás do pano. Quem não questiona fica-se pela rama porque regra geral a "rama" é mais simples de ler, de entender, ou mesmo que não se entenda, de aceitar, dá menos trabalho e, acima de tudo, não nos abana a estrutura, a sua simplicidade e consequentes respostas plain text dão-nos segurança e pretenso equilíbrio, fazem-nos pensar que "isto até é fácil, é só fazer isto e pronto, o resto afinal não interessa nada, não vale a pena complicar." São os sim porque sim, os não porque não, os que se bastam com eles.

Assumo a minha obsessão mas não deixo de me entristecer quando me deparo com inteligências famintas que, assumidamente e por escolha própria, preferem continuar a morrer lentamente à fome, talvez até acreditando que as doses homeopáticas de perguntas e respostas que fazem e dão a si próprias serão alimentação bastante.

Assumo a minha obsessão mas a minha resposta à pergunta no título do post continua a ser "Sim, quero. Mesmo que doa, mesmo que me custe, mesmo que seja difícil, mesmo que não goste, quero. Quero sempre. Não nasci para viver na ignorância, na ilusão, na "rama". Sim, quero e acho mesmo que vou continuar a querer até morrer."

E se calhar, até nem me importo de morrer disto...