Não sou de mimices. Não sou fofinha nem cutchi cutchi. Não sou de beijinhos nem de abracinhos nem de sorrisos melosos a acompanhar. Não sou de "querido" nem de "amorzinho" nem tão pouco de "'mor". Não sou de dizer "amo-te" ou "gosto muito de ti" por tudo e por nada nem faço questão de o ouvir por tudo e por nada. Não faço festinhas na cara, nem faço ronrons nem dou turrinhas a não ser aos meus gatos. Não sou de surpresas pseudo românticas nem de declarações de amor como manda o figurino nem de músicas lamechas - muito menos sou de "a nossa música" - nem de queridices do género. Não sou de alianças nem de solitários. Não sou de babar com criancinhas e com as suas supostas proezas. Não sou de Dia dos Namorados nem de aniversários de conhecimento/namoro/união/casamento, nem do dia-em-que-me-disseste-pela-primeira-vez-que-eu-ficava-bem-de-azul ou coisa que o valha. Não sou de rir de piadas sem graça. Não sou boa com datas de calendário e estou-me a borrifar se o cara-metade não se lembra se era Verão ou não quando vimos "daquela vez" o pôr-do-sol juntos. Não sou de falar "à bebé" com o "mor" nem com ninguém, não sou de me derreter com uma bugiganga qualquer que o "querido" se lembrou de comprar no chinês a dizer "ai love iu", não sou de diminuitivos nem de alcunhas, não sou de fotografias de casalinho ou das criancinhas ou de momentos oficiais. Nem na carteira nem na cómoda do hall de entrada. Não sou de ursos de peluche com corações nas patas. Não sou de ouvir barbaridades ou coisas que me irritam e ficar calada só porque é o "fofinho" a dizê-las. Não sou querida. Nem meiguinha. Nem amorosa se não me apetecer.
Sou tudo - e de tudo - o que não escrevi. Sou das outras coisas.
Sem comentários:
Enviar um comentário