Penso que me deixei de ilusões. O treino a que me submeto numa base quase diária, desde há alguns anos a esta parte, tem dado frutos. (Anos. Estremeço sempre quando penso que já lá vão anos e não dias nem meses desde o momento em que se me foi apresentado que a ilusão é do género bipolar, que encanta e desencanta ao mesmo tempo...). Sempre que sinto a minha mente ansiosa e crente a resvalar no sentido do que parece mais brilhante lá ao fundo, refreio-a, sento-a ao colo e, munida de voz pausada mas firme, explico-lhe que o brilho é ilusório e que se desvanece mal chegamos ao fim dessa rua ladrilhada. Em tudo me esforço por imprimir realidade - a nua e crua como eu gosto, para mim não há outra.
Não é ainda raro ver-me à volta de números e letras e equações variadas, na tentativa desesperada de entender o que me rodeia e de adivinhar o que não é dito, por um lado, e de tentar prever o amanhã, por outro, sendo este último esforço o mais inglório de todos. Faz parte da minha natureza curiosa, exigente, controladora e nem sei que mais... A etapa mais difícil de transpor deste meu "crescimento" tem sido, sem dúvida, aprender a aceitar sem questionar quando a conclusão de que não há mais nada a fazer se impõe. Custa-me. Dói-me. Frustra-me. Acima de tudo, entristece-me.
Mas o caminho é para ser feito. Mesmo carregando essa tristeza às costas. Dir-se-ia ser este o mundo dos "crescidos"... e eu, como bem me foi apontado no outro dia, já deixei de ser "filha"...
Mas o caminho é para ser feito. Mesmo carregando essa tristeza às costas. Dir-se-ia ser este o mundo dos "crescidos"... e eu, como bem me foi apontado no outro dia, já deixei de ser "filha"...
Sem comentários:
Enviar um comentário