A verdade é que andamos todos "aos papéis". Podemos dissertar sobre teorias, experiências, conceitos lidos, sentimentos tidos, crenças, tábuas de salvação mas a verdade é que ninguém é detentor da fórmula, nem da sua nem da dos outros. Resta-nos acreditar em algo ou em muitas coisas ao mesmo tempo e apontar para aí quando iniciamos a caminhada. Resta também perceber que a caminhada tem pedras que nos farão duvidar de nós mesmos. E, talvez mais importante que tudo, resta aceitar com humildade e braços abertos que, a meio caminho, podemos mudar de opinião e perceber que afinal não é aquele objectivo que nos faz sentido ou que não é aquele trilho que nos leva a bom porto.
O que seja. Desde que se faça alguma coisa mesmo que seja ficar quieto a tentar ouvir a voz do seu próprio coração, por mais mirrado que ele esteja. Porque essa voz não se cala, resiste aos embates e até aos ornamentos com que tentamos disfarçar o órgão, mesmo baixinho não deixa de tentar chegar a nós.
Há quem fuja, há quem finja, há quem sorria sempre mesmo que a sua alma chore. Há quem a queira enganar e moldá-la às suas necessidades. Há quem pense e repense, há quem remoa as questões, há quem se apresse e há quem páre e se recuse a andar. Há quem se iluda, quem disfarce o pouco de muito, há quem não se contente. Há quem se muna de coragem e há quem a dispense, há quem se afunde convencido de que só assim voltará à tona de água, há quem contorne o poço. Há quem alimente dúvidas e quem se recuse a tê-las. Há quem exagere, há quem substime, há quem seja verdadeiro consigo mesmo e há quem nega a sua essência. Há de tudo.
Mas no fundo, o que interessa o método? Funciona? So be it! Se chegarmos ao fim da viagem e formos realmente recebidos pelo sol que esperávamos, terá valido tudo a pena.
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