quarta-feira, março 09, 2016

Dos ódios de estimação

Odeio não entender. Odeio quando os acontecimentos me ultrapassam e eu não consigo "ter mão" neles. Odeio quando algo acontece sem que eu perceba como. Odeio ser apanhada desprevenida. Odeio não saber. Odeio a ignorância, a todos os níveis. Porque a constatação da ignorância, quando se trata de mim, é absolutamente cansativa: faz-me procurar, indagar, dar voltas à cabeça, pesquisar. Não descanso enquanto não fico a saber, enquanto não entendo, enquanto não obtenho uma resposta. Não descanso. Pior ainda: quando a minha pesquisa não dá frutos. Canso-me. Não desisto. Procuro, procuro. Penso. Conjecturo hipóteses, cenários. Leio. Recordo. Afundo-me mais na memória. Pergunto. Pergunto-me. E nada... E faço tudo outra vez...

Odeio ficar na ignorância. Odeio.

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