segunda-feira, maio 23, 2022

Ready or not, here I come...

Entidade patronal: "Ah e tal, tens que disponibilizar uma fotografia nesta nova ferramenta de comunicação interna para que os colegas te reconheçam."

Eu:



quinta-feira, maio 19, 2022

Declaração...

(...) There's a hundred cigarettes on the ground
And our clothes are still hanging around
And it's nice to be ugly in each other's arms
So we can grow over all the things we were before
… (..)

quarta-feira, maio 18, 2022

A culpa do sobrevivente...

Não é raro hesitar dominada pela anciã noção de que não se deve falar no Diabo sob pena de o convocarmos sem querer e vir dessa forma a sofrer precisamente do que tememos. Não é raro vir aqui, olhar para o ecrã em branco e desistir também dominada pelo cansaço que sei que vou sentir depois. Passei demasiado tempo a fazer por me decifrar, a tentar entender os meus medos, as minhas ações, os meus pensamentos, as minhas tortuosas viagens à terra da angústia, da culpa e da desculpa, da saudade, do rancor, e o domínio de todos eles sobre mim. E também a tentar entender os outros. Hoje aceito-me, na maioria das vezes. Sou nação de Deus e Diabo, de mal e bem, de positivo e negativo, de preto e branco. Sou o que posso quando posso, almejo evolução e luto por ela todos os dias um bocadinho mas assumo e acolho os passos atrás, o reveses. Dos outros não digo nada e entendo pouco, já desisti.

Uma vez ouvi dizerem-me que não me viam "a fazer nada". Na altura, submersa, em modo de sobrevivência, e ainda que me parecesse desadequado da realidade que sentia e que me via a viver todos os dias em esforço, custou-me aceitar este entendimento alheio mas depressa percebi que não era mais que o seu contrário: o desentendimento de que não vê para além do que está à superfície e das afirmações exteriores e exteriorizadas. Como se o que se mostra e o que se diz que se faz fossem verdades absolutas quando, em algum casos, nem verdades são, verdades verdadeiras, verdades nossas, honestas, espelho de quem somos e não de quem queremos parecer, verdadeiramente sentidas. Na realidade, não passam de "verdades" fabricadas que queremos que se tornem reais, tal qual crianças a brincar ao "faz de conta". Talvez tenha sido esse o ponto de viragem no que concerne aos meus esforços - depois reconhecidamente vãos - em entender cabeças terceiras... 

Nos meus dias que agora correm, o grande desafio já é outro: conseguir assistir ao desmoronamento de outros mundos à minha volta e aceitar que o filme da minha vida é diferente ao ponto de conseguir agradecer por ele sem temer que me fuja das mãos. E, acima de tudo, sem acatar culpa por isso...

segunda-feira, maio 16, 2022