“Estar sozinho é, ironicamente, uma das melhores formas de se fugir da solidão.
Estar connosco, só connosco, a ouvir o que temos para nos dizer, a sentir o que temos para nos sentir, a tocar, com as nossas próprias mãos, os nossos próprios medos, as nossas próprias frustrações, os nossos próprios pontos negros.
A solidão é, cada vez mais, a incapacidade para estar sozinho: a incapacidade para nos sentarmos diante de nós, realmente diante de nós (de só nós), e olharmos e dizermos e fazermos e mudarmos e alterarmos.
Sem dó.
E muito menos com piedade.”
In Sexus Veritas
Pedro Chagas Freitas
Entendo a mensagem deste texto hoje como julgo que não entenderia há uns anos atrás. Parte da travessia da minha "floresta escura" incluiu estar só, por opção, por necessidade, por incapacidade de tolerar companhia, de me dar, de partilhar o meu espaço e tempo internos com mais alguém. Algo em mim ultrapassou a inteligência da minha racionalidade e buscou o fundo do poço. Não por masoquismo mas por entender, nem sei bem como, que só lá, embrenhada em solidão, deixaria de a sentir.
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