Não me considero uma pessoa excessivamente competitiva. Serei competitiva q.b., daquele tipo que, quando se mete nas coisas, é a sério mas não vejo tudo como competição. Além disso, tenho consciência dos meus limites e, mais até, do que pretendo atingir. Se lá chego, dou-me por satisfeita. Se alguém fizer melhor, que bom para eles.
Mas, nem sempre... o ser humano nunca é só uma coisa e eu não fujo à regra. E o que me faz perder esta calma, esta segurança de quem sabe o que quer, esta maturidade? O que me consegue transformar em poço de competição, ser descontrolado, obcecado, capaz de tomar esteróides e drunfs e o diabo, se for preciso?? Não, não é o prémio, não é a competição em si mas sim... a pessoa que está à minha frente, a pessoa que me desafia. Mesmo não me estando, efectivamente, a desafiar! Não sei bem porquê mas há pessoas que, pela simples presença, me fazem logo ligar o modo ready, set, go!. E quando, para além de presentes, começam a falar... juro, começo a sentir uns calores a subir e a ter visões da dita criatura desfeita no chão e eu com um pé em cima com ar triunfante, olhos raiados, a babar e a segurar a taça! É doentio... é que deixo de ver bem, de raciocinar e só consigo pensar no alvo a abater!
A meu favor apenas posso dizer que sou pelos fracos e oprimidos. Regra geral, essas pessoas, com o dom de me "picar", só o fazem porque são uns idiotas. Pessoas egocêntricas, ignorantes, preconceituosas, tapadas, estúpidas como calhaus, portanto, uma gente que não faz falta a ninguém e que só pode prejudicar. Resumindo, até sou uma humanitária.
Mas a questão é: não estarei eu a dar demasiada importância a quem não a tem? É que, convenhamos, os momentos em que tenho esta gente fixa no meu radar requerem um grande dispêndio de energia, de tempo, de concentração! Não os estarei a canalizar erradamente? Valerão estes idiotas esta dedicação?? Claro que não, claro que não. Qualquer pessoa racional, adulta, civilizada, inteligente vê isso... como me considero tudo o mencionado atrás, apesar das evidentes arestas a limar, tenho-me concentrado para não me deixar afectar, por valorizar o que deve ser valorizado, por dedicar o meu tempo a quem o merece, por não deixar que sentimentos menores como o desprezo e a violência se apoderem de mim...
E tenho a dizer que os progressos têm sido imensos! Agora consigo vê-los, programar o canal auditivo para a captura selectiva de informação, sorrir, controlar o ímpeto violento e passar, airosamente, por eles conseguindo, inclusivamente, controlar o membro inferior, vulgo pé e perna, que teima em dirigir-se às suas canelas! Pronto, depois disso fico com crises de ácidos no estômago mas, no fundo, no fundo, sinto-me muito melhor... mais civilizadinha, mais zen, de bem com a vida... e sim, este esgar que agora apresento é um sorriso, é... de... felicidade ou assim...
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