terça-feira, abril 08, 2008

Um spread para ti...um spread para mim...

Não sou muito entendida em matéria de finanças. Tenho sempre alguma dificuldade em entender os termos, em seguir o raciocínio....taxa fed funds, bloomberg, spreads, target rate, funding, TANB...em inglês, na sua maioria, chinês para mim tal é a ignorância.

Mas esforço-me. A verdade é que temos que nos fazer à vida e tentar não só que não nos façam a folha e não nos roubem em taxas e juros e aumentos e cláusulas com os quais não estávamos a contar mas também tentar que a nossa parca poupança, onde pingam os restinhos do parco ordenado, possa render um bocadinho mais.

E foi com esta vontade de não me deixar ficar e lutar pelos meus pertences que tomei duas decisões (bem espaçadas uma da outra porque isto cansa à brava...):

1. investir uns dinheiros que tinha de parte em certificados de aforro e acções

2. negociar o spread do meu empréstimo.

A primeira até correu bastante bem. Indicaram-me uma entidade bancária simpática para este tipo de coisas e que, ainda por cima, disponibilizava no seu site (onde, alías, se fazia tudo) um teste para definir o tipo de investidor que nós somos e, com base no resultado, propor soluções de investimento. Pareceu-me óptimo! Um gestor de investimentos electrónico!

E assim fiz. O resultado não me surpreendeu: investidor moderado (pois...moderação...eu não percebo grande coisa, ainda me espalho ao comprido...). Depois foi só acertar a quantia, aceitar as soluções de investimento e voilá! Investimento feito!

Só que....como é que eu hei-de dizer? Os extractos que me enviam não me parecem...muito claros! Eu sei que sou básica na matéria mas sei fazer contas. E sou prática e objectiva. Ora, o que eu quero saber é simples: já comecei a ganhar alguma coisa? Não me interessa muito, por exemplo, que me digam a cotação actual de uma determinada acção porque eu já nem me lembro qual era a cotação quando eu investi. Quero é que me digam: investiu aqui X e agora já tem Y. Simples. Ou não....pelos vistos.

No que diz respeito à segunda, a coisa foi bem mais complicada. Começou no mês de Abril, do ano do Senhor de 2007 e ainda não acabou....Inicialmente pedi conselhos, informei-me, preparei as minhas cábulas, muni-me de todas as armas possíveis e preparei-me para a batalha com os gigantes da banca....mas houve de tudo: propostas, contra-propostas, simulações na concorrência, telefonemas, emails para trás, emails para a frente, gritos, gestoras a borrifarem-se para o caso e para a instituição para a qual trabalhavam e a desaparecer do mapa uns tempos depois, enganos, mudanças das condições do empréstimo sem ter havido autorização da minha parte, reclamações para o Banco de Portugal, mudança de políticas internas, gestoras novas completamente aos papéis...enfim.

Agora pergunto....eu sou básica no que diz respeito a finanças...mas entendo conceitos como profissionalismo, responsabilidade, brio profissional, empenho. E acho que uma instituição bancária deve zelar pelos seus interesses, obviamente, mas também pelos seus clientes que são justamente quem os faz ganhar dinheiro.

Eu posso não entender muito do assunto mas sou pessoa para procurar informação, tentar entender, pedir conselhos. Mas...e a D. Palmira, empregada doméstica, que até sabe fazer contas de somar mas mal sabe ler e escrever? Quem a ajuda a negociar o spread? Quem a ajuda a investir as suas poupanças? Quem se empenha para, realmente, descobrir o que é melhor para ela?

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