Há pessoas tão, tão, tão absolutamente rotineiras e previsíveis que só me conseguem
inspirar um de dois sentimentos: vontade de rir ou vontade de lhes
bater, dependendo dos dias.
Já não me bastava o bom do tio A., o mééééstre
dos mestres das rotinas e da previsibilidade, cujas piadas são invariavelmente as
mesmas e sempre nas mesmas ocasiões ("Uma vez, num cruzamento em Paris,
houve um grande acidente...") levando a coisa a um tal ponto de refinamento que, em todos os
Natais, consegue sempre entornar o copo de vinho tinto (sempre tinto...), na toalha com azevinhos bordados
(sempre a mesma toalha...), no momento
em que decide repor o líquido nos copos dos restantes convivas (sempre
no mesmo momento... ). Sempre. Tudo sempre, tudo igual. Todo o santo
Natal...
Já
não me bastava, dizia eu, e vejo-me agora a albergar no colo mais uma
santa rotina imposta... todos os anos, e nos últimos dias úteis antes das
festividades, o espiríto natalício "baixa" no colega da frente e o
dito, possuído!, põe a tocar toooooda uma selecção de músicas de Natal feita por soi-même. De
várias épocas e representativas de várias correntes musicais, mais
animadas ou a apelar para o sentimentalismo, com sininhos ou rockalhada como pano de fundo... enfim, toda uma panóplia que faz questão de partilhar com os restantes "habitantes" da sala de trabalho. Todo o dia. Todo o santo dia. Em loop...
Hoje,
logo por azar, estou num dia em que a vontade que fala mais alto é a de
lhe bater... Sei que não é sentimento digno da época mas reparem... acabei de ouvir Mariah Carey seguida da Kylie Minogue... há limites!!
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