não é dada pelos ponteiros do relógio nem pela posição do sol... simplesmente sente-se... quando, de repente, faz sentido.
quarta-feira, outubro 31, 2012
terça-feira, outubro 30, 2012
Conta-se mais uma ou menos uma? Nunca sei...
Odeio esta mudança da hora, odeio!! Detesto a penumbra, a escuridão, quero luz, quanto mais luz melhor! Irra, que não sei quem foi o iluminado (ou melhor dizendo, o "escurecido", que é o que ele é!) que decidiu que, assim que se sai do trabalho, e de Inverno, tem que se ir a correr para casa! Sim, porque é isto que consegue! Quem é que vai fazer qualquer outra coisa se o relógio diz que ainda é cedo mas o escuro do céu não?? Porque, psicologicamente, isto infuencia, isto afecta, não vamos para a "galderice" lanchar com as amigas ou às compras ao centro comercial quando já é de noite e deviamos era estar em casa a preparar o jantar! Uma pessoa nem relaxa, uma pessoa tem que se reger só pelos ponteiros e fica num nervoso que só visto! Está tudo escuro, hão-de ser horas de recolher, é o que o nosso íntimo nos diz... E se, mesmo apesar disso, c****** na taça e vamos, pode acontecer comámim que, numa esplanada no outro dia, às páginas tantas já não conseguia ver a cara da amiga que estava à minha frente! Nem percebia se acenava com a cabeça ou não. Ouvia as respostas mas nem os olhinhos eu conseguia ver mexer... só via a brasa do cigarro para lá e para cá... era como se ela tivesse uma burka sem respiradouro, ou lá o que é, ou um fato daqueles de super herói que faz com que o dito se camaleone e adopte as cores envolventes. Naquele caso, era preto, tuuuuddddo preto... E a minha figurinha?? A falar para um ponto imaginário na negritude, com os olhos semicerrados, e a perguntar de quando em vez "percebeste?", mesmo não vindo a propósito, para me certificar que ela não se tinha entretanto levantado..?? Também foi uma coisa linda de se ver...
E pronto, assim do nada, e para as criancinhas não verem noite quando se levantam (eu fui para a escola anos e anos assim e não morri!!), se transforma um quase-ainda-meio-de-tarde numa noite e uma pessoa que até se sabe comportar "no social", numa vesga repetitiva... Não há direito.
segunda-feira, outubro 29, 2012
Frase do dia
"(...) Those who seem to have it all together, don't react to anything and aren't really dealing with life (...)."
in The Daily Love
A culpa é da culpa
E foi ter direitinho àquela "esquina" bem lá no fundo das profundezas da minha pessoa, sem GPS nem nada... irra, que até assusta!
Assentando...
A água do banho não estava quente o suficiente, o microondas novo e "pandeleiro" não entende o que é aquecer água (SÓ aquecer água!), a máquina do café demorou a arrancar sei lá porquê (e ela também não sabe porque não fiz nada de especial e, de repente, começou a funcionar), não existe uma única peça de roupa que não necessite ser passada (valha-nos o acessorizing...!), ainda não decorei em que mala ou caixa está o quê, a arrumação provisória ainda não me faz qualquer sentido, só consegui encontrar um casaco diferente dentro... do armário da sala(!) (há duas semanas só uso dois, os únicos que consegui separar, já estava no meu limite!), já ganhei duas nódoas negras por andar a tropeçar em caixotes...
Ainda assim... já lá estou... e de manhã o sol entra pela janela do quarto... :)
sexta-feira, outubro 26, 2012
É verdade, não sou uma pessoal normal... E o prazer é todo meu!
E para animar uma amiga que não recebe notícias de quem queria, com a celeridade com que queria, e que precisa de alguém ao seu lado com bom senso, um ombro amigo que lhe ofereça algumas palavras sábias e equilibradas, de paz e tranquilidade, que ajudem a controlar a sua ansiedade, sai o seguinte da minha linda boquinha:
"Não stresses, se calhar ainda não teve tempo para ler e responder ao email com calma. Sabes lá, se calhar hoje é o dia em que fica com os filhos ou em que a ex-mulher lhe pôs
uma galinha preta decepada na caixa do correio ou em que foi ao trabalho dele fazer um
escândalo toda nua..."
Coisas assim normais... que acontecem... na vida de qualquer um... ;)
Frase do dia
"I think when you get to the point where you don't need to be in love, then you could be in love. You have to just be OK with yourself."
John Cusack
Leitura do Livro da Sabedoria
Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu:
tempo para nascer e tempo para morrer,
tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou,
tempo para matar e tempo para curar,
tempo para destruir e tempo para edificar,
tempo para chorar e tempo para rir,
tempo para se lamentar e tempo para dançar,
tempo para atirar pedras e tempo para as juntar,
tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço,
tempo para procurar e tempo para perder,
tempo para guardar e tempo para atirar fora,
tempo para rasgar e tempo para coser,
tempo para calar e tempo para falar,
tempo para amar e tempo para odiar,
tempo para guerra e tempo para paz.
in Fio de Prumo
Apostaram?
Pois... afinal não valia a pena...
A Coca-cola resultou, o tempo de espera foi suportável, enfim, tudo a contrariar as probabilidades e eis senão quando, à "boca de cena", e comigo já a pensar que mais um bocado e a coisa começava a ficar preta, a enfermeira diz: vai entrar a seguir, faça favor de ir ali ao fundo à casa de banho... esvaziar a bexiga!!
Era outro tipo de exame...
quinta-feira, outubro 25, 2012
Murphy, filha, fica sossegadita, ok???
A preparar-me para enfiar uma lata de Coca-Cola no bucho daqui a nada.
Objectivo: ecografia.
Argumento: truque da mãe, enche a bexiga num instante, basta beber uma hora antes ou até menos, e por isso não causa quase nenhum
sofrimento. Já experimentei várias vezes, NENHUM médico reparou e o
exame decorreu lindamente.
Hipóteses:
a) a trampa da Coca-Cola não produz o efeito esperado a tempo e vão-me mandar esperar mais um bocado e, a dada altura, vou-me andar a contorcer pelos corredores e a controlar-me para não agarrar as enfermeiras pelos colarinhos enquanto espumo pela boca e pergunto: quando é que é a minha vez?????
ou
b) a trampa da Coca-Cola produz o efeito esperado a tempo, eu vou estar "bela e amarela" na sala de espera como se não fosse nada, vou dizer à enfermeira que sim, senhora, bebi os 350 litros de água como mandaram e ela vai acreditar mas os exames vão estar atrasados, não vou ser atendida a horas e, a dada altura, vou-me andar a contorcer pelos corredores e a controlar-me
para não agarrar as enfermeiras pelos colarinhos enquanto espumo pela boca
e pergunto: quando é que é a minha vez?????
ou
c) corre tudo conforme esperado.
Apostas?
quarta-feira, outubro 24, 2012
O amor em museu. Ou melhor, o que restou dele...
Em vez de colocar as tralhas numa caixa na arrecadação ou de as queimar em cerimónia catártica ou até de as atirar janela fora com vista a acertar na 'mona' do(a) companheiro(a) em debandada, que tal enviá-las para Zagreb?? Sai um bocadinho mais caro, é verdade, mas é de um "chique" total poder dizer que se doou a um museu...!
Ler mais sobre o assunto aqui.
By the way...
... já não me bastava ontem o Odivelas meets Caxias na mesa do lado (não fui eu que disse, foram eles, embora desconfie que chegasse lá sem explicação. Digamos que os modos, deles e delas, engalanados com as tattoos de gosto duvidoso, os brincos a la Ronaldo, os calções mini "estou-mais-para-cinto-largo" e o botim compensado de veludo vermelho, já me tinham dado todas as dicas, mais subúrbio, menos subúrbio), hoje chego aqui e levo com a colega ao telefone, durante mais de uma hora!, com uma conversa absolutamente surreal com o marido sendo que o objectivo era explicar-lhe algo no âmbito da informática...
Ponto um: a dita tem problemas
auditivos logo fala uns décibeis acima do normal.
Ponto dois: a irritação
proveniente do facto de não se estar a fazer entender junto do
aparentemente obtuso cara metade imprime uma acidez à voz que nos arranha o canal auditivo.
Ponto três: depois de muitos "ai, por amor da santa", "mas ainda não
entendeste???", "não tens a mania que és esperto?? então, não
consegues??, "ó pá, cala-te mas é, pareces parvo!" - o que por si só já se dispensava, boa?? - sai-se, a dada altura, com a
seguinte: olha, sabes uma coisa?? Mais vale levar no c* do que estar
aqui a aturar-te!!
A sério, o que é isto, 'jizas..!?! Onde é que eu estou??? Eu mereço???
(By the way, quando disse que gostava de ver grandes chuvadas esqueci-me de acrescentar "estando dentro de casa"!)
(By the way também, os tão promovidos condicionadores, shampôos, máscaras e afins "anti-frizz", cujos anúncios mostram fulanas a mergulhar em cascatas e a tomar banho à mangueirada, saindo de lá com o cabelo impecavelmente liso, é feito com cabeleiras sintéticas à prova de bala, só pode! A minha cabeleira, quanto muito, fica empapada.... e frisada, vejam só...).
Recomeça
Recomeça…
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances,
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo o logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga
in http://asubaka.blogspot.pt/
terça-feira, outubro 23, 2012
segunda-feira, outubro 22, 2012
Há uns tempos atrás, por esta altura
E relendo, apesar da ponta de dor ao fundo do peito a levar-me de volta, reconheço a vida que tenho hoje em mim. Não é a vida de "antes", nunca mais poderá ser. Porque esta agora é a vida de quem passou e sobreviveu à dormência maior: a da alma.
Breve viagem ao tempo do Conan, o rapaz do futuro
Dia chuvoso, na selva urbana lá iamos nós, encafuadas no carro de vidros embaciados. Não fosse a alegre conversa, dir-se-ia que tinhamos viajado no espaço e no tempo e nos encontravamos num planeta Terra destruído, já só cinzento, já só de betão, deprimente e soturno, frio e húmido. De repente, um som cavernoso mas ao mesmo tempo metálico, a despertar-nos do diálogo de amigas que nos distraía. De repente, um robot a falar connosco e a comprovar que sim, a viagem tinha-se dado e nós eramos as últimas sobreviventes da raça humana e só entre nós existia alguma cor. Lá fora, tudo estava morto e pálido. Fez-se silêncio e a medo olhámos pela janela para quem nos interpelava. A voz metálica continuava a vociferar, as três em choque, sem querer assumir, a temer intimamente pela nossa vida...
.........................................................
... e eis senão quando percebo que era um carro da polícia a informar-me através de altifalante que iria ser autuada por ter pisado um duplo contínuo...sh**!
sexta-feira, outubro 19, 2012
Viver
"Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo. Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida. Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera. Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde.
Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. A vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções.
A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas."
Joaquim Pessoa
in 'Ano Comum'
quinta-feira, outubro 18, 2012
Encosto!
Ele há dias. E ele há fases. E ele há dias e fases em que parece que tudo nos cai em cima de uma vez ou em que nada corre bem. Eu já não sei há quanto tempo ando numa dessas, já me aconteceu de tudo um pouco... e quando julgo que agora é que é o fim, lá aparece uma trampa qualquer a emperrar, a fazer resvalar do caminho traçado, a testar a paciência e sanidade mental da minha pessoa!
Respiro fundo e, depois de num primeiro momento me exasperar com os fatalismos alheios, lá me disponho a deixar-me convencer por quem me rodeia e me diz "é a vida, é mesmo assim, faz parte..." (e disponho-me para ver se não dou em doida de vez porque, já agora convenhamos, queria cá estar para me ver chegar ao fundo do túnel e, se estiver confinada a uma camisa de forças aqui no pavilhão do lado ou falecida em cinzas numa caixinha qualquer, vai ser difícil...).
Por isso, lá vou levando... respiro, respiro mais uma vez, convenço-me de que estou a exagerar, que é tudo normalíssimo e lá volto ao caminho.
Hoje, estando em cima da mesa as "obras de santa Engrácia", só para começar - que, para mim, estão
mais para fenómenos do Entroncamento do que outra coisa - e tratando de mil e quinhentos pormenores como é costume, desde a limpeza de vidros, à contratação de mais um gajo para pôr o chão, ao silicone que falta não sei onde, ao cano roto e mais o camandro!, ouço o seguinte do meu responsável de obra:
"Olha, eu não sei mas... eu diria que, para além dessas coisas todas... também não seria má ideia mandares benzer a casa!!"
....
Vêem?? Vêem??? É porque isto é tudo normal, não é??? Claro..!
Eu, sinceramente, já não sei que diga... eu não sei se me rogaram alguma praga, se ando a pagar qualquer pontapé mal dado numa pedra que acabou por acertar na cabeça de alguém importante numa vida anterior, o que raio é... mas, convenhamos, vida, destino, alma penada ou viva, praga ou mezinha, ou seja lá o que for, começo a perder a paciência! E, por isso, só tenho uma coisa para vos dizer: ide todos para o c******, ok??? Ide de uma vez e ficai por lá!
quarta-feira, outubro 17, 2012
E dei por mim a escrever...
"Mas enfim, tu conheces-me, em português como em direito, já vou além de
ver o que está escrito, o que é de lei, para passar também a contestar a
própria lei!"
E pronto, é isto, há que assumi-lo.
E a grande pergunta é...
Qual é a alternativa?
"A lista de erros nas últimas seis semanas é extensa. Pedro Passos Coelho é responsável pessoal e politicamente por muitos deles. Muitos desses erros teriam sido possíveis de evitar se o Primeiro-Ministro não sofresse, ao fim de tão poucos meses de Governo, do clássico Síndroma da Redoma.
Estou satisfeito com o curso dos acontecimentos?
Obviamente que não. Este Orçamento do Estado é inexequível e representa um esforço, em larga medida, inglório. Esta semana tem sido uma espécie de catarse colectiva, envolvendo os cidadãos anónimos e as elites.
Todos expressamos em tom de desabafo a nossa frustração por ter de trilhar um caminho que nos vai custar muito e de muitas formas, sem que haja aparentemente uma luz ao fim do túnel.
Se a frustração é compreensível, sobretudo entre os cidadãos anónimos, entre os quais me incluo, às elites -- políticas, empresariais, jornalísticas, opinion-makers, entre outros -- pede-se e exige-se um pouco mais do que um exercício de catarse colectiva. Não basta que as elites digam que o Orçamento do Estado é inexequível. Para isso estou cá eu e os restantes cidadãos anónimos. É preciso apontar soluções e caminhos alternativos.
O que é que, substantivamente, o Governo poderia e deveria fazer de diferente, no imediato, com o espaço de manobra político e financeiro que tem ao seu alcance?
Esta é a questão que vale um milhão de euros, mas à qual ninguém responde de forma consistente e realista.
A possibilidade de se referendar a permanência de Portugal no euro obrigaria a um debate sério e realista. Não haveria, para o bem ou para o mal, como fugir às ilacções a retirar dos seus resultados."
Paulo Gorjão
in http://bloguitica.blogspot.pt
terça-feira, outubro 16, 2012
Nem o DN escapa...
"O ex-casal não se entende quanto à divisão dos bens que foram acomulados ao logo dos seis anos de casamento."
Terá passado pela cabeça do respeitável DN que, sendo notícia da secção "cor-de-rosa", não vale a pena gastar tempo e dinheiro com a revisão de textos porque, assim como assim, "quem lê esta treta deve ser inculto mesmo por isso pode-se escrever de qualquer maneira"??
segunda-feira, outubro 15, 2012
sexta-feira, outubro 12, 2012
Dilema de cantina
Epá!! Hoje há canja!... E strogonoff!... E pataniscas... e... e... e... eu não sei o que hei-de fazer!!!
(Nasci com alma de gorducha, não há hipótese...)
Invadidos!!
"Ah pois é, com esta medida, diziam na rádio, vai aumentar e muito a invasão fiscal!!"
E não é que, sem querer, não deixa de ter razão?!
quinta-feira, outubro 11, 2012
Já estive melhor...
Para começar, sair de casa com metade das unhas pintadas e a outra não porque a p*** da acetona acabou. Depois, chegar ao carro e ter um presente da EMEL. A seguir, lidar com a falta de brio profissional de alguns que agora sobra para mim. Agora, preparar para uma reunião com a duração prevista de uma hora (!) sabendo eu que dois terços da dita já estão calculados de modo a servir o gosto do interlocutor em ouvir a sua própria voz. Tudo isto regadinho com résteas de sonhos que ferem. Bom dia este...
quarta-feira, outubro 10, 2012
Empatia astral ou "vai lá mazé' coincidir com outro!"
Ó sissa, estive aqui a pensar... é impressão minha ou já não é a primeira vez que as nossas vidas se reúnem atrás das nossas costas e combinam apresentar-nos situações semelhantes justamente no mesmo dia???
Irra!
terça-feira, outubro 09, 2012
Eu, snobe, me assumo
Cada vez me sinto mais diferente, cada vez selecciono mais o que digo e a quem, cada vez mais noto a distância que se impõe entre mim e algumas pessoas que povoam a minha vida. Cada vez mais tenho menos paciência para pressupostos e formatações de cabeça e alma. Cada vez mais tenho menos tolerância com quem não cresceu, com quem não evoluiu, com quem continua agarrado ao que é suposto, ao que dizem os "manuais" ou às teorias do que é saber viver no trabalho, nas relações, na sociedade. Teorias toda a gente tem mas cada vez mais observo que não passam disso, considerações teóricas de quem leu mas não fez, de quem ouviu falar mas não viveu, de quem julga ter aprendido porque decorou, de quem acredita porque sempre acreditou mas que, na realidade, não experimentou, não sentiu. No entanto, sentem-se no direito de criticar quando é justamente esta crítica que revela a sua falta de sentido crítico real... e nem se dão conta... Cada vez tenho menos paciência, de facto.
Quem olhe hoje para mim pode não observar as mudanças típicas, aquelas que se vêem a olho nú, sinónimas de "nova vida", de "sucesso" ou de quem "deu a volta por cima", como a casa nova, o degrau a mais na hierarquia, o corte de cabelo mais arrojado com estilo de roupa a acompanhar, a mudança de estado civil e/ou do número do agregado familiar, ou de recheio de conta bancária. Cresci como pessoa muito mais do que cresci como indivíduo social que anseia mostrar as suas mudanças, dar provas da sua evolução para que aos olhos dos outros seja validada e para que esse retorno o ajude a preencher as lacunas no supérfluo inventado e o torne "real".
Mudei. Acima de tudo por dentro, e é uma mudança muito mais profunda do que, às vezes, possa parecer.
Também eu já fui formatada e cheia de teorias. Também eu já acenei a bandeira de quem tem certezas inabaláveis do que deve ser e como deve ser, também eu já falei muito sem ter, de facto, vivido nada. Até que houve um dia em que o meu pedestal de convicções ruiu e eu, naturalmente, caí. Back to basics, quase de um dia para o outro. Back to basics sem querer nem ter pedido. Back to basics, mesmo basics...
Nada melhor do que sentir que se perdeu tudo para ser forçado a olhar para o que sobrou... nós mesmos. E como se revela difícil lidar connosco quando não há nada para nos distrair disso...
No primeiro impacto estranhamos, parece que não nos reconhecemos, com reacções, pensamentos e sentimentos que em nada se assemelham à ideia que tínhamos de nós próprios. Assumimos então que só podemos estar doentes, que a doença nos alterou e procuramos com fúria e determinação a cura que estiver mais à mão. Agarramos nos pressupostos que sempre nos acompanharam e dizemos "Era o que mais faltava! Se aqui está "escrito" que, nestas situações, há que fazer isto e aquilo, para sentir desta ou daquela forma e voltar a ser normal, é já de seguida que isto assim não pode ser!"
Depois, quando a cura não se revela eficaz, invade-nos a frustração, a perda de fé em nós mesmos, o medo, a raiva, a recusa: não consigo, sou fraco, e agora o que faço?, todos sabem menos eu, todos conseguem menos eu, estou "estragado" para sempre, odeio o mundo e a vida que me transformaram nisto, recuso aceitar-me assim!
A partir daqui, há duas hipóteses: ignorar o que o nosso coração nos diz, desprezar as dúvidas e os sentimentos, pegar em nós e na nossa fragilidade e pormo-nos atrás das costas, fazer ouvidos moucos ao que cá dentro grita, fingir que nos curámos, que connosco afinal resultou e esforçarmo-nos para acreditar piamente nisso - porque pode ser que, assim, se torne realidade-, vestir uma nova capa colorida, abafar mágoas e feridas, encondê-las debaixo do tapete e agir como se elas não existissem assumindo um pretenso novo "eu" . Ou então... aceitar e aprender. Aceitar que não conseguimos, aceitar que também somos assim, que é parte de nós e aprender a viver com esse nosso lado, tirando e aproveitando o que ele tem de bom e o que nele há que nos faz evoluir. Mesmo que isso signifique andar para trás, destruir teorias, recuar nas nossas crenças, nascer de novo assumindo as respectivas dores de parto. Mudar mesmo, cá dentro, mesmo que não se veja por quem está de fora. É duro? É. É difícil de concretizar? É. Leva tempo? Leva. Digamos que hoje sei que não é, de facto, para qualquer um...
Acredito, no entanto, que seja para mim. Embrenhei-me neste processo com a cara e a coragem e pretendo levá-lo até ao fim. Hoje sei que consigo, hoje sei que já houve muitas etapas ultrapassadas, hoje sei que cresci e evoluí e sei também o que foi preciso dar de mim para chegar até aqui, mesmo que os "outros" não o consigam ver.
Talvez por isso tenha cada vez menos empatia com a generalidade das pessoas ditas normais, talvez por isso seja crescente uma certa selecção da minha parte sobre o que digo e a quem, o que faço e com quem. Assumo até uma grandessíssima falta de paciência e consequente irritação no que toca a discursos vivenciais de lana caprina e à facilidade com que estes saiem da boca dos seus interlocutores sendo que, na maioria dos casos, fica claro para mim logo nos primeiros segundos que não fazem a mais pálida ideia do que estão a falar. Não há paciência...
Estou feita uma snobe, talvez, no que respeita às abordagens pela rama, às teorias, aos pressupostos e aos seres que fazem disso bandeira. Parecem-me banais, ridículos, num estádio de evolução tão primário mas, ao mesmo tempo, tão ignorantemente cheio de si, quando na realidade está cheio de "nada".... A maior parte das vezes só me apetece dizer "por qué no te callas??". Mas enfim...
Deve ser o lado negro da evolução.
Bom... quanto a isso a minha resposta só pode ser uma: pois que seja.
Quem olhe hoje para mim pode não observar as mudanças típicas, aquelas que se vêem a olho nú, sinónimas de "nova vida", de "sucesso" ou de quem "deu a volta por cima", como a casa nova, o degrau a mais na hierarquia, o corte de cabelo mais arrojado com estilo de roupa a acompanhar, a mudança de estado civil e/ou do número do agregado familiar, ou de recheio de conta bancária. Cresci como pessoa muito mais do que cresci como indivíduo social que anseia mostrar as suas mudanças, dar provas da sua evolução para que aos olhos dos outros seja validada e para que esse retorno o ajude a preencher as lacunas no supérfluo inventado e o torne "real".
Mudei. Acima de tudo por dentro, e é uma mudança muito mais profunda do que, às vezes, possa parecer.
Também eu já fui formatada e cheia de teorias. Também eu já acenei a bandeira de quem tem certezas inabaláveis do que deve ser e como deve ser, também eu já falei muito sem ter, de facto, vivido nada. Até que houve um dia em que o meu pedestal de convicções ruiu e eu, naturalmente, caí. Back to basics, quase de um dia para o outro. Back to basics sem querer nem ter pedido. Back to basics, mesmo basics...
Nada melhor do que sentir que se perdeu tudo para ser forçado a olhar para o que sobrou... nós mesmos. E como se revela difícil lidar connosco quando não há nada para nos distrair disso...
No primeiro impacto estranhamos, parece que não nos reconhecemos, com reacções, pensamentos e sentimentos que em nada se assemelham à ideia que tínhamos de nós próprios. Assumimos então que só podemos estar doentes, que a doença nos alterou e procuramos com fúria e determinação a cura que estiver mais à mão. Agarramos nos pressupostos que sempre nos acompanharam e dizemos "Era o que mais faltava! Se aqui está "escrito" que, nestas situações, há que fazer isto e aquilo, para sentir desta ou daquela forma e voltar a ser normal, é já de seguida que isto assim não pode ser!"
Depois, quando a cura não se revela eficaz, invade-nos a frustração, a perda de fé em nós mesmos, o medo, a raiva, a recusa: não consigo, sou fraco, e agora o que faço?, todos sabem menos eu, todos conseguem menos eu, estou "estragado" para sempre, odeio o mundo e a vida que me transformaram nisto, recuso aceitar-me assim!
A partir daqui, há duas hipóteses: ignorar o que o nosso coração nos diz, desprezar as dúvidas e os sentimentos, pegar em nós e na nossa fragilidade e pormo-nos atrás das costas, fazer ouvidos moucos ao que cá dentro grita, fingir que nos curámos, que connosco afinal resultou e esforçarmo-nos para acreditar piamente nisso - porque pode ser que, assim, se torne realidade-, vestir uma nova capa colorida, abafar mágoas e feridas, encondê-las debaixo do tapete e agir como se elas não existissem assumindo um pretenso novo "eu" . Ou então... aceitar e aprender. Aceitar que não conseguimos, aceitar que também somos assim, que é parte de nós e aprender a viver com esse nosso lado, tirando e aproveitando o que ele tem de bom e o que nele há que nos faz evoluir. Mesmo que isso signifique andar para trás, destruir teorias, recuar nas nossas crenças, nascer de novo assumindo as respectivas dores de parto. Mudar mesmo, cá dentro, mesmo que não se veja por quem está de fora. É duro? É. É difícil de concretizar? É. Leva tempo? Leva. Digamos que hoje sei que não é, de facto, para qualquer um...
Acredito, no entanto, que seja para mim. Embrenhei-me neste processo com a cara e a coragem e pretendo levá-lo até ao fim. Hoje sei que consigo, hoje sei que já houve muitas etapas ultrapassadas, hoje sei que cresci e evoluí e sei também o que foi preciso dar de mim para chegar até aqui, mesmo que os "outros" não o consigam ver.
Talvez por isso tenha cada vez menos empatia com a generalidade das pessoas ditas normais, talvez por isso seja crescente uma certa selecção da minha parte sobre o que digo e a quem, o que faço e com quem. Assumo até uma grandessíssima falta de paciência e consequente irritação no que toca a discursos vivenciais de lana caprina e à facilidade com que estes saiem da boca dos seus interlocutores sendo que, na maioria dos casos, fica claro para mim logo nos primeiros segundos que não fazem a mais pálida ideia do que estão a falar. Não há paciência...
Estou feita uma snobe, talvez, no que respeita às abordagens pela rama, às teorias, aos pressupostos e aos seres que fazem disso bandeira. Parecem-me banais, ridículos, num estádio de evolução tão primário mas, ao mesmo tempo, tão ignorantemente cheio de si, quando na realidade está cheio de "nada".... A maior parte das vezes só me apetece dizer "por qué no te callas??". Mas enfim...
Deve ser o lado negro da evolução.
Bom... quanto a isso a minha resposta só pode ser uma: pois que seja.
"Títalos"
"A sôtora não se preocupe porque, repare, sôtora, eu farei tudo o que for possível para resolver o problema da sôtora porque a sôtora não tem culpa nenhuma, cabe a nós tratar do problema, sôtora, que é mesmo assim.... Claro, claro, sôtora, será tratado com rapidez, sôtora, a sôtora não tem que se preocupar. Eu só peço é que a sôtora faça o favor de mandar um email, com o nome da sôtora e o número da sôtora, para que nós possamos ver logo na base de dados o registo da sôtora e resolver a questão... Pois, sôtora, compreendo sôtora, se a sôtora quiser também podemos fazer dessa forma, sôtora. A sôtora diga como prefere... Ok, sôtora, combinado então, sôtora. Adeus, sôtora, prazer em ouvi-la, sempre que necessitar ligue, sôtora, obrigado, sôtora."
Não... não estou a exagerar...
segunda-feira, outubro 08, 2012
Aos derrotados à partida
"Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao
alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente
paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é
desperdiçar a oportunidade de merecer."
Luís Fernando Veríssimo
quinta-feira, outubro 04, 2012
Dedo na ferida
"O seu coração está apertado e cada vez mais ansioso pela libertação, então que tal parar de se esconder? O truque de ocupar todo o nosso tempo para não pensar nos assuntos incómodos, é muito antigo e raramente dá certo, pois, mais cedo ou mais tarde, as questões por resolver voltam sempre à superfície. Como é que vai ser? Vai quebrar o padrão habitual?"
(Não, não foi tirado do meu horóscopo. Mas, assim, de repente, parece-me válido para qualquer signo, não? Eu, pelo menos, enfiei a carapuça...)
quarta-feira, outubro 03, 2012
Frase do dia
"Feelings are much like waves, we can't stop them from coming but we can choose which one to surf."
Jonatan Mårtensson
Jonatan Mårtensson
Porque vou bem na minha mão...
(Bem) na minha mão
Susana Felix
Abro os olhos e adormeço
Sem a mente fraquejar
Saio pela manhã
De passagem, coisa vã
Derrapagem
Que a viagem tem princípio, meio e fim
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Não me venham buzinar
Vou tão bem na minha mão
Então vou para lá
Ver o que dá
Pé atrás na engrenagem
Altruísta até mais não
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação
Susana Felix
Abro os olhos e adormeço
Sem a mente fraquejar
Saio pela manhã
De passagem, coisa vã
Derrapagem
Que a viagem tem princípio, meio e fim
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Não me venham buzinar
Vou tão bem na minha mão
Então vou para lá
Ver o que dá
Pé atrás na engrenagem
Altruísta até mais não
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação
terça-feira, outubro 02, 2012
O (des) Acordo e eu.
Porque algum dia tinha que ser, foi ontem. Lá peguei no meu cepticismo, no inconformismo também, os dois regadinhos com o mau humor matinal, e preparei-me para a guerra.
Primeira nota: toma lá que já almoçaste, a formadora era de se lhe tirar o chapéu! Aceitando que isto é confuso para a maioria e que muitas das alterações não têm, de facto, lógica, pôs-se do "nosso lado", assumiu-se como mais um de nós, portugueses, a quem esta medida está a ser imposta, não fincando a sua opinião sobre os motivos que levaram a este acordo mas também não a camuflando. No fundo, disse sem dizer: "estudei isto a fundo, nomeadamente com um dos seus autores, estou aqui para vos passar o que aprendi, concorde ou não, e para vos ajudar, no que puder, a entender. E sim, há aspectos que eu também não entendo e outros cuja justificação não me convence...". Pontos para ela que, desde logo, transformou uma formação com grande potencial para ser entendiante e até enervante para os mais resistentes, numa conversa agradável entre pessoas com as mesmas dificuldades e reservas, durante a qual se discutiu muito mais do que o acordo propriamente dito.
Segunda nota: entendo a justificação que se prende com a necessidade de uniformização. Não concordo, não considero necessária mas compreendo o que me querem dizer. Não entendo por isso que haja palavras que antes do acordo era escritas da mesma forma por falantes de português de todo o mundo e que agora, para os falantes de Portugal somente, sejam alteradas. Portanto... pretende uniformizar "desuniformizando"??? É uma coisa esperta, não há dúvida.
Terceira nota: Todas as regras têm excepções. E diz que são elas que confirmam as primeiras. Eu não sei mas... não deveria haver um número limite para as ditas? Se a regra for uma e houver 23754257 excepções continua-se a considerar que confirmam alguma coisa para além de que afinal a regra é estúpida e não devia existir?? Não sei, digo eu...
Quarta nota: Então não é que há várias alterações cuja justificação é uma coisa linda de morrer que se chama "uso consagrado da língua"?? Assim de repente isto dá-me .... MEDO! Porque, convenhamos, se formos a uma rua que tenha cinco restaurantes e formos consultar cada uma das ementas, verificamos que as cinco terão escrito "bacalhau à Brás" com acento agudo em vez de grave na preposição. Aposto a minha vida se for preciso! Ora... se o "uso consagrado da língua" diz respeito ao uso mais corrente, aquele que é feito pela maioria... e se este pode ser justificação para se passar a escrever de determinada maneira.... MEDO, MUITO MEDO MESMO!
Quinta nota: Conclusão da anterior com mais uns pozinhos: em alguns casos, o AO valida o erro. Portanto, poder-se-á tornar, sem querer, num aliado poderoso de quem se costuma reger pela máxima "percebeste, não percebeste?? 'Atão está certo!" Niiiice...
Sexta nota: A formação, para além de nos esclarecer um pouco mais sobre esta temática, conseguiu a proeza de ensinar português. É que, vai-se a ver, e muitos dos presentes mostraram-se espantados com alterações a palavras... que não se alteraram!! Portanto... nem quero imaginar como as escreviam antes..!
Por último: Apercebi-me que eu, que não dou erros desde a primária, vou passar a ser considerada como alguém que só dá calinadas, a partir de 1 de Janeiro de 2015...
Quinta nota: Conclusão da anterior com mais uns pozinhos: em alguns casos, o AO valida o erro. Portanto, poder-se-á tornar, sem querer, num aliado poderoso de quem se costuma reger pela máxima "percebeste, não percebeste?? 'Atão está certo!" Niiiice...
Sexta nota: A formação, para além de nos esclarecer um pouco mais sobre esta temática, conseguiu a proeza de ensinar português. É que, vai-se a ver, e muitos dos presentes mostraram-se espantados com alterações a palavras... que não se alteraram!! Portanto... nem quero imaginar como as escreviam antes..!
Por último: Apercebi-me que eu, que não dou erros desde a primária, vou passar a ser considerada como alguém que só dá calinadas, a partir de 1 de Janeiro de 2015...
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