quarta-feira, maio 18, 2011

O tal caso do casaco e da lixívia

A história é simples. Vou ao supermercado, compro uma garrafa de lixívia e, na caixa, a dita mal fechada mancha-me o casaco que estava a usar.

Reclamo, dizem que sim senhora, tem toda a razão, dois dias depois ligam da seguradora para tratar do assunto. Falam em indemnização e estabelecem um valor. Até aqui tudo bem. Só que (porque há sempre um "só que") informam que, para tal, tenho que lhes entregar a peça de roupa em causa. Pára tudo, marcha-atrás, "como disse?". Pois, parece que sim, que é política da empresa. Tento perceber em que se baseiam e, não tendo mais argumentos válidos do lado de lá, recebo um "é assim porque sim".

Uuuuuiiiii!! O que eu gosto de ouvir um "é assim porque sim"!

Contra argumento, pois está claro, explicando à senhora que uma indemnização não é uma venda logo eu não tenho que entregar coisíssima nenhuma! "Convenhamos, e se fosse um carro?? Os senhores batiam-me, tinham que pagar o arranjo... isso dava-vos o direito de ficar com ele pelo simples facto de me passarem dinheiro para a mão?". Como é óbvio, não me respondeu preferindo ir pelo caminho pior... "Desculpe lá, mas o casaco está estragado, não é? A senhora não o vai usar assim por isso qual é o problema de nos entregar??".

Uuuuuiiiii, mais uma vez!! O que eu gosto quando se põem a dissertar sobre algo que diz respeito só a mim!!

"Minha senhora, vamos aqui esclarecer uma coisinha de uma vez por todas: o casaco é meu. Se eu gosto do estilo grunge e decido usá-lo mesmo assim ou se pretendo fazer dele pano de chão, cabe a mim decidir, não aos senhores!" Não sei se percebeu, sei que continuou a fazer finca-pé e sei que eu também.

Posto isto, pus-me ao caminho, pedi informação a esta e áquela entidade, contactei uma advogada amiga que se disponibilizou para ajudar, enfim, decidi não ceder. Não por causa da mísera indemnização mas pelo princípio e para combater o aproveitamento desonesto que estas empresas fazem do consumidor menos esclarecido que "papa" tudo o que eles dizem.

O facto é que nenhuma das minhas demandas deu resultado. As entidades empurraram umas para as outras, a amiga ainda não teve tempo de pegar no caso. Mas a verdade é que depois de uma série de telefonemas da seguradora a pressionar e de uma série de respostas da minha parte dizendo que não, não estava convencida de que eles tinham razão e que, até me esclarecer devidamente, o casaco não saía do armário, eis que recebo uma carta... Nela, um recibo de indemnização para ser devolvido assinado juntamente com o meu nib. Do casaco, nada! Absolutamente nada!

Não sei se, no meio da confusão, alguém lhes puxou as orelhas, não sei se desistiram porque tinham prazos para resolver o assunto, não sei se os venci pelo cansaço. O que sei é que vou receber e o casaco continua na minha posse!

Não obstante... acho que vou continuar com a demanda e falar com órgão regulador das seguradoras... é que podem ter havido um engano o que significa que vão voltar a fazer... e isso é coisinha para me bulir com os nervos! Nããããã! Não me parece! Acho que vou ter que os chatear mais um bocadinho... ;).

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