quarta-feira, setembro 30, 2009

D mais O mais I mais D mais A igual a ..?

Chegámos ao fim de Setembro. Reparo agora que foi o mês com mais posts de todo o sempre! Motivo para comemoração? Hardly... E as razões, quais são as razões? Ando mais "faladora"? Não tenho o que fazer? Entrei em alguma competição imaginária de blogs para ver quem diz mais coisas que não interessam a ninguém em menor espaço de tempo? Tenho a cabeça cheia de treta, preciso deitar cá para fora e como já ninguém me atura despejo aqui porque este, ao menos, não se queixa? Estarei a ficar esquizofrénica e, embora na realidade esteja a falar sozinha, acho que o computador é, no fundo, a minha educadora de infância a fazer jogos de palavras comigo?? Anyone..? Anyone..?

Tenho para mim que é bem capaz de ser tudo junto...

Robot

Quero mudar. Quero conseguir que a racionalidade se sobreponha a tudo. Quero que o meu cérebro comande e não o meu coração. Quero dizer a mim própria "não", "sim" e todas as outras palavras definitivas e passar a senti-las. Eu sei que é possível, já vi acontecer. Eu quero isso para mim. Estou cansada de não ter mão no que sinto. Quero controlar o coração para ele sentir apenas o que quero. Quero controlar os meus dias, o meu estado de espírito, quero conseguir rir quando me apetece, quero conseguir não chorar, mesmo quando é só por dentro. Quero conseguir viver o que deve ser vivido e desprezar o que me faz mal bastando para isso dar uma ordem. Quero poder dizer a mim própria o que devo sentir e senti-lo. Quero que dizê-lo seja o bastante.

Isto faz de mim qualquer coisa parecida com uma máquina? So, be it.

Make a wish

Amanhã vai ser melhor, amanhã vai ser melhor, amanhã vai ser melhor...

segunda-feira, setembro 28, 2009

Lá atrás... #2

É esta..!

O gato lambareiro

Era uma velha que vivia numa ilha.
Era uma velha que vivia numa ilha.

E tinha um gato com olhos cor de ervilha.
E tinha um gato com olhos cor de ervilha.

Mas esse gato gato era muito lambareiro.
Mas esse gato gato era muito lambareiro.

Andava sempre, andava sempre ao cheiro.
Andava sempre, andava sempre ao cheiro.

Mas certo dia sem a velha dar por isso.
Mas certo dia sem a velha dar por isso.

Foi à cozinha e comeu o chouriço.
Foi à cozinha e comeu o chouriço.

O velho chega, chega p'ra jantar.
O velho chega, chega p'ra jantar.

E vê a velha na cama a soluçar.
E vê a velha na cama a soluçar.

Mas ó mulher o que tens o que foi isso.
Mas ó mulher o que tens o que foi isso.

Foi o nosso gato que nos comeu o chouriço.
Foi o nosso gato que nos comeu o chouriço.

O velho pega, pega num cacete.
O velho pega, pega num cacete.

E põem o gato a andar de rabanete.
E põem o gato a andar de rabanete.

Nada a declarar

Mais do mesmo, mais de tudo, mais de nada.

Mais vale estar calada.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Palavras

Não.

Areia

Vou deixar de fazer contas. Vou deixar de contar o tempo. Concluir, factualmente, que ele está a passar desespera-me. Quero agarrá-lo e não consigo, ele escorre entre os dedos. Tenho que deixar de fazer contas. Contas dos dias que passaram, dos dias em que a saudade entrou na minha porta e nunca mais saiu, dos dias de distância, afastamento, dos dias que me separam de uma outra vida. Tenho que deixar de contar os dias, as semanas e, agora, principalmente os meses. Os meses doiem mais que qualquer outra medida porque são o ponto de não retorno, são eles que fazem a ponte entre o pouco e o muito tempo. Os meses já não só dias, já não são só semanas e estão a um passo de se tornar anos. E quando se começam a contar anos é porque já estamos longe demais.

quinta-feira, setembro 24, 2009

FarmVille ou o desejo secreto que há em cada um de nós, trabalhadores citadinos, de querer mesmo é plantar batatas

Colega a despedir-se de mim:

"Até amanhã. Vou limpar uma quinta! ;)"

Correnteza

Quebrar o ciclo. É urgente quebrar o ciclo. É imperioso sair da enxurraga, deixar de permitir que nos levem contra vontade. Tomar o destino nas mãos. Só resta saber se se consegue nadar contra a corrente e chegar, finalmente, a terra seca. Mas o ciclo tem que ser quebrado, interrompido porque se continuar corre-se o risco de submergir definitivamente.

Constatação #2

A solidão é, acima de tudo, um estado de espírito.

quarta-feira, setembro 23, 2009

És tu, sopeira... és tu que vens aí?

Sempre me irritaram as pessoas que, ao perguntar-se-lhes "Então, tudo bem?", respondem, com um ar mais ou menos enfadado e encolher de ombros, "tudo andando" ou "vai-se indo". Porque não dizem sim ou não, tudo bem ou tudo mal? O que quer dizer "andando"? Andando andamos todos nós, certo? Tem que ser, anda-se e pronto. Mas a vida não é só isso, é sempre mais qualquer coisa. Dizer "vai-se indo" é redutor, é mole, é assim assim, sem sabor. Vai-se indo como, senhores?!? É uma expressão tão desinteressante... de gente poucochinha, com uma visão redutora das coisas da vida, de quem não vive as coisas em pleno e se contenta com pouco ou não se contenta com nada, sei lá. De quem não sente nada a 100%, de quem anda a meio gás. É morno... e, ainda por cima, não quer dizer nada de especial. Quem ouve fica a saber exactamente o quê? Nada, absolutamente nada!

Mas... como se costuma dizer (embora não seja fã da expressão acho que para aqui não há outra melhor): quem cospe para o ar, arrisca-se a que lhe caia em cima (a imagem, por si, é do pior... mas ok...). E é isso mesmo que me está a acontecer. Nos dias que correm, quando me perguntam sobre o meu estado de espírito, o que me ocorre é isso mesmo: vou andando. Portanto, ando a levar com cuspidela atrás de cuspidela (aargghh..).

Enfim...

E porquê? Porque digo "vou andando"? Parece complicado mas é mais ou menos simples:

Ando porque tem que ser, essa é a primeira razão. Eu e toda a gente. Na vida anda-se para a frente mesmo que não se queira. O mundo gira, os dias vão passando e nós vamos passando por eles também, sempre em frente. É assim que a coisa funciona.

Por outro lado, não posso dizer que está tudo bem. Não está, seria mentir. Como é óbvio, se for preciso, minto. Se o interlocutor for a vizinha do lado ou a senhora de mercearia, a resposta é, acompanhada de sorriso mais ou menos estonteante, "tudo óptimo!", por razões óbvias. Mas para quem me conhece... Além disso, apesar de todos os cursos e workshops na área, não sou assim tão boa actriz quando se trata da realidade. Essa, infelizmente, e para quem vê para além do óbvio, está espelhada na minha cara, na minha voz, nos meus olhos (as p**** das rugas, portanto...).

Podia dizer: tudo mal. Podia... mas não está tudo mal. Penso sempre que há quem esteja muito pior. Há pessoas a dormir na rua, a sofrer com guerras mesmo na soleira da sua porta, há pessoas com fome. Isso sim, é estar mal. E, comparando, não posso dizer que estou. Além de que... já chateia, francamente! Eu já estou farta de me sentir mal e calculo que os outros, que me ouvem, também devem estar! Deve ser extremamente aborrecido, passado um certo tempo, continuar a ouvir lamúrias e lamentos e a ver olhos de carneiro mal morto! Eu sei que, a mim, já começa a fartar! (E com isto acabei de chegar à conclusão que estou cansada de mim mesma... olha que bonito...).

Bom, posto isto... resta o quê? O "vou andando", nem mais. Que não é coisa nenhuma, que é assim assim, que é uma seca de uma resposta e que critico veementemente! Mas é o que é.

Mais uma vez, e visto que parece que estou em maré de assumpções, há que assumir também isto com frontalidade: nos dias que correm, sou uma pessoa do "vou andando". Sou a D. Amélia, dona de casa reformada, que ocupa os dias a falar com as vizinhas sobre as suas artroses e sobre as discussões que ouve vindas do 3º esquerdo; sou a porteira do prédio cuja ambição maior é comprar um candeeiro de tecto, tamanho XL, todo feito de vidrinhos brilhantes para cair sobre a mesa da casa de jantar que, por sua vez, nunca é usada a não ser quando recebe os primos da Suíça, e aí poder dizer-lhes que aquilo "foi para lá de um dinheirão!"; sou o TóMané cujo maior sonho é instalar um avançado na sua roulotte do parque de campismo da Costa da Caparica para que, no próximo Verão, possa assar sardinhas à sombra enquanto bebe umas valentes "jolas" e mete inveja à restante malta do complexo...

É verdade... sou, actualmente, uma pessoa do "vou andando" e temo que esteja a um passo de começar a ir "andando" de bata e rolos na cabeça ao minimercado da esquina... Meeeeedo! Muito!!

terça-feira, setembro 22, 2009

Uma outra visão da coisa ou uma história para boi dormir

Sou um pequeno comboio de mercadorias (Um comboio, vês? Um comboio...).

Ali vou eu, no meu caminho, na minha linha, a fazer o meu percurso, calmamente, dentro do horário. De repente, um choque frontal com uma composição bem maior. Sem aviso, sem fuga possível. Saio dos carris com violência, a mercadoria no vagão é projectada para todos os lados. E eu vou, empurrado pelo impacto, parar algures, uns quilómetros, muitos quilómetros!, afastado da minha linha.

Durante um tempo ali fico. Sem andar, danificado, sem qualquer capacidade de voltar aos carris sozinho.

Mas os dias vão passando, os estragos são analisados e os arranjos vão-se fazendo. Peças velhas são recuperadas, outras só servem para deitar fora. A pintura tem que ser refeita e há muitos ferros amolgados, a precisar ser endireitados. Aos poucos, a pequena composição vai tomando forma de novo. Não a forma inicial mas alguma forma, a forma possível.

O chefe de estação agita-se, o comboiozinho tem que se fazer à vida! Há que voltar à linha, recomeçar a andar, fazer o seu percurso. Há outras estações, mais adiante, à sua espera. Há horários a cumprir e há mercadoria nova à espera no cais.

Mas ainda não é possível. O novo mecanismo ainda não está oleado a 100%, a máquina antiga ainda não o reconhece. E a velha mercadoria, antes arrumada e organizada dentro do vagão, jaz agora sem qualquer nexo. Caixas por cima de caixas. Objectos espalhados por todo o lado. É necessário tempo para pôr tudo em ordem de novo. Há que recolher o que caiu, ver o que se aproveita e o que se dispensa, encaixotar, catalogar, organizar nos seus devidos lugares. Só assim a mercadoria nova pode entrar. Só assim há espaço para ela.

Enquanto isso, enquanto arrumo e não arrumo, aguardo na estação, a ver os outros comboios passar. E espero. Até que a bandeirola dê outra vez o meu sinal de partida.

Boreal



E assim, finalmente, acaba o Verão mais comprido da minha vida. Recebo o Outono de braços abertos e espero, à semelhança do que acontece com as árvores, que vêem as suas folhas cair e forrar o chão, poder assistir, também eu, à minha própria renovação.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Ora nem mais!

Danos colaterais

Aqueles que não são parte da guerra mas que, por estarem perto, apanham também com os estilhaços. Aqueles que não têm culpa ou acção ou mão em qualquer acontecimento mas que estão no nosso mundo e, como tal, acabam por sofrer também as consequências quando este se vira do avesso. Aqueles que são afectados sem nada ter feito e sem nada poder fazer.

domingo, setembro 20, 2009

Domingo domingueiro

Dia calmo, sem nada planeado, sem nada de especial para fazer. Dia de cafezinho no sítio do costume, ainda de manhã, para apanhar sol e arejar. Dia de almoço tipicamente português, no forno, bacalhau com azeite e alho. Dia de colagem de gato partido e sintonização da tv emprestada. Dia de biscoitos, os tais, que acabaram por ficar iguais aos primeiros, e de deitar conversa fora, sobre tudo e sobre nada, e de não dizer nada também. Dia de fazer sopa para a semana e companhia aos gatos embora tivesse sido trocada pelo sol a bater na parte de trás da casa. Dia caseiro, calmo, sem nada planeado, para fazer frente à semana que aí vem.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Bons modos

Reparei agora que o corrector ortográfico do Outlook não reconhece a palavra "merda". Mas existe vocábulo mais português do que este?!

(Para aqueles que, neste momento, se interrogam sobre o facto de eu ter estado a escrever "merda" num email... don't ask...)

"Uma meia meia feita, outra meia por fazer. Diga lá, minha senhora, quantas meias vêm a ser?"

Era o ponto de partida para a minha mãe começar a despejar uma série de adivinhas do mesmo género que me deliciavam quando era pequena. E eu alegremente respondia, perante a cara estupefacta da minha progenitora: 5!! (pronto, a matemática nunca foi o meu forte... mas o que interessa é participar, certo?? e eu tinha outras qualidades...)

Nunca fui muito pessoa de "meias". Não me refiro às de calçar, dessas gosto até porque os meus pés têm tendência a gelar mais do que qualquer outra parte do meu corpo. Mas coisas a "meias" ou meias estações ou fazer as coisas pela metade... Meus caros, ou é ou não é, ou se come tudo ou não se come nada, ou é uma coisa ou é outra! Por exemplo: comer um doce a meias. Complicado. Geralmente acedo e até proponho com o intuito de me ajudar a controlar a lambarice. Assim só ingiro metade das calorias. Mas desgraçado de quem partilhar comigo... é que vou comendo, comendo, comendo, e se a pessoa não está atenta, vou à parte dela sem dar conta e pronto. É mais forte que eu! Porque se está lá... está a olhar para mim... está a pedir para ser comida... Complicado.

As meias estações, essas então, dão cabo de mim. Ou bem que está calor, ou bem que está frio, caramba! Eu sou pessoa ou de sandálias ou de botas! Tudo o resto me parece um desperdício de tempo, de recursos, de energia. Mas as ditas meias estações existem e eu tenho que lidar com elas... e quando começam... "bolas! não tenho roupa de meia estação, não tenho sapatos de meia estação... bolas, de manhã está frio, ao almoço está calor, à noite está frio outra vez, levo casaco?... e agora chove, e agora está sol... argghh! Decidam-se!". Complicado...

E fazer as coisas pela metade... dá-me nervoso miudinho! É coisa de gente pouco decidida. Se é para fazer, então que se faça de uma vez! "Ah... faço agora meio xixi e daqui a bocado mais meio.." ou "ah.. penduro agora meio quadro e depois o resto". Faz algum sentido?? Então porque não se aplica a norma a tudo? Que necessidade há de arrumar parte do armário hoje e a outra amanhã? Parece que se cansam pelo meio, não sei. É muito mais fácil, já que estamos com a mão na massa, arrumar tudo de uma vez e ficarmos despachados, não é?

E neste seguimento, tudo o que se relaciona com estar no "meio". Há quem lhe chame equilíbrio. Pois, depende dos casos. Eu também lhe chamo "síndrome da Suíça". Muitas vezes estar no meio significa não se comprometer com uma posição. Nem para um lado, nem para o outro. Não assumir uma escolha. Andar ali a ver para onde pende a balança, a analisar, a ponderar... E eu detesto ver-me assim. E mais detesto quando sei e sinto que não estou a conseguir agir de outra forma. Dou voltas à cabeça, penso, penso, e... não chego a lugar nenhum. Se formos a ver... há ainda um terceiro nome para isto: limbo.

Ironia das ironias: para uma pessoa como eu, que gosta de tudo bem definido e arrumado e decidido, olho à minha volta, dentro do "meu" mundo tresloucado, e só vejo "meios xixis"! Está tudo a meio, pela metade, assim assim, nem para um lado nem para o outro!

E, para piorar, o Outono está aí à porta...

Não hei-de eu andar a precisar de drogas... irra!

quinta-feira, setembro 17, 2009

Pescadinha

Parece que não tenho sono, deito-me tarde. Deito-me tarde, não me consigo levantar de manhã a horas decentes porque nessa altura estou cheia de sono. Não me consigo levantar de manhã a horas decentes porque nessa altura estou cheia de sono, ando a correr e chego tarde. Ando a correr e chego tarde, fico danada porque assim também não consigo sair cedo e o dia parece que se arrasta porque estou podre. O dia parece que se arrasta porque estou podre mas à hora de, finalmente!, sair parece que recupero energias. Recupero energias e parece que não tenho sono, deito-me tarde.

A sério... eu juro que já fui uma pessoa normal... não me lembro bem, mas já fui, de certeza...

quarta-feira, setembro 16, 2009

Desabafos de quem quer encontrar algum sentido na confusão mas não consegue até porque, às vezes, nem faz por isso

Há alturas na vida assim, parece que o mundo está contra nós. Coisas grandes, coisas pequenas, coisas assim assim. Tudo se junta. E nós a termos que as gerir conforme podemos.

Há coisas que não podem ser resolvidas. São o que são e não há nada a fazer. Temos que as aceitar e viver com elas. Há outras, regra geral mais pequenas, que até são de fácil resolução. Mas, e se calhar justamente por isso, vão sendo deixadas para trás. Só que... pequenas, pequenas mas não invisíveis. Continuam lá, quietinhas, mas devolvem o olhar quando olhamos para elas e dizem: "estou aqui, estou aqui, ainda não me resolveste...". E se há coisa que me tira do sério são, justamente, coisas por resolver...

Mas o ser humano é um bicho estranho. Ou melhor, pelo menos este ser que vos fala é. Irritam-me as pendências mas não trato delas como e quando gostaria. Depois irrito-me porque não tratei o que, por sua vez, origina ainda mais falta de disposição que se vai juntar ao rol de desculpas para continuar a não tratar! É a p*** da bola de neve! E lá vou eu rolando, rolando, montanha abaixo, cada vez a ficar mais presa enquanto a bola aumenta de volume. E diz que a coisa só se resolve quando chegar ao sopé da dita e a bola se desfizer. Ou então se, no caminho, me espetar contra uma árvore ou entrar, inadvertidamente, numa casa em chamas e a neve derreter, sei lá. Enquanto isso, lá vou rolando, rolando e engolindo pirolitos... ou flocos, não sei bem o que se aplica neste caso.

O meu carro é uma dessas pendências. Temos pena, coitadinho, velho e valente amigo, mas há que encarar com frontalidade: o meu "EU" (o carro, não o outro... ou se calhar também o outro...) já deu o que tinha a dar. Anda nas horas se assim lhe for solicitado mas tremelica por todos os lados, tipo cadeira de massagem para dar conta da celulite, e faz um barulho ensurdecedor! Por um lado, tenho sorte, como vivo perto do aeroporto os vizinhos não levam a mal porque acham que é um avião a descolar. O pior é que o barulho está lá mas o gajo não voa, o que até dava um certo jeito em determinadas circunstâncias. E também não elimina a celulite. Mas adiante.

Para além disso, bebe demais. Não sei se é assim desde o início da nossa relação e o amor impedia-me de ver, se com a idade está pior... o que é certo é que já começa a não haver dinheiro para lhe sustentar o vício! Volta e meia, e quando achava que ainda ia levar o seu tempo até voltar à bomba, lá dou por ele só a andar a vapores. Não há carteira que aguente. Tenho sorte que não me bate mas mesmo assim... não sou mulher de sustentar bêbedos!

Para rematar, e aqui a culpa não é dele, 'tadinho, há que assumir, ele anda... vá... quero ver se sou meiguinha... nojento!! Não é lavado há... err... muitos dias! E porquê? Porque quero lavar por dentro e por fora e, à excepção dos Mister não o quê que existem nos centros comerciais, não encontro uma alma caridosa que faça o serviço completo, salvo seja. Ora... sendo assim, não vou gastar uma pipa de massa para ficar brilhante por fora sendo que lá dentro continuam a formar-se comunidades de fauna diversa. Não faz sentido. E para aumentar um bocadinho mais a camada de porcaria, há a trampa dos folhetos de tudo e mais alguma coisa que me espetam nos vidros! (Sim, sim, esta é a minha mais nova guerra de estimação. Tenho algumas considerações a fazer sobre o tema, incluindo propostas de lei e devidas coimas/castigos corporais a quem não cumprir as regras mas isso fica para um outro post). Não há direito, passo a vida a guardá-los no porta luvas para não os deitar para o chão e, claro, nem sempre me lembro deles lá e o tempo vai passando e já se vê onde quero chegar.

Para piorar, houve um dia que decidi borrifar-me num determinado folheto que estava mesmo à frente do lugar do condutor (tudo planeado, claro está, pelas mentes brilhantes que distribuem aquela treta, para obrigar o desgraçado a pegar naquilo se quiser conduzir sem atropelar nenhuma velhinha) e deixei-o estar. E ele ali ficou. Choveu, fez sol, choveu outra vez e o danado, a dada altura, lá desapareceu. Mas, curiosamente, deixou marcas. O folheto era sobre uma clínica de próteses ali da zona e tinha uma senhora loura, muito sorridente, a anunciar as promoções. Ora, as intempéries fizeram das suas, a tinta manhosa do folheto também ajudou, o folheto saiu mas a senhora não! Fiquei portanto com a loura colada no vidro, meia de lado, a sorrir para mim!

Bom, mas isto tudo para dizer que há coisas da treta que atrapalham a vida por si só já complicada. São simples de resolver, não são nada demais, não são problemas graves. Mas chateiam. E eu ando numa fase que quero tudo menos que me chateiem.

De qualquer forma, e dado que de momento a minha cabeça não dá mesmo para mais, que se lixe! Assumo a bola de neve e cá continuo a rolar, a rolar sendo que tenho agora uma protésica (é assim que se diz?) para me acompanhar nas minhas viagens por essa montanha fora, sempre a olhar para mim... se formos a ver, podia ser muito pior!

Conselhos para saber viver #3

"Quando não se sabe o que se há-de fazer, o melhor é não fazer nada."

terça-feira, setembro 15, 2009

Lá atrás... #1

Este ano, o dia do meu aniversário foi um dos dias mais tristes da minha vida. Felizmente, para minimizar essa tristeza, tive a atenção de muita gente que não se esqueceu de mim. Telefonemas, visitas pessoais, abraços, beijos e prendas, com direito a papel de embrulho colorido e fitas e tudo!, de quem me quis animar nem que fosse só um bocadinho. De quem não quis deixar de o festejar, de quem não quis deixar que eu o esquecesse, que eu ME esquecesse. E tenho que confessar: hoje, olhando para trás e apesar de tudo, o que recebi nesse dia foram as melhores prendas do mundo.

Inconveniência

Amiga vai, pela 1ª vez a um determinado local, para fazer a depilação. Começa a preparar-se e eis senão quando...

Esteticista/depiladora: Ah..! Está de bebé?
Amiga: Errr... não... isto é mesmo assim...
Esteticista/depiladora: Ah...
Amiga (de si para consigo): Há-des ter hemorróidas, porca...!


O resto da sessão decorreu em pleno silêncio...

Quááá!

Sim, o Patrick Swayze morreu. Sim, todos temos pena, era um homem ainda muito novo, dançava que se fartava e parecia pessoa do bem o que faz sempre falta neste mundo. Mas... o colega de sala escusa de se pôr a cantalorar o "(I've had) The time of my life" em homenagem! O moço, que os deuses o tenham, lá onde estiver, deve estar a arrepiar-se e nós, os vivos, nem se fala! Tenha piedade, guarde a veia de pato canoro lá para casa...

segunda-feira, setembro 14, 2009

Back to basics

Para terminar em beleza uma noite de neura nada como umas quantas bolachas Maria embebidas em leite morno...

A verdade nua e crua

Nada como envolver alguns grandes e bons amigos para levar a cabo um pequeno exercício de autoconhecimento. A coisa era simples: cada um deles deveria nomear três características minhas. Teriam quer ser características marcantes, daquelas que não deixam dúvidas quando se fala de mim, que são "a minha cara", que me definem enquanto pessoa.

Antes dos resultados, apenas algumas notas importantes:

1. Todos, sem excepção, responderam.
2. As respostas variaram na sua apresentação de forma muito curiosa: houve quem nomeasse tipo lista de supermercado (arroz, farinha, teimosa, inteligente...), quem fizesse comparações (és assim e eu vejo isso porque eu sou mais assado ou sou igualzinha e como tal...), quem explicasse cada uma (digo isto porque aquilo e está, de certa forma, também relacionado com aquela outra que também faz sentido...) e quem dividisse entre o que sou verdadeiramente e o que mostro aos outros (para quem não te conhece pareces assim mas depois vai-se a ver...).
3. Ninguém, e repito, NINGUÉM nomeou só três! (Não sei se este tipo de exercício "puxa pela língua" ou se sou eu que sou muito complicadinha...)
4. Houve muito poucas características repetidas. (Mais uma vez... complicadinha...?)
5. Por último, não houve nada que me tivesse surpreendido. Houve menções das quais gostei mais, outras menos mas nenhuma me surpreendeu. O que me leva a nomear mais uma característica que ninguém apresentou mas apresento eu: a grandessíssima capacidade de autocrítica da minha modesta pessoa, ah pois é!

E posto isto, aqui vai a listinha maravilha organizada por ordem alfabética e sem rodeios! Aos que participaram o meu agradecimento.

O que sou:
Amiga - Antipática - Boa ouvinte - Brutinha - (Com) Carácter - Carinhosa - Controladora/Controlada - Convicta das suas ideias - Culpabilizada - Egocêntrica - Desconfiada - Determinada - Directa - Disponível - Divertida/Com sentido de humor - Doce - Espirituosa - Forte - Gentil - Insegura - Justa - Lúcida - Meiga - Perfeccionista - Perseverante - Recta - Responsável - Simpática - Teimosa

O que pareço:
Insensível - Fria - Sisuda - Snob


P.S.1: não houve uma alminha que fosse que seguisse as minhas sugestões... linda, inteligente que até dói, etc... não percebo porquê...

P.S.2: nope... ainda não foi desta que consegui a droga... aparentemente houve elogios a mais. Se tivesse sido uma lista profundamente negativa, aí sim, era droga, era camisa de forças, era internamento, era lobotomia até! Mas assim não deu...

Uma espécie de cookies... ou assim...

A ideia de fazer biscoitos ficou-me na cabeça. E o blog do costume não ajudou. Por isso, lá me enchi de coragem e resolvi experimentar esta receita. Parecia uma ideia engraçada, original e, acima de tudo, boa o suficiente para matar de vez o bicho guloso que me andava aqui a infernizar. Posto isto, aqui vamos nós! Saca do kit bolos, da batedeira e mãos à obra!

Uma coisa que me caracteriza é que, em princípio, sigo as receitas à risca. Mas não deixo que me espartilhem. Sou perfeitamente capaz de adaptá-las um pouco (há quem lhe chame inventar) se, por exemplo, não tiver algum ingrediente ou se antes dos 20 minutos de forno indicados o prato já me parecer em condições. Digamos que a vou moldando à minha medida, ao meu gosto, às minhas condições na cozinha se for preciso. E foi: por exemplo, tinha tudo menos os chips de chocolate. Ora, não faz mal, coloca-se outra coisa. Gosto de nozes, biscoitos com nozes é sempre bom. Aliás... bom, bom eram avelãs... e uma pitada de caramelo... boa! E se tostar as avelãs antes ainda melhor... isso! É mesmo assim que vai ser.

E lá começam os trabalhos. Ok, a massa está um bocado líquida, deixa cá ler melhor... grunf! diz na receita que tem que ir ao congelador umas 8 horas antes! Mas eu queria comer agora! Por isso, que se lixe, isto tem bom ar, sabe bem, é massa de biscoitos, certamente que dá para pôr já no forno. Portanto, toca de fazer os montinhos no tabuleiro. Pronto... os montinhos estão a desfazer-se um bocadinho, é certo, mas de certeza que, com o calor, assumem forma de... vá lá, bolachas ou assim. O que também é bom. E portanto, forno com eles (ou elas)!

Aguarda-se então um bocado, vai-se espreitando a ver como vai... ok, o facto de, no momento, os montinhos estarem-se a juntar e a formar um monobolo mole não estava propriamente planeado. Mas não há-de ser nada, uma vez cá fora, cortam-se e pronto. E quanto à consistência, diz na receita para tirar do forno mesmo assim e deixar arrefecer. Cá está! Depois de arrefecer ficam, de certeza, com consistência de bolacha (monobolacha, no caso)! E cheiram bem que se farta... hhumm....

Tirados do forno, resta esperar então...

O resultado foi este:



Lindos, não são?

Pronto... nunca ficaram crocantes ou estaladiços ou whatever que os biscoitos ou bolachas devem ser. Ficaram mais a atirar para a panqueca do que outra coisa, a bem da verdade. Mas isso não interessa nada! O que interessa é que os fiz e me lambuzei!

(Como não sou totalmente louca, guardei um restinho de massa e essa, sim, pus no congelador. Quem sabe, da próxima, a coisa já sai mais ou menos como deve ser.)

sexta-feira, setembro 11, 2009

Amargo de boca

Não sou pessoa do amargo. Sou pessoa do doce, do salgado, do picante, do ácido mas do amargo não. O amargo é corrosivo, não mata mas mói. É companhia desagradável que vai ficando, ficando, e mesmo que subtilmente, acaba por estragar o ambiente. Parece que já nada é bem o mesmo depois de o amargo se instalar.

Ultimamente, quase tudo me sabe a amargo. Ou melhor, o sabor que perdura é amargo. Café, cigarros, bife com ovo a cavalo, mousse de chocolate, tudo. Diria que o dente em processo de desvitalização não deve ajudar mas este é só mais um "penetra" que se veio juntar à festa. Porque é coisa que vem de dentro, existe para além das fronteiras gustativas, é o amargo instalado no geral.

Mente amarga que gera pensamentos amargos, conclusões amargas, visão amarga das coisas. O amargo que assume a forma de palavras, olhares, trejeitos. Que condiciona a postura da alma, a maneira como se enfrenta a vida. E o amargo que dobra as costas, que tenciona os ombros e o pescoço. Que faz aparecer borbulhas de adolescente já fora do prazo e que afunda as olheiras e as rugas. O amargo que tira o gosto pela cor, pelo espelho, pelas pequenas coisas que pintalgam a vida. O amargo que se manifesta na forma de desinteresse generalizado.

Não é bom e quase que nos leva ao engano de dizer que não é mau. Porque não é violento, agressivo, contundente, barulhento. Não faz chorar, não desespera, não dói. É simplesmente... amargo. Mas é mesquinho, manhoso e infiltra-se. Envolve como névoa, daquelas bem espessas e negras, e faz-nos deixar de sentir. Coloca-nos num estado de dormência tal que nos torna imunes a qualquer tipo de sentimento ou emoção. Do bem ou do mal.

Não sou pessoa do amargo. And yet... abri-lhe a porta sem dar conta. Agora só me resta fazer-lhe sala até ele se decidir por outras paragens.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Parabéns

Wherever you are...

Conselhos para saber viver #2

Quando, a meio da manhã de um dia de trabalho, lhe ocorrer que uma boa desculpa para se ausentar durante meia hora poderia ser "tenho que ir ver se o meu carro está bem estacionado", então dê-a. Está claramente em causa a sua sanidade mental por isso minta com todos os dentes, fazendo fé no que diz, e borrife-se para a cara de incrédulo do chefe. Aquilo passa-lhe.

Home made

Este tempo meio cinza faz acordar uma pequena parte de mim, regra geral adormecida (ultimamente ferrada no sono!), mais ligada às lides domésticas, nomeadamente à culinária... não sei, parece que me inspira a ficar em casa e a fazer fornadas de biscoitos caseiros, quentinhos, para comer com chá. Ou bolos de fatia... hhhuummm... quase que consigo sentir o cheirinho...

O problema é que quando tento passar à prática a coisa perde a piada. Quando o síndrome de "dona de casa prendada" ou "avozinha de outros tempos que faz compotas num abrir e fechar de olhos" dá de caras com a falta de tempo, com mais louça para lavar, com a cozinha em pantanas, com as receitas que parecem fáceis mas depois não são, com as calorias a mais... começo logo a pensar que se calhar o melhor é fazer aqui uma torrada rapidamente e está o assunto arrumado.

Mas é pena... gostava de ser mais como esta senhora...

quarta-feira, setembro 09, 2009

S'tou a ffallare s'torto...

Fui ao dentista. Metade da boca não sinto, a outra metade, que começa a acordar, dói. No meio disto tudo, estou com fome... porque é que de repente estas duas situações me parecem incompatíveis?!

And... we're back!

"Opá, vocês podem imaginar, né? Com o miúdo a espirrar e febre e um caso mau no infantário, o meu irmão e a minha cunhada ficaram logo em polvoró!"

terça-feira, setembro 08, 2009

Ressaca

Primeiro dia de trabalho depois das (curtas, muito curtas, demasiado curtas!) férias. E eu só tenho vontade de fumar cigarros e beber litradas de café. Porque será?!? É porque isto é muito bom, com certeza...

Guilherme?




segunda-feira, setembro 07, 2009

O Domingo que foi assim mas devia ter sido outra coisa

Dia dedicado ao "que tem que ser, tem muita força". As comadres que se pegam, a mãe que viaja com bagagem a mais mas em carro alheio e agora não quer pedir favores, a filha que tem que ir em socorro para ajudar com a tralhas. E para isto faz uma viagem de 300 km. Duas vezes no mesmo dia. E a começar logo de manhãzinha (praticamente madrugada!). O brinde? Gatinho novo para a família, para ajudar a amaciar as asperezas dos últimos tempos e, nos entretantos, dar conta do que resta dos sofás "olha que querido, como ele se pendura...!". A caminho para lá, tempo de sobra para pôr conversas importantes em dia, pensar muito e apreciar a vista, estendida ao comprido para o lugar do lado que, por sorte, ninguém ocupou. À vinda, com espaço bem mais condicionado por três gatos a dormir regalados nos seus cestos, paciência para ouvir as "tricas" e "trecas" das irmãs tão diferentes, tão iguais... Chegada a casa ao fim da tarde acompanhada pela certeza de que fiz muito... mas nada do que queria. E por isso, amanhã (hoje!) não trabalho. Como ando a "sofrer dos nervos" sempre tenho desculpa para meter "à cão" mais um dia de férias. É para quem pode!

sábado, setembro 05, 2009

Frase

"Se não roda, vai de arrasto!"

quinta-feira, setembro 03, 2009

Conselhos para saber viver #1

Quando começar a sentir-se inferiorizado em relação a outras pessoas, a achar-se a pessoa mais decadente e sem valor deste mundo e arredores, dê valentes chapadas a si próprio. Não resolve mas, enquanto dá e não dá, não pensa no assunto.

Constatação

Cerelac não é uma farinha láctea qualquer... é o alimento da alma...!

Já está na hora?

Vou dormir. Quando for para viver outra vez, acordem-me. Até lá prefiro o torpor que o sono tão generosamente oferece.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Round 1 - 0 pontos para mim

Um "está com um ar cansado" a abrir o dia. A conversa que puxa pelas lágrimas que não se fazem rogadas em cair cara abaixo. A constatação, brutal constatação da realidade a ter que entrar à força numa mente que se agarra desesperadamente à ilusão, ao que foi e já não é, ao que idealizou para si, aos sonhos, às expectativas, à negação. A tentativa de fuga para não ver o que está à frente dos olhos. Finalmente, a assunção da queda anunciada, até agora suspensa por fios que iriam, inevitavelmente, acabar por se partir. Um "é um caminho que não se pode contornar, tem mesmo que ser feito " que acabou por ficar a ecoar durante o resto do dia. E o veredicto final: é oficial, a tristeza levou a melhor.

terça-feira, setembro 01, 2009

Para ouvir...



Ana Carolina & Seu Jorge
"P'ra rua me levar"