Noto que não tenho parado muito para pensar. Os acontecimentos e os dias acontecem-me e eu aconteço neles, esforçando-me para que, pelo meio do atropelo a que me sujeitam, os consiga viver da melhor forma. Porque me parece, sim, que esta é a melhor forma. Mas, de vez em quando, há um pensamento que consegue escapar da roda de hamster em que vivem todos eles porque a ela os confinei e assume-se no palco principal da minha mente. Relembra-me que existe. Acarinho-o. Apesar da suspensão que me provoca, aceito-o e digo que sim, que sei que está lá e que não me esqueço dele. Mas que tem que entender que tenho aprendido a libertar esse palco de ideias à deriva mas que derivam a velocidade estonteante porque, lá está, apenas me estonteia, não se me resolve nada. E assim o devolvo calmamente aos bastidores, para rodar o que tiver que ser porque é da sua natureza mas sem me perturbar a existência. Desisti de tentar controlar seja o que for, na medida do meu possível, sendo quem sou. Bom... não. Não desisti. Desisti, sim, de achar sempre que consigo. E isso faz toda a diferença.
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