sexta-feira, setembro 30, 2011

Borrando a pintura

Jesus Christ...! I can be so damn nasty...

Puxando o lustro

Jesus Christ...! I can be so damn sweet... ! Aarrgghh!

quinta-feira, setembro 29, 2011

quarta-feira, setembro 28, 2011

Nas alturas



"PODER é...
estar no ponto mais alto e decidir em quem cagar."

Sou

Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania,
depende de quando
e como você me vê passar.

Clarice Lispector

O gato e as caixas

O resultado

A inércia perdeu, pelo menos por uma hora. Já não foi mau.

terça-feira, setembro 27, 2011

Em dúvida quase certa

E prestes a ceder ao livro que me chama, aos dois pares de olhos felinos que me vão receber, ao silêncio. Quase a ceder ao casulo onde me entrego a mim, só a mim, onde falo com as paredes, onde peço e grito explicações, onde choro, onde navego sem freios na minha melancolia mas também onde me refugio, quieta, sem ter que encarar nada nem ninguém, onde sossego.

Trouxe o saco, está na hora, o carro já sabe o caminho, eu sei para onde devia ir e sei também para onde não me devia deixar puxar...

Vamos ver quem ganha.

Porque a tua beleza está muito para além dos teus olhos tristes...

Seabird

Don't you remember
You were happy when you were younger
Things were so simple yeah
'Til the day he walked out on your mother
But now you blame yourself
Because you're by yourself
You feel like it's not gonna to change
You're crying on the floor cause you can take no more
Looking for a way to escape

And all this time saying you were fine
And everyone still to blame
Well there you are
You and your broken heart
It's written all over your face

Don't you know
Don't you know that you're beautiful yeah

I see you laughing
But I know inside that you're crying
Just tell me what happened when things went wrong
We'll try to make sense of it all
Please don't blame yourself
Cause you're not by yourself
I've been right here all along
Don't have to be alone
Because you've always known
Wherever your heart is my home

And all this time
Saying you were fine
And everyone still to blame
Well there you are
You and your broken heart
It's written all over you're face

Don't you know
Don't you know that you're beautiful
Yeah

Can't you see what you mean to me
Can't you see what you mean to me

A nova forma de comer sashimi



PS: Os deuses vos abençoem, minhas queridas, sem vocês a malta não se divertia nem metade!

Flying angel

E de repente, uma brecha. Informação procurada há anos que, com um novo olhar amparado pela evolução da tecnologia, nos parece agora mais próxima. Emails disparados para todos os lados com o intuito de chegar a um só. E chega, finalmente chega a algum lado, a alguém que nos pode levar ao nosso objectivo! Palavras trocadas de quem não se conhece, de quem está separado por um mundo quase inteiro, a viver vidas diferentes e que, por nossa iniciativa e boa vontade de ambos os lados, se cruzam e tocam. As fotografias antigas em formato moderno enviadas através da rede, a grande rede, a confirmação de que do lado de lá os mesmos rostos são familiares. Finalmente!

Mas depois o retorno, da notícia de morte, de quem afinal não vai ser possível ver, ouvir, saber. Porque continua a navegar os céus, como em vida, mas agora em forma de anjo, um anjo voador.

A tristeza e alegria misturam-se, a recompensa da descoberta é agridoce, os agradecimentos sucedem-se e cada um de nós oferece os seus préstimos "if you ever come to Hong Kong", "caso um dia venha a Lisboa"...

Quando comecei, perguntei-me se não me fazia confusão estar a mexer num passado que não é meu, a pedido, a tentar fazer reencontrá-la com alguém que não conheço, que um dia lhe podia ter mudado a vida e até inviabilizado a minha existência. Respondo claramente: não, não me faz confusão nenhuma. Como tive oportunidade de ouvir, se as pessoas que cruzaram um dia a nossa vida nos ficam na memória de forma tão forte, só pode ser porque a união dessas almas continua a fazer sentido, um sentido maior. E quando assim é, devem procurar-se. Não, não me faz confusão que as pessoas se queiram reencontrar e que se acredite que esse reencontro possa tornar as suas vidas mais ricas, com mais sentido, mais bonitas, mais completas. Não me faz confusão que, tendo essa oportunidade, reconheçam o quão valiosa ela é. Faz-me confusão, sim, quem se perde. Mais confusão me faz quem não entende essa preciosidade e se perde porque quer.

Esta não precisavam de me dizer

"Apesar de ter tido que enfrentar algumas dificuldades neste período, o seu anjo da guarda está mais do que alerta e constantemente do seu lado. "

segunda-feira, setembro 26, 2011

Perfil

Afundar no meu casulo. É só isso que me apetece... E talvez seja só afundando mais e mais que um dia perco definitivamente o fôlego e renasço...

Olhando, sempre olhando...



Às vezes o horóscopo cala-me a boca...

"Deixe-se de nostalgias que só o acabam por o entristecer. Siga em frente com a sua vida e tudo correrá bem."

Pára.

Stop leaving and you will arrive.
Stop searching and you will see.
Stop running away and you will be found.

Lao Tzu

sexta-feira, setembro 23, 2011

Pérolas... da "porca"!

"Ó T., porque você já sabe, eu sou uma pessoa cheia de problemas do fórum respiratório..."

quinta-feira, setembro 22, 2011

Palavras raras

Tenho saudades de dizer "amo-te". Tenho saudades de dizer "amo-te" e de que as letras saiam gordas e orgulhosas da minha boca, carregadas e a rebentar de sentimento enquanto se encaminham na direcção certa, a única que faz sentido. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de nessa altura nada mais interessar a não ser o amor que a expressão carrega, de ser ele o único foco, de tudo o resto ser secundário. Tenho saudades de dizer "amo-te" porque ao decidir fazê-lo decido também derrubar as minhas barreiras em nome de algo muito maior. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de estar a viver os momentos certos para o dizer porque não é qualquer momento, nunca foi, porque não se atira assim amor em forma de palavras em qualquer espaço ou em qualquer tempo. Tenho saudades de dizer "amo-te" e da certeza que sei que tenho quando o digo. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de assumir a responsabilidade que fazê-lo carrega porque um "amo-te" leva em si a força desmesurada da alma - só assim se justifica que alguém o diga - e é a alma que se entrega ao dizê-lo e entregar a alma pode ter um efeito avassalador, desconcertante, mágico ao ponto de até mudar a vida de alguém. Quanto mais não seja a nossa. E mudar uma vida é coisa de muita responsabilidade. Tenho saudades de dizer "amo-te" e de me sentir envolta no brilho dos olhos de quem o recebe e de que este seja a maior desculpa para que as mesmas letras não sejam devolvidas porque deixa simplesmente de ser necessário. Tenho saudades de dizer "amo-te" por não ser possível dizer qualquer outra coisa, por qualquer outra coisa se tornar perfeitamente despropositada. Tenho saudades de dizer "amo-te" e sentir "amo-te" e saber que aquele momento será sempre o momento em que o senti e disse e o facto de ele ter existido faz com que nada mais volte a ser como antes.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Toma lá para não teres a mania!

Com a mãe em viagem, os sms tornam-se na principal forma de comunicação. Relativa, bem entendido, dada a pouca apetência da progenitora pelas novas tecnologias (para não dizer completa aversão!). Digamos que, cada vez que se ausenta, tenho que lá ir a casa fazer uma revisão de como enviar sms porque é coisa que não faz parte do seu dia-a-dia por opção. Portanto, ao retomar por necessidade não se ajeita com todas as teclas e símbolos e o resultado acaba por ser espaços em vez de virgulas, acentos nem vê-los, linguagem telegráfica, uma ou outra letra trocada. Qualquer coisa deste tipo:

"parque maravilhoso pássaros e peixes..........andei muito;, tudo lindo calor muito pergunto gatos bons"

Tudo bem, a malta lá se vai entendendo (e rindo e lendo aos amigos para eles rirem também!). Um dia destes, até comentei que escreveu mal o meu nome tal é o pouco jeito e a pouca paciência. Ou assim julgava eu...

Hoje esclarece-me toda empertigada: "Tarasa" é o teu nome em croata!

E a propósito de voltar a mim...

“No matter what they wish for, no matter how far they go, people can never be anything but themselves. That's all.”
Haruki Murakami


(Obrigado, minha F.)

Constatação #48

Nada como ter os gatos A. e B. a circular pela casa para que os barulhos nocturnos não se transformem em monstros...

Como seria tudo tão mais fácil se não fossemos "sedentas"...

"O principal problema é que me falta qualquer coisa.(...) Só quando estou contigo é que percebo até que ponto tenho andado estes anos todos cheio de fome e de sede."
Haruki Murakami

Aos que nunca desistem, apesar de tudo...

Outra vez
Há poucos traços tão comoventemente humanos como a nossa infinita predisposição para começar de novo.

Setembro, como por aqui escrevia há dias o Nuno, presta-se bem a ela. À vontade de fazer outra vez, mas bem feito, ou melhor. Começar a direito, sem os erros do passado, as desatenções, a preguiça, a ingenuidade, o excesso, o descontrolo, a reincidência, o vício, a tentação e tudo o resto que o leitor queira acrescentar ou substituir. Acordar mais cedo, fumar menos, comer melhor, trabalhar com mais disciplina, sair a horas, não ceder a tantos convites, não cair em tantas esparrelas, atender sempre o telefone aos amigos, responder a todos os e-mails, ligar em todos os aniversários, estar presente, ser um homem ou uma mulher que admirássemos. Ou a promessa de frequentar o ginásio que já se paga. De ler todos os livros da estante antes de comprar outros. De cozinhar mais e comprar menos fora. Andar mais a pé e menos de carro. Dormir oito horas. Escrever em dias certos. Estar perto das pessoas. Acumular menos tralha. Conservar apenas o que é útil. Regar, diariamente, as plantas. Não adiar, diariamente, os dias. Escutar mais, esperar mais, acompanhar mais. Perder menos tempo com tudo quanto já se percebeu ser perda de tempo. Deixar-se de promessas. Não permitir que este seja apenas mais um Setembro como os outros, quando quase tudo ficou por cumprir. Gritar, aqui dentro e contra nós mesmos, que desta é que é (ou, numa versão mais ternamente ridícula, quem é que manda aqui?).

Por volta de Outubro – ou Fevereiro, no caso das resoluções regadas pelo réveillon, ou um mês depois do reatar da relação ou um mês depois da estreia no novo emprego ou – quase tudo se esboroou. Os cigarros fumados num dia de tensão, as horas mal dormidas para acabar o trabalho que não podia esperar, os amigos e a família que ficaram para trás, mais os livros e a comida saudável e o personal trainer e as plantas e tudo o mais, ultrapassados pela inércia e pela preguiça e pelos nervos e pelo excesso e pelo desmazelo e pelo cansaço. Tudo, aliás, como previsto.

Sempre soubemos que falharíamos, mas voltamos, sempre a tentar. E essa vontade, essa resiliência, essa capacidade infinda para a ilusão, tem de fazer de nós bons homens e mulheres.

Corremos em círculos, mas nem o Criador traçou o mundo em linha recta.

Por Alexandre Borges
em Sinusite Crónica

terça-feira, setembro 20, 2011

No limite...

... o que nos distingue uns dos outros é o que fazemos com o que sentimos. E o que fazemos com o que os outros sentem e nos dão...

Sob os feixes

Os tempos adivinham-se... trabalhosos. Não necessariamente duros ou difíceis ou dolorosos mas, sem dúvida, trabalhosos. Tenho que focar, focar naquilo que agora está em cima da mesa em detrimento do resto. Tudo é importante mas assumo a minha incapacidade de gestão das diversas matérias ao mesmo tempo. Tenho que focar, pensar, ponderar, fazer contas de cabeça e de lápis se for preciso, pensar a curto, médio e longo prazo. Pesar os prós e contras. Pensar em mim e nas mudanças que me fazem sentido. Pensar naquilo que estou disposta a fazer para as realizar.

Fazes-me falta para me ajudar a pôr as coisas em perspectiva. Fazes-me falta para me dares segurança, para falares comigo e dares as tuas opiniões, para me ensinares a ver um pouco mais além, o além que vê quem conhece já a viagem, quem a fez e aprendeu com ela. Fazes-me falta mesmo em não concordância comigo porque sei que que nada seria impeditivo de te ter ao meu lado, não importando as minhas escolhas.

Tenho que parar e pensar para acreditar. Porque é a crença que me leva para a frente, a crença em algo melhor, sempre foi, em todas as ocasiões sempre foi a crença revestida de esperança por melhores dias que me fez mover em determinada direcção. Tenho que parar e pensar e esperar que me ajudes mesmo que não com palavras mas através dos sentimentos que consigas implantar em mim dessa forma misteriosa que ninguém vê mas que acredito que exista. Acredito, sim, que é possível e por isso peço quando deito a cabeça na almofada.

Os tempos adivinham-se... e eu aqui estou na minha solidão de ti sem saber bem que rumo tomar. Focos. Focos de luz a apontar para mim. Diferentes tonalidades mas todos fortes e brilhantes. Os seus raios luminosos apontados a mim e aos meus olhos, a obrigar-me a retribuir a atenção que me é dispensada mas, de certa forma, cegando-me e não me deixando ver o que está por trás.

Confias em mim? Se tu confiares eu também confio.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Perfil

A gerir expectativas.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Eu e as pessoas sui generis que se cruzam comigo

No endocrinologista, o médico de cinquenta e muitos, barba farfalhuda, sorriso constante:
- Eu até concordo com o conceito do casamento para o resto da vida e tal mas... não sempre com a mesma pessoa, não acha??

O piadolas

Sabem aquelas pessoas que acham que têm mais graça do que realmente têm e estão de tal maneira babadas e convictas da existência de humor nas suas piadas que as repetem sempre que podem mesmo quando o assunto em nada se relaciona? Sabem??

E faz-se o quê com esta gente??

Perfil

Em "carraças"!

Delírio em julgamento

E avança a acusação:

Mas que tipo de pessoa temos aqui afinal? Não devia a arguida, como pessoa de bem, exultar qualquer forma de alegria? Não devia a arguida, como bom ser humano que alega ser, receber de braços abertos as mais diversas manifestações de felicidade e alegrar-se com elas? Não devia a arguida sorrir e deixar-se contagiar positivamente com os sons do riso, do riso puro, sincero, franco e cristalino...?

E a defesa, que veste a mesma roupa da arguida, diz:

Devia. Devia tudo isto. Mea culpa, mea culpa... pode ditar a sentença, se se baseia o honrado tribunal apenas e só nesta exposição pouco aprofundada sobre os meus valores morais! Mas antes, umas quantas considerações sobre a natureza do dito:

- estamos a falar de um riso com muitos e muitos decibéis acima do estabelecido por lei para os escapes de motociclos e outros veículos a motor incluindo maquinaria pesada;
- de um riso dono de estridência que me parece desaconselhada perto até de vidros duplos;
- de um riso com notórias semelhanças ao som de vários paus de giz afiados como ponta de faca contra quadro preto durante largos segundos;

Pergunto, então, e por tudo isto, sôtore Juíz, não revela o meu comportamento senão amor ao próximo? Não será a minha atitude perante os factos a grande prova da minha humanidade, tolerância, abnegação, de que dou a outra face?? É que convenhamos, a bem da verdade, eu até poderia estar aqui presente acusada de homicídio mais do que justificado e o facto é que não estou!


Tem razão, cara arguida, tem toda a razão. Vá, pelo caminho do Senhor, vá... que os tribunais divinos e terrenos a abençoem...

quinta-feira, setembro 15, 2011

Constatação #47

Os meus pontos fortes são fortes até demais...

Objectivo, mais um

"(...)
Que minha solidão me sirva de companhia,
que eu tenha a coragem de me enfrentar,
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo."

Clarice Lispector

quarta-feira, setembro 14, 2011

Perfil

Triste. Simplesmente triste.

De certeza que queres saber a resposta??

Sou uma rapariga cheia de questões. Questiono, pronto, é feitio.

Poder-se-á dizer que questiono porque raciocino, questiono porque não me contento, questiono porque a minha inteligência não se alimenta de respostas como "é assim porque sim" e o seu estômago tem um tamanho que só visto, questiono por vício, porque assim me criaram, eu sei lá, questiono.

E o meu espectro de questionamento pode ir desde questões meramente comezinhas ao verdadeiro sentido da vida e da nossa presença neste mundo.

Assumo a minha obsessão por respostas. Assumo a minha fome desmedida. E por isso, não me considero exemplo a seguir. Só os deuses sabem como me pareceu deveras acertada a consideração que um dia me fizeram sobre o risco da minha inteligência se tornar a minha maior inimiga...

Não obstante, tenho uma crença: não questionar é um acto de covardia. Quem não questiona não o faz porque tem medo das respostas e por isso escolhe uma vida de ignorante ilusão, fingindo que nada se passa a não ser aquilo que os seus olhos conseguem ver numa primeira e rudimentar análise ou que aquilo que sentem é simplesmente aquilo que ali está, não querendo considerar importante o suficiente o que existe - porque existe sempre alguma coisa - por trás do pano. Quem não questiona fica-se pela rama porque regra geral a "rama" é mais simples de ler, de entender, ou mesmo que não se entenda, de aceitar, dá menos trabalho e, acima de tudo, não nos abana a estrutura, a sua simplicidade e consequentes respostas plain text dão-nos segurança e pretenso equilíbrio, fazem-nos pensar que "isto até é fácil, é só fazer isto e pronto, o resto afinal não interessa nada, não vale a pena complicar." São os sim porque sim, os não porque não, os que se bastam com eles.

Assumo a minha obsessão mas não deixo de me entristecer quando me deparo com inteligências famintas que, assumidamente e por escolha própria, preferem continuar a morrer lentamente à fome, talvez até acreditando que as doses homeopáticas de perguntas e respostas que fazem e dão a si próprias serão alimentação bastante.

Assumo a minha obsessão mas a minha resposta à pergunta no título do post continua a ser "Sim, quero. Mesmo que doa, mesmo que me custe, mesmo que seja difícil, mesmo que não goste, quero. Quero sempre. Não nasci para viver na ignorância, na ilusão, na "rama". Sim, quero e acho mesmo que vou continuar a querer até morrer."

E se calhar, até nem me importo de morrer disto...

O objectivo

"Quero que um dia olhes para mim e penses "Sim, ela é uma pessoa feliz, como antes"".

terça-feira, setembro 13, 2011

... dá-te asas!

"Música. Gosto desta música... gosto mesmo. Estás a ouvi-la, avó? Ai, espera... avó?? Mas como é que estás aqui comigo na caixa do supermercado a ensacar as compras? Ou ressuscitaste ou morri eu, que giro... E já viste que curioso a música que se ouve aqui pelos corredores ser igualzinha à do meu telemóvel? Há com cada uma... mas... hã?? Isto afinal parece ser mesmo o meu telemóvel e a avó já não está aqui e a caixa de supermercado também não... e aquilo ali, é o quê? O lombo de porco com ameixas que pus no carrinho ou o gato B. a dormir? É que ia jurar que ... o quê?? Mãe?! Mas... que horas são? Já estás em Zagreb???"

7:40h
E assim acordei.
Do outro lado pânico, pânico total que levei uns cinco minutos para entender enquanto, e apesar disso, me tentava vestir por cima do pijama. Aos tropeções, consegui assimilar que tinha que correr, correr muito, como se não houvesse amanhã, havia um avião dependente da minha rapidez para levantar vôo. Em cinco minutos três telefonemas: "Tens que ir a minha casa, trouxe o passaporte antigo! Tens que ir a correr!". E eu grito, já ouvi, já ouvi!, larga o telefone pela tua saúde, senão não consigo conduzir!

E corri. Ou melhor, voei. Acelerei, apitei, desviei-me, ultrapassei por todos os lados que me foi permitido, sendo que o "permitido" aqui não é necessariamente complementado com o "por lei", acelerei ainda mais um bocado, quase galguei o passeio a estacionar, o carro e eu a guinchar e a deitar fumo. Na mão, chaves e telemóvel, quando não caiam ao chão na atrapalhação, e um rotundo f****-se! em vez do bom dia à porteira, a fechadura que "porra para isto, tem demasiados voltas a dar", o telefone outra vez. Sim, sim, estou a chegar, já sei qual é a caixa, vou lá direitinha.... espera... espera... ok, já o tenho, estou a ir para aí! E as recomendações sobre o tal fulano de casaco azul que está à minha espera nas partidas e "corre, por favor, senão não posso ir."

Em vôo sobre o asfalto novamente, a tentar raciocinar sobre qual seria o melhor caminho, por onde ir para evitar sinais enquanto já voava estrada fora, que raio anda esta gente a pastelar a estas horas da manhã, "mas ninguém tem pressa, ninguém trabalha nesta terra?? Irra!". A Rotunda do Relógio feita quase só em duas rodas, as partidas mesmo ali.

E chego. E entrego o passaporte ao fulano de casaco azul. E batiam as 8h.

A seguir, o telefonema para a descansar: pronto, está entregue, já vais poder embarcar, que sorte o tipo ter podido vir cá fora... hã? Desculpa? Ai estava à espera de alguém do grupo que ainda nem tinha chegado...?


Ceeerto... tudo certo...

segunda-feira, setembro 12, 2011

Constatação #46

Idiossincrasia
Temperamento especial de cada indivíduo (relativamente à influência que nele exerce o que lhe é alheio).

No fundo, "lá estás tu com o teu mau feitio, rais partá miúda!".

Frase do dia

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir..."

Clarice Lispector

Porque é assim mesmo

This Ain't A Love Song
Scouting For Girls

Every night I remember that evening
The way you looked when you said you were leaving
The way you cried as you turned to walk away
The cruel words and the false accusations
The mean looks and the same old frustrations
I never thought that we'd throw it all away
But we threw it all away.

And I'm a little bit lost without you
And I'm a bloody big mess inside
And I'm a little bit lost without you
This ain't a love song, this is goodbye (oooooh)
This ain't a love song, this is goodbye (ooooh)

I've been lost, I've been out, I've been losing
I've been tired, I'm all hurt and confusion
I've been mad, I'm the kind of man that I'm not
I'm going down, I'll be coming back fighting
I may be scared and a little bit frightened
But I'll be back, I'll be coming back to life
I'll be coming back to life

And I'm a little bit lost without you
And I'm a bloody big mess inside
And I'm a little bit lost without you
This ain't a love song, this is goodbye (oooooh)
This ain't a love song, this is goodbye (ooooh)

Whoooo
And you can try (you can try)
And you can try but you'll never keep me down
And you can try (you can try)
And you can try but you'll never keep me down

La la la la la la la
(I wont be lost, i wont be down)

And I'm a little bit lost without you
And I'm a bloody big mess inside
And I'm a little bit lost without you
This ain't a love song, this is goodbye

It's alright (It's alright) cause you can try but you'll never keep me down
It's alright (It's alright) I may be lost but you'll never keep me down
You can try (you can try) you can try but you'll never keep me down
You cant try (you can try) I know i'm lost but I'm waiting to be found
you'll never keep me down
you'll never keep me down
never keep me down

sábado, setembro 10, 2011

O que interessa dizer

Aqui sentada, at last.

Munida de coragem, lá me disponho a tentar estruturar o pensamento, a pôr ordem na casa. E escrevo, escrevo, escrevo, um texto profundo, elaborado, com o seu quê de enigmático, estratégia usada de propósito para expôr só o que realmente interessa, o âmago das questões, sem expôr demasiado o que não é relevante como o quando, o quem e o como. Porque estas questões mais corriqueiras distraiem do essencial, não reconheço qualquer utilidade em expôr os detalhes que enfeitam a coisa quando o que interessa é mesmo só o que interessa.

Munida de coragem porque a bagagem, a tal bagagem que todos nós temos, é pesada, difícil de empurrar, e alguma, ainda por cima, é dona de formato estranho, "esquinudo", o que torna ainda mais difícil o seu encaixe no devido lugar. É como certas peças de puzzle, eu até sei que são ali naquela zona mas experimento, viro de cabeça para baixo e experimento outra vez, e mais uma volta e experimento de novo, e aquilo parece não pertencer a lado nenhum (e agora de repente lembrei-me que há uns tempos largos que não faço um puzzle...).

E assim, corajosa, escrevo. E leio e releio. E apago. E escrevo outra vez. E volto a ler e a apagar e a ler até que finalmente desisto do texto bonito e profundo e enigmático e sensível. Desisto porque não me está a preencher, porque está demasiado nem sei bem o quê ou pouco não sei que mais e, decididamente, não me soa, não corresponde à minha exigência, não reflecte a minha cara, não a de hoje. Desisto porque, no fundo, o que quero dizer não precisa de palavras bonitas e profundas e sensíveis. O que quero dizer é tão somente "isto é uma m****, é o que é!".

Porque tudo é demasiado complexo e tortuoso; porque a maioria das pessoas, de facto, não vale um caracol; porque há coisas inaceitáveis, mesmo, mesmo! inaceitáveis e estou farta que me digam que eu tenho que as engolir e aceitar e estou farta da desculpa do "somos todos diferentes, é diferente de pessoa para pessoa", o raio é que é, quando se faz mal, faz-se mal e pronto, não há desculpas; porque a cabeça me dói agora de todas as vezes que acordo, deve ser o meu cérebro que acha que dormir é que é bom e odeia que o tragam à realidade; porque esta é a realidade; porque dói, dói e continua a doer e eu estou farta que doa; porque ser "muito corajosa" é difícil como tudo e eu começo a estar dorida demais; porque as palavras percorrem-me entrecruzando-se, a correr de forma desesperada, um bocado aos encontrões, tentando entender-se entre si porque também elas querem criar uma só e não conseguem e isso é brutalmente cansativo; porque as contradições são factos, eu não sou maluca!, e andam a lixar-me a cabeça há tempo demais; porque me irritam os caminhos enviusados que a maioria das pessoas usa para não dizer o que deve dizer; porque a esperança escasseia quando devia abundar; porque me sinto sempre mais pequena; porque me apetece gritar e não posso; porque acredito que a dignidade está em olhar no olhos, o resto é prosa barata; porque a p*** da escuridão continua a impôr-se como manto abafando a luz; porque o meu coração não me obedece; porque pensei, vezes demais, em pôr um fim a isto tudo, o fim mais definitivo que há; porque as datas dóiem; porque me sinto uma atada; porque a minha única hipótese agora é abraçar o egoísmo, o meu egoísmo; porque se calhar já o devia ter feito há muito mais tempo; porque não tenho medo de dar a cara a chapadas quando acho que assim tem que ser mas, convenhamos, não há chapada que não fira; porque o nosso vocabulário é composto pelas palavras nativas e pelas outras, as que nos são oferecidas ou talvez impostas e, muitas vezes, atiradas sem dó nem piedade e, quando é assim, nós não as deviamos tornar parte de nós; porque o estômago continua embrulhado, sim, há muito para digerir e nem tudo são folhas de alface; porque já não sei o que são noções como felicidade, sentido, amor; porque julgava que sabia mas descubro agora que já não envergam a capa da certeza que vestiam antes, foi arrancada, o que me põem a questionar tudo, até quem fui afinal; porque, assim sendo, não sei o que procurar...

Acima de tudo, um objectivo em mente. Que, se formos a ver, tem sido sempre o mesmo: paz. Paz interior, paz com o que está para trás, paz em relação ao presente e ao futuro. Paz na organização das bagagens, paz para atravessar os dias. Paz daquela paz que só se alcança quando sabemos que fizemos tudo o que estava nas nossas mãos. E paz trazida pela aceitação do que não podemos controlar.

Diz que é agora o momento. Diz que o fecho está aí, ao virar da esquina, que esta é a oportunidade desenhada no mapa do universo. Diz que é agora. E eu espero que isto queira, no fundo, dizer que, da mesma forma que em tempos se abriu um buraco negro no céu no minuto em que eu estava justamente ali, no momento e lugar certos, também agora outra brecha vai acontecer em cima da minha cabeça mas, desta vez, emanando luz. E eu não posso, não posso de todo sequer pestanejar, não posso e tenho um medo horrível de que ela me passe ao lado...

sexta-feira, setembro 09, 2011

quarta-feira, setembro 07, 2011

Constatação #45

Nada como não ter bolsos para descobrir as reais potencialidades de um banal soutien...

Adiamento

Língua embrulhada, é o que eu sinto. Catadupa de emoções e pensamentos. E parece que o meu cérebro não tem velocidade ou capacidade de processamento suficiente. E ando, por isso, há dias a tentar sentar-me aqui e nada, nada sai porque sai tudo de uma vez, frases e letras enganchadas e encavalitadas umas nas outras, sem nexo, penduradas aqui e ali, sem formar raciocínios escorreitos que originem resumos lógicos para que, por sua vez, se chegue ao que importa dizer.

Talvez amanhã...

Frase do dia... porque vem mesmo, mesmo a calhar...

“God grant me the courage not to give up what I think is right even though I think it is hopeless.”
Chester W. Nimitz

segunda-feira, setembro 05, 2011

Aos que não se conformam

"Já perdoei erros quase imperdoáveis,
Tentei substituir pessoas insubstituíveis,
E esquecer pessoas inesquecíveis.
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual...
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar."

Bertold Brecht

sexta-feira, setembro 02, 2011

Porque... e a propósito...

With Arms Wide Open
Creed

Well I just heard the news today
It seems my life is going to change
I close my eyes, begin to pray
Then tears of joy stream down my face

With arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
With arms wide open

Well I don't know if I'm ready
To be the man I have to be
I'll take a breath, I'll take her by my side
We stand in awe, we've created life

With arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
Now everything has changed
I'll show you love
I'll show you everything
With arms wide open
With arms wide open

I'll show you everything
Oh yeah
With arms wide open
Wide open

If I had just one wish
Only one demand
I hope he's not like me
I hope he understands
That he can take this life
And hold it by the hand
And he can greet the world
With arms wide open

With Arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
Now everything has changed
I'll show you love
I'll show you everything
With arms wide open

With arms wide open
I'll show you everything oh yeah
With arms wide open
wide open

De peito aberto

Decidi. E tendo decidido, abri os braços à essência dos dias, assumindo-a e aceitando-a como parte de mim em vez de lhe voltar as costas. Porque não vale a pena, já voltei as costas vezes demais para perceber que não vale a pena. Abri os braços ao que daí pode vir, dando a cara e o coração, e espero agora que a vida aceite o meu abraço, mo devolva também. Talvez seja este o caminho para a cura. Se dói? Claro, dói, dói muito e pode até vir a doer mais. Mas há curas que se alcançam sem que haja necessidade de sofrer, há dores que não curam nada, só doiem, e depois há estas, as dores que saram. Que talvez sarem... Acredito, assim, que é este o caminho e preparo-me para ele. E caso a vida decida não me devolver o abraço, então abraço a sua decisão à mesma, despeço-me, fecho a porta e entrego-me ao plano B, seja ele qual for.