quinta-feira, julho 30, 2009

Regra de condução #1

Se decidir gritar, revoltar-se contra o mundo e dar murros no volante como uma tresloucada, não o faça estando a conduzir, sabe-se lá a que velocidade!, no meio da cidade de Lisboa e, se o fizer, não acuse os carros estacionados de vir contra si.

quarta-feira, julho 29, 2009

Desconheço-me

O que fazer quando não aguentamos o nosso próprio peso? O que fazer quando sentimentos como a angústia, o medo, a perda, a desilusão nos começam a tratar por "tu"? O que fazer para obrigar o cérebro a trazer algum sentido às coisas? O que fazer para manter o equilíbrio quando vemos o chão a fugir dos nossos pés? O que fazer para acreditar? O que fazer para que a saudade não nos mate? O que fazer para que a dor não nos molde?

E o que fazer quando o espelho nos mostra alguém que não conhecemos?

segunda-feira, julho 27, 2009

Volátil

Que não se mantém; que muda facilmente = inconstante, instável, variável, volúvel

sábado, julho 25, 2009

Uno

Aconteceu. O meu maior medo aconteceu. O que mais me aterrorizava, atormentava é agora a realidade com a qual tenho que lidar. E lido. Nem sei como mas lido. Quase não sinto nada mas sinto mais do que tudo. Quase não choro mas choro mais do que ninguém. E eu sei que tu sabes.

Platão falava de almas gémeas explicando que cada pessoa é apenas metade de um ser, metade essa separada da sua totalidade. E atribuía ao amor a capacidade de restaurar o antigo estado de perfeição, juntando ambos num só.

Eu tive a sorte de conseguir juntar-me a ti desde o início e viver esse estado durante toda a minha ainda curta existência.

Somos almas gémeas, sempre fomos. Ao ler um determinado romance de Laura Esquível há uns anos atrás, dei-me conta disso. Quando acabei, percebi que tinha encontrado a explicação, que nunca tinha procurado por simplesmente não precisar dela, mas ela ali estava, à minha frente, e nada me fez tanto sentido. Porque somos algo que ultrapassa o grau de parentesco. Porque o que nos une, o que nos torna num ser único, é muito mais do que as grandes parecenças físicas ou de personalidade. É algo que não se explica, sente-se. Nós e qualquer pessoa à nossa volta. Entendemo-nos sem falar, completamo-nos sem esforço. É assim que somos e que vamos sempre ser.

Lembro-me da última conversa que tivemos os dois. A última conversa de muitas que só nós conseguiamos ter. Hoje, como nessa altura, fico feliz por ela ter acontecido, por termos tido essa oportunidade. E agora vejo também que não podia ter sido de outra forma, o destino não nos ia deixar separar sem que ela acontecesse. Viviamos uma fase difícil e, no meio do turbilhão, precisámos garantir, um ao outro e para todo o sempre, que o "nós" não era afectado. E não foi. Nunca era, nunca seria, nunca será.

Não sei como vai ser a minha vida a partir de agora. Sinto que não sou a mesma, nunca mais vou ser. Sinto que a minha vida se vai dividir claramente entre o "antes" e o "depois". Sinto que começou um novo ciclo. Mas uma coisa é certa, vamos voltar a encontarmo-nos. Porque as almas gémeas são assim, estão destinadas a encontrar-se. Sempre. Porque partilham a mesma luz, porque são as duas metades de um todo. Não interessa quando, não interessa sob que forma, não interessa em que estado, não interessa em que dimensão. Encontram-se. Uma e outra e outra vez. Sempre.

É mais forte que nós, é assim que tem que ser.

Por isso, eu não te digo adeus. Digo até um dia. Até lá, vamo-nos encontrando no vento que sopra nas árvores.

sexta-feira, julho 17, 2009

quinta-feira, julho 16, 2009

Dieta


'Tá explicado!

Horóscopo Mensal Julho 2009 - Caranguejo
"O ciclo de eclipses de 18 anos está a chegar a Caranguejo, o que faz com que os próximos dois anos sejam muito importantes para si, para o seu estilo de vida e para as suas relações. O eclipse lunar de dia 7 de Julho vai realçar a forma como lida com as suas emoções e irá trazer ao de cima questões familiares. É provável que surjam intensas discussões neste período, ligadas a obrigações domésticas, crianças, viagens e comunicação.
(...)
O eclipse solar que terá lugar no dia 22 de Julho vai trazer um período intenso e emocionante, quando as suas perspectivas de vida forem dramaticamente alargadas. Vai ser um período de auto conhecimento e descobertas pessoais, em que irá conhecer pessoas que vão abrir a sua mente e imaginação. Com o final do mês vai querer gastar dinheiro e sentir-se-á atraído por itens de luxo. Provavelmente tem dinheiro para isso, e a vida é para se viver, por isso força!"


Ora pois, não podia ser só um, não... tinha que ser um "porradão" deles...! E agora digam-me: com um ciclo de eclipses de 18 anos à perna não havia de isto estar tudo destrambelhado!? Pois claro...!

quarta-feira, julho 15, 2009

Here kitty, kitty, kitty...

Após mais uma manhã em que "caí da cama" tarde e a más horas, cheguei a uma conclusão: os meus gatos não são gatos normais. São seres do mal, do demo, que incentivam, alimentam a preguiça e a "lanzeira"! São seres programados para me fazer cair em desgraça!

E eu já percebi como funcionam... estão a noite toda em stand by... mas quando o sol desperta lá em casa, às 7.35h da manhã mais precisamente, são activados pelo som do meu despertador! Nessa altura, dirigem-se a mim, vindos de onde for, tendo-me fixada no seu radar, e trepam para cima da cama. Analisam a situação e, à vez, cada um escolhendo o seu lado, encostam-se, quentinhos e fofinhos, ronronando-me ao ouvido para me ajudar a embalar. E ali ficam... ficam... ficam... o ronronar a impedir-me de ouvir as repetições do alarme... o calor do pêlo a tornar-se cada vez mais aconchegante...

A dada altura consigo ter um momento de lucidez e espanto-os com todas as minhas forças! Mas apenas para, invariavelmente, reparar que é tarde demais...

Será "mimice assassina de gatos dos infernos" argumento legal para justificar o atraso junto dos Recursos Humanos?!? Devia ser...

segunda-feira, julho 13, 2009

O lado de dentro

É escusado! A minha usual capacidade de processamento não está a dar conta das encomendas. É o que acontece quando, num curto espaço de tempo, curto demais!, o céu resolve "despencar" em cima da minha cabeça. E não tenho conseguido fazer mais nada para além de sentir, sentir, sentir. A racionalização, essa, foi deixada para mais tarde.

Apesar do turbilhão em que ainda vivo, dou por mim um pouco mais calma. Talvez me esteja a habituar à confusão, não sei... e esta ainda frágil paz permite-me espreitar um pouco lá para dentro, penetrar no meu cérebro e avaliar o estado da nação. Mau, muito mau. Deparo-me com um monte de entulho, daquele tipo que resulta de um terramoto. A poeira ainda está no ar, a confusão reina por todo o lado, ainda não se consegue bem avaliar o nível de estragos e, de todo!, se vê o que se via antes. Partes de paredes, janelas, vigas, bocados de tudo e de nada, uns em cima dos outros. O início de tudo, os primeiros destroços, esses, jazem algures debaixo de pedras grandes caídas entretanto, as da réplica maior. E essas ferem a vista, de tão colossais e esmagadoras.

Não reconheço este lugar mas sei que é o meu. Pareço não me encaixar aqui mas é esta a minha realidade. Precisa de limpeza, arrumação, reconstrução. Precisa de mim. Mas, por agora, varro para baixo do tapete. Ainda não é a hora.

quinta-feira, julho 02, 2009

Quem é besta, quem é?!

"Quem tem a responsabilidade de deitar os sobreiros [do Vale da Rosa, em Setúbal] abaixo que o faça rapidamente, para que a Quercus não interfira de novo."

Luís Lourenço, ex-presidente da Comissão de Gestão do Vitória de Setúbal, 30-06-2009

quarta-feira, julho 01, 2009

E.R.

Cena de filme sentida na pele, na alma, no coração. A lembrar que somos frágeis, tão frágeis... Ele e eu. A realidade a ter que ser pensada, encaixada, encarada como nossa. A ter que fazer sentido, por mais que não se queira, a ter que ser vivida se for o caso. A noção de que nada podemos. A certeza de que nada será como dantes.

Os pensamentos a fervilhar, os sentimentos a misturarem-se, a necessidade de me agarrar a algo e não saber para que lado me hei-de virar ao mesmo tempo que sabia que não me poderia agarrar a mais nada. A ajuda que veio, chegou de formas diferentes, cada uma do seu jeito, no seu ritmo, com a sua cor. A sensação de solidão a inundar-me para, logo a seguir, sentir o calor das mãos de quem me ampara. O passado e o presente misturados e o futuro a espreitar, à minha espera, à espera dos meus passos que vão formar o caminho. A alma, ao mesmo tempo, disponível e fechada, a querer avançar e a ter medo, a olhar também para trás enquanto anseia por andar para a frente. A doçura, o carinho, o sorriso que vão tomando o seu lugar, conquistando o seu espaço; a desilusão e a constatação de que nada é certo, mesmo aquilo que tudo indicava ser. A esperança, a imensa esperança de vir a encontrar o meu lugar a contrastar com a indefinição que é viver no desconhecido.

Puro estado de emergência.