Mergulhando de novo em certas palavras, palavras que um dia me foram apresentadas, de um autor dos mais nossos. Senti o texto, na altura, hoje releio e sinto-o de novo ainda com mais força. No horizonte, uma experiência, uma tentativa, mais uma tentativa. Mas a curiosidade supera o medo e a expectativa, devidamente travada pelo que de mais "pés na terra" há em mim, pinta-a com o colorido de tudo o que é novo. Vamos ver, digo eu, vamos ver.
A cabeça encosta-se tentando ouvir o bater do coração, tentando sentir calor. E consegue, por uns momentos, uns momentos em que tudo desaparece e ela volta ao ninho de conforto e de segurança de quem está onde está porque é ali que pertence. Mas são momentos, apenas isso. A realidade apresenta-se em toda a sua dureza, sem arredar pé, por mais que tente amaciá-la. Um dia, digo eu, um dia.
E o telefone toca e a tristeza percorre os fios. Do lado de lá, onde também estou, ouço os soluços. Solidão, saudade, saberás o que é? Sei, digo eu, sei muito bem. Mas digo apenas para mim porque agora não interessa nada que saiba, agora só interessa que ouça.
C., E., E., F.... algumas das minhas letras a rodopiar também por este mundo onde os dias parecem ter vontade própria e nos levam na corrente. Porque um dia acordámos e estávamos no meio do remoinho. E agora? Seguimos em frente, digo eu, levantamo-nos e seguimos em frente com a certeza de que muito não depende de nós mas de nós depende a forma como damos as mãos e embarcamos na viagem.
E hoje o sol trouxe também a esperança. E é bom tê-la do meu lado mesmo sabendo que pode ser fugaz. Mas aprendi a acariciá-la quando a tenho comigo esperando que o meu amor por ela vá quebrando as barreiras, vá ganhando a sua confiança, consiga acalmar o seu espírito nervoso e a faça ir ficando, tal qual gato assustadiço, que foge ao mínimo movimento mas que, devagarinho, se deixa ir tocando. Talvez baste não desistir, digo eu, espero que baste não desistir.
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