quarta-feira, abril 04, 2012

Costas demasiado largas para pouco mais que metro e meio

Eu devia ser objecto de estudo. Eu devia ser contida numa gaiola e sujeita a testes neurológicos, quiçá até a abrirem-me o cérebro! Que estranha forma de vida a minha, que tortuosas voltas dá a minha mente para, aconteça o que acontecer e venha lá o que vier, eu encontrar sempre forma de me atribuir responsabilidade... a máxima responsabilidade, ainda por cima! Uma vez disseram-me, a "gozar o prato", que se sei que caiu uma árvore algures na Amazónia, eu acho logo que a culpa é minha, que tudo está relacionado com aquela embalagem de detergente que no remoto ano de 1993 eu não deitei no ecoponto... Ri, achei graça à hipérbole e dei-lhe o devido desconto. Mas tinham razão. A minha capacidade de assumir as responsabilidades do mundo e dos outros e castigar-me mentalmente por elas chega a ser preocupante. E a coisa fica relativamente controlada se estivermos a falar de factos distantes, em que a minha intervenção será indirecta... se porventura sou um dos intervenientes no caso, é mais ao menos como o que me acontece com as melgas: eu estando, ninguém tem mais que se preocupar que as gajas só se vão virar para a minha pessoa! Pelos vistos, as culpas também têm asas e o meu sangue é doce o suficiente para atrair ambas. As minhas e as dos outros. E já agora, as dos outros em relação a mim também que é para ser ainda mais giro..!


Lobotomia. Temo que a única solução seja a lobotomia...

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