Recta final, eu acho. Dir-se-ia estar na recta final. Mas não existe um ponto, dia, mês ou hora que marque o antes e o depois, não nos espera a bandeirola da chegada, a fita amarela para cruzar, não existe uma meta una e fixa, com forma e, por isso, princípio e fim entre os quais se esgota. A recta final começa-se a percorrer algures ao longo do tempo, um pouco cada dia e, não raramente, sem se perceber que o estamos a fazer, e vai-se terminando aos poucos também, fundindo-a com inícios e assim esbatendo os seus pontos finais em reticências. Não acontece, vai acontecendo. E da mesma forma que não anuncia a chegada, também não nos comunica a partida: damos conta e ela já ficou para trás.
E lá atrás ficaram dias com história feita agora em fracções de películas, imagens e sentimentos que ainda hoje ardem um pouco só de serem lembrados, dias feitos albúm de recordações.
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