Quando dou conta, o vinte e um é a data que se apresenta. Como se, de todos os dias do calendário, este me tivesse sido destinado para viver acontecimentos que, não tendo sido eu tida nem achada na resolução, não escorrem para o poço do, por vezes santo, esquecimento. Vale por não me obrigar a esforçar a memória mas, havendo outros, nenhum se impõe como este, nenhum se força como palco de narrativas de marcas na pele como este. Por vezes, literalmente.
Noto que os "vinte e um" com histórias para contar são tendencialmente os mais quentes, não sei se alguma responsabilidade devo atribuir aos astros por os aproximarem da minha data de nascimento. Será que, tendo eu sido criança de Verão, me vêem mais habilitada a lidar com temperaturas elevadas e deduzem que o acrescento de uns quantos graus centígrados passa despercebido? Ou, se por outro lado, sabendo-me em esforço que a convivência climatérica mais extrema exige, a adição de carga tem como objectivo testar-me e aumentar-me a resistência?
Vinte e um. Hoje é dia, de memórias recentes e passadas, de me fazer olhar para elas e medir o impacto que têm em mim. Muitas já são memórias suaves, leves apontamentos, passam em câmara lenta, lá ao fundo e dizem adeus enquanto continuam caminho. Outras chegam-se à frente. E ficam mais um bocadinho...
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