sexta-feira, março 27, 2009

O cabelo, o calhau e a penosa falta de aguardente

Estava eu no bar a pedir um café para acordar quando aparece um dos coleguinhas.

- Elá...! O que é que fizeste ao cabelo?!?
- Errr... nada de especial... apanhei a franja para trás, só isso...
- Irra! Pareces 20 anos mais velha!!
- Obrigadinho, ó fofo... és um poço de sensibilidade, tu...
- Então não sou?? Se não fosse nem reparava! Isto é uma crítica construtiva! Odeio mulheres de cabelo apanhado. Todas, não és só tu, descansa. Ficam velhas, feias... uughh
- Oookkk... (para a empregada) Café... duplo, por favor! E já agora... com cheirinho não se arranja, não?!

Pasta



O DN agora dá utensílios de cozinha. Os meus pais compram o DN quase todos os dias. Os utensílios de cozinha vêm parar a mim. Ontem andei o dia todo a carregar na mala um cortador de massa. Vendo bem as coisas, isto dá para "chinar" alguém... imaginem se sou apanhada nas malhas da lei... posso vir a ser considerada culpada por posse de arma branca, não posso?

"Não, sr. guarda... isto é para fazer ravioli!"

quinta-feira, março 26, 2009

O seu percurso está a ser calculado...

Bem calculado ou nem por isso?

Pelos vistos, depende:
Condutor multado por seguir instruções do GPS

E porquê? Porque o dito lhe disse para seguir por uma via que ia dar a um penhasco! Ia sendo a morte do artista se não se metesse uma barreira pelo meio. A polícia, em vez de processar os fabricantes do aparelho por negligência ou coisa do género, multou o dono por "conduzir sem atenção". Faz sentido…

Para mim, rapariga orientada e que até se entende bem com mapas de estradas, o GPS não veio trazer grande vantagem. Mas entendo que quem tenha o sentido de orientação de uma mesinha de cabeceira salive à vista do aparelho e, uma vez com ele ao dispor, siga as suas instruções cegamente. No fundo, funciona tipo cão-guia. Vão para onde ele os levar e assim sentem-se independentes. Não são, na realidade, mas sentem. Que seja...

Mas aquilo irrita-me. Para começo de conversa não acho nada estranha a situação em cima. Já me aconteceu ser quase levada a entrar numa rua de sentido proibido, por exemplo. E também já aconteceu seguir as placas (oh! coisa estranha...) ignorando as instruções da maquineta que me começa a mostrar no écran como viatura a seguir pelo meio de searas ou selva ou qualquer outro terreno não explorado pelo homem. E eu a ver a estrada à minha frente...! Enfim...

Mas o mais irritante é a dita (no meu caso é voz de menina, diz que é mais agradável, eu tenho as minhas dúvidas...) não admitir que errou e ainda insistir na asneira! Por exemplo, eu não sigo pela dita rua de sentido proibido e a fulana começa aos gritos a dizer "Faça inversão de marcha assim que possível! Faça inversão de marcha assim que possível!", no fundo a insistir que cometa uma ilegalidade! Parece que é parva... depois as multas quem as paga sou eu, obrigadinho!

Além disso, essa coisa do "faça inversão de marcha assim que possível" é o que eu mais ouço. E porquê? Não, não sou nenhuma naba ao volante, muito pelo contrário, sei exactamente o que ando a fazer. Por isso, vou por caminhos que sei que são melhores do que aquilo que ela indica. Basicamente, borrifo nas instruções e faço o que me apetece. Ora, é altamente irritante ser dona do meu nariz e ter que ouvir a máquina a refilar! Mas onde é que nós estamos?! Era o que mais me faltava!

Em suma, acho aquilo útil q.b. Útil para quem costuma perder-se, sem dúvida, se não meter ravinas pelo meio. Para mim, útil para me tirar algumas dúvidas mas só. De resto, quem manda sou eu e é bom que a fulana se vá habituando porque senão o mais certo é a nossa convivência acabar facilmente com ela a voar janela fora!... tipinha insuportável...

Planos

Um amigo, ontem, conversa sobre as coisas da vida:

- É por estas e por outras que quando temos oportunidade, quando podemos fazer alguma coisa que queremos não devemos adiar, devemos fazer e pronto! Porque nunca ninguém sabe o que nos espera... pelo menos do presente temos a certeza!

quarta-feira, março 25, 2009

terça-feira, março 24, 2009

Cinza

Dia esquisito. Dia de início de semana, embora não seja. Dia nublado, de calor e frio, nem é carne, nem é peixe. Dia de contactos antigos. Dia de perda, de bicho amigo, de solidariedade. Dia de rescaldo de notícias menos boas, a inspirar cuidado. Dia de decisões em cima do joelho poque não nos dão outra escolha. Dia de trabalho que não é nosso mas agora é. Dia esquisito, muito esquisito, a dar vontade de voltar as costas e passar já para amanhã.

sexta-feira, março 20, 2009

Mr. A - Z



Ontem, noite de concerto.

Tudo começou um dia, há uns meses atrás quando, por acaso, descobri o moço na internet. Comecei a ouvir e a gostar. Boa onda, boa energia mas totalmente desconhecido aqui por estas bandas ao ponto de não se encontrar os seus cds à venda nas lojas.

De repente, uns tempos mais tarde, a mais famosa das músicas começou a dar na rádio a toda a hora, depois outra e mais outra em dueto e quando dei conta já havia concerto marcado para Lisboa! Confesso que achei prematuro, ele "chegou" aqui há pouco tempo, se calhar vai ter lá pouca gente... enganei-me redondamente! Casa cheia!

A animação era mais que muita! Apesar das duas horas de primeira parte (com dois grupos distintos, um deles de uma fulana norueguesa, de vestido princesinha, voz docinha e sininhos em todas as músicas já a dar-me nos nervos!) a malta não dispersou e ia deitando o Campo Pequeno abaixo quando o tão esperado lá entrou.

E confirma-se: a energia passa através de roupa e corpos, navegando livre no espaço e afectando quem aí se encontra. Por isso, convém que seja da boa! Neste caso foi. Ele deu e o público retribuiu em dobro.

quinta-feira, março 19, 2009

Barcelona a saber a pastel de nata

Informação enviada por amigo emigrante cá dos meus! Ou seja, que gosta de coisas boas e não dispensa uma boa farinheira, uma tigelada fofinha e, claro, uns pastelinhos de nata, iguais aos nossos, de Belém!

A Casa Portuguesa, um oásis para o tuga que gosta de comer, em plena terra das tapas.

quarta-feira, março 18, 2009

Piquinho a azedo

Não me considero uma pessoa excessivamente competitiva. Serei competitiva q.b., daquele tipo que, quando se mete nas coisas, é a sério mas não vejo tudo como competição. Além disso, tenho consciência dos meus limites e, mais até, do que pretendo atingir. Se lá chego, dou-me por satisfeita. Se alguém fizer melhor, que bom para eles.

Mas, nem sempre... o ser humano nunca é só uma coisa e eu não fujo à regra. E o que me faz perder esta calma, esta segurança de quem sabe o que quer, esta maturidade? O que me consegue transformar em poço de competição, ser descontrolado, obcecado, capaz de tomar esteróides e drunfs e o diabo, se for preciso?? Não, não é o prémio, não é a competição em si mas sim... a pessoa que está à minha frente, a pessoa que me desafia. Mesmo não me estando, efectivamente, a desafiar! Não sei bem porquê mas há pessoas que, pela simples presença, me fazem logo ligar o modo ready, set, go!. E quando, para além de presentes, começam a falar... juro, começo a sentir uns calores a subir e a ter visões da dita criatura desfeita no chão e eu com um pé em cima com ar triunfante, olhos raiados, a babar e a segurar a taça! É doentio... é que deixo de ver bem, de raciocinar e só consigo pensar no alvo a abater!

A meu favor apenas posso dizer que sou pelos fracos e oprimidos. Regra geral, essas pessoas, com o dom de me "picar", só o fazem porque são uns idiotas. Pessoas egocêntricas, ignorantes, preconceituosas, tapadas, estúpidas como calhaus, portanto, uma gente que não faz falta a ninguém e que só pode prejudicar. Resumindo, até sou uma humanitária.

Mas a questão é: não estarei eu a dar demasiada importância a quem não a tem? É que, convenhamos, os momentos em que tenho esta gente fixa no meu radar requerem um grande dispêndio de energia, de tempo, de concentração! Não os estarei a canalizar erradamente? Valerão estes idiotas esta dedicação?? Claro que não, claro que não. Qualquer pessoa racional, adulta, civilizada, inteligente vê isso... como me considero tudo o mencionado atrás, apesar das evidentes arestas a limar, tenho-me concentrado para não me deixar afectar, por valorizar o que deve ser valorizado, por dedicar o meu tempo a quem o merece, por não deixar que sentimentos menores como o desprezo e a violência se apoderem de mim...

E tenho a dizer que os progressos têm sido imensos! Agora consigo vê-los, programar o canal auditivo para a captura selectiva de informação, sorrir, controlar o ímpeto violento e passar, airosamente, por eles conseguindo, inclusivamente, controlar o membro inferior, vulgo pé e perna, que teima em dirigir-se às suas canelas! Pronto, depois disso fico com crises de ácidos no estômago mas, no fundo, no fundo, sinto-me muito melhor... mais civilizadinha, mais zen, de bem com a vida... e sim, este esgar que agora apresento é um sorriso, é... de... felicidade ou assim...

segunda-feira, março 16, 2009

Tortura II



Estou a preparar a nova edição do jornaleco interno. Cabendo-me a secção de lazer ando agora a pesquisar sugestões para as férias da Páscoa... e como não sou uma pessoa normal, estou a dar por mim a salivar com as imagens de folares, ovos de chocolate e demais iguarias! E ainda há bocado almocei! Eu tenho um problema grave, só pode...

Tortura

Tema da conversa: IRS. Quem entregou, quem vai entregar, as filas, os impressos que todos os anos mudam, as Finanças que não explicam, etc, etc, etc. Pois, quanto a quase tudo isso não há nada a fazer mas quanto às filas, hoje em dia, já não há necessidade nenhuma de as suportar. Entrega-se pela internet, certo?

- Ai, eu não, eu vou lá entregar pessoalmente. Sabe-se lá o que pode acontecer via internet?? Enganarem-se ou assim. Já ouvi falar de casos de enganos e depois a pessoa vê-se à rasca para provar as coisas. Porque com o papel fica connosco a assinatura, o carimbo e o registo em como se entregou e que foi com aquele funcionário. Na internet, diz que fica registado, pois, mas e se há um vírus ou lá o que é? Ataca o sistema e vai tudo para o galheiro? E depois, como provo que entreguei tudo certo e a horas? A partir daí é o caos! A partir daí eles podem inventar o que quiserem! A partir desse momento estamos completamente nas mãos deles e, eu digo-vos, estar nas mãos das Finanças é pior que estar nas mãos da PIDE....!

quinta-feira, março 12, 2009

Ironia

Houve tempos em que a realidade me assombrava e faria tudo para sair dela, para a mudar. Tinha sonhos, daria um braço para que me fosse dada o oportunidade de os alcançar. Sentia-me a definhar e desejava a mudança com uma tal força que me fazia acreditar que, se não a conseguisse, endoidecia, morria. Não endoideci, não morri. E com muito custo, quase como que arrancado a ferros, fiz o esforço de olhar para mim e para o meu mundo tentando ver o que tinha de positivo. Aprendi que a vida é feita de escolhas. E ao escolher um determinado caminho, seja por livre vontade ou por força das circunstâncias, temos que o viver. Não podemos caminhar por ele mas a pensar no outro que abandonámos. Porque, nesse caso, não vivemos nenhum deles. Colocamo-nos numa espécie de limbo. E aprendi também que uma escolha não tem, necessariamente, que ser definitiva. Há possibilidade de alterar o curso dos acontecimentos se assim acharmos melhor. Devagarinho, comecei a ver as coisas com outros olhos. Devagarinho, o caminho escolhido foi-se mostrando menos espinhoso. Devagarinho, abracei o que tinha e o tinha, talvez como consequência, abraçou-me de volta. Devagarinho, recomecei a viver a vida que tenho.

Mas, de repente, sem que nada o fizesse esperar, entreabrem-se algumas portas. Algumas das portas que desejava ver abrir de forma tão desesperada antes. De repente, quando já não pensava nelas. E, de repente também, já não sei se tenho vontade de lá entrar.

quarta-feira, março 11, 2009

Pensamento do dia

E para terminar o dia em beleza, recebo isto:

"Se ainda não encontrou a pessoa certa, não desespere e vá comendo a pessoa errada. O que realmente interessa é estar alimentado."

Avante camaradas!

Reunião de colaboradores com as chefias de alta patente para analisar e comentar resultados de inquérito de satisfação interna.

Achei que ia ser uma seca mas não foi!

A destacar:

- apenas 50% das pessoas respondeu o inquérito. A abstenção novamente a lixar o sistema. O que me parece estranho porque o que se ouve nos corredores...! Então têm finalmente oportunidade de se manifestar junto de quem pode fazer alguma coisa e não o fazem?? A conclusão a que chego é que muita gente "quadrilha" apenas pelo gozo que lhe dá...
- a insatisfação é grande. E com tudo, desde a avaliação até à comida do bar. Até propostas de insonorização dos WC por lá surgiram! Pois acho muito bem, se é para refilar, é para refilar...
- a motivação é grande. Esta, para mim, foi a melhor. Muito insatisfeitos mas muito motivados. Gostamos de apanhar, portanto...
- as pessoas que não foram favorecidas com o dom da palavra deviam estar caladas. Simplesmente porque falam, falam mas ninguém percebe metade do que dizem, fazem figura de parvas e fazem com que pessoas como eu sintam vergonha mesmo não sendo nada com elas. Juro que dei por mim a escorregar cadeira abaixo...
- todos nós temos um bocadinho de comunas cá dentro, ah! pois temos. Nada como um ajuntamento de colaboradores com razões para falar para a vermelhidão vir ao de cima!

terça-feira, março 10, 2009

segunda-feira, março 09, 2009

Volta, estás "aperdoada"!

Noto agora uma coisa curiosa: é verdadeira e faz todo o sentido a expressão don't wish too far because it may come true and then you can't help it.

Tanto desejámos ter descanso, tanto pensámos em como seria bom que a criatura desaparecesse para outra galáxia e nos deixasse trabalhar em paz que agora aconteceu mesmo... (muito doente, baixa 15 dias, olha a novidade).

Mas, assim, gozamos com quem??? Rimos de quem? Quem mais nos poderá perguntar coisas como "como se escreve vice-versa em inglês?" ou dizer "ópois" e "ele é execrível"??

Isto assim é um marasmo...

Domingo

É impressionante como Lisboa pode ter, num mesmo local, com diferença de escassos metros, tanto de bonito...



... como de feio.



Por mim, virei costas e concentrei-me no que valia a pena...


domingo, março 08, 2009

FLAG

Traduzindo: Feira da Ladra das Gajas

Invenção nossa, ou se calhar não, que teve a sua primeira edição este sábado. 6 amigas (as Gajas) resolveram despojar-se do que tinham em casa e já não queriam e vender, a preços simpáticos, umas às outras. Pela minha parte, levei de tudo um pouco. E quando digo "de tudo" não exagero. Vesti a camisola de tal forma que fui considerada pelas restantes de ter o "verdadeiro espírito ladrense"! Ele era ímans de frigorífico, jarras, paninhos de tabuleiro (só os deuses sabem como acumulei tanto paninho de tabuleiro não tendo comprado nenhum...), charutos dos que se recebem nos casamentos, colares, suportes para velas, sacos de viagem e até porta-chaves com marcas de empresas, dados em qualquer acção de marketing. Pensei: se é feira, é feira, ora essa! Escusado será dizer que, se eu não queria aquelas coisas, mais ninguém as quis também, nem para oferecer à tia velhota no Natal!, mas isso é outra história.

Os items mais concorridos, como não podia deixar de ser, foram as peças de roupa. Mulheres e roupa num mesmo local é sempre match made in heaven principalmente quando duas delas são consumistas compulsivas, daquelas que se encantam com coisas nas lojas e, ao chegar a casa, já não gostam e que, ao fazer revista ao armário a decidir o que dar, enchem outro igual. Ó que chatice...! Toneladas de coisas giras, praticamente novas e a preço de amigo. O que mais poderíamos querer???

Depois de duas ou três horas nisto do veste e despe e troca e dá (sim, também houve borlas o que me valeu umas havaianas lindas, prateadas, novinhas em folha, vindas directamente do Rio. Thanks, minha querida E.S. Era tua amiga antes, agora ainda sou mais! ;)) lá fomos comer qualquer coisita. Dado o adiantado da hora já ninguém nos queria servir por isso marchando para o MacDonalds mais próximo.

Aí, já sentadas, a saborear a respectiva junk food, começámos a olhar em volta e a gozar com os grupos de adolescentes que por lá andavam, imberbes como só eles, com borbulhas a povoar a cara e ar de quem considera ser já sinal de grande borga estar à meia-noite num sítio daqueles, sem pais! Coitados, também já fomos assim (embora incrivelmente mais giras e interessantes do que qualquer uma daquelas criaturas, claro) quando, com aquela idade, saíamos à noite e nos juntávamos a desoras (1 da manhã!) nas roulottes de cachorros da 24 de Julho, a saborear os ditos e já a prever a bronca que íamos levar ao chegar a casa. Uma excita!

Nisto, uma das criaturas, a aparentar ter pouco mais que 14 anos, aproxima-se e diz: "Peço desculpa, mas as senhoras importavam-se de me dar as vinhetas que estão nos copos? É que faço colecção". Ó amiga, com certeza, tome lá as vinhetas, isto é para dar o quê? Já sabe, se for um carro é para nós! Ahahah, coitada da miúda, acho que são vinhetas para ganhar um Monopólio ou coisa que o valha...

Mas.... espera lá... ela disse... "senhoras"?!?!?!?!?!?

sexta-feira, março 06, 2009

Não abandone!




E mais...





De manhã

Ouço qualquer coisa, sim, lá longe mas ignoro. Finjo que nada acontece e volto-me para o outro lado. Mas algo me faz começar a abrir os olhos devagar... a luz a fazer-me piscar, os ouvidos a despertar e a deixar entrar os sons. Os sentidos a espreguiçarem-se e a porem-se a postos. Já não, não quero que seja já! Todo o meu corpo reage negativamente, encaracolando-se ainda mais porque está bem assim, quente e confortável, não quer mudar... Começo a ter consciência de mim e essa consciência é a minha maior inimiga. Só serve para confirmar o estado de graça em que me encontro. O vento lá fora e eu aqui, que bom... Mais uma volta, mais um suspiro e o meu casulo a moldar-se às minhas vontades. Luto (mas não com todas as forças) para que a razão venha ao de cima, esforço-me para que a névoa que me envolve e conforta se dissipe e deixe passar a claridade que me irá fazer despertar para o mundo, para a vida, para o dia. Decido que sim, que tem que ser, que será agora, que só vou virar-me mais uma vez e depois deixo a energia começar a correr. É agora, só mais esta vez, é agora... mas de repente... sinto algo quente, macio, fofo... abro um olho devagar e à minha frente encontro um par de olhos verdes, semicerrados, duas patas esticadas na minha direcção, um "prrrrrrrrrrrrr..." de som de fundo e um suspiro mole e ronceiro de quem pretende continuar por ali...

É uma luta inglória...

quinta-feira, março 05, 2009

As coisas que se ouve sem estar a contar com isso...

Num cafézinho de bairro, a fazer tempo para uma consulta. Como companhia apenas três homens, pelos 50, dois sentados ao balcão e o terceiro a servir imperiais do lado de dentro. Um deles fala, os outros ouvem interessados.

- Vocês nem queriam saber... só a consulta, foi um roubo. Na altura ainda era em contos e foram p'raí uns 15. Mas teve que ser, era um especialista e eu já tava a dar em maluco. Queria órinar e não conseguia! Fiz uma catrefada de exames e fui para casa com um antibiótico. Lá me disseram: se não conseguir órinar, volte cá. Eu fiz tudo direitinho como mandaram mas qual quê! Órinar, nada! É que você (a falar com o 2º homem) não tinha vontade, tá a ver? Foi diferente. Agora eu... Jasus, ter vontade e não conseguir órinar, é demais! Lá voltei e disse: sôtore, tenha paciência, homem, mas eu não consigo órinar à mesma! E pronto, receitaram um outro remédio e com esse sim, caramba, com esse foi só descarregar, descarregar, descarregar, nunca mais acabava! Um alívio! Parecia a Fonte Luminosa ali na Alameda! Ehehehe..!

terça-feira, março 03, 2009

Já cheira...

Simulações de vôos, pesquisa de hotéis, vista de olhos pelos guias, a excitação a crescer, a imaginação a levar-me para lá... museus, passeios, esplanadas, comidas, fotos e mais fotos. De volta, para rever, matar saudades. O entusiasmo de uma primeira vez temperado com o gosto do que sei que vou encontrar. Já cheira... cheiro inebriante a conseguir camuflar a antipatia pelos aviões... Viagem à vista! Boa!!

segunda-feira, março 02, 2009

Pessoas que vale a pena conhecer

Se este país fosse de 1º mundo, nada disto seria necessário... mas como não é, ainda bem que há gente assim...

Arnaldo Lopes, bondade em tempos de crise