O P. é um ser estranho... sempre o conheci andando por aqui mas nunca entendi bem o que faz. Já esteve ligado a vários departamentos mas por alguma razão nunca se demorando muito em nenhum deles. Fiquei a saber, entretanto, que acabou o curso de cinema o que, sinceramente, não contribuiu em nada para me esclarecer. Afinal de contas, que pode ele aqui fazer com um curso de cinema?? Mas ok...
Tem 30 e quantos anos e mora com os pais. Parece um pouco efeminado e há quem diga que é homossexual, mas, pessoalmente, acho que está mais para velha quadrilheira do que para gay. Não é raro vê-lo nos corredores a bichanar com os colegas, com ar conspirativo ou indignado, olho arregalado, a dizer mal de alguém, de alguma coisa, ou o que seja. Mais um a parecer que todos lhe devem e ninguém lhe paga...
O que corre por aí é que, profissionalmente, é uma nódoa. Anda sempre com um ar atarefado e cansado, suspirando frases como "ai, meu Deus, isto é demais... pufff...", mas na realidade parece que faz pouco ou nada. É, provavelmente, essa a razão que o leva a saltitar de departamento em departamento... ninguém está para o aturar!
A mãe de P. também trabalha aqui. Mulher respeitada pelo seu equilíbrio, brio e profissionalismo, é alguém com quem se pode contar, que tem mais do que provas dadas e que ninguém questiona. Boa profissional, portanto. A não ser quando o assunto é o filho... Aparentemente, o P. não dá um passo sem consultar a mãe e pior!, a mãe sente-se no direito de interferir na vida do P. cá dentro... é estranho, eu sei, até porque não combina nada com a imagem de competência que a senhora emana... mas, explicando melhor, dou exemplos: diz-se que já desancou um director por ter feito o bebé trabalhar fora de horas, diz-se que já conseguiu ser recebida por quem manda para fazer queixa de colegas que andam a importunar o filho, diz-se também que não se coíbe se tomar o assunto em mãos quando o filho se indispõe e quer mudar de departamento.
Conclusão: o filho é uma ameba em ponto grande mas consegue tudo o que quer através da progenitora. E ela tem um poder imenso, não se sabe vindo de onde...
Estando agora em fase de mudanças e aproveitando a recém-licenciatura em cinema (?), o dito quis mudar para o departamento de informática. E conseguiu. Ontem ia ter uma reunião com o responsável que, infelizmente, à hora marcada não o pode receber. Mas não fez mal! Porque a mãezinha tratou logo de mandar um email a pedir satisfações e o moço foi recebido 5 minutos depois...
Agora o giro é ver a onda de desconforto (para não dizer pânico!) naquele corredor... os restantes colegas já bufam por todo lado imaginando que: 1. o tipo não vai fazer nada, 2. vão ter que levar com a mãe dele, caso haja chatice!
Conhecendo algumas pessoas de lá como conheço, sei que não lhe vão facilitar a vida, muito pelo contrário! Por isso, já fiz o apelo: quando houver bronca, chamem-me para assistir!
É que, convenhamos, temos que tirar algum partido da palhaçada que isto tudo é...!
Sem comentários:
Enviar um comentário