Para além dos múltiplos usos que o dicionário lhes pode atribuir, para além do que delas se entende por norma, as palavras carregam também aquilo que lhes damos: o tom com que as ditamos, o traço com que as escrevemos, o sabor a que nos sabem, a emoção ou murro nos estômago que nos provocam. Cama não é só o "conjunto formado pelo móvel usado para dormir, pelo colchão e pela roupa que geralmente o reveste" mas é também o que nos faz sentir quando a dizemos ou quando a pensamos.
Tenho dessas palavras - empatia, epifania, não, melhor, lugar - e quando as ouço ou digo ou leio, o meu cérebro multiplica-se em reacções, curvando-se, mais do que ao seu significado literal, ao outro, que mais me toca. Tremo. Sorrio. Calo. Viajo nos calendários passados da memória e regresso pondo os pés no chão do presente...
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