"o meu pai faz-me muita falta. há dias, há instantes em que sinto exactamente a mesma angústia de quando vi o olhar da minha mãe naquele elevador. ela só pedia desculpa, como se pudesse ter evitado alguma coisa - e eu queria morrer também mas não a podia deixar sozinha. há alguns anos vi um filme que conseguia mostrar esse desespero que se sente quando sabemos que nunca voltaremos a ver alguém de quem a nossa vida depende. chorei o resto do filme da mesma forma que me apetece chorar agora. exactamente como chorei naquele momento, aqueles poucos minutos em que me permiti cair e chorar antes de me lembrar do teu pedido: toma conta da tua mãe. eu tento, mas sou bruta como tu, não sei reagir perante lágrimas, e nem sempre consigo tomar conta da mãe como me pediste. há dias, há instantes em que me fazes demasiada falta. nos momentos mais duros, nos momentos mais felizes em que te queria ligar e contar tudo. a vida resolve-se sozinha - vê lá que já sei tomar conta de mim - mas a vida não leva esta falta que me fazes"
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