Estava aos pedaços, uns mais pequenos, outros maiores. Peguei neles com cuidado e tristeza, a rebuscar uma solução, e vi-me ali, aos pedaços. Era eu também. Uma coisa que não é apenas uma coisa, que é algo carregado de histórias, cheiros, marcas do tempo, impressões digitais, sentimentos, expectativas, alma própria, muito própria, parte de gente. Como eu, um corpo que não é apenas um corpo, que não é apenas matéria, também aos pedaços. Senti-me igual, espalhada em mil bocados irregulares, carregados cada um com partes do meu texto e soltos, soltos uns dos outros e despegados da sua capa. Era eu também aquele livro. Era eu.
Sem comentários:
Enviar um comentário