quarta-feira, novembro 21, 2012

O parquímetro e a gaja-que-é-gaja

Escaldada com os recentes "mimos" com que tenho sido presenteada no limpa pára-brisas, disponho-me a pagar o mínimo dos mínimos, o suficiente para me descansar por uns dez minutos que é o tempo que pretendo demorar. Azar dos Távoras, na carteira só tenho uma moeda de dois euros e outra de vinte cêntimos, sendo que o mínimo são vinte cinco... Noutra altura do campeonato, eu teria borrifado e confiado nos santinhos do parquímetro, mas numa análise mais atenta da área circundante reparo que eles "andem aí"... a boa da carrinha cheia de fita amarela e bloqueadores ronda as imediações e não tarda chega perto da minha viatura. Furiosa e acreditando que nenhuma loja estaria agora na disposição de me trocar os tais dois euros em moedas mais pequenas, resolvo que os "abutres" têm obrigação de me ajudar e com distinta lata lá me dirijo às criaturas. Confronto-os com o problema, queixo-me, argumento que dois euros é um exagero para o tempo que quero demorar, que só quero ir ali num instante ao centro comercial do outro lado da rua, são dez minutinhos, o que hei-de fazer, o que hei-de fazer... e eles, simpaticamente, dizem: "Prontos, vá, ponha lá um papel a dizer que foi trocar dinheiro, vá... mas não se demore! Por nós, prontos, não há problema mas há outros colegas na área, eles quanto muito não a multam na primeira volta mas depois passam pelo carro outra vez e aí, prontos, pode ter azar...". Agradeci muito a boa vontade (e, cá para nós que ninguém nos ouve, a ingenuidade também porque, convenhamos, tivesse o homem-que-é-homem atentado bem nas minhas palavras e perceberia que gaja-que-é-gaja NUNCA demora só dez minutos num centro comercial...) e lá segui o meu caminho. Fiz o que tinha a fazer, demorei mais que o tempo previsto (olha que espanto!) e quando cheguei ao carro nem sinal de multa ou fita amarela! Uns fofos, é o que eles são!

Conheço quem vá dizer que o facto de, no momento desta conversa, eu envergar um vestidinho preto, justo e curto, com botas de cano alto a compor o ramalhete, terá contribuído para suavizar a rigidez do profissional de bloqueio automóvel. E eu, a essas bocas foleiras, só tenho a dizer uma coisinha muito simples: meus caros, em tempos de crise, cada um usa as armas que tem! ;)


Nota importante: e assim, sem querer, fiquei a saber que o recadinho a indicar que fomos trocar dinheiro algures pode, de facto, fazer-nos ganhar uns minutos gratuitos!

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