O mote era a frase "E foi quando menos o esperava que...", o texto não deveria ter mais de 200 palavras (bless you, word count!).
A mim saiu isto:
"E foi quando menos o esperava que caí. Não sei de quantos metros, talvez porque a métrica da alma responda a diferentes regras, mas sei que caí no fundo mais fundo de mim e lá fiquei, atordoada, sem saber como me levantar. De início, neguei: ignorei a escuridão concentrando-me no ponto sumido de luz que ainda conseguia vislumbrar do que tinha sido a minha vida, do que eu tinha sido. Agarrei-me com unhas e dentes a essa memória e fingi que continuava a ser aquela pessoa. Não… não fingi. Acreditei porque precisei acreditar, porque não conhecia mais nada. Aquela era a única versão de mim, para mim. Mas nada é mais violento do que forçar uma forma de gente num molde onde esta já não encaixa... E a minha natural persistência, de menina que não se conforma, de mulher que sempre se acreditou guerreira, tornou-se a minha pior inimiga: pássaro que se atira contra as grades.
Julgo ter conseguido parar antes de as fendas na pele se tornarem feridas demasiado profundas. Assumi, aceitei que a guerra estava perdida e com isto comecei a vencê-la. Desisti de me agarrar a quem era para passar a ser, verdadeiramente, quem me tinha tornado."
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