Ando há uns dias dominada por uma preguiça sem explicação...
Não se trata de cansaço nem sono - o meu organismo encontra-se em perfeitas condições fisiológicas e psicológicas -, não é ausência de estímulo ou afazeres, não é depressão nem tristeza, nem amuo, nem dia-não: tudo corre dentro da mais banal normalidade e até "em bom". Mas ando aqui a embrulhar, a atrasar, a ignorar, a fingir que não ouço para não ter que fazer absolutamente nada! Ou melhor, para só fazer o que me apetece. No trabalho e não só.
Ainda há dois dias, aproveitando que iria conseguir chegar mais cedo a casa - coisa rara! -, tinha tudo planeado: tirar a louça da máquina, arrumar o que restou da festarola do fim de semana, tirar a roupa do estendal (que já corria o risco de se aguentar de pé sozinha, tal a secura), arrumar o roupeiro, regar as plantas, preparar algo leve para jantar, tomar um banho fresco... tudo planeado. Bom... o banho fresco tomei e, à última hora, lá se arranjou algo para comer mas, de resto, só li. Li, li e li, estendida na cama, mimada pelos gatos e pelo silêncio, saboreando a brisa fresca de fim de tarde de Verão.
Tenho trabalho para fazer, assuntos para resolver, processos para terminar mas... NÃO ME APETECE, pronto.
Conhecendo-me sei que é "sol de pouca dura"; conhecendo-me sei que, não tarda, a energia costumeira lá se apodera de mim e é ver-me a correr de um lado para o outro, a fazer mil e quinhentas coisas ao mesmo tempo, a impacientar-me por não ter ocupação, a adiantar serviço, a pegar na organização e na eficiência pelos cornos. Mas por agora... NÃO ME APETECE.
E é isto. É este o estado do tempo. Há que encará-lo com frontalidade. E, já agora, aproveitá-lo também... ;)
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