Dou por mim a pensar, todos os dias um bocadinho, no amor que me rodeia. Aos bocadinhos. Os pés que se entrelaçam na cama; o nariz húmido e ronronado da gata A. que parece não poder descansar sem ser bem colado à minha cara; o sorriso largo de alegria da Mary Mary enquanto pula pela rua, agarrada a dois balões coloridos, a propósito dos seus sete anos de vida; os beijos amigos que se transformam em abraços apertados de despedida, mesmo quando são só despedidas de até já; os sonhos (sempre os sonhos...) que apesar de, às vezes, ferirem para além de si, só o fazem porque também carregam em si amor, ainda que aos bocadinhos; a voz do outro lado do telefone que sorri; os almoços apressados com conversa de mil horas embutida numa só porque não podemos viver sem nos partilharmos, em histórias e em conselhos, e temos que aproveitar o tempo que temos; os copos, de vinho, de gin, de qualquer coisa, entre "irmãs"; as saudades que nunca se vão embora porque é justamente o amor que as alimenta...
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