terça-feira, outubro 25, 2011

Re-food

De chapéu de palha e fato branco a desafiar a noite que ameaça chuva, recebe-me com um sorriso acompanhado de um "welcome, dá-me un momenta, já falo contiga". Recebo orientações, o grupo compõem-se e eu abro as portas ao começo da viagem. Percorro as ruas, deslizo por ali. Páro, saio, preparo caixas, espero. O segundo holandês e o miúdo a orientar as operações. Bert já sabe tudo de cor porque já o faz há dois meses, todas as noites, Pedro confunde-se com os caminhos feitos de carro. O mapa e a certeza que, mais umas vezes, e já não preciso dele. Ao todo são uns quinze pontos a visitar e nós não falhamos nenhum, não nos podemos dar a esse luxo, mesmo que de lá venha só uma caixinha. A dado momento, o trabalho divide-se, eles vão agora a pé à rua sem estrada e eu, por iniciativa minha, sigo sozinha em quatro rodas para os dois últimos pontos da lista. Entro, digo ao que venho e espero que seja suficiente. E é. O primeiro "hoje não há", o segundo desculpa-se "tenho pouco mas mando aqui uns tomates lindos que chegaram hoje". De volta, descarrego. A chuva já cai, o sono já me amacia os olhos, o sorriso estrangeiro aproxima-se e todos ajudam com os sacos e saquinhos. O trabalho de hoje está feito, até próxima segunda. E eu volto a casa um bocadinho mais rica.

Sem comentários: