terça-feira, setembro 24, 2013

Verbo: relativizar (ou aprendendo a viver...)

Porque a vida não nasceu para andar sempre direita. Corre e torce o pé em buracos, anda e tem que se desviar de quem corre, voa e prende as asas numa árvore qualquer. Vive. E, quem com ela anda, vive também. E tropeça e cai e desvia-se. Também. Mas nada como memórias em forma de cicatriz para nos fazer retornar ao essencial. Em segundos. Em segundos, o coração deixa de apertar e a angústia nem chega a sair do ninho: já foi tão pior, isto afinal não é nada. O pior são as mortes, os vazios, as dores que perfuram o espírito e o fazem gritar: o resto é o dito passeio no parque. E faz parte. Mesmo que, por momentos, a vontade seja fugir desta vida de adulto, não brincar mais e entrar à socapa na sala de aulas do "sobrinho" para me sentar na carteira ao lado da dele. Troca por troca, M.: tu não dizes nada à professora e deixas-me assim ser menina outra vez e até me emprestas os teus crayons (e o que eu gosto de crayons...), e eu prometo que esta coisa de termos que estar virados para o quadro e aprender não é assim tão mau enquanto "dou conta" dos putos ranhosos que se armarem em parvos contigo - negócio feito? ... Mas parece que ainda não é desta que o mundo se vira ao contrário, parece que não é desta que algum de nós pode trocar as voltas ao "tem que ser". Porque a vida não nasceu para andar sempre direita mas - ainda que aos ziguezagues - anda para a frente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Seria fantástico também para o M. ter a tia T(inha) ao lado dele nesta viagem que agora começa. Para a mãe do M., então, nem se fala!!!

Anónimo disse...

Para o M. também seria fantástico ter a tia T(inha) ao lado dele nesta viagem que agora começa. Para a mãe do M., então, nem se fala!!