quinta-feira, agosto 04, 2011

Agustina

Admito, não foi fácil.

Decididamente, a sua inteligência é demais para que a minha tenha, sequer, a veleidade de a alcançar... Mas como tenho uma estranha mania de não desistir de livros a meio porque acho uma falta de consideração pelos próprios e pelo conhecimento, sabedoria e magia que o abnegado autor resolveu partilhar connosco, comuns mortais, lá continuei, armada com a cara e a coragem que era o que tinha.

Sorri, sorri muito, mesmo quando era um sorriso "não te estou a entender na totalidade mas só a ideia que julgo estar a conseguir apanhar já me parece brilhante". Parei várias vezes, verifiquei os nós que se me tinham instalado nesta ou noutra página, e reli, um, dois parágrafos para trás, na tentativa de absorver o máximo que o meu cérebro conseguia. Sorri de novo pela forma como manuseia a língua com mestria e conhecimento fazendo-o parecer tão fácil, como aprofunda o ser humano como se tivesse estado dentro dele, como põe a nu pensamentos e emoções de forma crua e tão, mas tão, verdadeira.

Não foi fácil, admito. Mas terminei-a. Foi o nosso primeiro encontro e orgulho-me que tenha, afinal, corrido tão bem. Ao contrário de outros autores, sei que quando nos voltarmos a encontrar já vou de pé atrás, preparada para ver o meu entendimento arrebatado e remexido ao ponto de me fazer chegar até a duvidar da sua existência. Mas sorrio ao pensar nisso. Porque já sei que vai dar luta mas que vai valer a pena.

Agora, não contente, pelos vistos, com as chapadas no intelecto que levei daqui, resolvo meter-me com outra senhora, esta com mais um 'S' grande... entra, assim, em cena Simone de Beauvoir, vamos ver se não saio eu de cena de rastos outra vez...

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