E a vida a andar como tem que ser. E eu, como sempre, a reboque dela, sem a conseguir domar, levada de arrasto pelos dias e pelas horas, pelas palavras, aos empurrões. Vazio e escuro. O buraco negro que nunca mais se fecha e onde me enterro ainda mais com as minhas próprias mãos. Falam-me em propósitos maiores, em razões para além da razão, em entendimentos profundos que nos levam ao verdadeiro preenchimento da alma. Falam. Mas eu ainda não vi nada. Mas eu ainda não senti nada. Sinto, sim, dor e mágoa e tristeza e perda, cada vez mais a perda, e espero ardentemente que estas me levem a um lugar melhor. Porque se assim não for, alguém me diga, por favor, que eu saio já aqui.
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