sexta-feira, junho 24, 2016

quarta-feira, junho 22, 2016

POR-TU-GAL! POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!

Lembras-te? 

O mais famoso e melhor dos Euros, para nós, aquele que nos fez saltar e gritar até ao último jogo, ainda que essa fosse a minha face quando a tua, mais discreta, se limitava a sorrir um sorriso que eu sabia ir para além dele. Lembras-te? Falávamos todos os dias, antes e depois das partidas. Às vezes até no intervalo. No jogo com a Inglaterra, telefonaste-me a dizer que tinhas escolhido ir para a rua, dar uma volta, para não veres os penalties, Lembras-te? "Não estou para me ver em chatices", disseste tu. Em comparação, eu era a histérica e entusiasmada e tu o cauteloso nos prognósticos e aquele que mantinha a calma apesar do resultado. Mas foste tu quem foi dar uma volta com medo que o coração disparasse demais, não foi?... E lembras-te quando me telefonaste do meio da rua porque estavas em Entrecampos a ver passar a invasão laranja dos adeptos holandeses a cantar em direcção ao estádio do Sporting? Lembras-te?

Acho que não há um jogo em que não pense em te ligar... talvez porque me esqueça que, afinal, estás comigo a ver tudo pelos meus olhos...

terça-feira, junho 21, 2016

Mais uma vez, e sempre, a minha máxima: amor com amor se paga

Há pouco tempo alguém me dizia que estou a chegar àquela idade em que o trigo e o joio se separam com maior clareza e facilidade. Percebo. Assumo. Se até aqui, os meus sentimentos tendiam a fechar os olhos à realidade, em nome de um histórico de relação ou dos bons velhos, sempre encontrando desculpas para situações ou atitudes com as quais não concordava e que até me magoavam, a minha visão, agora, parece menos turva.

Julgo que se prende com o grau de exigência. A idade traz-nos um grau de exigência superior em relação ao que e a quem nos rodeia. Já não estamos cá para m*****, já não nos preocupamos com o que possam pensar de nós, já não aceitamos menos do que... Porque não queremos nem precisamos. 

A verdade é que a amizade, às vezes, obriga-nos a sacrifícios. Facto. 
Eu estou disposta a fazê-los e faço-os. Facto. 
Não posso nem quero esperar menos de quem se diz meu amigo. Outro facto.

Se é certo que, num primeiro momento, assumir a desilusão cá dentro dói e não é pouco - até parece que morreu alguém, e morreu mesmo, pelo menos um bocadinho da ideia que tínhamos como certa desse alguém -  no momento seguinte, a serenidade de perceber que já só aceitamos o amor e a amizade que também damos, e não menos, instala-se. E acomoda-se. E estica-se no nosso sofá, de pés descalços, a usufruir da fresca numa noite de Verão que vem da janela escancarada para a rua. 

Amo os meus amigos. Amo as pessoas que fazem parte da minha vida que, aliás, só têm o privilégio de deter esse lugar porque fizeram por merecê-lo e merecer o meu amor. Amo-as verdadeiramente. Só que agora amo-as ao ponto de não aceitar que sejam menos do que podem ser, menos do que me fez amá-las.

sexta-feira, junho 17, 2016

Porque tudo muda, sapatinho de 'prinçusa'...


Das alfaces...

Acabar de almoçar à pressa... pedir o café ao balcão... sentir que ainda se tem bocados de alface nos dentes (maldita 'juliana'!)... tentar tirá-los discretamente com a língua... olhar para o lado e dar de caras com amiga da primária que gosta de falar e que tem milhentas perguntas para me fazer porque não me vê desde o último jantar de antigos alunos do colégio e, claro, quer ouvir as respostas...

Sim, é possível falar pressionado os lábios de forma a que estes não deixem os dentes a descoberto.... mas, não, a figura não é bonita... 

quinta-feira, junho 16, 2016

terça-feira, junho 14, 2016

Eeeeeee... começou! (POR-TU-GAL! POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!)

Amor é...


























 ... absoluto, infinito, incondicional.


Quando não é, não é amor. Ponto final.


(Assim me vem ensinando todos os dias aquela que, por mais que a minha alma assombrada se rasgasse contra o chão, por mais que parecesse transfigurada, nunca deixou de me conhecer, nunca desistiu de mim, nunca deixou de me querer, sempre da mesma forma. A melhor amiga que alguém pode ter. A minha...)

O da tradição...


quinta-feira, junho 09, 2016

Das palavras dos outros e das minhas

"E a certas horas de certos dias este verso de António Sardinha lido aos catorze ou quinze anos regressa devagar, tinge-me por dentro, fica a tremer em mim como uma gota numa folha que não cai, não cai e eu cheio de vontade de me sentar ao colo de sorrisos que já não existem, de escutar vozes que se calaram para sempre, de sentir mãos que me abandonaram e cheiros que perdi: tanta coisa me deixou já. Dantes quando o mar recuava na praia ficavam sempre prendas para mim: a voz do meu avô, seixos mais lisos que a minha pele, longos braços de algas, dedos que me pegavam devagar na mão, um murmúrio de felicidade secreta, os saltos das minhas tias no corredor pronunciando o meu nome (...)" 

António Lobo Antunes

quarta-feira, junho 08, 2016

De mãos para o céu...

De Verwoeste Stad – Art at heart - Rotterdam

























"What is the meaning of this image? Or, rather what are the meanings? […] The figure represents the city. And the first dominant theme is that of the city being ravaged, razed. The hands and the head cry out against the sky from which the man-aimed bombs fall. […] The torso of the man is ripped open and his heart is destroyed. […] The legs give at the knees. The whole figure is about to fall. 

The second theme is very different. This is also a figure of aspiration and advance. The heart is ripped out, but the arms and hands are not only held high in anguish and a vain attempt to hold off, they also raise and lift. The legs not only give at the knees, they also bend because they are steady. And from every direction as you walk round this figure, the step appears to be forwards. The figure has no back – and so cannot retreat. It advances in every direction (and do not think I’m now talking metaphorically; I am being quite literal."

John Berge (1960)

segunda-feira, junho 06, 2016

Wishing...

Sint Dominicus City Kerk, Rotterdam

quinta-feira, junho 02, 2016

Getting to the point

Acabei de ver o discurso da Hillary sobre política externa. Fez-me lembrar uma famosa conferência de imprensa do então mayor de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, a que assisti há uns anos atrás: directos ao ponto, sem rodeios, sem fazer uso do politiquez floreado e vazio de significado, claros, objectivos, sem hesitações, dizendo o que consideram importante dizer de forma inequívoca, não deixando espaço para duplas interpretações ou mal entendidos. Concorde-se ou não com o conteúdo, a forma é brilhante!

Do imperdoável

"I don't drink to forget, I drink to forgive."

quarta-feira, junho 01, 2016

Aos bocadinhos

Dou por mim a pensar, todos os dias um bocadinho, no amor que me rodeia. Aos bocadinhos. Os pés que se entrelaçam na cama; o nariz húmido e ronronado da gata A. que parece não poder descansar sem ser bem colado à minha cara; o sorriso largo de alegria da Mary Mary enquanto pula pela rua, agarrada a dois balões coloridos, a propósito dos seus sete anos de vida; os beijos amigos que se transformam em abraços apertados de despedida, mesmo quando são só despedidas de até já; os sonhos (sempre os sonhos...) que apesar de, às vezes, ferirem para além de si, só o fazem porque também carregam em si amor, ainda que aos bocadinhos; a voz do outro lado do telefone que sorri; os almoços apressados com conversa de mil horas embutida numa só porque não podemos viver sem nos partilharmos, em histórias e em conselhos, e temos que aproveitar o tempo que temos; os copos, de vinho, de gin, de qualquer coisa, entre "irmãs"; as saudades que nunca se vão embora porque é justamente o amor que as alimenta...