Há pessoas que não nos fazem falta logo que partem. No nosso íntimo, continuam lá, como sempre, no nosso íntimo poderemos sempre pegar no telefone e ouvi-los do outro lado. Até ao dia em que o fazemos, de facto. Até ao dia em que ninguém diz nada da outra ponta da linha, até ao dia em que, ao contar cadeiras para o almoço de família, nos damos conta que teremos que pôr menos uma à mesa. Mas não é logo. Uma vida inteira de presença não se esvai de um momento para o outro. As memórias de uma vida inteira continuam a ser presente, a fazer parte, até ao dia em que a presença não acontece, até ao dia das cadeiras...
As cerimónias dão-se, as flores oferecem-se, as viagens fazem-se, as liturgias ouvem-se mas algo cá dentro se recusa a integrar o que vê. Assiste mas não sente. Há-de chegar o momento...
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