segunda-feira, junho 30, 2008

Portugal é o sétimo país mais pacífico do mundo

E agora que me dizes a isto, F.?

Como se vê, se não contarmos as escaramuças em Alfama nas noites de Santos Populares, dias de derby de futebol ou um estalo ou outro dado a um juiz, isto até é calminho! ;)

sexta-feira, junho 27, 2008

Tic... tac... tic... tac...

O dia arrasta-se e leva-me com ele, também arrastada. Sono, cansaço, moleza, desalento.

O pensamento voa para lugares longínquos onde a imaginação leva a melhor. Lugares onde nunca estive mas que são meus porque eu os sonhei para mim. É lá que quero estar, algo me chama e eu respondo cá de dentro porque faz sentido...

De repente, volto, olho em redor e não reconheço nada embora veja o mesmo todos os dias. Não me revejo aqui, nunca me revi. Nada me apela, nada me responde, nada sequer fala a minha lingua. Isto não sou eu. O pensamento foge outra vez porque é tão melhor voar...

quinta-feira, junho 26, 2008

Bimba

Se me perguntassem há uns tempos atrás eu diria que nunca tinha ouvido falar em tal coisa. De repente, dou conta que há minha volta muitos já receberam a demonstração em casa e alguns decidiram mesmo alargar os cordões à bolsa e deitar a mão a uma. Pelos vistos, a Bimby veio para ficar!

Dizem que revolucionou por completo o trabalho na cozinha e quem adquiriu jura já não conseguir viver sem esta ajudante em forma de balança/panela/sei lá mais o quê. Conheço até quem, tendo ido morar para fora do país, a tenha levado consigo. A mulher até podia não ir mas a Bimby tinha lugar reservado no avião se fosse preciso!

Entendo perfeitamente que as pessoas tenham cada vez menos paciência para cozinhar. O stress, o trabalho cada vez mais exigente, as horas passadas no trânsito, enfim, o dia a dia como o vemos hoje tira do sério qualquer um e o que apetece mesmo, ao chegar a casa, é esticar as pernas no sofá e matar a fome com qualquer coisa que seja só tirar do plástico. Entendo. Mas... aquilo é mesmo assim? Ajuda assim tanto? Justifica o preço? É que o preço, convenhamos! Se formos analisar bem a coisa, uma família portuguesa média composta, vamos dizer, por um casal com dois filhos, até conseguia comprar uma... depois tinha era um outro problema... era capaz de não sobrar grande coisa nesse mês para comprar ingredientes para a Bimby cozinhar! Mas isto é só um pormenor...

Sinceramente nunca achei que aquilo fosse grande coisa nem assim tão indispensável. Admito que deve ajudar, principalmente quem não percebe nada de cozinha porque vem com manuais onde só falta ensinar a partir um ovo. Tem receitas com quantidades, tempos, graus, tudo bem explicadinho para impedir qualquer tipo de azelhice. Com aquilo nada se queima, passa do ponto ou transborda, é um facto. E dizem que é rápida que se farta! Mas, mesmo assim... sempre tive as minhas reservas.

Um dia destes, um colega meu comprou uma. Nos primeiros tempos, não falava noutra coisa: Bimby para ali, Bimby para acolá, ontem fiz isto, amanhã vou fazer aquilo, é um espectáculo, faz tudo, limpa-se sozinha e mais não sei o quê. Já me começava a irritar, confesso, e um belo dia resolvi esmiuçar a questão quando o ouvi dizer que tinha feito na dita um bolo de bolacha que era uma maravilha:

- Fizeste um bolo de bolacha na Bimby?? Precisaste da Bimby para isso?
- Claro! Com a Bimby é num instante! Eu nunca tinha feito bolo de bolacha antes e ficou óptimo!
- Então vamos lá ver... foi a Bimby que molhou as bolachas no café?
- Não, isso fui eu.
- Ok... então... foi a Bimby que empilhou as bolachas para formar o bolo?
- Não, isso também fui eu.
- Então que raio é que a Bimby fez?!
- Fez o creme!


I rest my case.

quarta-feira, junho 25, 2008

ETs

Reunião sobre avaliação. Definição de objectivos para 2008 sendo que estamos em Junho de... 2008! É giro...

Colega discute os indicadores de medida:

- Não posso ser avaliado pelo cumprimento dos prazos quando este não depende de mim mas das empresas contratadas.
- Então serias avaliado como?
- Posso comprometer-me em monitorizar o trabalho das empresas e seria avaliado por isso.
- Ok... então deixa cá ver, os critérios de avaliação seriam... monitorizaste portanto cumpriste, não monitorizaste logo não cumpriste. É isto?
- É uma ideia, sim.
-Portanto... mesmo que as empresas não cumpram os prazos, mesmo que as coisas são sejam feitas, o simples facto de teres "monitorizado" faz-te ganhar pontos... A sério, tu vives em que planeta exactamente??

terça-feira, junho 24, 2008

Sampaio e Barroso acusados de maus tratos a touros

Acabei de ler esta notícia no DN.

Por mais vergonha que sinta não posso deixar de, humildemente, baixar a cabeça, aceitar as evidências e aplaudir. Somos atrasados nestas matérias, é um facto. Pois então haja alguém que o grite, alto e bom som, com todas as letras para ver se alguma coisa muda!

Hoje são os touros... amanhã, quem sabe, é todo um sistema de defesa e protecção dos direitos dos animais a funcionar. Realmente a funcionar!

Cantas bem mas não me alegras

15.30h, já passa.

Nos corredores começa-se a sentir movimento, a ouvir vozes apressadas. "A reunião já deve ter começado". Consigo imaginar, aqui sentada no meu cantinho, o que vai acontecer a seguir por já ter visto tantas vezes... o auditório começa a encher, as pessoas "bichanam" aos ouvidos umas das outras. Há quem se pergunte "o que será desta vez?", há quem não tenha dúvidas que não vai ser nada de especial. As filas mais atrás vão enchendo, os mais atrasados, como que envergonhados, lá atravessam a sala toda para ir para os lugares que ninguém quer, lá à frente.

De repente começam os ilustres a chegar. Os sussurros vão diminuindo e a apresentação tem início. Balanços, projectos, passado, futuro, apelo à motivação, elogios e mais elogios, "vontade de fazer mais e melhor", sempre mais e melhor, em dias de sorte, breve passagem sobre os assuntos que realmente interessam. Mas breve, muito breve... Slides, apresentações esmeradas, ultimamente até com música de fundo e vídeos, vejam só! E acabou. Palmas seguidas de lanchinho para a malta poder dizer que afinal não foi lá em vão.

Ponho-me seriamente a pensar, e quase como dizia o outro, quem é mais burro aqui? Aqueles que de todas as vezes acham que é desta que realmente as coisas mudam? Aqueles que ainda se deixam levar pelas paisagens em powerpoint e pelo discurso optimista, feito com sorriso "colgate" e mil vezes revisto pelos assessores todos? Ou aqueles que se iludem, achando que meia dúzia de palavras-chave, copiadas de manuais sobre motivação de equipas ou coisa que o valha, slides coloridos e pratinhos de sandes e pastelaria miniatura, conseguem convencer a maioria que aquilo que estão a dizer não é a repetição do que já disseram mil vezes por outras palavras, não é atirar areia para os olhos de ninguém, não é tentar desculpar o indesculpável, não é usar palavras caras e bonitas para camuflar o que toda a gente sabe?? Poupem-me...

sexta-feira, junho 20, 2008

E quem não salta... é alemão!!!

Custou-me, palavra que custou.

Mas como ouvi dizer e subscrevo "Agora é pensar no Mundial de 2010!! Aí é que vai ser!"

Nem mais! ;)

quinta-feira, junho 19, 2008

A febre continua

Portugal! Portugal! Portugal!

Não, não quero ouvir! Há mais problemas no mundo? Há! A situação deste país está uma treta? Está! Mas hoje não quero ouvir! Hoje é dia da Selecção!! É dia de nervoso miudinho, é dia de ir a correr para casa para chegar a horas, é dia de arrepios ao ouvir o hino, é dia de partilhar emoções fortes com os amigos, de buzinar na estrada, de gritar Gooooolo!!! como se não houvesse amanhã! Hoje o dia é nosso!!!

Portugal! Portugal! Portugal!

quarta-feira, junho 18, 2008

Viagem

O coração bate descompassado, as mãos tremem, parece que falta o ar e os pensamentos rodopiam a mil à hora, incontroláveis, confusos, angustiantes. A vontade de fugir sem destino, simplesmente correr dali para fora, aumenta. Ataque de pânico. Tenta lembrar-se dos truques... inspirar pelo nariz... expirar forte pela boca... inspirar... expirar... tenta racionalizar, não se deixar levar, controlar o corpo e a mente. Passado um tempo, consegue que o coração comece lentamente a voltar ao seu ritmo normal e o ar parece já fluir como é suposto. Fisicamente, e para quem olhe, já parece refeita mas dentro, lá dentro, o nó da angústia ainda leva algum tempo a desaparecer, às vezes dias, semanas.

É a alma a pedir ajuda através do corpo. Porque às vezes é, pura e simplesmente, demais. A vida é demais. Tentar levantar a cabeça, mantê-la à tona de água quando parece que tudo, mas tudo, nos empurra cada vez mais fundo é demais. Fingir sorrisos, ter que conviver, conversar, socializar quando há uma tristeza vinda não se sabe muito bem de onde nem porquê mas que nos inunda permanentemente é demais. Sentir que não há fuga possível mas querer, mais do que tudo, fugir é demais. Ter que arranjar forças mas sentir a fraqueza a ganhar terreno é demais. As lágrimas sempre a espreitar, os sobressaltos a cada toque de telefone, saber que a vida continua, que não pára e que temos que ir com ela mesmo que tenhamos uma vontade louca de parar, dormir, descansar e não acordar para não sentir mais nada... é tudo demais.

Inspira... expira... inspira... expira... e confia. Amanhã vai ser melhor.

terça-feira, junho 17, 2008

Piadista

"Vou de férias na 2ª feira durante 3 semanas! Vou desligar o telemóvel, não atendo ninguém e aqui, olhe, fica cada um por sua conta, não quero saber!"

Assim, de repente, não parece ser uma coisa com muita piada, pois não? Mas nós achámos... olhámos uns para os outros e rimos... e porquê? Sendo que esta conversa foi tida ao telefone por quem supostamente nos coordena, tínhamos duas hipóteses: ou riamos de tão estúpida que é a situação ou desatávamos ao biqueiro!

A sério, alguém me diga, quando é que NÃO estamos por nossa conta?!?

Escolhemos rir. Sempre faz melhor à saúde.

quarta-feira, junho 11, 2008

Lindo... !

"Há pessoas para quem a palavra "escrúpulos" é sinónimo de ilha grega, estás a ver?!"

Colega com vontade de esganar outro

segunda-feira, junho 09, 2008

Feriadão... semanão... tudo "ão"!

E eu aqui... ok, podia ser pior: o telefone praticamente não toca, posso "esticar" a hora de almoço, não há trânsito, de certeza que logo à tarde me consigo escapar mais cedo... era melhor estar na praia, era... mas também não é mau de todo estar aqui... podia ser bem pior...

(esta coisa de tentar sempre ver o lado positivo das coisas já me começa a dar nos nervos!)

Achado

E de repente, navegando por outros blogs, sem procurar por nada em especial, dou de caras com este moço. Não conhecia mas fez-me sorrir e querer ouvir mais. Boa!

sexta-feira, junho 06, 2008

Sexta feira à noite

A reunião de condomínio estragou qualquer hipótese de programa.

Mas depois de 1 hora e meia a discutir orçamentos para a pintura do prédio, ouvir queixas sobre o barulho de vizinho para vizinho e cusquices sobre o filho da fulana do 6º andar, que é um vigarista de primeira e que até já andou a arrumar carros (vizinhança finíssima, portanto), sabe bem, muito bem, chegar a casa, ter um bombom à minha espera (quase tirado a ferros, mas ok, assim dito até soa a coisa altamente romântica), esticar as pernas no sofá, receber mimos de dois gatos carentes (sim, porque a minha ausência é mais notada do que a tua, convenhamos) e relaxar... mesmo tendo como barulho de fundo um dos milhentos debates em directo a propósito do Euro que tu teimas em ver.

Estás aqui e isso faz-me sentir bem.

A febre

Portugal! Portugal! Portugal!

(Não era tão bom que fizéssemos boa figura neste Euro? Era da maneira que, durante 2 ou 3 semanitas, a malta não se preocupava com o estado da nação, com o preço da gasolina, com os contratos de trabalho precários, com os impostos... nada como a euforia colectiva para anestesiar os portugueses nem que seja temporariamente. Era bem bom... Para mim, anestesia de dose cavalar, faz favor!)

Portugal! Portugal! Portugal!

terça-feira, junho 03, 2008

Consultório

4 da tarde. Sala cheia. "Portugal no Coração" na televisão. Mensagens em rodapé:

"Flávio, Murtosa: Adoro-te muito, Cidinha. Parabéns para o progama."
"Ana, Saxon, Suíça: Beijos e abraços para todos os meus familiares e amigos em Portugal. O vosso programa é expetacular."
"Luís, Cacém: Tânia és linda. Sucesso para o programa."

De repente aparece a Maria Vieira no écran, vestida de Ginja Roxa, uma punk, pelo que consigo perceber.

Comentários de duas senhoras de alguma idade à minha frente:
- Ah... está tão gordinha... mas fica-lhe bem.
- Não... é da roupa que a faz ficar assim "entufada".
- Ah... está bem...

2 minutos depois:
- Mas realmente está diferente. Assim mais gordinha...
- É do "entufado".
- Pois...

E mais 2 minutos:
- Mas olha, ainda bem que não anda com aquelas manias da magreza como essas miúdas de agora. Fica-lhe bem.
- Assim "entufada", pois... porque é do "entufado"... como eu disse.

Clã

Risos, conversas paralelas, discussões mais ou menos acesas. A sala está cheia. De gente, de vozes, de laços, de memórias. É sempre assim quando nos encontramos.

Lembro-me de ser pequena e de me perguntar o que aconteceria se os meus pais morressem, os dois ao mesmo tempo. Quem tomaria conta de mim? A resposta veio rápida por ser tão óbvia: todos, claro. Não duvidei por um segundo e foi com essa segurança que cresci.

E aqui estamos nós, mais uma vez. Pais, filhos, tios e tias, primos e primas. Aqui estamos nós, unidos por laços estreitados desde há muito, juntos porque assim tem que ser, porque não conseguimos imaginar de outra forma. Aqui estão as mãos que pegaram os mais pequenos ao colo, que os embalaram e que agora se pousam nas nossas costas reafirmando o que nunca foi necessário dizer. Aqui estão os sorrisos que cresceram comigo, as memórias de brincadeiras e zangas de miúdos, agora graúdos, mas que se olham como se o tempo não tivesse passado.

Não é tudo perfeito, não concordamos em tudo. Aliás, concordamos em discordar. Não é tudo perfeito, houve gente que já partiu e que faz tanta falta... mas que está aqui, no meio de nós. Não é tudo perfeito mas eu sei que, onde quer que esteja, o que quer que me aconteça, eles estão comigo. Sempre.

A censura é lixada...

... mmmmmm... mmmmmm... mmmmmm...