terça-feira, setembro 13, 2011

... dá-te asas!

"Música. Gosto desta música... gosto mesmo. Estás a ouvi-la, avó? Ai, espera... avó?? Mas como é que estás aqui comigo na caixa do supermercado a ensacar as compras? Ou ressuscitaste ou morri eu, que giro... E já viste que curioso a música que se ouve aqui pelos corredores ser igualzinha à do meu telemóvel? Há com cada uma... mas... hã?? Isto afinal parece ser mesmo o meu telemóvel e a avó já não está aqui e a caixa de supermercado também não... e aquilo ali, é o quê? O lombo de porco com ameixas que pus no carrinho ou o gato B. a dormir? É que ia jurar que ... o quê?? Mãe?! Mas... que horas são? Já estás em Zagreb???"

7:40h
E assim acordei.
Do outro lado pânico, pânico total que levei uns cinco minutos para entender enquanto, e apesar disso, me tentava vestir por cima do pijama. Aos tropeções, consegui assimilar que tinha que correr, correr muito, como se não houvesse amanhã, havia um avião dependente da minha rapidez para levantar vôo. Em cinco minutos três telefonemas: "Tens que ir a minha casa, trouxe o passaporte antigo! Tens que ir a correr!". E eu grito, já ouvi, já ouvi!, larga o telefone pela tua saúde, senão não consigo conduzir!

E corri. Ou melhor, voei. Acelerei, apitei, desviei-me, ultrapassei por todos os lados que me foi permitido, sendo que o "permitido" aqui não é necessariamente complementado com o "por lei", acelerei ainda mais um bocado, quase galguei o passeio a estacionar, o carro e eu a guinchar e a deitar fumo. Na mão, chaves e telemóvel, quando não caiam ao chão na atrapalhação, e um rotundo f****-se! em vez do bom dia à porteira, a fechadura que "porra para isto, tem demasiados voltas a dar", o telefone outra vez. Sim, sim, estou a chegar, já sei qual é a caixa, vou lá direitinha.... espera... espera... ok, já o tenho, estou a ir para aí! E as recomendações sobre o tal fulano de casaco azul que está à minha espera nas partidas e "corre, por favor, senão não posso ir."

Em vôo sobre o asfalto novamente, a tentar raciocinar sobre qual seria o melhor caminho, por onde ir para evitar sinais enquanto já voava estrada fora, que raio anda esta gente a pastelar a estas horas da manhã, "mas ninguém tem pressa, ninguém trabalha nesta terra?? Irra!". A Rotunda do Relógio feita quase só em duas rodas, as partidas mesmo ali.

E chego. E entrego o passaporte ao fulano de casaco azul. E batiam as 8h.

A seguir, o telefonema para a descansar: pronto, está entregue, já vais poder embarcar, que sorte o tipo ter podido vir cá fora... hã? Desculpa? Ai estava à espera de alguém do grupo que ainda nem tinha chegado...?


Ceeerto... tudo certo...

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