Sou uma rapariga cheia de questões. Questiono, pronto, é feitio.
Poder-se-á dizer que questiono porque raciocino, questiono porque não me contento, questiono porque a minha inteligência não se alimenta de respostas como "é assim porque sim" e o seu estômago tem um tamanho que só visto, questiono por vício, porque assim me criaram, eu sei lá, questiono.
E o meu espectro de questionamento pode ir desde questões meramente comezinhas ao verdadeiro sentido da vida e da nossa presença neste mundo.
Assumo a minha obsessão por respostas. Assumo a minha fome desmedida. E por isso, não me considero exemplo a seguir. Só os deuses sabem como me pareceu deveras acertada a consideração que um dia me fizeram sobre o risco da minha inteligência se tornar a minha maior inimiga...
Não obstante, tenho uma crença: não questionar é um acto de covardia. Quem não questiona não o faz porque tem medo das respostas e por isso escolhe uma vida de ignorante ilusão, fingindo que nada se passa a não ser aquilo que os seus olhos conseguem ver numa primeira e rudimentar análise ou que aquilo que sentem é simplesmente aquilo que ali está, não querendo considerar importante o suficiente o que existe - porque existe sempre alguma coisa - por trás do pano. Quem não questiona fica-se pela rama porque regra geral a "rama" é mais simples de ler, de entender, ou mesmo que não se entenda, de aceitar, dá menos trabalho e, acima de tudo, não nos abana a estrutura, a sua simplicidade e consequentes respostas plain text dão-nos segurança e pretenso equilíbrio, fazem-nos pensar que "isto até é fácil, é só fazer isto e pronto, o resto afinal não interessa nada, não vale a pena complicar." São os sim porque sim, os não porque não, os que se bastam com eles.
Assumo a minha obsessão mas não deixo de me entristecer quando me deparo com inteligências famintas que, assumidamente e por escolha própria, preferem continuar a morrer lentamente à fome, talvez até acreditando que as doses homeopáticas de perguntas e respostas que fazem e dão a si próprias serão alimentação bastante.
Assumo a minha obsessão mas a minha resposta à pergunta no título do post continua a ser "Sim, quero. Mesmo que doa, mesmo que me custe, mesmo que seja difícil, mesmo que não goste, quero. Quero sempre. Não nasci para viver na ignorância, na ilusão, na "rama". Sim, quero e acho mesmo que vou continuar a querer até morrer."
Assumo a minha obsessão mas a minha resposta à pergunta no título do post continua a ser "Sim, quero. Mesmo que doa, mesmo que me custe, mesmo que seja difícil, mesmo que não goste, quero. Quero sempre. Não nasci para viver na ignorância, na ilusão, na "rama". Sim, quero e acho mesmo que vou continuar a querer até morrer."
E se calhar, até nem me importo de morrer disto...
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