Traduzindo: Feira da Ladra das Gajas
Invenção nossa, ou se calhar não, que teve a sua primeira edição este sábado. 6 amigas (as Gajas) resolveram despojar-se do que tinham em casa e já não queriam e vender, a preços simpáticos, umas às outras. Pela minha parte, levei de tudo um pouco. E quando digo "de tudo" não exagero. Vesti a camisola de tal forma que fui considerada pelas restantes de ter o "verdadeiro espírito ladrense"! Ele era ímans de frigorífico, jarras, paninhos de tabuleiro (só os deuses sabem como acumulei tanto paninho de tabuleiro não tendo comprado nenhum...), charutos dos que se recebem nos casamentos, colares, suportes para velas, sacos de viagem e até porta-chaves com marcas de empresas, dados em qualquer acção de marketing. Pensei: se é feira, é feira, ora essa! Escusado será dizer que, se eu não queria aquelas coisas, mais ninguém as quis também, nem para oferecer à tia velhota no Natal!, mas isso é outra história.
Os items mais concorridos, como não podia deixar de ser, foram as peças de roupa. Mulheres e roupa num mesmo local é sempre match made in heaven principalmente quando duas delas são consumistas compulsivas, daquelas que se encantam com coisas nas lojas e, ao chegar a casa, já não gostam e que, ao fazer revista ao armário a decidir o que dar, enchem outro igual. Ó que chatice...! Toneladas de coisas giras, praticamente novas e a preço de amigo. O que mais poderíamos querer???
Depois de duas ou três horas nisto do veste e despe e troca e dá (sim, também houve borlas o que me valeu umas havaianas lindas, prateadas, novinhas em folha, vindas directamente do Rio. Thanks, minha querida E.S. Era tua amiga antes, agora ainda sou mais! ;)) lá fomos comer qualquer coisita. Dado o adiantado da hora já ninguém nos queria servir por isso marchando para o MacDonalds mais próximo.
Aí, já sentadas, a saborear a respectiva junk food, começámos a olhar em volta e a gozar com os grupos de adolescentes que por lá andavam, imberbes como só eles, com borbulhas a povoar a cara e ar de quem considera ser já sinal de grande borga estar à meia-noite num sítio daqueles, sem pais! Coitados, também já fomos assim (embora incrivelmente mais giras e interessantes do que qualquer uma daquelas criaturas, claro) quando, com aquela idade, saíamos à noite e nos juntávamos a desoras (1 da manhã!) nas roulottes de cachorros da 24 de Julho, a saborear os ditos e já a prever a bronca que íamos levar ao chegar a casa. Uma excita!
Nisto, uma das criaturas, a aparentar ter pouco mais que 14 anos, aproxima-se e diz: "Peço desculpa, mas as senhoras importavam-se de me dar as vinhetas que estão nos copos? É que faço colecção". Ó amiga, com certeza, tome lá as vinhetas, isto é para dar o quê? Já sabe, se for um carro é para nós! Ahahah, coitada da miúda, acho que são vinhetas para ganhar um Monopólio ou coisa que o valha...
Mas.... espera lá... ela disse... "senhoras"?!?!?!?!?!?
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