domingo, fevereiro 28, 2010

Euzinha...

The Real You
T. took the "The Real You" quiz and the result is Yourself.

The truth is you already are aware of yourself and who you are. You've come to terms with yourself and have been through almost everything. You live, love and cherish. You've already shown everyone your true colors. Your life is complete. Nothing hold you back. You've lived with regrets, anger, hurt, despair, light dark and everything in between. However, these things won't stop you. Keep living on. You find beauty in yourself and others. You are prone to changing. You let your emotions out and keep them that way. Everyone admires you for your loyalty and trustworthiness. You are a truly unique and one in your own.

sábado, fevereiro 27, 2010

Porque, ao contrário de toda a gente que eu conheço, eu ADOOOORO vento!

Hoje quase que fui onde nasce a chuva, para lá de onde o vento faz a curva... :)
Biquini Cavadão

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Frase do dia

"If one does not know to which port one is sailing, no wind is favourable."
Seneca

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Ambrósio, apetece-me algo...

... mas não sei o quê.

Assim, de repente, soa-me bem Kinder Bueno, favas guisadas, empadas de galinha da "padaria da C.", pão de ló com queijo da Serra, torradas, arroz de qualquer coisa, petit gateau ou pataniscas...

...

Pronto, ok, vou comer uma pêra...

Pisga-te, ó Nelsinho!!

Nunca uma reunião de condomínio decorreu tão depressa...!

Nova personagem no pedaço, homem dos seus cinquenta e picos, bigodaça, cachucho dourado e telemóvel sempre a tocar. Gago sem acanhamentos, a falar que se desunhava! Sempre de olho nas obras do seu andar "que eu venho cá dia sim, dia não, orientar o pessoal, que eu sou do ramo, 'tá a ver?" e armado ao pingarelho "se os senhores administradores aceitarem, eu resolvo aquele problemazito do meu andar mais o da sra. vizinha do lado e não pago um ano de condomínio, pronto!". Uma figurinha que só visto, a fazer revirar os olhos de toda a gente e quase a pegar-se com o senhor do r/c, que é uma simpatia e é o nosso handyman de serviço, porque "'Ai sim? Ai sim? 'Tou-lhe a dizer, ouça bem, aquilo tem que levar uns dez baldes de argamassa, você julga o quê? Senão não fica um trabalho limpinho!".

Portanto, acabadinho de chegar e já a causar nervoso miudinho aos restantes. A única vantagem foi o facto de, passado 15 minutos, já ninguém aguentar a ta... ta... ta... ta... galerice intermitente. Isso é que foi vê-los voar pela ordem de trabalhos!

O milagre da santinha

Madeira. A capela que, pura e simplesmente, desapareceu. A imagem que ficou intacta.

Escultura trabalhada, cheia de minudências, Nossa Senhora com anjinhos aos pés cujos caracóis papudos não sofreram sequer uma lasca. Intacta. Falam em milagre. Eu digo que se é, é no mínimo de mau gosto. Porque havendo mão divina aqui, porque haviam os deuses de concentrar os seus esforços em salvar um pedaço de gesso em vez de algumas vidas que foram arrastadas para sempre na enxurraga? Não entendo.

Os desígnios celestiais, de facto, ultrapassam-me...

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Inner voice


Rollercoaster

Montanha russa que não pára de girar pelos dias, pelas horas, a levar a mil lugares em segundos, a deixar-me tonta. O sol aparece e viajo num sentido, as nuvens cobrem-no e mudo para outro. Montanha russa ao longo do dia, com as minhas coisas e não só, o aperto que aperta, o aperto que não dá sossego, o aperto que acalma com esforço e depois, uns minutos de paz, de esperança, em que deixo que o toque roce a pele e me faça sorrir. Mas para depois me afastar outra vez, como se algo me assustasse, em defesa, com capa dura de espinhos e recolhida no meu casulo, a obrigar-me a voltar à realidade para macerar a sensação de que ainda não acabou, de que algo ainda está para vir. Prever, sentir por antecipação para estar pronta para o embate, seja ele qual for. E enquanto me guardo, me fecho num sentido, tento equilibrar-me no carrinho, que não pára de acelerar nos carris, para tentar apreciar a viagem, para não perder as sensações boas que ela me traz, para sentir o vento na cara e as vertigens do estômago e a velocidade que me diz que posso ter asas, que posso voar.

Às vezes apetece-me gritar...

"Chega! Deixem-me em paz! Não me puxem, não me pressionem, deixem-me fazer o que quero e posso fazer, à minha maneira. Párem com conselhos idiotas de quem não sabe o que é, porque não passa nem passou por lá, porque não tem maneira de saber; párem de se armar em entendidos e aceitem a vossa ignorância. E assim, aceitando-a, que caiam os olhares críticos, que se assuma a humildade. Chega de cobranças, juízos de valor, chega do que é suposto, do que "é melhor". Eu sei o que é melhor porque o sinto, o meu "melhor" é meu, único e só eu sei o que ele significa verdadeiramente. Não entendem? Azar! Aceitem-me como eu sou, como eu estou, respeitem, mesmo que vos custe. E se não quiserem, pois façam favor, sigam o vosso caminho e deixem-me seguir o meu. Esta sou eu e quem me ama aceita o meu tempo, o meu jeito, o caminho que eu escolher e a minha forma de o percorrer. Podem decidir acompanhar-me como puderem, ao vosso ritmo, ou podem decidir-se por vias distintas. É convosco. Eu já decidi."

... mas não grito.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

A guerra das calças

E não é que desta vez o meu tiozinho adorado até mandou uma coisa gira??

Afinal os espanhóis é que sabem! (e a minha gata também...)

Sesta repara espaço de memória

Uma para a outra

Porque os dias cinzentos não me acordam só a mim, porque andamos de mãos dadas e puxamo-nos mutuamente e é também assim que conseguimos andar direitas, porque há dias para dar e dias para receber, porque nos entendemos sem palavras, porque somos irmãs.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

E porque é 2ª feira...

Nova vista



Árvores e passarinhos, não podia ser melhor! O problema é mesmo do lado de cá...

domingo, fevereiro 21, 2010

Frase do dia

«As nossas tragédias são sempre de uma profunda banalidade para os outros»
Oscar Wilde

Tentativas

Quando te disserem "vem" responde "talvez" e pensa. Passa a mente a pente fino, ausculta o coração e pesa o esforço e o que de bom podes receber. Deixa a balança dizer-te o caminho. E não te julgues por ter que responder "não" porque um "não" pode ter tanto a dizer como um "sim", um "não" pode ser tão essencial como um "sim".

Mas quando a rejeição for de menor monta, tenta e avança, abre espaço para que os outros entrem, deixa-te entrar a ti também. Quem sabe não comes o tal bife com tudo e todos que te apetecia, quem sabe não te ris por serem três gatas pingadas, literalmente pingadas em noite de temporal, a gastar o que resta da noite num bar quase deprimente, com um porteiro/barman com falta de dentes da frente, um DJ de muletas e dois "bailarinos" ridiculamente depilados a esforçar-se em vão para arrancar suspiros das senhoras presentes... Quem sabe não te cansas sim mas também de rir de tudo aquilo. Quem sabe não acabas a noite com a sensação boa de que tentaste, quem sabe não estás assim, aos poucos, a desfazer a pedra que ainda se te atravessa na garganta. Quem sabe...

sábado, fevereiro 20, 2010

Constatação #11

Quando realmente se vive um dia de cada vez, o tempo torna-se pesado.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

T.'s anatomy...

The Fray - How to save a life

Step one you say we need to talk
He walks you say sit down it's just a talk
He smiles politely back at you
You stare politely right on through
Some sort of window to your right
As he goes left and you stay right
Between the lines of fear and blame
You begin to wonder why you came

Where did I go wrong,
I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

Let him know that you know best
Cause after all you do know best
Try to slip past his defense
Without granting innocence
Lay down a list of what is wrong
The things you've told him all along
And pray to God he hears you
And pray to God he hears you

Where did I go wrong,
I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

As he begins to raise his voice
You lower yours and grant him one last choice
Drive until you lose the road
Or break with the ones you've followed
He will do one of two things
He will admit to everything
Or he'll say he's just not the same
And you'll begin to wonder why you came

Where did I go wrong,
I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life
Where did I go wrong,
I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life
How to save a life

Estragos

Estava aos pedaços, uns mais pequenos, outros maiores. Peguei neles com cuidado e tristeza, a rebuscar uma solução, e vi-me ali, aos pedaços. Era eu também. Uma coisa que não é apenas uma coisa, que é algo carregado de histórias, cheiros, marcas do tempo, impressões digitais, sentimentos, expectativas, alma própria, muito própria, parte de gente. Como eu, um corpo que não é apenas um corpo, que não é apenas matéria, também aos pedaços. Senti-me igual, espalhada em mil bocados irregulares, carregados cada um com partes do meu texto e soltos, soltos uns dos outros e despegados da sua capa. Era eu também aquele livro. Era eu.

Porque me fez sorrir quando precisava mesmo de sorrir...

Comentário ao último post:

"A foto está muito boa. Sugestão: mudar o título para o plural."

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Sleeping beauty

Carta III

Não te escrevo há algum tempo. Mas nós falamos todos os dias, não é? Quer dizer, eu falo, não sei se me ouves... Sabes, tenho dificuldade em perceber os sinais. Esforço-me, olho atentamente, vejo o vento a bater nas folhas mas as inerências metereológicas confundem-me e puxam-me para terra. Talvez o mal seja meu, talvez me falte aquele bocadinho de abstração, de loucura, de entrega que permite ver mais além. Talvez. Mas, descansa, vou continuar a tentar porque, às vezes, sem que dê conta, sinto qualquer coisa diferente. Pode ser a minha imaginação, sim, claro que pode, e se estivesses aqui dirias exactamente isso, com o teu sorriso divertido e descrente, mas estanto aí agora... será que vês de maneira diferente? Bom, eu só sei que por vezes o vento não se comporta da mesma forma. Sei desde o dia em que te foste embora porque nesse mesmo dia, um dia quente e seco, sem uma brisa que fosse, o vento apareceu do nada para me falar. E quando comecei a andar, quando finalmente saí daquele jardim que acolheu as minhas lágrimas e deixei de ter árvores à minha volta, ele manifestou-se atravessando um espanta espíritos, pendurado algures, levando o seu som a acompanhar os meus passos. E no outro dia, a mesma coisa, um espanta espíritos a chamar-me sem que nada o previsse. Coincidências? Talvez. Talvez não.

A nossa pessoa em comum anda andando também, tal como eu. Mas somos diferentes, como sabes, e os nossos momentos por vezes não coincidem. Mas lá vamos, numa nova maneira, diferente da que havia, mas vamos. Porque tudo isto é novo também para as duas, para as duas que somos uma com a outra. Os traços que contornam a nossa relação mudaram e abraçam-nos de forma distinta. E nós andamos a tentar endireitarmo-nos jogando com estas novas peças a ver qual será o resultado final. É... diferente. Talvez venha a ser melhor, quem sabe.

Lutamos com as cores, sabes? Com as cores, imagina. As cores dela, as minhas, e eu a puxar sempre mais um bocadinho para que ela abra mais o leque, para que não se deixe enterrar na escuridão mortiça de tecidos, sentimentos, olhares e marcas do rosto. Às vezes consigo, outras não. E por outro lado, tenho eu que lutar para não me deixar cair nas profundezas do seu pensamento que, como bem sabes, consegue ter força para arrastar qualquer um. Às vezes consigo, outras não.

Mas e tu, perguntas-me tu. E tu como vais? Eu? Não sei. Há mesmo muita coisa que não sei e não sei se vou descobrir tão cedo. Mas a diferença é que deixei de me importar. Acho que, finalmente, grande parte de mim se deixou ir e tenta abraçar o que vai surgindo sem me atirar mais contra as grades da gaiola (lembras-te do tal pássaro?). Se desisti? Sim, em parte. Desisti de tentar controlar o que não é controlável. Acho, modéstia à parte, que até fui inteligente. E de resto, não faço planos. Não quero, não preciso deles, já me provaram que não são de fiar por isso eles que venham se quiserem e que me tentem convencer como conseguirem. Depois logo vejo se os aceito.

Mas fui descobrindo outras coisas. Descobri muito sobre mim e sobre o mundo que me rodeia, o meu pequeno mundo. E começo a pensar que talvez tenha havido aqui mão do universo no meu pequeno, tão pequeno mundo. Olho para trás e algo que me diz que tudo isto já estava nos planos, que teria que passar pelo caminho que se me apresentou à frente, quer quisesse, quer não. Era inevitável. E por isso, para me ajudar, ao longo da estrada foram logo colocados reforços para que tivesse onde me segurar quando precisasse, onde encontrasse quem estivesse disposto a dar-me um empurrão quando as forças se esvaíssem, mãos entrelaçadas a formar um cordão que me impedisse de resvalar e que me desse encosto quando precisasse descansar. Será que também há mão tua aqui? Gostava de pensar que sim, que me proteges onde quer que estejas. E não importa quem teve esta ideia, não é? O que importa é que talvez não estivesse aqui, neste lugar interno onde me encontro, se tivesse avançado para essa travessia rochosa sozinha.

Mas continuo a ter medo. Lembras-te do medo que tinhas de morrer? Dizias que a morte era um autêntico ultraje. E como não acreditavas em mais nada para além dela sentias que era detestável, ultrajante, inaceitável que a vida humana acabasse facilmente, num segundo, como se não valesse nada. "Simplesmente deixa de ser e pronto, é isto", dizias tu abanando a cabeça com revolta. Pois, eu tenho esse medo. Porque, por agora, vejo muito pouco à minha frente e não consigo vislumbrar o que o destino me reserva. Será que vou simplesmente deixar de ser?

E tenho outros medos, medos menos transcendentes, mais terrenos. Aqueles que tu, certamente, tens a sorte de já não ter. Sim, é sorte, acredita que é... (sorrio porque consigo adivinhar que não aches sorte nenhuma esta coisa de já não estar aqui a fazer o que te apetece, de te terem enviado para outro lado sem tu teres tido uma palavra a dizer. Consigo até imaginar o quanto tens refilado com os deuses por causa disso...).

Dou por mim a citar-te muitas vezes, sabias? Acho que, até agora, nunca tinha realmente entendido o quanto tenho de ti em mim. Para quase tudo, dou-te como exemplo, e lembro-me tão nitidamente de reacções, expressões, olhares, tons de voz que parece que não te foste embora neste dia, há tempos atrás. A tia M. diz que não, disse logo no início que irias estar sempre comigo. E é verdade, realmente. Estás comigo nos ensinamentos que me deixaste, nas palavras que me repetiste, em tudo o que me deste de ti. E eu absorvi muito, tanto que nem eu sabia. E estás comigo na minha cara também, onde te reconheço cada vez mais, na minha maneira de ser tão idêntica que me faz até rir. Ainda ontem ri sozinha porque me vi a fazer algo que tu fazias, sem pensar, algo meu, que vejo que também era teu.

Estás aqui, claro que estás. Estás comigo, como sempre. E por isso... vamos falando, com cartas ou sem elas, vamos sempre falando.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

O cúmulo de... qualquer coisa...

No outro dia bateram-me no carro. Foi a minha mãe. Ela teve culpa. Saiu e disse: mas não me ouviste a apitar??

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Redenção

As palavras saíram marejadas trazendo em si sem dar conta a inevitabilidade de voltar um pouco atrás. O rosto não conseguia mentir, foi evidente, os olhos continuam a carregar a côr da alma. Desilusão, sim, mas também o desejo enorme de acreditar que não é um retrocesso mas sim o reforço da escolha do caminho. Libertação, disse, falta libertação. E do outro lado da linha a constatação da impotência, do que existe para além de nós, em sede de outros, onde não conseguimos chegar. A verbalização de medos comuns mas independentes porque é forçoso que o sejam, porque essa independência egoísta é absolutamente necessária. E a força das palavras a minar e o esforço para as ignorar, para não as deixar passar a guarda e fundir-se com as outras que ecoam no cérebro engrossando o caudal. Só que às vezes não é possível. Mas de um outro lado, o refúgio, o sofá e cobertor quente em noite fria, a mão que se estende, o silêncio, o cheirinho confortável a casa e o calor para acalmar a cabeça que lateja. E a sorte a manifestar-se de novo, tão clara e despretensiosa, como se assim tivesse que ser. Mais benéfica que qualquer químico ou supostos entendidos, diziam. Porque a rede que não deixa cair ao chão, a contra corrente que empurra para a tona de água, essas têm o toque humano mais precioso. E é a humanidade dos gestos que salva qualquer um.

sábado, fevereiro 13, 2010

Apurando

Hoje até que a "favada" não saiu nada má...

E para comemorar aqui fica um clássico.

Constatação #10

Não adianta fugir dos meus medos, tentar não pensar neles porque, mais tarde ou mais cedo, eles aparecem nos meus sonhos.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Slow motion

Ficaste parada. No banco do jardim, encostada, a olhar para o céu. E as nuvens corriam, como nos filmes, a mostrar a passagem rápida do tempo. As nuvens, as árvores a mudar de côr, as pessoas, os carros, tudo à volta a acelerar. E tu ficaste no banco, parada, numa rotação diferente para não dizer oposta. Lenta, muito lentamente observavas, encostada para trás, cansada, muito cansada. E os dias são quase só uma ponte que liga a manhã à noite e tu chegas ao outro lado cansada, muito cansada, com a cabeça a tombar, os braços caídos no banco, os olhos a abrir o mínimo indispensável para ver as nuvens correr.

Dizem "corre também" e tu não corres. Umas vezes porque não tens força, umas vezes porque não percebes para quê. E tu não tomas nada como teu que não entendas. Mas sabes que tens que correr também, algo te diz que sim embora não entendas. Preferias mil vezes ficar ali, encostada no banco a ver o mundo girar, a ver o que ele decide. E depois que te comunique, pronto, que seja o que ele decidir. Porque sentes que não adianta seres tu a determinar nada, porque já o fizeste muitas vezes e o mundo fez o contrário. E estás cansada, muito cansada. Um cansaço esquisito porque o corpo não dói, não se ressente, os músculos estão perfeitamente funcionais. É um cansaço silencioso e displicente, que faz os olhos fechar quase até ao ponto de não conseguires ver as nuvens correr.

"The Resident Genius"... gosto!


What is your Temperament?
T. took the "What is your Temperament?" quiz and the result is Melancholy.

You are a deep ocean and just as violent. You are emotional and thoughtful, artistic and musical. Even if you don't draw or play an instrument, art and music play a big part in your life. You are talented and creative. You are philosophical and poetic. Sometimes that means you create a piece of art or poetry and sometimes it means you have a new idea or a new way of approaching something. You are always an original. You underestimate yourself and are sensitive. You put others before yourself. You feel their pain. When someone has a problem, they come to you. Not to solve it but to cry with them. You are analytical and conscientious. Even with all this analysis you are idealistic. You appreciate beauty. You see things others miss and can feel a problem coming like a chill before the rain. You are orderly and organized and strive for perfection in everything you do. You value things, people, resources. You are very focused on the details. You make friends cautiously and the friends you have are few and very close to you. You are very faithful and devoted. You value loyalty and can become resentful if betrayed. You seek out special people who see your depth and beauty and they travel with you for long friendships. You have a deep concern for other people and will listen to their complaints. People rely on you. Introvert: The Resident Genius.

The good, the bad and the ugly

Já são estas lindas horas... e eu estou sozinha na sala. Uma eu sei que está de férias mas onde páram os outros 3?! Já consultei o Outlook e confirmei que não está marcada nenhuma reunião para esta manhã. É que eu podia não me lembrar e até estarem lá todos e eu aqui feita parva... mas não.

E esta sala assim, já completamente despida de tralha, os armários tristemente vazios, caixas de cartão aqui e ali... parece o velho Oeste americano, naqueles planos em que aparece a casinhota de madeira abandonada ao longe , o vento a assobiar e a soprar areia, aqueles tufos de não sei o quê a rolar pelo deserto, carcaças de animais semi enterradas... estranho... estou à espera de, a qualquer momento, ouvir isto...

A imaginação em dias de frio é lixada...

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Constatação #9

A minha gata é cruzada de gato-cão com mosca tsé-tsé.

E nos últimos tempos...

Ganhei um peddy paper pela primeira vez (ganhámos! ganhámos!); comecei a fumar mais (o que origina mais rugas, mais tosse e maior rombo nas finanças, uma chatice...); senti verdadeira solidão; deixei de me preocupar se a louça fica por tirar da máquina para o dia seguinte (quando tiver que ser, será); já não acordo a horas decentes (sim, já tenho dois despertadores e não, não adianta); tenho falado com menos pessoas mas infernizo os ouvidos às restantes; dei-me a conhecer a alguns como nunca fiz antes (a moi même, inclusivé); recuei, dei passos em frente, e recuei e dei passos em frente; passei a reconhecer perfeitamente os meus amigos e estou cada vez mais grata por os ter; fiz amigos novos e amigos fundamentais; bebo menos socialmente (hhummm... esta parte é chata, esta parte tem que mudar); aprendi a viver um dia de cada vez (e isto não é uma força de expressão); tornei-me fã das refeições frescas do Pingo Doce (boas, baratas, práticas, variadas, saudáveis); não tenho aumentado de peso e até o perco sem dar conta (comendo tudo o que me apetece incluindo pratadas de "goiacheese"!!); descobri que chorar faz bem (e é por isso que ando a chorar que me farto ;)); sinto falta da minha alma gémea todos os dias (e não há absolutamente nada no mundo que a substitua); cheguei ao extremo de diversos sentimentos (nada como lá ir para saber que existe); comecei a tomar drogas legais (légau, né?); durmo tipo pedregulho (antes era tipo pedra, é um upgrade); tornei-me mais paciente (ok... esta é um bocado mentira mas achei que pô-la aqui ajudava a compor o ramalhete); aprendi a apreciar as pequenas coisas (porque, muitas vezes, era mesmo só o que tinha...); saio menos (embora a M.L. continue a referir-se a mim como um autêntico "porco sem curral"); descobri que afinal é suposto o ambientador de essências levar água também (nem sei como não peguei fogo áquela porcaria antes...); amo cada vez mais a gata A. (aka gata felpuda tricolor); nunca precisei tanto de amizade, amor e carinho (e recebi-os); fiz a melhor compra de todos os tempos (sempre ligada ao mundo, sempre ligada!); dei finalmente conta de um fungo manhoso que habitava as minhas mãos há meses; deixei de me saber apreciar e voltei a saber apreciar-me; passei a ter telefone fixo; "ganhei" um novo chefe do qual não gosto particularmente (e acho que ele também não gosta lá muito de mim até porque sente necessidade de me dizer exactamente o contrário sempre que tem oportunidade, deve ser para se convencer); conheci lugares novos; passei a subscrever uma série de clichés (amor com amor se paga, mais vale tarde que nunca, foi assim porque tinha que ser, se eu não gostar de mim, quem gostará?, devagar se vai ao longe, and so on, and so on, and so on); aprofundei relações; passei a fazer mais pausas para café; estou mais em contacto comigo (com tudo o que isso tem de bom e de mau!)...

Ufaaaa!!! Pode-se dizer que isto tem sido, no mínimo... agitado, não?!

Azul petróleo


quarta-feira, fevereiro 10, 2010

A pagar pecados...

Portanto, a sala estende-se para albergar mais duas pessoas para além das cinco que já cá estavam... Duas pessoas não... duas autênticas gralhas, a juntar à de serviço!

Ora bem, fazendo então as contas ficamos com...
- a "gralha eloquente à brava e inconveniente e hipocondríaca que passa a vida ao telefone a descrever, a tudo e a todos, a borbulhagem que apareceu ao filho no meio da testa";
- a "gralha surda de um ouvido que fala alto por causa disso, sempre bem disposta e pronta a brindar-nos com um riso desumano de vários decibéis acima do riso dos comuns mortais, e que trata alguns de nós por "patroa";
- a "gralha espevitada, que tem sempre histórias mirabolantes para contar do marido que lhe chegava a roupa ao pêlo e das desavenças em tribunal por causa das crias, e que adora dar sugestões sobre penteados aos restantes "Ó Dra., esse tom de caju fica-lhe mêmo a matar!".


Em tom desesperado pergunto... mas será que eu mereço?!?!?

Outras mudanças












Saltam dossiers dos armários, o pó paira por todo o lado. Revêm-se documentos, mandam-se toneladas de papel para a reciclagem, discute-se a utilidade de pastas, micas, brochuras, caixas e caixinhas, recheadas de coisas várias acumuladas ao longo de anos.

Para variar, fui a primeira a ter tudo pronto. Estou reduzida à expressão mais simples, exactamente como eu gosto.

Adoro deitar tralha fora!

Crenças

Acredito hoje que o tempo não cura por si só. Acredito que mais vale fazer um caminho demorado mas bem percorrido do que um caminho rápido, saltando por cima dos buracos, mas deixando-os abertos. Acredito que mesmo estando e sendo o mais próximo de nós possível, os outros nunca nos vão realmente entender se não estiverem na mesma frequência; poderão empatizar mas compreender de facto, não. Acredito que as pessoas aparecem na nossa vida com um propósito e que, se se vão embora, é porque já não nos podem acrescentar mais nada que valha a pena, ou nós a eles. Acredito que os que se mantêm são aqueles que estão destinados a partilhar a nossa missão neste mundo. Acredito que quando os deuses fecham uma porta, abrem uma janela mas que nem sempre estamos imediatamente preparados para seguir por esse caminho alternativo, necessitando de mais tempo para que possamos verdadeiramente encarar a porta e assimilar o seu fecho. Acredito que o amor verdadeiro nunca morre, não importando o que vai acontecendo ou o tempo que vai passando, e acredito porque o sinto, porque conheço a sua cara, sei como ele é. Acredito em mim, mesmo que mais ninguém acredite. Acredito que há males que vêm por bem embora, na maioria das vezes, seja só mesmo uma questão de fé. Acredito que recebemos de volta o que damos, "what goes around, comes around". Acredito que conseguimos sempre encontrar mais força do que aquela que imaginamos quanto mais não seja nascida do instinto de sobrevivência. Acredito que o que não nos mata torna-nos mais fortes mas também mais duros, mais frios, mais descrentes, o que não é necessariamente bom. Mas também acredito que acrescenta aprendizagens e que aprendendo evolui-se e é sempre de esperar que essa evolução seja positiva. Acredito que a vida ensina quem estiver disposto a aprender mas que não temos garantias nenhumas de não voltar a cometer os mesmos erros. Acredito em dias de sol quando só vejo chuva lá fora. Acredito hoje que voltarei a acreditar.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

A maior aprendizagem de todas ou a minha teoria evolucionista

De facto, nunca se conhece verdadeiramente ninguém. Começando por nós próprios. Vamos construindo uma visão de nós ao longo da vida, dando corpo a uma estrutura na nossa cabeça tendo por base ensinamentos, sentimentos, reacções ao que nos rodeia, forma de lidar com o outros, perspectivas de quem está de fora. Uma amálgama de materiais, vindos daqui e dali, que vão pintando o retrato de quem somos para nós.

Há quem passe uma vida inteira com essa primeira pintura em mente. A vida corre sem grandes surpresas portanto essa ideia primária nunca é posta à prova mantendo-se praticamente inalterada ao longo do percurso. Mas julgo serem casos raros. A maioria de nós vê-se a braços com mudanças, mais ou menos radicais, com reviravoltas, acontecimentos inesperados, bons ou maus, que nos fazem sentir de forma diferente, provocam reacções, posturas que não conheciamos antes e obrigam-nos a repensar a construção, a ir mais fundo, a tentar comprender o que de novo surge à luz do que sabiamos antes. Obriga-nos a ver-nos por outros olhos, perceber que há mais para além do primeiro desenho. E que há diferente.

E aqui surge a necessidade de reavaliação, reavalização do "eu", tarefa difícil, dolorosa... Porque, inevitavelmente, começamos a pôr tudo em causa, começamos a acreditar que criámos uma fachada de nós próprios, para nós e para os outros, que não é real, que não espelha o que somos de facto. Ficamos sem saber, por isso, em que acreditar... "quem sou eu afinal?" Os alicerces mais básicos parecem ser deitados por terra deixando-nos sem chão. Vai-se o, até então, natural conhecimento e reconhecimento do terreno e com este vai-se a confiança, a estabilidade, a segurança... Sentimos que afinal não nos conhecemos de todo porque nos vemos em lugares onde nunca tinhamos estado, onde não sabiamos sequer que poderiamos ir parar e, como tal, damos por nós a ter reacções e sentimentos diferentes do que estávamos habituados a ver como nossos. E a não conseguir controlar nada. Não conhecemos o veneno logo não temos antídoto. Tornámo-nos imprevisíveis para nós próprios e, acima de tudo, o sentimento mais avassalador de todos, é que nos desconhecemos. Simplesmente, desconhecemo-nos. De repente, olhamos e não sabemos bem quem somos e deixamos de saber como lidar com a nossa vida, com os outros, com o nosso mundo porque tudo isto foi construído com base na pintura anterior. De repente, damos conta que essa pintura está deslocada da realidade, já não se encaixa de forma perfeita na imagem criada por nós e ficamos sem saber o que dela continua a fazer sentido, o que dela se perdeu irremediavelmente. Sentimo-nos perdidos, sem bússola orientadora, órfãos de nós, deixamos de saber o que pensar sobre a nossa pessoa, deixamos de saber como nos posicionar, em suma, deixamos de nos fazer sentido.

E durante muito tempo, muito suor e muitas lágrimas, pairamos por aí, a tentar encontrar um rumo para esta nova personagem que agora teima em ocupar o nosso espaço e que parece ter aparecido para nos substituir.

Mas há um dia, um dia muito importante, não necessariamente só composto por 24 horas, em que percebemos que não nos perdemos, que continuamos a ser nós. A essência, o âmago são os mesmos, exactamente os mesmos. A base somos nós como nos conheciamos. Voltamos a reconhecer o nosso riso, o nosso jeito, a nossa cara ao espelho, voltamos a sentir a nossa personalidade a pulsar e a manifestar-se como antes. Abraçamos de volta o sentido de humor sempre particular, damos novamente a mão ao simples olhar em redor que é tão nosso. Lentamente, vamos retomando hábitos, posturas e sentimentos. Lentamente, sentimos que voltámos, ou ainda melhor, que nunca nos fomos embora. E damos conta que o que mudou, na verdade, se reveste, acima de tudo, de um aprofundamento do que já existia, uma viagem a outros níveis. Fomos mais além, explorámos caminhos nossos mas diferentes, nunca antes explorados, pusemos em causa conceitos, crenças, valores, princípios para descobrir que eles se mantêm cá dentro mas pintam-se agora de uma cor mais rica, mais complexa. Fomos mais fundo, ao fundo de nós mesmos e conseguimos trazer à tona mais traços que nos completam, que nos compõem, que nos dão mais corpo. Vemos assim que o velho desenho não foi rasgado e deitado fora como algo que já não faz sentido mas sim expandido com um maior conhecimento, acrescentado com o que em nós estava escondido, adormecido, com o que nem sabiamos que existia, com muitos algos em que nunca tinhamos pensado. Tornou-se um desenho mais intricado. Somos nós à mesma mas mais completos. Somos nós mas mais nós.

Será a isto a que se chama evoluir como ser humano? Gostaria de acreditar que sim.

Eloquência

- Opá, não interessa se é assim, assado ou uóéva, isso ópois logo se vê...

A dança dos pavões

Gata felpuda tricolor meets cão preto caçador.

No 1º round, gata felpuda tricolor deixa-se estar recolhida a ver como param as modas até porque desconfia que cão preto caçador parece estar a confundi-la com um coelho.

No 2º round, gata felpuda tricolor avança um pouco mais e ganha terreno, percebendo que cão preto caçador não consegue passar de determinado limite. Assim, pavoneia-se, para cá e para lá, para lá e para cá, quase nas barbas dele, mostrando-lhe claramente que o espaço é seu. Cão preto caçador, sem conseguir tirar os olhos, chia, ladra, pede com a pata para que se aproxime... Gata felpuda tricolor ignora os pedidos mas chega-se cada vez mais perto para reafirmar que é a dona do pedaço e que já percebeu que ele não tem forma de lhe chegar.

Senta-se, a uma distância segura mas próxima, e fica a observá-lo calmamente. Cão preto caçador acaba por desistir e adormece. Gata felpuda tricolor continua a olhar para ele e pensa: ah, pois é, meu caro amigo, esta casa é minha e eu posso fazer o que eu quiser. E tu não, não é?? Olha que chatice... Por isso, dorme  bebé, dorme... pode ser que tenhas sorte e que não me dê ganas de te saltar em cima com as minhas garras sem tu sequer dares por ela... parvo, és mesmo parvo, cão preto, burrinho, burrinho... (e olhando para mim) Tsss, tsss, tsss... já viste dona? É cão e basta...

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Casulo

Sim, sim... durmo com pijama, meias grossas, casaco de malha e gata felpuda, tudo isto debaixo de um edredon, um cobertor e duas mantas de lã, sim... mas porquê? Qual é o mal?? Está frio... e vão ver que, quando chegar a altura, hei-de sair de lá com um lindo par de asas coloridas! ;)

domingo, fevereiro 07, 2010

E lá vou eu...

Andando, andando, tentando agarrar o que de bem rodeia, tentando pôr para trás das costas desilusões, infelizmente, já esperadas, que já não espantam. Menos mal, evita-se a surpresa. 

Andando, andando e dando as boas vindas a outro ser muito especial, a trazer amor e alegria, a ajudar a cumprir a missão de todos nós: ser melhores seres humanos.

Andando, andando e aquela açorda a voltar a sair das mãos por gosto, prazer de criar algo meu para que outros degustem. 

Andando porque para a frente é que é o caminho e eu, felizmente, estou cada vez mais bem acompanhada.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Miscelânea

Raiva que se mistura com mágoa misturada com perda que se funde com saudades e com impotência. Lágrimas misturadas com angústia que também se mistura com desamparo e solidão. Pena que se une com sentimento de injustiça que por sua vez se mistura com vazio e com ausência de apreço e valorização. Desilusão a cruzar com autoestima e com desespero e com falta de forças e com impaciência e desalento e tudo, tudo a misturar-se num mesmo corpo, cada vez mais ansioso por se libertar.

Mais verde

Constatação #8

A luta é sempre mais difícil de vencer quando o nosso maior inimigo partilha a nossa pele.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

"Prontos"

Pronto, pronto... admito com humildade que os deuses não tiveram culpa desta vez... sorry, sorry, desculpem lá qualquer coisinha, não levem a mal a irritação, não usem agora isto como pretexto para mandar um tufão ou coisa assim aqui para a minha rua só porque me passei com vocês um bocadinho de nada... Sejam magnânimos, faz favor!

Pronto... precipitei-me, sim. E pronto... não reparei que o botão da "não centrifugação" estava carregado... E pronto, é uma distracção perfeitamente normal da mulher moderna, dinâmica, profissional, que tem mais em que pensar ou não é?!

Pronto... foi isto... perfeitamente desculpável como se vê...

É que nem sei que título hei-de dar a isto...!

%$##"%&//%$##!!!!!!!

Irra, que é demais!!! Pela vossa saúde, caros deuses, pela vossa saúde... toca a parar de mandar raios e coriscos na minha direcção! Eu sou só uma pobre de Cristo mal paga, senhores, ainda não se deram conta?!? Tanta gente aí a "nadar", a encher os bolsos e é a mim que se avaria tudo?? Ainda por cima é Inverno, ó sumidades, como que raio esperam que seque a roupa com a estúpida da máquina a não centrifugar???? Não querem avariar mais nada, não? O fogão, o aquecimento, a televisão? Que tal cortarem a água e a luz para eu passar a viver uma vida mais simples, mais terra a terra, espetar com uma fogueira no meio da sala e começar a banhar-me no rio Tejo??? Hã, hã?? Que tal? 

Back to books... too many books!

Pronto, estou desgraçada...

Resolvi começar a explorar as potencialidades de uma determinada rede social à qual nunca tinha ligado muito. Inscrevi-me nuns sites para ter acesso a informação que me interessava e tal, e dou agora conta que... criei um monstro! Ou melhor, acordei-o... É um monstro do bem, é certo, mas um pouco desfazado da dura realidade do trabalhador por conta de outrém quando o outrém, ainda por cima, anda teso como um carapau! É que já dei pelo bicho guloso a babar com quase todas as sugestões que lhe aparecem e, pior!, a fazer listinhas para não se esquecer... a sério, não há festividades suficientes durante o ano para "cravar" aquilo tudo e eu, a dona do monstro, ou a monstra, como queiram, começo seriamente a ressacar...

Isto está bonito, está...

Constatação #7

Há anos da vida em que parece que não acontece nada. Há anos da vida em que desejávamos que não acontecesse tudo.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Carang... quê?

Tenho para mim que se enganaram. Tenho para mim que os princípios basilares desta suposta ciência, que até não desconhecemos de todo, com milénios e milénios de estudo às costas, podem ser deitados por terra. Porque tenho para mim que o meu signo solar, afinal, é "Burro em Pé" com ascendente em "Barata Tonta".

Fatiado

Há dias em que... bom, em que a nossa cabeça está longe, longe e o sol do outro lado da janela chama (grita!) e apetece tudo menos fazer o que estamos a fazer. Há dias em que apetece estar mas é de férias e pronto! Mas como alguém, há uns tempos atrás, teve a infeliz ideia de só nos dar 20 e poucos dias por ano para gozar, temos que fazer pela vida e ir suportanto todos os outros como podemos.

Em conversa sobre outro assunto bem mais complicado, obtive uma receita: dividir as coisas em partes. Quando vemos tudo no mesmo bolo parece, obviamente, demasiado pesado, denso, difícil de digerir. Assim, cortando a coisa às fatias e lidando com uma de cada vez, a tarefa parece mais simples. Até pode não ser mas, pronto, parece e isso dá logo outro alento.

Gostei da ideia, comecei a aplicar e a perceber que pode ser útil noutras situações... que tal despedaçar estes dias malparidos também? Ora vejamos...

»Primeira fatia: Levantar e conseguir ter tempo para tomar café antes de me enfiar no carro. Nos meus primeiros minutos de vida em cada dia, isto é o que me importa fazer, é este o meu objectivo. (Boa!)

» Segunda fatia: Rezar para que esteja pouco trânsito e voar estrada afora para conseguir chegar a horas decentes. Porquê? Porque sou muito responsável e cumpridora? Também mas a cenoura é outra... quanto mais cedo entro, mais cedo saio! (Menos uma!)

»Terceira fatia: Pensar que agora faço um bocadinho disto mas dou a mim própria uma pausa pelas 11 e qualquer coisa para ir tomar ar por 5 minutos.

» Quarta fatia: A partir daí e com a perspectiva do almoço, bom para provar as delícias cá da casa (a fome é o melhor tempero e eu, nesta fase, já tenho alguma...) e aproveitar o resto do tempo para fazer o que me apetece.

» Quinta fatia: Com o papo cheio e mais aliviada com o ar que apanhei, aguentar até à próxima pausa, a dada altura, a meio da tarde. Os tais 5 minutos para respirar mais um bocadinho.

» Sexta fatia: A mais penosa. Os 5 minutos já foram e resta agora contar o tempo para sair. Mas... já faltou muito mais para estar livre outra vez!

Sim, sim, isto pode parecer um bocado deprimente, eu sei... os dias devem ser aproveitados ao máximo, cada pedacinho deles, devemos produzir, evoluir, aprender e não estar constantemente a pensar em fugir a sete pés... mas, convenhamos, há dias que não dá, certo?? Por isso, mais vale assumi-los e vivê-los da melhor maneira. Sim, parece deprimente, eu sei, eu sei mas, olha, antes parecê-lo do que efectivamente sê-lo! ;)

Sacrifício

Deixar a cama quente, ignorar os olhos que pedem por mais descanso e ter que sacudir a bola de pêlo ao meu lado, ternurenta e quentinha, de cabeça na almofada e edredon até ao pescoço tal qual gente da gente, que me olha dengosa e diz "vá lá... só mais um bocadinho...".

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Aprendizagens

Existem uma fronteira entre "fazer por" e "forçar" uma situação. Fronteira ténue, baça, que balança na nossa cabeça, não se encontrando sempre no mesmo lugar, que contém em si algo de mutável e adaptável dependendo das situações. Não é fácil identificá-la, não é fácil perceber quando a devemos ultrapassar ou se, pelo contrário, a devemos evitar. Mas, a par de muitas outras coisas que a vida vai ensinando a quem quer aprender, percebi que, acima de tudo, devo seguir os meus instintos. Acerto sempre? Não. Já errei muitas vezes e vou continuar a errar. Já dei por mim a transpô-la e a ter que recuar. Já dei por mim a nem sequer chegar perto e a ter que empurrar o corpo para ir mais além.

Mas aprendi a respeitar-me, a respeitar a minha natureza, o meu tempo, a minha sensibilidade. Acima de tudo respeito-me. E ao fazê-lo estou a respeitar quem me rodeia. Aprendi a olhar para dentro de mim e a ler o que no meu íntimo está escrito mesmo que não goste do texto. Aprendi que não adianta tentar ser quem não sou. Há-de fazer sentido, e é minha obrigação para comigo estar atenta, sim, mas também é importante saber esperar pela minha altura certa. Porque se assim não for imprimo violência à minha existência, violência gratuita que não irá gerar nenhum fruto. Porque se assim não for nada realmente produz efeito. Posso-me iludir achando que acatando as ordens objectivas e racionais do cérebro, mesmo ignorando o íntimo que me diz outra coisa, estarei a progredir. Mas não, essa não sou eu. Sou aquela cujas ordens têm que vir de dentro, cujas ordens não são ordens mas sim confirmações, certezas, sentidos. Como lá diz em cima,"simplesmente sente-se" e hoje já sei que se não sentir sou como um boneco de cera, esculpido para a situação, na posição pré-definida, representando um estado que não existe na esperança que este, com o tempo, através da teimosia, consiga transformar a realidade.

Não adianta, não é dessa cera arrefecida que sou feita. Fartei-me de estar na montra, dentro daquela forma, fartei-me de me tentar encaixar nos moldes, de me apertar dentro dos seus limites para, no final, perceber que apenas sufocava na tentativa estúpida e infrutífera de me ver num formato que não era o meu. Fartei-me e aceito assim a minha forma imperfeita, espalhada sobre a mesa de trabalho, a fugir das mãos da pura objectividade mas, mal ou bem, genuína.