terça-feira, agosto 16, 2016

A dança das cadeiras e a m**** que é sempre a mesma...


Despotismo. Despotismo no seu pior. Ao comunicar-me as "boas novas, disseram-me 'pode chamar nomes, dizer asneiras, já todos o fizemos' mas a minha voz só consegui remeter-se ao silêncio. Incredulidade. Contado ninguém acredita, pensei eu no imediato, mas nem esse lugar comum é verdadeiro, infelizmente. Acreditam, pois, acreditamos todos. Mudam-se governos, ministros, secretários de estado, disto e daquilo, e continuamos a acreditar, já ninguém se ilude. Porque vemos, porque vivemos na pele. Irresponsabilidade. Com os dinheiros públicos, com o trabalho dos outros. Desrespeito. 'Ah, logo vi, é deste partido.' Não, perdoem-me mais um lugar comum, desta vez verdadeiro: são todos iguais. Não é a primeira vez que o vejo e o que vejo não olha a cores, assume-as todas e assume-se com todas. E de repente, lembro-me que faltam apenas quatro dias (três e meio!) para ir de férias. E de repente até penso que as devia adiar para que o mal, a encomenda de feição déspota, seja repartida, não pese mais a uns do que a outros. Mas decido que não. Não adio. Tenho sorte, não estarei presente a maior parte do tempo. Vou aproveitá-la. Acima de tudo porque me enoja, acima de tudo porque não lhe quero dar mais tempo do aquele a que sou obrigada. Não dou. Já dei muito, meses e meses e horas e horas de trabalho. Agora chega, haverá mais quando voltar. 

No rescaldo das notícias, o que não tem remédio, remediado está. Por isso, a decisão toma-se rápido: almoço numa esplanada (e o que eu gosto de esplanadas..!), sombra e Machado de Assis. Não há mal que não se cure assim.

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